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RESENHAS BOOK REVIEWS 1953

SAÚDE: A CARTOGRAFIA DO TRABALHO VIVO. e flexibilizações no capitalismo contemporâneo que


Merhy EE. 3 a Ed. São Paulo: Editora Hucitec; Merhy analisa os processos de reestruturação produtiva
2002. (Saúde em Debate, 145). no trabalho em saúde, afirmando que, hoje, o território
ISBN: 85-271-0580-2 em disputa é o campo de ação do trabalho vivo em ato,
na sua capacidade de imprimir novos arranjos tecnoló-
Cartografando na saúde os “inconscientes que gicos e rumos para os atos produtivos em saúde.
protestam” O livro de Merhy, em sua terceira edição, reúne
um conjunto de textos tecidos na interface entre os
Foucault 1 chamava atenção para a emergência, des- processos de gestão e cuidado em saúde, e tem como
de o século XIX, de uma nova tecnologia de poder que idéia-força a problematização dos modos cotidianos
funciona tomando “posse da vida desde o orgânico ao de se produzir saúde tendo como plano político-me-
biológico”. Ele a denomina de biopolítica e mostra que todológico a análise micropolítica do trabalho vivo em
ela se exerce tomando a população. Já não toma mais ato. Utilizando o método cartográfico acompanha, no
o corpo para individualizar, docilizar e disciplinar, mas cotidiano das ações em saúde, as produções/efeitos
o toma para operar uma individualização que recolo- das tecnologias de reestruturação produtiva atinentes
ca os corpos nos “processos biológicos de conjunto”, às estratégias contemporâneas de acumulação do capi-
como fenômenos coletivos que só ganham pertinên- tal, em suas materialidades e imaterialidades, chaman-
cia no nível das massas. Apesar de funcionar de modo do atenção para a centralidade que o capital financeiro
inverso às antigas tecnologias de poder da soberania vem assumindo na biopolítica das práticas de gestão
– expressas na vontade e no direito do soberano de “fa- e atenção em saúde. Ao mesmo tempo, oferta uma
zer morrer e deixar viver” – e da disciplina – que rege “caixa de ferramentas” que funcione com potência de
a multiplicidade dos homens para torná-los individu- bússola para o pensar num terreno de tensionamentos
alidades a serem controladas, treinadas e vigiadas –, o e desafios, em meio aos quais o “agir em saúde” se afir-
biopoder não as apaga. Ele as conjuga, “penetrando-as, ma como experiência radical de (re)invenção da saúde
perpassando-as e modificando-as” e, em seu exercício como bem público e potência de luta “a serviço da vida
de “fazer viver e deixar morrer” toma a vida do homem individual e coletiva”.
como ser vivo, como espécie. Na “caixa de ferramentas” utilizada pelo autor te-
Do ponto de vista biopolítico, esses processos de mos conceitos-força que compõem o plano de con-
intensificação da vida estão incondicionalmente con- sistência para as análises micropolíticas, advindos dos
jugados aos processos de ativação das forças produti- campos da filosofia, da economia política, da saúde pú-
vas e de sua reprodução, pois o modo de produção ca- blica que funcionam indagando “o que se passa entre”,
pitalista, hoje, materializa-se não só em toda a socieda- nos caminhos que se criam por entre impossibilidades
de e em todas as relações sociais, mas também, e, pri- no cotidiano das práticas de saúde. Desde o início do
mordialmente, no governo da “natureza humana” e da livro, Merhy anuncia seus aliados nesta empreitada,
vida em sua virtualidade. Os afetos, o conhecimento, o quais sejam: “os inconscientes que protestam”.
desejo são fortemente incorporados ao atual regime de Temos já na apresentação um “convite-convoca-
acumulação capitalista. ção” para alguns deslocamentos, seja dos territórios
O funcionamento generalizado do poder no “ca- instituídos que nos polarizam e/ou polarizamos como
pitalismo mundial integrado” 2 vai ser apontado, por de protagonismo ou de vítimas do estado de coisas,
Negri & Hardt 3, como uma nova forma de soberania seja da armadilha transcendente que nos circunscreve
chamada Império. O império é sem limites e sem fron- como sujeitos da razão, já constituídos, cujas ações se
teiras em vários sentidos, desde o englobar a totalida- balizam em garantias prévias, fora do plano das rela-
de do espaço-mundo, apresentando-se como ordem ções, “das misturas”. Plano esse, no qual experimenta-
a-histórica, eterna, definitiva, até a penetração na vida mos apostas, afecções coletivas em meio às quais nos
das populações, nos seus corpos, mentes, inteligência, des-subjetivamos, na porosidade dos “muitos em nós”
desejo e afetividade. Ele se encarrega positivamente da e em meio aos quais produzimos outros sentidos e
produção e da reprodução da própria vida organizando reinventamos a nós e a nossas ações.
a totalidade das atividades da população. Nos primeiro e terceiro capítulos e apêndice 3, o
Prolongando a intuição foucaultiana sobre o bio- autor sinaliza que, desde o final do século XX vivemos
poder, os autores mostram que o poder agora não é um novo ciclo de acumulação do capital cujos proces-
mais restritivo, punitivo e não se exerce verticalmente, sos de reestruturação produtiva e inovações tecnológi-
mas sob a forma de uma rede horizontal esparramada, cas vão incidir primordialmente no terreno do trabalho
entrelaçada ao tecido social e à sua heterogeneidade, vivo, ou seja, nas tecnologias leves e leve-duras. Tra-
articulando singularidades étnicas, religiosas minori- zendo essas reflexões para o campo da saúde, mostra
tárias, e requerendo, com isto, novas modalidades de a pouca incidência de estudos que atentem para a mi-
controle e primordialmente de luta. cropolítica desta transição e os limites das análises que
É nesse campo de exercício dos poderes: as ciên- se estruturam em torno de algumas correntes marxis-
cias, o capital, o Estado, a mídia, em seus hibridismos tas da Sociologia do Trabalho, que se pautam no mo-

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delo fabril dando acento nas críticas ao modelo médi- agir em saúde. É nesse entendimento que o método
co hegemônico da medicina tecnológica. Para o autor cartográfico se afirma indagando o que se passa? Quais
é preciso atentar para o fato de que essa crítica já foi os princípios ético-políticos que neste ato se materia-
incorporada e laminada pelo capital financeiro, que se lizam? Com que modo de vida me co-responsabilizo?
“pluga” nos processos do trabalho vivo por meio das Em meio a que processos de produção de autonomia,
proposições da Atenção Gerenciada (AG) que deslocam de produção de saúde, afirmo minhas intervenções?
a “microdecisão clínica pela administrativa”, impondo O agir em saúde, em sua micropolítica, traz à cena
nova forma tecnológica de constituir o próprio ato de as tensões autonomia versus controle em meio às quais
cuidar e o modo de operar a sua gestão. se constroem as ações humanas nos ambientes produ-
Chama atenção para como a AG tem sido “olhada tivos em saúde. O ponto de inflexão de suas análises se
com carinho” por governos locais, principalmente da faz no entendimento que é na efetivação da tecnologia
América Latina, e organizações internacionais que têm leve do trabalho vivo em ato na saúde, expresso por
grande influência para criar temáticas para os proje- relações intercessoras que têm como operação chave
tos de reforma na saúde. No Brasil, esse ideário ganha o encontro usuário/trabalhador de saúde, que se faz
força entre os prestadores de serviço de saúde vincu- o território de disputa da reestruturação produtiva em
lados aos seguros privados, e vem se difundindo nos saúde. Nesse território impreciso é que se expressam os
veículos de comunicação como solução para a “crise da modelos tecnoassistenciais em disputa da saúde como
saúde”, sua inoperância e seu alto custo para o Estado bem de mercado regido pela acumulação do capital e
brasileiro. Agrupa-se a isso, hoje, o namoro do governo os projetos de saúde como bem público e patrimônio
brasileiro com propostas de transformação dos hospi- coletivo e individual de uma sociedade.
tais públicos em Equipamentos Sociais, que buscariam Os fluxos de conhecimento, de afeto, de desejo e de
complementos financeiros no mercado de consumido- comunicação são valores indestrutíveis e imprevisíveis
res individuais e/ou coletivos disponíveis. em suas conexões. Esses fluxos, ao mesmo tempo em
Mostra que o lócus de discussão da reestruturação que se tornaram o “capital fixo” ou a base dos vínculos
produtiva se faz nos modos de se fazer e gerir os pro- produtivos imprescindíveis para acumulação do capi-
cessos de cuidado, atentando para o que chama dos tal, são potencialmente perigosos a esta acumulação,
quatro atores-chave na construção dos modelos con- pois portam a potência vigorosa das linhas de escape
temporâneos para a produção do cuidado: os captado- da resistência, cuja multiplicidade se afirma num revo-
res de recursos e administradores, os financiadores, os lucionar-se constante.
provedores e os consumidores. Para Merhy, a superação do modelo médico he-
O campo de atuação privilegiado da lógica de rees- gemônico neoliberal implica o gerenciamento das
truturação produtiva, expressa sob a ótica acumulativa organizações de saúde de modo mais coletivo, com
do capital financeiro, é o dos processos de cuidado e ordenamento organizacional coerente com ações em
sua gestão, ou seja, o território das tecnologias leves e saúde voltadas para uma lógica “usuário-centrada,
leves-dura, campo este, paradoxalmente, o dos proje- que permite a construção, no cotidiano, de vínculos e
tos anti-hegemônicos dos que lutam pela saúde como compromissos estreitos entre trabalhadores e usuários
bem público e estão comprometidos com uma lógica na formatação das intervenções tecnológicas em saúde,
vitalista e de dignificação do cuidado. conforme suas necessidades individuais e coletivas”.
Nos segundo e quarto capítulos e apêndices (1 e Aceitando o convite do autor, “crie sua leitura e
2), discute os diferentes modos do agir humano, nas aproveite do jeito que bem entender”, nos indagamos: se
formas de trabalho morto e vivo, em suas diferencia- entendemos que a análise micropolítica nos desloca do
ções, combinações e nas capturas e subversões de um terreno das relações entre unidades previamente cons-
sobre o outro nos atos produtivos. Retoma o conceito tituídas, tais como sujeito e objeto, como apreender o
de tecnologia, desenvolvido em trabalhos anteriores, que se passa nos encontros em saúde, na micropolíti-
num ensaio sobre o médico e suas valises tecnológicas, ca dos atos relacionais, operando com uma lógica pó-
fazendo um exercício micropolítico de análise sobre lo centrada? É possível pensar o trabalhador de saúde
o que se produz no encontro entre o médico e o usu- como coadjuvante nesse processo, reagindo a apendi-
ário, e as caixas de ferramentas tecnológicas que este cularidade com que o usuário tem sido hegemonica-
profissional utiliza em seus desdobramentos materiais mente colocado nas práticas de produção de saúde?
e imateriais. Pensamos que se nossos aliados são os “inconscientes
Ao afirmar que o trabalho em saúde é centrado que protestam”, eles só se produzem no paradoxal exer-
no trabalho vivo em ato, mostra que este não pode ser cício imanente de descentramentos e deslocamentos
globalmente capturado pela lógica do trabalho morto, dos pólos instituídos, fora das lógicas centradas, sejam
expresso pelos equipamentos e pelo saber tecnológico elas profissional centrada, usuário centrada ou mesmo
estruturado, pois se afirma em tecnologias relacionais, capital financeiro centrada. Não seria o caso de pensar-
nos encontros entre subjetividades que portam um mos que o que orienta nosso plano de intervenção são
grau de liberdade significativo nas escolhas do modo as relações que se fazem por entre estas “unidades/pó-
de fazer esta produção. O ato clínico em saúde se dá los”? Não estaria aí o plano de reinvenção e dos desvios
em meio à existência efetiva do trabalho vivo em ato, e dos modos hegemônicos de operação de valor impres-
deste modo implica uma imprevisibilidade que impos- sos no agir em saúde “capital-financeiro centrado”?
sibilita, fora do encontro, marcar a subsunção de um Este é mais um dos importantes e ousados livros de
pólo sobre outro, de uma valise sobre a outra, pois ele é Merhy, pensador singular que afirma em cada publica-
construído pela ação territorial dos atores em cena, “no ção seu desejo pelas misturas, pelo exercício do diálogo
ato intercessor do agir em saúde”. Desse modo, é um transdisciplinar em saúde. Com certeza Merhy não se
espaço aberto à exploração de potências nele inscritas, propôs a “dar receitas”, mas indubitavelmente ofertou
em imanência com a ação de dispositivos disparadores “temperos” preciosos e indispensáveis para pesquisa-
de desvios para novas subjetivações e reinvenções do dores, profissionais e alunos envolvidos no seu cotidia-

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no com as práticas de atenção e gestão em saúde, bem dos gastos com internação psiquiátrica não passaram
como com a aventura de se deixar “molhar” com “os automaticamente para serviços comunitários, verifi-
inconscientes que protestam”. cando ainda, carência de Psiquiatras e de Enfermeiros
especializados.
Claudia Abbês Baêta Neves Avançamos para o capítulo quatro no qual Isabel
Departamento de Psicologia, Universidade Federal Fluminense,
Bordini & Cristiane de Paula apresentam um quadro
Niterói, Brasil.
abbes@luma.ind.br pormenorizado e claro acerca dos estudos epidemio-
lógicos da infância e adolescência, discutindo nove
1. Foucault M. Em defesa da sociedade. curso no estudos populacionais brasileiros publicados a partir
Collège de France (1975-1976). São Paulo: Mar- de 1980, para os quais explicitou critérios de inclusão
tins Fontes; 1999. e exclusão. Penso, porém, que o subtítulo “Estudos
2. Guatttari F, Rolnik S. Micropolítica: cartografias Populacionais e Prevalência” não denominam corre-
do desejo. Petrópolis: Editora Vozes; 1985. tamente os aspectos metodológicos da revisão ali tra-
3. Negri A, Hardt M. Império. Rio de Janeiro: Record; tados. Estudos que combinaram dados de dois ou três
2001. informantes demonstraram altas taxas de prevalência
– 22 e 24,6% – entre famílias de baixa renda. Assinala-se
ainda que características familiares como mãe solteira,
EPIDEMIOLOGIA DA SAÚDE MENTAL NO BRASIL. ausência paterna, brigas freqüentes entre os pais, têm
Mello MF, Mello AAF, Kohn R, organizadores. sido associadas com atrasos no desenvolvimento men-
Porto Alegre: Artmed; 2007. 207 pp. tal e motor de menores de três anos que freqüentam
ISBN: 85-363-0754-4 creches.
As taxas de prevalência obtidas com instrumentos
Considerando o momento brasileiro de reestruturação de rastreamento variaram de 13,5 a 35% quando pais
da atenção pública em Saúde Mental, e a escassez de ou substitutos foram os únicos informantes. Quando o
informação epidemiológica em nosso meio, a edição próprio adolescente informava, tivemos variações de
do livro Epidemiologia em Saúde Mental no Brasil, or- 12,6% a 13,1%. Sendo o professor informante exclusivo
ganizado por Marcelo Feijó de Mello, Andréa Feijó de ocorria variação entre 8,3 e 10,3%. Usando instrumen-
Mello & Robert Kohn, foi extremamente oportuna por tos diagnósticos e combinando informações de pais,
apresentar um primeiro compilado de estudos brasilei- professores e adolescentes as taxas variaram entre 7 e
ros na temática, preenchendo uma lacuna importante 12,7%.
para o planejamento das ações neste setor, disponibi- No capítulo cinco nos confrontamos com a exten-
lizando indicadores da magnitude dos problemas de são dos transtornos psiquiátricos na população adulta
saúde mental. Todos reconhecem a importância de que brasileira por meio da contribuição de Jair Mari, Miguel
políticas, intervenções ou programas sejam baseados Jorge & Robert Kohn, apresentando índices padroni-
em informação derivada de estudos em saúde mental zados por sexo e idade para cada região do país. Esti-
realizados principalmente no próprio país, permitindo ma-se que dez milhões de pessoas demandam atenção
colaborações proveitosas entre pesquisadores e os en- psiquiátrica especializada. Esses resultados propiciam
volvidos na tomada de decisão. uma estimativa da demanda de saúde mental no Brasil
No primeiro capítulo, Regina Marsiglia e colabo- e das necessidades de serviços para absorvê-la.
radores caracterizam a realidade social brasileira de- No capítulo seis, Sergio Blay et al. apresentam pre-
monstrando indicadores de emprego, renda, pobreza e valências de 7% para demência em maiores de 65 anos,
desigualdade, abordam a questão das políticas públicas e taxa de incidência de 13,8 para cada mil habitantes.
e das disparidades regionais, ficando com o Nordeste Para a doença de Alzheimer encontraram uma incidên-
o pior índice nacional de desenvolvimento humano. cia de 7,7/1.000 habitantes. O nível educacional tem
Sendo que as condições de vida repercutem nos indi- sido apontado como um fator de proteção.
cadores de saúde mental, esta nos pareceu a razão para A epidemiologia do suicídio constitui o capítulo
a inclusão deste primeiro tópico. sete, com Saint-Claire & Neury Botega trazendo uma
Segue-se para o segundo capítulo no qual o Coor- introdução conceitual do fenômeno e revisão do pa-
denador Nacional de Saúde Mental em conjunto com norama internacional. Ocorreram no Brasil 7.861 suicí-
sua equipe, abordam os desdobramentos da Reforma dios em 2003, correspondendo a 1% do total de mortes,
Psiquiátrica e as incursões do Ministério da Saúde para sendo mais freqüentes para os homens entre 20 e 29
realizar a substituição progressiva do leito hospitalar anos e para as mulheres entre 15 e 19. O coeficiente de
pela rede integrada de atenção em saúde mental, pri- mortalidade por 100 mil habitantes tem se mantido em
vilegiando o tratamento em serviços de base comuni- torno de 4 mil. A região sul tem os maiores coeficientes
tária. Dimensiona-se um CAPS para cada 100 mil habi- enquanto o nordeste os menores.
tantes, registrando-se o funcionamento de 689 unida- No capítulo oito, Renato Marchetti & Jose Gallucci
des no país. A assistência de base comunitária para a discutem a epidemiologia da epilepsia, com uma intro-
infância e adolescência surge somente a partir de 2003. dução clara e informativa. Dispõe-se apenas de medi-
No terceiro, Sergio Andreolli apresenta um panora- das de prevalência com estimativas variando entre 0,2
ma da rede nacional de assistência em saúde mental, e 2% da população apresentando uma ou mais crises
analisando indicadores de hospitais e dos Centros de durante a vida. O impacto econômico da epilepsia a
Atenção Psicossocial para avaliar o impacto das medi- colocou como responsável por 1% dos dias perdidos
das comunitárias de atenção. Demonstra que 36% de com doença em todo o mundo. Prevalência de epilep-
redução dos leitos psiquiátricos ao longo de 11 anos fo- sia é aproximadamente 9 vezes maior em unidades de
ram devidos em grande parte à região Sudeste, em opo- atendimento psiquiátrico agudo.
sição à região Norte que se manteve estável com seu A questão da pesquisa em saúde mental na Améri-
número de leitos. Observa ainda que 40% de redução ca Latina é abordada no capítulo nove, no qual Ricardo

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