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Em janeiro de 2018, eu e Gustavo Godoy voltamos a Corumbá. Dessa vez, além de ter
elicitado a língua Guató com Eufrásia, conseguimos ir à aldeia Uberaba (TI Guató). Eufrásia
quis ir junto conosco, pois ela já havia morado naquele lugar no final dos anos 70. Nós três
passamos uma semana na aldeia. Eufrásia reviu vários primos, mas não reconheceu nada do
lugar. Eu e Gustavo realizamos algumas entrevistas em vídeo com moradores mais idosos da
aldeia, que testemunharam e/ou sofreram o processo da perda da língua Guató. Procuramos
começar a construir um arquivo etnográfico em que esse processo da perda linguística fosse
manifestado através de histórias pessoais.
Durante a nossa estadia na aldeia, visitamos Vicente, o outro último falante do Guató.
Vicente mora isolado em um lugar de difícil acesso, e essa visita foi mais importante ainda,
porque levamos Eufrásia. Dessa maneira, organizamos um encontro entre os dois últimos
falantes do Guató. Nossa visita durou dois dias, conseguimos gravar vários itens lexicais novos,
além de frases e pequenos diálogos entre os dois.
Referências
Kislowski, Julio. 1895. Tres semanas entre los indios Guatós. Revista del Museo de La Plata
VI, La Plata, pp.221-250.
Monoyer, E. 1905. Les Indiens Guató du Matto-Grosso. Journal de la société des américanistes
Ns. 2: pp. 155-158.
Palácio, Adair. 1984. Guató: a língua dos índios canoeiros do rio Paraguai. Tese de doutorado.
Campinhas: Unicamp
Postigo, Adriana. 2009. Fonologia da língua Guató. Dissertação de mestrado. Três Lagoas:
UFMS