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1- PRELIMINARES: AS MÁQUINAS:
Etapa I: ABC
1) 1A B C
2) .l. B C A
Na terceira etapa, conforme o mesmo esquema de transformação, teremos:
1) ,1 A B C
2) B C A
3) .l. C A B, etc.
B C
C A
A B
Vemos que a transformação diz respeito à mudança em si, e não aos motivos,
pod~ndo ser aplicada a têrmos não numéricos. Isso é interessante se quisermo~
8 ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOTi:CNICA
m 'canal de
comunicação
·0
Efeitos imodtatos
Efeitos ulteriores
CUfeedback" total}
As máquinas que encontramos têm todos êsses aspectos: certas partes são
independentes; outras têm uma influência imediata; outras, ainda, são regu-
ladas em feedback. Um organismo vivo implica uma enorme complexidade,
porém podemos aplicar-lhe êsse esquema fundamental de máquina com "input",
composta de inúmeras máquinas, também complexas.
A Caixa Escura:
A pJ lt , Jq
B pl x---C=:=:J Jq
C~:]J
c p) .. I q
(1) Um excelente exemplo de experimentação sôbre caixa escura é dado pelo romance
policial de Michael Innes, Lament for a Maker.
(2) ASHBY, op. cit., p. 115.
(3) ASHBY, op. cit., p. 117.
UMA FORMtJLAÇAO MATEMATICA DA FENOMENOLOGIA 13
II - A INFORMAÇÃO:
vra pepino não se torna portanto tão fortuito como parece, e a surprêsa do
leitor será menor.
IV - A REGULAÇÃO:
ASHBY toma, na teoria dos jogos, o exemplo para explicar as estratégias que
devem orientar a ação de um regulador. Sejam 2 jogadores, D e R, dispondo
cada um de 3 possibilidades de ação. As regras do jôgo estão resumidas na
matriz seguinte:
(1) ASHBY demonstra que, se tôdas as colunas contiverem escores diferentes, a varie-
dade (= a informação) do conjunto de resultados selecionados não pode ser in-
ferior à variedade de D dividida pela Variedade de R. No exemplo, VD/V R = 1,
pois a certeza de ganhar é constante. (Ver ASHBY, op. cit., capo 11.)
(2) Em têrmos de entropia, escreve-se: H(E) ~ H<D) - K - (H(R). K é o número
de vêzes que um elemento é repetido em cada coluna.)
(3) ASHBY, op. cit., capo 11, p. 209.
20 ARQUIVOS BRASILEIliOs OE PSICOTi:C~ICA
CONCENTRAÇÃO fJE
(02 NO SANGUE
1AXA DEEXCREÇÃO.
DO C02
v- A DECISÃO:
Quando n decide construir uma máquina M, isso implica uma seleção entre
tôdas as máquinas possíveis. Em outros têrmos, dentro de um conjunto de
acontecimentos possíveis, n escolhe um acontecimento, levando em conta as
probabilidades de aparecimento. Isto pode então ser reduzido a um esquema
de informação, e os princípios da teoria da comunicação podem ser aplicados.
"O ato de 'projetar', ou 'fazer' uma máquina é essencialmente um ato de co-
municação do Realizador ao Realizado." (3) Esta proposição, como vemos,
(1) P. ex., quanta decisão é necessária para escolher entre 2 máquinas A e B, tais que:
A 1 a b c d B 'I a b c d
babc cbca
Resposta: 1 BIT apenas, por que temos 2 máquinas. Os itens do funcionamento
interno das mesmas são aqui irrelevantes.
(2) ASHBY, op. cit., p. 263.
26 ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSICOT!l:CNICA
grupo de diagnóstico (o grupo dos observadores seria, por assim dizer, a ma-
quete representando, sob forma catártica, as tensões e o dinamismo do grupo
de diagnóstico). Essa hipótese, interessante na teoria, mostrou-se, na aplicação
prática, pouco diferente dos métodos usuais do "grupo de diagnóstico", talvez
porque o autor não a tenha desenvolvido além da aplicação intuitiva. Por en-
quanto, deve ser considerado mais como uma tentativa de pioneiro, que uma
técnica funcionalmente aplicável (1).
A teoria da informação, entretanto, presta-se particularmente ao estudo do
comportamento de grupo. Imaginemos um grupo de 10 membros, cujo fun-
cionamento interno queremos levantar. Aplicamos a técnica sociométrica de
MORENO, por exemplo. Obtemos um sociograma representando, digamos, as
atrações recíprocas. O sociograma apresentar-se-ia assim:
(1) Pelo menos era assim a situação quando participamos, em 1959, desta experiência.
UMA FORMULAÇAo MATEMÁTICA DA FENOMENOLOGIA 31
II e 6) que porém escolheram (7). Seria portanto o (7) o líder, pois se encontra
em todos os subgrupos. Ora, essa representação é isomórfica da representação
em bacias ("basins") do dinamismo interno na máquina. Podemos considerar
t as setas de "atração" como canais de comunicação. O líder, (7), torna-se então
t o nó de uma rêde. Se quisermos que uma informação seja percebida pelo con-
junto do grupo, o método mais seguro e mais econômico é transmiti-la a (7)
1 que, situado numa "encruzilhada", poderá divulgar a mensagem. Êsse ponto é
de grande importância prática, no caso de uma ação de propaganda por exem-
I
1-
Êsse conceito do líder como ponto de articulação dos subgrupos para di-
vulgar a informação não é apenas hipotético. Daremos um exemplo preciso.
O chinês é uma língua muito concreta, tão concreta que na China tradicional,
cada grupo social (corporações, seitas, aldeias, etc.) tinha a sua linguagem pró-
pria e, muitas vêzes, desconhecia a linguagem dos outros grupos. O mandarim
1 era o "letrado", aquêle que possuia o vocabulário, isto é, que tinha maior ca-
i pacidade para receber e distribuir a informação proveniente dos grupos heterogê-
(1) Uma. das preocupações do govêrno chinês atual é justamente criar uma língua bá-
sica, que possa permitir a unidade de informação e compreensão. O primeiro passo
foi dado em 1956, com a unificação e simplificação da ortografia.
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BIBLIOGRAFIA