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MICROECONOMIA

Os Fundamentos da Economia

Escassez e eficiência: Os temas gémeos da economia


O que é a ciência económica? Quais são as principais definições destes
assuntos?

As mais importantes definições de economia são:

 Explora o comportamento dos mercados financeiros.


 Analisa razões porque algumas pessoas ou países têm rendimentos
elevados enquanto outros são pobres.
 Estuda ciclos económicos.
 Estuda o comércio e as finanças internacionais e os impactos da
globalização.
 Observa o crescimento nos países em desenvolvimento e propõe medidas
para melhorar o uso eficiente de recursos
 Questiona como as políticas governamentais podem ser usadas para atingir
objectivos importantes.

Mas em todas as definições podemos encontrar um tema comum:

A economia o estudo da forma como as sociedades utilizam recursos


escassos para produzir bens com valor e como os distribuem entre pessoas
diferentes.

Nesta definição estão duas ideias chave em economia: que os bens são
escassos e que a sociedade deve usar os seus recursos de forma eficiente. A
economia é uma matéria importante devido à existência de escassez e ao desejo de
eficiência.

O nosso mundo é um mundo de escassez, repleto de bens económicos.


Numa situação de escassez, os bens são ilimitados relativamente aos desejos.

Dado a existência de desejos ilimitados, é importante que uma economia


faça o melhor uso dos seus recursos limitados. E isso leva-nos à noção fundamental
de eficiência. Eficiência corresponde à utilização mais efectiva dos recursos de
uma sociedade na satisfação dos desejos e das necessidades da população.

A ciência económica diz que uma economia está a produzir eficientemente


quando não pode aumentar o bem-estar económico de um indivíduo sem
prejudicar o de outro indivíduo qualquer.

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A essência da ciência económica é compreender a realidade da escassez e,
de seguida, prescrever como deve a sociedade organizar-se de um modo que
corresponda ao uso mais eficiente dos recursos.

Microeconomia e Macroeconomia
A microeconomia é o ramo da economia que trata do comportamento de
entidades individuais como os mercados, as empresas e as famílias.

A macroeconomia que tem a ver com o desempenho global da economia. A


macroeconomia examina uma grande variedade de assuntos tais como a
determinação do investimento e do consumo globais.

A lógica da economia
A vida económica é uma enorme e complexa colmeia de actividades. O
objectivo final da ciência economia é compreender essa complexidade.

Os economistas usam uma abordagem científica para compreender a vida


económica.

A economia baseia-se frequentemente em análises e teorias. As abordagens


teóricas permitem aos economistas proceder a amplas generalizações. Os
economistas desenvolveram uma técnica especializada conhecida por
econometria que aplica as ferramentas estatísticas aos problemas económicos.
Com o uso da econometria, os economistas podem tratar grandes quantidades de
dados para extrair relações simples.

“Cabeças Frias ao Serviço de Corações Ardentes”


O objectivo último da ciência económica é melhorar as condições de vida da
sociedade no seu dia-a-dia.

Um mercado livre e eficiente não gera necessariamente uma distribuição de


rendimentos que seja socialmente aceitável. A escolha do melhor caminho para o
progresso económico ou para uma distribuição equitativa do produto de uma
sociedade exige cabeças frias que objectivamente ponderam os custos e os
benefícios das diferentes abordagens, que tentem, tanto quanto é humanamente
possível, manter a análise livre da mácula do espírito ardente.

Qualquer sociedade tem de possuir um modelo de determinar quais os bens


a produzir, como são produzidos esses bens e para quem são produzidos. Estas
três questões de organização económica – o quê, como e para quem – são tão
cruciais actualmente quanto o foram no inicio da civilização humana.

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Economia positiva VS Economia normativa
A economia positiva descreve os factos de ma economia enquanto a
economia normativa envolve juízos de valor.

A fronteira de possibilidades de produção


Os países não podem ter quantidades ilimitadas de todos os bens. Estão
limitados pelos recursos e pela tecnologia que possuem.

Quanto mais a produção é aplicada a actividades militares menos +e o que


fica disponível para consumo e investimento civis.

A fronteira de possibilidades de produção representa as quantidades


máximas de produção que podem ser obtidas por uma economia, dados os seus
conhecimentos tecnológicos e a quantidade de factores de produção disponíveis. A
FPP representa o menu de escolhas disponível para a sociedade.

Um crescimento dos factores de produção ou o progresso do conhecimento


tecnológico permite a um pais produzir mais de todos os bens e serviços,
deslocando a FPP para fora. Os países pobres têm de aplicar a maior parte dos seus
recursos na produção de alimentos enquanto que os países ricos podem usufruir
de mais bens de luxo à medida que o potencial produtivo aumenta.

Custo de oportunidade
A vida está repleta de escolhas. Dado que os recursos são escassos, temos
que pensar constantemente o que fazer com o tempo e o rendimento limitado que
possuímos

O custo de alternativa perdida é o custo de oportunidade de decisão.

Num mundo de escassez, a escolha de uma coisa significa prescindir de


qualquer outra coisa. O custo de oportunidade de uma decisão é o valor do bem
ou do serviço que se prescinde.

Eficiência
A eficiência significa que os recursos da economia estão a ser usados da
forma mais efectiva possível para satisfazer as necessidades e os desejos das
pessoas.

A eficiência produtiva verifica-se quando uma economia não pode produzir


mais de um bem sem que produza menos de um outro bem, isto é, a economia está
sobre a respectiva fronteira de possibilidades de produção. Os pontos que estão
além da fronteira estão na região do impraticável.

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A substituição é a lei da vida numa economia de pleno emprego,
representando a fronteira das possibilidades de produção o menu de escolhas da
sociedade.

Recursos desaproveitados e ineficiência


Quando há recursos não utilizados, a economia não está seguramente na
sua fronteira de possibilidades de produção mas sim no seu interior.

Durante os ciclos económicos ocorre uma fonte de ineficiência.

As depressões do ciclo económico não são as únicas razões para que uma
economia possa estar no interior de uma FPP.

A razão para que estudamos economia é para compreender como as ideias


poderosas da ciência económica se aplicam às questões centrais das sociedades
humanas.

Elementos Básicos da Oferta e da Procura


Os mercados estão sujeitos a períodos de tempestade e de calmaria, e a
evoluir constantemente. Um estudo aprofundado dos mercados revelará certas
forças subjacentes aos movimentos aparentemente erráticos. Para compreender os
preços e as quantidades em cada mercado, é necessário dominar a análise da oferta
e da procura.

A economia tem uma ferramenta muito poderosa para explicar essas


variações no ambiente económico. É a chamada teoria da oferta e da procura. Esta
teoria demonstra com as preferências dos consumidores determinam a procura de
bens pelos consumidores, enquanto os custos das empresas são a base da oferta de
bens.

Função da Procura
A quantidade procurada de um bem depende do seu preço. Quanto maior o
preço de um artigo, mantendo-se o resto constante, menos unidades as pessoas
pretendem comprar. Quanto menos é o preço do mercado, mais unidades são
adquiridas.

Existe uma relação precisa entre o preço do mercado de um bem e a


quantidade procurada desse bem, mantendo-se o resto constante. Esta relação
entre o preço e a quantidade comprada é designada função da procura, ou a
curva da procura.

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Curva da procura
A representação gráfica da função da procura é a curva da procura. No eixo
horizontal representa-se a quantidade procurada, e no eixo vertical representa-se
o preço. A quantidade e o preço estão relacionados de forma inversa, ou seja, Q
aumenta quando P diminui. A curva tem uma inclinação negativa. Esta propriedade
é designada lei da inclinação negativa da procura.

Lei da inclinação negativa da procura: quando o preço de um bem aumenta


(mantendo-se o resto constante), os compradores tendem a consumir menos desse
bem. De forma similar, quando o preço baixa, mantendo-se o resto constante,
aumenta a quantidade procurada.

A quantidade procura tende a diminuir com o aumento dos preços por duas
razões. A primeira é o efeito de substituição. Quando um preço de um bem
aumenta, é substituído por outros produtos similares. A segunda razão porque o
aumento dos preços reduz as quantidades procuradas é pelo efeito rendimento.
Este entra em acção pois, quando o preço sobe, ficamos de certa forma mais pobres
do que anteriormente.

Procura de mercado
A procura de mercado representa a soma de todas as procuras individuais.
A procura de mercado é observável no mundo real.

A curva da procura de mercado é calculada, para cada preço, pela soma das
quantidades procuradas de todos os indivíduos.

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Forças subjacentes à curva da procura
Um variado conjunto de factores influencia a quantidade procurada a um
dado preço: níveis médios de rendimento, a dimensão da população, os preços e a
disponibilidade de outros bem relacionados, os gostos individuais e da sociedade e
influências especiais.

 O rendimento médio dos consumidores. Com o aumento do seu


rendimento, os indivíduos tendem a comprar mais de quase tudo, mesmo
que os preços não se alterem.

 A dimensão de mercado

 Os preços e a disponibilidade de bens relacionados. A procura do bem A


tende a diminuir se o preço do bem substituto B baixar.

 Gostos ou preferências. Os gostos representam uma variedade de


influências culturais e históricas. Podem reflectir necessidades psíquicas e
fisiológicas genuínas. Podem incluir desejos induzidos artificialmente e
pode incluir uma forte dose de tradição ou de religião.

 Influências especiais. Afectam a procura de bens específicos. E as


expectativas acerca das condições económicas futuras, em especial dos
preços, podem ter um impacto importante sobre a procura.

Deslocações na procura
Porque se desloca a curva da procura? Porque se alteram as outras
influências que não a do preço do bem.

O efeito líquido das modificações das causas subjacentes é o que


designamos um aumento na procura.

Quando há alterações noutros factores que não o do preço do próprio bem


que afectem a quantidade procurada, designamos essas alterações por deslocações
na procura. A procura aumenta quando a quantidade procurada em cada preço
aumenta.

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Função da oferta
A função da oferta de um bem mostra a relação entre o seu preço de
mercado e a quantidade desse bem que os produtores estão dispostos a produzir e
a vender, mantendo-se o resto constante.

Curva da oferta
Uma razão importante para a inclinação positiva é a lei dos rendimentos
decrescentes.

Forças subjacentes à Curva da Oferta


Ao examinar as forças que determinam a curva da oferta, o ponto principal
a reter é que os produtores oferecem produtos pelo lucro e não por prazer ou
caridade. Um dos principais elementos subjacentes à curva da oferta é o custo de
produção. Quando os custos de produção são elevados em relação ao preço, as
empresas produzem pouco, direccionam-se para outros produtos ou poderão
simplesmente abandonar a actividade.

Os custos de produção são fundamentalmente determinados pelos preços


dos factores produtivos e pelas tecnologias.

Um determinante igualmente importante dos custos de produção é o


progresso tecnológico que consiste nas alterações que diminuem a quantidade de
factores necessários para produzir a mesma quantidade de produtos.

A oferta é também influenciada pelos preços dos bens relacionados, em


especial dos bens que são produtos alternativos do processo de produção.

A política governamental tem também um papel importante na curva da


oferta.

A estrutura de mercado afecta a oferta e as expectativas sobre os preços


futuros têm muitas vezes um impacto importante sobre as decisões da oferta.

Deslocações na oferta
As empresas estão constantemente a modificar a composição de produtos e
serviços que oferecem.

Quando alterações noutros factores, que não o preço do próprio bem,


afectam a quantidade oferecida, designamos essas alterações por deslocações na
oferta. A oferta aumenta quanto a quantidade oferecida aumenta para cada preço
de mercado.

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Equilíbrio da oferta e da procura
A oferta e a procura interagem para produzir um equilíbrio de preço e de
quantidade ou um equilíbrio de mercado. O equilíbrio de mercado verifica-se
com o preço e a quantidade a que as forças da oferta e da procura se equiparam.
Com o preço de equilíbrio, a quantidade que os consumidores querem comprar é
exactamente igual à quantidade que os vendedores querem vender. A razão
porque o designamos de equilíbrio é porque quando as forças da oferta e da
procura estão equiparadas não há razão para o preço aumentar ou diminuir, desde
que o resto se mantenha constante.

O equilíbrio de mercado ocorre no preço a que a quantidade procurada é


igual à quantidade oferecida. Nesse equilíbrio não há tendência para o preço subir
ou descer. Diz-se também que o preço de equilíbrio é o preço de limpeza de
mercado. Isto significa que todas as ordens de compra e de venda foram satisfeitas,
as carteiras de encomenda estão limpar e os consumidores e os fornecedores estão
satisfeitos.

Equilíbrio com as Curvas da Oferta e da Procura


Encontramos o equilíbrio de mercado procurando o preço com o qual a
quantidade procurada é igual à quantidade oferecida. O preço de equilíbrio
ocorre no ponto C, na intersecção das curvas da oferta e da procura.

Os produtores querem vender mais do que os consumidores pretendem


comprar. O resultado e um excedente, ou excesso da quantidade oferecida sobre
a quantidade procurada indicada.

Com o preço baixo, verifica-se escassez no mercado, ou um excesso da


quantidade procurada em relação à quantidade oferecida. Em situações de
escassez, a concorrência entre7 os consumidores por bens em quantidade
insuficiente causará a subida do preço.

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O equilíbrio da oferta e da procura ocorre no ponto C, onde as curvas da
oferta e da procura se intersectam. Não há escassez nem excedentes, não existe
tendência para o preço subir ou descer. No ponto C, e apenas no ponto C, as forçaa
da oferta e da procura estão balanceadas e o preço foi estabelecido a um nível
sustentável.

O preço e a quantidade de equilíbrio ocorrem quando a quantidade


oferecida desejada é igual à quantidade consumida desejada. Num mercado
concorrencial, este equilíbrio encontra-se na intersecção das curvas da oferta e da
procura. Ao preço de equilíbrio não existem escassez nem excedente.

Efeito de uma deslocação na Oferta ou na Procura


A análise do esquema da oferta e da procura pode se utilizada para prever o
impacto das mudanças nas condições económicas sobre os preços e as
quantidades.

Nos dois exemplos de deslocação – uma deslocação na oferta, e uma


deslocação na procura – alterou-se uma variedade subjacente à curva da oferta ou
da procura. No caso da oferta, pode ter sido uma mudança tecnológica ou nos
preços dos factores. Na deslocação da procura deu-se a variação de uma das
influencias que afectam a procura dos consumidores.

Quando se alteram os elementos subjacentes à procura ou à oferta, isso leva


a deslocações na procura ou na oferta e variações no preço e na quantidade de
equilíbrio de mercado.

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Aplicações da Oferta e da Procura

A elasticidade Preço da Procura e da Oferta


A teoria da oferta e da procura pode ser usada para responder a um leque
alargado de questões práticas.

De forma a tornar as curvas da oferta e da procura em instrumentos


verdadeiramente úteis, necessitamos de conhecer a amplitude da resposta da
oferta e da procura com as variações do preço.

A relação quantitativa entre preço e quantidade procurada é analisada


usando o conceito essencial de elasticidade.

Elasticidade Preço da Procura


A elasticidade preço da procura mede a variação da quantidade
procurada de um bem quando o seu preço varia. A definição precisa de elasticidade
é a variação percentual da quantidade procurada dividida pela variação percentual
do preço.

Quando a elasticidade preço de um bem é elevada, dizemos que o bem tem


uma procura elástica, o que significa que a quantidade da sua procura responde
fortemente às variações do preço. Quando a elasticidade de um bem é fraca diz-se
inelástico pois a quantidade da sua procura responde fracamente às variações do
preço.

A procura de bens que têm substitutos imediatos tender a ter procuras mais
elásticas do que os que não têm substitutos.

O tempo que os indivíduos levam a responder às variações de preço


também tem importância.

A capacidade para ajustar os padrões de consumo implica que as


elasticidades da procura sejam em geral maiores no longo prazo do que no curto
prazo.

Factores económicos determinam a dimensão das elasticidades preço dos


vários bens: as elasticidades tendem a ser maiores quando os bens são de luxo,
quando há substitutos e quando os seus consumidores têm mais tempo para
ajustar o seu comportamento.

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Cálculo de Elasticidades
Podemos calcular a elasticidade se pudermos observar qual a variação da
quantidade procurada quando o preço se altera. A definição precisa de elasticidade
preço, Ep, é a variação percentual da quantidade procurada dividida pela variação
percentual do preço.

Podemos calcular numericamente o coeficiente da elasticidade preço de


acordo com a fórmula:

Elasticidade preço da procura = Ep

𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑛𝑎 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎


=
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑛𝑜 𝑝𝑟𝑒ç𝑜

Diferentes categorias de elasticidade preço:

 Quando a variação de 1% no preço corresponde a uma variação superior a


1% na quantidade procurada, o bem tem uma procura elástica em relação
ao preço.
 Quando uma variação de 1% no preço corresponde a uma variação inferior
a 1% na quantidade procurada, o bem tem uma procura rígida em
relação ao preço.
 O caso da procura com elasticidade unitária ocorre quando a
percentagem de variação da quantidade é exactamente a mesma
percentagem de variação do preço.

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O cálculo de elasticidades é de certa forma complicado, sendo de salientar três
pontos importantes em que tem que ter especial cuidado.

 Retira-se os sinais negativos dos valores, tratando-se assim tidas as


variações percentuais como positivas.
 A variação percentual do preço e da procura em vez da variação absoluta.
 Usa-se a média para o cálculo de variações percentuais do preço e da
quantidade.

A fórmula exacta para o cálculo da elasticidade é:

𝛥𝑄 𝛥𝑝
Ep= +
(𝑄1+𝑄2)/2 (𝑃1+𝑃2)/2

Em que P1 e Q1 representam o preço e a quantidade originais e P2 e Q2


representam os novos preço e quantidade.

Elasticidade Preço em Gráficos


É possível determinar elasticidades preço graficamente.

Acima do ponto médio M de qualquer linha recta, a procura é elástica, Ep>1.


No ponto central, a procura tem uma elasticidade unitária, com Ep=1. Abaixo do
ponto médio, a procura é rígida, com Ep<1.

Os casos extremos de procura perfeitamente elástica e perfeitamente rígida


podem ser determinados a partir apenas das inclinações das curvas da procura,
para os casos intermédios, que correspondem praticamente a todos os bens, as
elasticidades não podem ser deduzidas apenas das inclinações.

Uma regra simples que permite calcular a elasticidade preço de uma curva
da procura é: a elasticidade de uma linha recta num ponto é dada pelo quociente
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entre o comprimento do segmento de recta abaixo do ponto e o comprimento do
segmento de recta acima do ponto.

Elasticidade e Receita
A receita total é por definição igual ao preço vezes a quantidade( P x Q ). Se
conhecer a elasticidade do preço da procura sabe o que acontece à receita total
quando o preço se altera:

 Quando a procura é rígida em relação ao preço, uma redução do preço


reduz a receita total.
 Quando a procura é elástica em relação ao preço, uma redução do preço
aumenta a receita total.
 No caso da fronteira de procura com elasticidade unitária, uma redução do
preço não tem qualquer efeito na receita total.

Procura e Comportamento do consumidor

Escolha e Teoria da Utilidade


Ao explicar o comportamento do consumidor, a economia baseia-se na
premissa fundamental de que as pessoas escolhem os bens e os serviços a que
atribuem mais valor.

Utilidade significa satisfação. A partir a noção de utilidade foram capazes


de deduzir a curva da procura e explicar as suas propriedades. Os consumidores
fazem a hierarquia dos diferentes bens e serviços.

A utilidade é antes uma construção científica que os economistas usam


para compreender como os consumidores racionais repartem os seus recursos
limitados entre os bens que lhes proporcionam satisfação.

Na teoria da procura, dizemos que as pessoas maximizam a sua utilidade, o


que significa que escolhem o conjunto de bens que mais lhe agrada.

Utilidade Marginal e a Lei da Utilidade Marginal Decrescente


A expressão marginal é um termo-chave em economia e significa sempre
adicional ou extra. A utilidade marginal corresponde à utilidade adicional que se
consegue com o consumo de uma unidade adicional de um bem.

A lei da utilidade marginal decrescente afirma que à medida que uma


pessoa consome cada vez mais de um bem, a utilidade adicional ou marginal
diminui.

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A utilidade tende a aumentar para si se consumir mais de um bem. Contudo,
de acordo com a lei da utilidade marginal decrescente, ao consumir cada vez mais,
a sua utilidade total crescerá a uma taxa cada vez menor. O crescimento da
utilidade total abranda porque a sua utilidade marginal diminui com o aumento do
consumo do bem. A utilidade marginal decrescente resultado facto do prazer do
consumo de um bem se reduzir à medida que o consumo desse bem for
aumentando.

Princípio da Igualdade Marginal: Utilidade Marginal Igual por


Unidade Monetária para Todos os Bens
Queremos utilizar a teoria da utilidade para explicar a procura do
consumidor e para compreender a natureza das curvas da procura. Admitimos que
cada consumidor maximiza a sua utilidade, o que significa que o consumidor
escolhe entre os cabazes de bens disponíveis o cabaz preferido.

Principio da igualdade marginal segundo o que cada um deveria organizar o


seu consumo de modo que o ultimo euro gasto em cada bem lhe proporcione a
mesma utilidade marginal. Nessa situação atingiria a satisfação ou utilidade das
suas compras.

Princípio da igualdade marginal: a condição fundamental da satisfação ou


utilidade máxima é o princípio da igualdade das utilidades marginais por unidade
monetária. De acordo com o mesmo, um consumidor com um rendimento fixo e
perante os preços de mercado atingiria a satisfação, ou utilidade máxima, quando a
utilidade marginal da ultima unidade monetária despendida em cada bem é
exactamente igual à utilidade marginal da ultima unidade monetária despendida
em qualquer outro bem,

A utilidade marginal por unidade monetária comum a todos os bens que


participam no equilíbrio do consumidor é designada a utilidade marginal do
rendimento. Quantifica a utilidade adicional que seria obtida se o consumidor
pudesse usufruir do consumo de uma unidade monetária suplementar.

Esta condição fundamental do equilíbrio do consumidor pode ser expressa


em termos da utilidade marginal (UM) e preços (P) dos diferentes bens da seguinte
forma:
UMbem1 UMbem2 UMbem3
= = = UM por unidade de rendimento
P1 P2 P3

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Porque razão as Curvas da Procura Têm Inclinação Negativa
Não havendo qualquer variação da quantidade consumida, o primeiro
quociente será inferior à UM por unidade monetária de todos os outros bens. O
consumidor terá portanto de reajustar o consumo do bem 1. Fará isso através da
redução do consumo do bem 1, aumentando assim a UM do bem 1, até que no novo
e menor possível de consumo do bem 1, a nova utilidade marginal por unidade
monetária despendida no bem 1 seja a outra vez igual à UM por unidade monetária
despendida nos outros bens.

O aumento do preço de um em reduz o consumo desejado pelo consumidor


em relação a esse bem; isto mostra porque razão as curvas de procura têm
inclinação negativa.

Uma Abordagem Alternativa: Efeito Substituição e Efeito


Rendimento
As curvas de indiferença usam uma forma rigorosa e consistente de
enunciar os principais postulados acerca do comportamento do consumidor. Esta
abordagem ajuda igualmente a explicar os factores que tendem a aumentar ou a
diminuir a resposta da quantidade procurada ao preço – a elasticidade preço da
procura.

A análise da indiferença investiga o efeito de substituição e o efeito


rendimento resultantes de uma variação no preço.

Efeito Substituição
O factor mais óbvio para a explicação das curvas de procura com inclinação
negativa é o efeito de substituição

Em geral, segundo o efeito de substituição quando o preço de um bem


aumenta os consumidores tendem a substituí-lo por outros bens menos caros a fim
de atingir a satisfação desejada de uma forma mais barata.

Por este processo de substituição, as empresas podem produzir uma dada


quantidade de produto ao menor custo total. De forma semelhante, quando os
consumidores optam por bens menos caros, o que estão a fazer é comprar uma
dada quantidade de satisfação a um custo menor.

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Efeito Rendimento
Quando o rendimento monetário é fixo, um aumento do preço é igual a uma
redução do seu rendimento real.

Quando um preço aumenta e os rendimentos monetários são fixos, os


rendimentos reais dos consumidores diminuem porque não conseguem adquirir a
mesma quantidade de bens que antes adquiriam. Isto origina o efeito rendimento
de um bem. Este termo corresponde ao quociente entre a variação percentual do
rendimento, mantendo o resto constante. As elasticidades rendimento elevadas,
indicam que a procura desses bens aumenta rapidamente à medida que o
rendimento cresce. Elasticidades rendimento pequenas, indicam uma resposta
fraca da procura ao aumento do rendimento.

Os efeitos rendimento e substituição combinam-se para determinar as


principais características das curvas da procura dos diferentes bens. Em
determinadas circunstâncias, a curva da procura resultante tem uma grande
elasticidade preço, como quando o consumidor despende muito no bem e existem
disponíveis sucedâneos imediatos. Neste caso, tanto o efeito rendimento como o
efeito substituição são fortes e a quantidade procurada reage fortemente ao
aumento do preço.

Da Procura Individual à Procura de Mercado


A curva da procura de um bem para a totalidade do mercado é obtida pela
soma das quantidades procuradas por todo os consumidores. Cada consumidor
tem uma curva da procura ao longo da qual a quantidade procurada pode ser
relacionada com o preço.

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Para obter a curva do mercado total, temos que calcular a soma total de
tudo o que todos os consumidores consumirão para cada nível de preço. Podemos
depois representar essa soma total como um ponto da curva de procura de
mercado.

Podemos construir um quadro numérico da procura com a soma das


quantidades procuradas por todos os indivíduos para cada preço de mercado.

A curva da procura de mercado é a soma das procuras individuais para cada


nível de preço.

Deslocações na procura
Um aumento do rendimento tende a incrementar a quantidade que estamos
dispostos a comprar da maior parte dos produtos. Os bens de primeira
necessidade tendem a ter, em relação à variação do rendimento, uma reposta
inferior à da maior parte dos bens, enquanto que os bens de luxo tendem a ser
mais sensíveis ao rendimento. E existem alguns bens anormais, conhecidos como
bens inferiores, cujas vendas podem diminuir com o aumento do rendimento
porque as pessoas têm a possibilidade de os substituir por outros bens que gostam
mais.

A curva da procura mostra como a quantidade procurada de um bem


responde à variação do seu próprio preço. Mas a procura é também afectada pelos
preços dos outros bens, pelos rendimentos dos consumidores e por influências
especiais. A curva da procura foi elaborada no pressuposto de que estas outras
coisas se mantinham constantes.

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Com o aumento do rendimento, os consumidores em geral pretendem uma
maior quantidade de um bem, assim aumentando ou fazendo deslocar para fora a
procura. Um aumento no preço de um bem sucedâneo, aumenta ou faz deslocar a
curva da procura.

Substitutos e Complementares
Os bens A e B são substitutos se um aumento de o preço A implica o
aumento da procura de um bem sucedâneo B.

São ditos complementar porque o aumento no preço do bem A causa a


diminuição na procura dos seu bem complementar B. Entre os dois estão os bens
independentes em que a variação do preço de um bem não tem qualquer efeito na
procura do outro.

O Paradoxo do Valor
Quanto mais abundante for um bem, menor é o desejo relativo da sua última
unidade. A abundância que empurra as utilidades marginais para níveis muito
baixos e que assim reduzem o preço desses bens essenciais.

A diferença entre a utilidade total de um bem e o seu valor de mercado total


é designado por excedente do consumidor. O excedente verifica-se por recebermos
mais do que pagamos por em resultado da lei da utilidade marginal decrescente.

Pela lei fundamental da utilidade marginal decrescente, as primeiras


unidades valem mais para nós do que a última. Deste modo, beneficiamos de um
excedente de utilidade cada uma dessas primeiras unidades.

Dado que pagam por todas as unidades o preço da última unidade


consumida, os consumidores beneficiam de um excedente de utilidade, além do
custo. O excedente do consumidor corresponde ao valor suplementar que os
consumidores obtêm para além daquilo que pagam pelo bem.

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Produção e Organização empresarial
As empresas decidem quais os factores de produção a utilizar na produção
com base no custo e a produtividade dos vários factores. Utilizaremos a teoria da
produção e dos custos para mostrar como as empresas decidem qual a quantidade
a produzir.

Teoria da Produção e Produtos Marginais

Função Produção
A relação entre a quantidade necessária de factores de produção e a
quantidade de produto que pode ser obtida é designada por função produção.

A função produção determina a quantidade máxima de produto que pode


ser produzida com uma dada quantidade de factores de produção. É definida para
um dado estado de tecnologia e do conhecimento tecnológico.

Em áreas da economia em que a tecnologia evolui rapidamente, as funções


produção podem tornar-se obsoletas ante de terem sido usadas. O conceito de
função produção é uma forma útil de descrever as capacidades de uma empresa.

Produto Total, Médio e Marginal


A partir da função produção de uma empresa podemos calcular três
conceitos de produção importantes: produto total, médio e marginal. Começamos
por calcular o produto física total, ou produto total, que designa a quantidade
total produzida do produto, em unidades físicas tais como toneladas de trigo ou
número de sapatos.

O produto marginal de um factor de produção é o produto adicional


gerado por uma unidade adicional desse factor, mantendo os restantes factores
constantes.

O produto médio é igual ao produto total dividido pela totalidade de


unidades do factor de produção.

Lei dos Rendimentos Decrescentes


Segundo a lei dos rendimentos decrescentes, obteremos cada vez menos
produto adicional à medida que acrescentamos doses adicionais de um factor,
mantendo fixos os outros factores de produção. Ou seja, mantendo constantes
todos os restantes factores produtivos, o produto marginal de cada unidade de

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factor de produção reduzir-se-á com o aumento da quantidade utilizada desse
factor.

Quanto mais de um factor, como o trabalho, e acrescentado a uma


quantidade fixa de terra, de maquinaria e de outros factores, menos é a quantidade
dos outros factores que o trabalho tem para trabalhar. A terra fica cada vez mais
ocupada por trabalhadores, a maquinaria fica demasiado utilizada e o produto
marginal do trabalho diminui.

Os rendimentos decrescentes são um factor-chave na explicação da razão


porque muitos países na Ásia são tão pobres. Os níveis de vida nos populosos da
Índia e Bangladesh são baixos pelo facto de haver tantos trabalhadores por hectare
de terra, e não porque os agricultores sejam ignorantes ou não respondam aos
incentivos económicos.

A lei dos rendimentos decrescentes é uma regularidade empírica


amplamente observada e não uma verdade universal como a lei da gravidade. Além
de que os rendimentos decrescentes podem não se verificar em todos os níveis de
produção. As primeiras unidades de trabalho podem de facto apresentar produtos
marginais crescentes.

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Rendimentos à Escala
Os rendimentos decrescentes e os produtos marginais referem-se à
resposta da produção a um aumento de um único factor de produção quando todos
os outros se mantêm constantes.

Os rendimentos à escala devem ser distinguidos três casos importantes:

 Rendimentos constantes à escala referem-se ao caso em que uma


variação de todos os factores leva a uma variação proporcional da
produção.
 Rendimentos crescentes à escala ocorrem quando um aumentos de todos
os factores produtivos leva a um aumento mais do que proporcional do
nível de produção.
 Rendimentos decrescentes à escala ocorrem quando um aumento
proporcional de todos os factores de produção leva a um aumento menos de
que proporcional do produto total.

A produção apresenta rendimentos crescentes, decrescentes ou constantes à


escala quando um aumento proporcional de todos os factores produtivos leva a um
aumento mais do que proporcional, menos do que proporcional ou igualmente
proporcional do produto, respectivamente.

Uma das descobertas mais comuns da engenharia é a que as modernas técnicas


de produção em massa exigem que as fabricas tenham uma certa dimensão
mínima.

A produção em larga escala permite o uso intensivo de equipamento


especializado, automação e desenho e produção com apoio de computador para a
execução rápida de tarefas simples e repetitivas.

A tecnologia da informação apresenta com frequência grandes economias de


escala.

Economias de escala elevadas originam empresas com um poder de mercado


significativo, o que por vezes coloca problemas importantes de politica publica.

Curto Prazo e Longo Prazo


A produção exige não só trabalho e terra mas também tempo.

Para ter em conta o papel do tempo na produção e nos custos, distinguimos


dois períodos de tempo. Definimos curto prazo como um período no qual as
empresas podem ajustar a produção com a alteração dos factores variáveis, tais
como matérias-primas e trabalho, mas em que não podem alterar os factores fixos,

21
como o capital, e o longo prazo como um período suficientemente longo para que
todos os factores, incluindo o capital, possam ser ajustados.

Os factores que são aumentados no curto prazo são designados factores


variáveis.

Os factores fixos são aqueles que não podem ser alterados no curto prazo
devido às condições físicas ou a contratos firmados. O período de tempo em que
todos os factores produtivos, fixos e variáveis, podem ser ajustados é designado de
longo prazo.

A produção eficiente exige tempo, assim como factores produtivos


convencionais, como o trabalho. Distinguimos portanto dois períodos de tempo
diferentes na analise de produção e dos custos. O curto prazo é o período de
tempo em que apenas alguns factores produtivos podem ser ajustados. No curto
prazo, os factores fixos, tais como edifícios e equipamento, não podem ser
completamente modificados ou ajustados. O longo prazo é o período em que todos
os factores produtivos utilizados pela empresa, incluído o capital, podem ser
alterados,

Progresso Tecnológico
A historia económica regista que a produção total nos EUA mais do que
decuplicou desde o inicio do século. Parte deste ganho derivou do aumento dos
factores produtivos, como o trabalho e o equipamento. Mas uma grande parte do
aumento produto derivou do progresso tecnológico que aumenta a produtividade
e os níveis de vida.

Produtividade
O conceito de produtividade consiste no quociente entre o produto total e a
media ponderada dos factores, Há duas variantes que são a produtividade do
trabalho, que é a quantidade de produção por unidade de trabalho, e a
produtividade total dos factores que é a produção por unidade da totalidade dos
factores.

22
Análise de Custos

Análise Económica dos Custos

Custo Total: Fixo e Variável

O quadro mostra o custo total (CT) para cada nível diferente de produção q.
Observando as colunas (1) e (4), vemos que CT aumenta quando Q aumenta. Isto
faz sentido porque é necessária maior quantidade de trabalho e de outros factores
para produzir mais de um bem; factores adicionais envolvem custos monetários
adicionais.

Custo Fixo
As colunas (2) e (3) do quadro decompõem o custo total em duas
componentes: o custo fixo total (CF) e o custo variável total (CV). Os custos fixos de
uma empresa são os custos que são designados de custos irreversíveis englobam
rubricas tais como rendas de fábricas ou de escritórios, pagamentos contratuais de
equipamentos, juros de empréstimos, salários de empregados com contratos de
longo prazo, etc. Têm que ser pagos ainda que a empresa não produza nada e não
variam mesmo que a produção se altere.

Custo Variável
Os custos variáveis são os que variam quando o nível de produção se altera.
Neles incluem-se as matérias-primas exigidas para a produção, os trabalhadores
das linhas de montagem, a energia para fazer funcionar a fábrica, etc.

Por definição, o CV começa em zero quando q é zero. O CV é a parte do CT


que aumenta com a produção, de facto, a variação do CT entre quaisquer dois
níveis de produção é igual à variação do CV.

23
Estes conceitos de custos resumem-se assim:

 O Custo Total representa a menor despesa monetária total necessária para


produzir cada nível de produção q. O CT aumenta quando q aumenta.
 O Custo Fixo representa a despesa monetária que é suportada mesmo que
não haja qualquer produção, o custo fixo não é afectado por qualquer
variação da quantidade produzida.
 O Custo Variável representa a despesa que varia com o nível de produção.

Por definição verifica-se sempre

CT=CF + CV

Definição de Custo Marginal


O custo marginal (CMa) representa o custo adicional, ou suplementar, com
a produção de uma unidade adicional de produto.

Podemos também obter os valores da CMa subtraindo cada valor de CV, na


coluna (3) do quadro, o CV na linha imediata. Porque o custo variável cresce
sempre exactamente como o custo total, com a única diferença do CV, por
definição, ter de começar no valor zero em vez de partir do nível constante do CF.

O custo marginal de produção é o custo adicional decorrente da produção


de uma unidade adicional.

Representação Gráfica do Custo Marginal

A figura ilustra o custo total e o custo marginal. Mostra que o CT está


relacionado com o CMa da mesma forma que o produto total está relacionado com
o produto marginal ou que a utilidade total está relacionada com a utilidade
marginal.

24
Custo Médio ou Unitário
O custo médio (CMe) é um conceito amplamente utilizado nas empresas. Ao
comparecerem o custo médio com o preço, ou a receita média, as empresas podem
determinar se estão, ou não, a gerar lucro. O custo médio é o custo total dividido
pelo número de unidades produzidas.

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑇
Custo médio = = = CMe
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑞

Custo Fixo e Variável Médio


Tal como subdividimos o custo total em custo fixo e variável, também
podemos subdividir o custo médio nas componentes fixa e variável. O custo fixo
médio (CFM), é definido como CF/q. O custo total é uma constante, se a dividirmos
por uma produção crescente obtemos uma curva continuamente decrescente do
custo fixo médio, à medida que uma empresa vende uma quantidade maior de
produto, pode distribuir o seu custo fixo por cada vez mais unidades.

O custo variável médio (CVM) é igual ao custo variável dividido pela


produção, ou seja CVM=CV/q.

25
Custo Médio Mínimo
Existe uma ligação importante entre o CMa e o CMe: quando o CMa de uma
unidade adicional de produto está abaixo do seu CMe então o seu CMe está a
diminuir. E quando o CMa está acima do CMe, o CMe está a aumentar. No ponto em
que o CMa é igual ao CMe, a curva CMe está na horizontal. Para a curva em U típica
do CMe, o ponto em que o CMa é igual ao CMe é também o ponto em que o CMe
atinge o seu nível mínimo.

Regras importantes:

 Quando o custo marginal é inferior ao custo médio, o custo médio está a


diminuir.
 Quando o CMa é superior ao CMe, o CMe está a aumentar.
 Quando o CMa é igual ao CMe, o CMe não está a aumentar nem a diminuir e
atingiu o ponto mínimo. Portanto, no ponto inferior da curva de CMe em
forma de U, CMa=CMe=mínimo de CMe.

Uma empresa que procura o menor custo médio de produção deve conhecer o
nível de produção em que os custos marginais são iguais aos custos médios.

Ligação entre Produção e Custos


A curva de custo de uma empresa depende fortemente da função produção
da empresa. Se conhecer os preços dos factores produtivos e a função produção,
pode calcular a curva de custo. Suponha que uma empresa deseja produzir um
certo nível de produção. A função produção dir-nos-á qual é a combinação menos
dispendiosa dos factores produtivos que a empresa pode escolher e que pode dar
aquele nível de produção. Quando calculamos o custo total da combinação menos
dispendiosa de factores para todos os níveis de produção possíveis teremos o
custo total.

Escolha dos Factores Produtivos pela Empresa

Produtos Marginais e Regra do Custo Mínimo


Todas as empresas devem decidir como produzir o seu produto.

O pressuposto de minimização de custos faz de facto sentido não apenas


para as empresas perfeitamente concorrenciais como para as monopolistas, ou até
mesmo para organizações não lucrativas. Estabelece simplesmente que a empresa
deve diligenciar para produzir o seu produto ao custo mais baixo possível e, assim,
obter a máxima receita liquida que possa ser aplicada em lucros para outros fins.

26
Uma forma simples de encontrar a combinação de custo mínimo é começar
por calcular o produto marginal de cada factor. A seguir divide-se o produto
marginal de cada factor pelo seu preço. Assim obtém-se o produto marginal por
unidade monetária de factor produtivo.

A combinação de factores como o custo mínimo ocorre quando o produto


marginal por unidade monetária de factor é igual para todos os factores. Isto é, as
contribuições marginais para o produto por cada unidade monetária de trabalho
têm de ser exactamente iguais.

Seguindo este raciocínio, uma empresa minimizará o seu custo total de


produção quando o produto marginal por unidade monetária de factor produtivo
for igual para todos os factores produtivos. Esta é designada regra do custo
mínimo.

Regra do custo mínimo: para produzir um determinado nível de produto


ao custo mínimo, uma empresa deve comprar factores produtivos até que tenha
igualado o produto marginal por unidade monetária gasta em cada factor
produtivo. Isto implica que

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑇 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐴


=
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑇 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝐴

Esta regra para as empresas é exactamente análoga à dos consumidores


quando maximizam as utilidades.

Uma das formas de entender a regra do custo mínimo é a seguinte:


subdivida cada um dos factores em unidade que valham 1€ cada uma. Então a
regra do custo mínimo estabelece que tem de ser igualado o produto marginal de
cada unidade monetária dos factores produtivos.

Um corolário da regra do custo mínimo é a regra da substituição.

Regra da substituição: Se o preço de um factor baixa enquanto os de todos


os outros se mantêm constantes, as empresas lucrarão com a substituição de todos
os outros factores pelo factor que embarateceu até que os produtos marginais por
unidade monetária sejam iguais para todos os produtos.

27
Custo de oportunidade
Um dos princípios básicos em economia é o de que os recursos são escassos.
Isto significa que, sempre que decidimos utilizar um recurso de uma forma,
estamos a prescindir da oportunidade de usá-lo de outro modo.

A melhor alternativa perdida é designada por custo de oportunidade

O custo de oportunidade de uma decisão inclui todas as suas consequências,


quer reflictam transacções ou não.

As decisões têm custos de oportunidade porque escolher uma coisa num


mundo de escassez significa prescindir de qualquer outra coisa. O custo de
oportunidade é o valor do bem, ou serviço, mais valioso que se perdeu.

As decisões das empresas também têm custos de oportunidade.

Em geral, as das empresas incluem apenas as transacções em que o dinheiro


muda de facto de mãos. O economista tenta sempre “levanto o véu do dinheiro”
para descobrir as consequências reais que estão subjacentes aos fluxos monetários
e a quantificar os verdadeiros custos dos recursos de uma actividade. Os
economistas incluem portanto todos os custos, quer monetários quer não.

Custo de oportunidade e mercados


Num mercado a funcionar correctamente, quando todos os custos são tidos
em conta, o preço é igual ao custo de oportunidade.

Quando o mercado se aproxima da concorrência perfeita, as ofertas


aproximam-se cada vez mais até que, no limite, a segunda melhor oferta é
exactamente igual à oferta mais elevada. Em mercados concorrenciais, numerosos
compradores competem pelos recursos até ao ponto em que o preço é arrematado
pela melhor alternativa disponível e é portanto igual ao custo de oportunidade.

O conceito de custo de oportunidade é particularmente importante quando


se está a analisar transacções que têm lugar fora dos mercados.

O custo de oportunidade é portanto uma medida do que se perdeu quando


tomamos uma decisão.

Os custos económicos incluem, para além dos custo monetário explicito, os


custos de oportunidade que ocorrem pelo facto dos recursos poderem ser usados
de formas alternativas.

28
Teoria da Produção e dos Custos e Decisões da Empresa

Função Produção Numérica


A teoria da produção e a análise dos custos tem as suas raízes no conceito e
função e produção que representa a quantidade máxima de produto que pode ser
obtida com várias combinações de factores produtivos.

Lei do Produto Marginal Decrescente


O quadro pode facilmente ilustrar a lei dos rendimentos decrescentes. O
produto marginal do trabalho é a produção adicional resultante de 1 unidade de
trabalho quando os outros factores se mantêm constantes. Em qualquer ponto do
quadro pode-se encontrar o produto marginal do trabalho subtraindo a produção
do número à sua direita na mesma linha.

Segundo a lei dos rendimentos decrescentes quando aumentamos a


quantidade de um factor, mantendo o resto constante, o produto marginal do
factor que varia irá, pelo menos, a partir de um certo ponto, diminuir.

Rectas de Igual Custo


A empresa minimizará os seus custos quando seleccionar o ponto da sua
curva de igual produto que corresponda ao menor custo. Uma técnica fácil para
encontrar o método de produção de custo mínimo é desenhar rectas de igual custo.

29
Curvas de Igual Produto e Recta de Igual Custo: Tangencia de
Custo Mínimo
Conjugando as linha e igual produto e de igual custo podemos determinar a
posição óptima, ou de custo mínimo, da empresa. A combinação óptima de factores
produtivos ocorre no ponto em que uma dada produção pode ser produzida ao
custo mínimo. Para encontrar esse ponto basta sobrepor a curva de igual produto à
família das rectas de igual custo.

A empresa continuará a mover-se ao longo da curva convexa desde que


possa ir passando a recta de menos custo. O seu equilíbrio será portanto em C,
onde a curva de igual produto toca a recta de igual custo mais baixa. Este é um
pronto de tangencia onde a inclinação da curva de igual produto é exactamente
igual à inclinação da recta de igual custo, onde ambas apenas se tocam.

A inclinação das rectas de igual custo é P1/PA.

A inclinação de uma linha curva num ponto é a inclinação da linha recta


tangente à curva no ponto em questão. Para a curva de igual produto, esta
inclinação é o “rácio de substituição” entre os dois factores produtivos. Este
depende dos produtos marginais relativos dos dois factores, designadamente
PM1/PMA, tal como o rácio de substituição entre dois bens ao longo da curva de
indiferença do consumidor foi anteriormente mostrado que era igual ao rácio de
utilidades marginais dos dois bens.

30
Condições do Custo Mínimo
1 - O quociente entre os produtos marginais de dois quaisquer factores produtivos
tem de ser igual ao quociente entre os seus preços:

𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜


Rácio de substituição = =
𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎

= inclinação da curva de igual produto =

𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜
=
𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎

2- Podemos expressar a condição de 1 de uma forma diferente e mais evidente. A


partir da última equação deduz-se que o produto marginal por unidade monetária
obtido da unidade monetária despendida tem de ser o mesmo para todos os
factores produtivos:

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐿 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐴


=
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝐿 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝐴

31
Análise de Mercados Perfeitamente Concorrenciais

Comportamento de Oferta da Empresa Concorrencial

Comportamento de uma Empresa Concorrencial


Na análise do comportamento de oferta de empresas perfeitamente
concorrenciais, consideramos duas hipóteses. Primeiro, admitimos que a nossa
empresa concorrencial maximiza os lucros. Segundo, observamos que a
concorrência perfeita é cosmos de empresas que aceitam o preço.

Maximização do Lucro
Os lucros totais são iguais às receitas totais menos os custos totais. Os
lucros são como o rendimento disponível de uma empresa. Representam o
montante que uma empresa pode pagar em dividendos aos proprietários,
reinvestir em novas fábricas ou equipamentos, ou aplicar em investimentos
financeiros.

A maximização do lucro exige da empresa a gestão eficiente da sua


actividade interna e tomar decisões acertadas do trabalho.

Dado que os lucros envolvem tanto custos como receitas, as empresas tem de ter
um bom conhecimento da sua estrutura de custos.

Concorrência Perfeita
A concorrência perfeita é o mundo dos “aceitantes de preço”. Uma empresa
perfeitamente concorrencial vende um produto homogéneo. É tão pequena em
relação ao seu mercado que não pode influenciar o preço de mercado: apenas
aceitar o preço como um dado.

Podemos representar um aceitante de preço perfeitamente concorrencial


pelo exame da forma como a procura tem em conta uma empresa concorrencial. A
figura mostra o contraste entre a curva da procura de um sector de actividade( a
curva DD) e a curva da procura com que se defronta a única empresa concorrencial
( curva dd). Dado que no sector de actividade concorrencial existem inúmeras
empresas que são pequenas em relação ao mercado, o segmento da curva da
procura referente à empresa não e mais do que um pequeno segmento da curva do
sector de actividade.

Dado que as empresas concorrenciais não podem influenciar o preço, o


preço de cada unidade vendida é a receita adicional que a empresa obtém.

32
Pontos chave:

1 – Em concorrência perfeita, há muitas empresas pequenas a produzir um


produto idêntico e cada uma é demasiado pequena para influenciar o preço de
mercado.

2- O concorrente perfeito confronta-se com uma curva de procura completamente


horizontal.

3- A receita adicional resultante de cada unidade adicional é, portanto, o preço de


mercado.

Oferta Concorrencial em que o Custo Marginal é Igual ao Preço


O nível de produção que maximiza o lucro ocorre no ponto em que o custo
marginal é igual ao preço.

A razão que está subjacente a esta afirmação é que a empresa concorrencial


pode sempre fazer lucro adicional desde que o preço seja maior do que o csto
marginal da última unidade. O lucro total atinge o seu pico – é maximizado –
quando já não há qualquer lucro adicional que possa ser ganho com a venda de
mais produto. No ponto de lucro máximo, a ultima unidade produzida proporciona
uma receita exactamente igual ao seu custo. A receita adicional é o preço por
unidade, o custo adicional é o custo marginal.

33
Regra para a oferta de uma empresa em concorrência perfeita: a empresa
maximizará o lucro quando a produção estiver no nível em que o custo marginal é
igual ao preço:

Custo marginal = preço ou CMa = P

A curva de custo marginal da empresa pode ser utilizada para encontrar o


respectivo nível de produção: o produto que maximiza o lucro ocorrerá onde o
preço intersecta a curva de custo marginal.

Quando a empresa tem lucro nulo as receitas totais são iguais aos custos
totais.

O ponto B é o ponto crítico que corresponde ao nível de produção com o


qual a empresa tem um lucro igual a zero; no ponto crítico o preço é igual ao custo
médio. Pelo que as receitas apenas cobrem os custos.

Podemos calcular o prejuízo, se a empresa erradamente produzir A.

A regra geral é:

Uma empresa para maximizar o lucro fixará a sua produção no nível em que
o custo marginal é igual ao preço. Graficamente, isto significa que a curva de custo
marginal da empresa é igualmente a sua curva de oferta.

34
Comportamento de Ofertas em Sectores Concorrenciais

Soma de Todas as Curvas de Oferta para Obter a Oferta de


Mercado
A curva da oferta de mercado de um bem obtém-se somando
horizontalmente as curvas de oferta de todos os produtores individuais desse bem.

A Figura é uma ilustração disto para duas empresas. Para obter a curva da
oferta SS do sector, somamos horizontalmente, para cada preço, as curvas da oferta
ss de todas as empresas.

Portanto a curva da oferta da indústria, resulta da soma das duas ofertas.

A soma horizontal da produção para cada preço dá-nos a curva da oferta do sector
de actividade.

35
Equilíbrio de Curto Prazo
No curto prazo as deslocações da procura originam maiores ajustamentos
de preço e menores ajustamentos de quantidade do que no longo prazo. Podemos
entender esta observação fazendo a distinção, em relação ao equilíbrio de
mercado, de dois períodos de tempo que correspondem a diferentes categorias de
custo: (1) equilíbrio de curto prazo, quando qualquer variação da produção tem de
usar a mesma quantidade fixa de capital e (2) equilíbrio de longo prazo, quando o
capital e todos os outros factores são variáveis e existe liberdade de entrar ou sair
da actividade.

36
Ofertas de Longo Prazo de um Sector de Actividade
Qual é a forma da curva de oferta de longo prazo de um sector? Suponha
que num sector é livre a entrada de empresas idênticas. Se as empresas idênticas
utilizam factores produtivos genéricos, tais como trabalho não especializado, que
podem ser atraídos do vasto oceano de todos os outros usos sem afectar o preço
desses factores, estamos perante o caso dos custos constantes mostrado pela curva
de oferta horizontal SL SL.

Pelo contrário, suponha que alguns dos factores produtivos utilizados no


sector têm uma oferta relativamente pequena.

Então, a curva de oferta para os sectores têm de ter inclinação positiva


como é representado pela SL SL ‘.

Porque razão deve a curva de oferta de longo prazo dos sectores com
factores escassos ser ascendente? Temos de invocar a lei dos rendimentos
decrescentes. Cada dose de trabalho custa o mesmo salário, de modo que o CMa
aumenta. Este aumento de longo prazo do CMa significa que a curva de oferta de
longo prazo tem de estar a subir.

37
O Longo Prazo num Sector Concorrencial
No longo prazo, todos os custos são variáveis. Uma empresa que esteja a
perder dinheiro pode pagar o empréstimo obrigacionista que ainda deve,
indemnizar os seus gestores e deixar expirar as suas rendas. No longo prazo, todos
os compromissos são de novo opcionais. Assim, no longo prazo as empresas
produzirão apenas enquanto o preço é igual ao custo médio.

Há portanto, um ponto crítico de lucro zero abaixo do qual o preço de longo


prazo não pode baixar para que as empresas se mantenham em actividade. Isto é, o
preço de longo prazo deve cobrir os custos despendidos. Isso significa que o preço
de longo prazo tem de ser igual ou superior ao custo médio de longo prazo.

O que acontece se o preço de longo prazo desce abaixo deste nível critico de
lucro nulo? As empresas ao deixarem de ter lucro começam a abandonar o sector.
Dado que há menos empresas a produzir, a curva de oferta de mercado deslocar-
se-á para a esquerda e o preço aumentará. O preço acabará por subir o suficiente
para o sector passe a ser de novo lucrativo.

Suponha que o preço de longo prazo está acima do custo total de longo
prazo, pelo que as empresas estão a ter lucro económico. Admita ainda que no
longo prazo todas as empresas são absolutamente livres de entrar no sector, de tal
modo que um número qualquer de empresas pode entrar sector e produzir
exactamente aos mesmos custos das empresas que já fazem parte dele. Nesta
situação, empresas novas serão atraídas pelos lucros futuros, a curva da oferta de
curto prazo desloca-se para a direita e o preço cai. Acabará por cair até ao ponto
crítico, de modo a deixar de ser lucrativo par outras empresas entrarem no sector.

A conclusão é de que, no longo prazo, o preço de um sector concorrencial


tenderá para o ponto crítico em que empresas idênticas cobre, apenas a totalidade
dos seus custos concorrenciais. Abaixo deste preço critico de longo prazo, as
empresas abandonarão a actividade até que o preço de mercado a baixar até ao
preço de equilíbrio de longo prazo, com o qual são cobertos apenas todos os custos
concorrenciais.

Equilíbrio de lucro nulo no longo prazo: Num sector constituído por empresas
idênticas que podem entrar ou sair do sector livremente, a condição de equilíbrio
de longo prazo é a de que o preço seja igual ao custo médio mínimo de longo prazo
para todas as empresas idênticas:

P = CMa = CMe mínimo de longo prazo = preço de lucro nulo

Esta é a condição base de lucro económico nulo de longo prazo.

38
As forças da concorrência tendem a empurrar as empresas e os sectores de
actividade para um estado de longo prazo de lucro nulo. A longo prazo, as
empresas concorrenciais terão a rendibilidade normal do seu investimento e não
mais.

Casos Especiais de Mercados Concorrenciais

Regras Genéricas
As preposições que se seguem respeitam ao impacto das deslocações da
oferta e da procura sobre o preço e a quantidade comprada e vendida.

Regra da Procura: Em geral um aumento na procura de um bem faz com que


aumente o preço do bem. Na maior parte dos bens, um aumento da procura fará
também com que aumente a quantidade procurada. Um decréscimo na procura
terá os efeitos opostos.

Regra da Oferta: Um aumento da oferta de um bem em geral fará baixar o preço e


aumentar a quantidade comprada e vendida. Um decréscimo na oferta terá os
efeitos opostos.

Estas duas regras da oferta e da procura resumem os efeitos qualitativos


das deslocações da oferta e da procura. Mas os efeitos quantitativos no preço e na
quantidade dependem das formas exactas das curvas da oferta e da procura.

Custo constante
A curva SS de oferta de longo prazo é uma recta horizontal ao nível
constante do custo unitário. Um aumento da procura DD para D’D’ fará deslocar a
nova intersecção para o ponto E’, aumentando Q mas mantendo P constante.

39
Custos Crescentes e Rendimentos Decrescentes
Em resultado dos rendimentos decrescentes, o custo marginal de produção
aumenta com o aumento da produção. A figura mostra a curva ascendente da
oferta SS. Como será o preço afectado por um aumento na procura? A figura mostra
que uma maior procura fará com que aumente o preço deste bem mesmo no longo
prazo com empresas idênticas e com liberdade de entrada e saída do sector.

Oferta Fixa e Renda Económica


Alguns bens ou factores produtivos têm uma quantidade totalmente fixa
independentemente do preço.

Quando a quantidade oferecida é constante qualquer que seja o preço, o


preço pelo uso desse factor de produção é designado tenda ou renda económica
pura.

Um aumento na procura de um factor com oferta fixa afectará apenas o


preço. A quantidade oferecida não se altera. E o aumento do preço é exactamente
igual à deslocação da procura para cima.

Quando é decretada um imposto sobre um bem de oferta fixa, o imposto é


totalmente pago pelo vendedor. O vendedor absorve a totalidade do imposto sobre
a renda económica. O consumidor compra exactamente a mesma quantidade do
bem ou do serviço como anteriormente e ao mesmo preço.

40
Curva de Oferta com Inflexão
À medida que com o progresso tecnológico os salários reais aumentam, as pessoas
querem beneficiar dos seus rendimentos mais elevados na forma de mais tempo de
lazer e antecipação da reforma.

O trabalho oferecido aumenta como o acréscimo dos salários leva as


pessoas a trabalharem menos horas e a ter mais tempo de lazer. Um aumento na
procura aumenta o preço do trabalho, tal como foi estabelecido na regra da
procura.

41
Deslocações da oferta
Para analisar a regra da oferta, temos de passar para a deslocação da oferta,
mantendo a procura constante. Se a leia da procura com inclinação negativa é
válida, então o aumento da oferta deve diminuir o preço e aumentar a quantidade
procurada.

Um acréscimo na oferta fará diminuir P na maioria das vezes quando a


procura é inelástica.

Um acréscimo da oferta fará aumentar Q excepto quando a procura é


inelástica.

Eficiência e Equidade dos Mercados Concorrenciais

Conceito de Eficiência
Uma economia é eficiente se proporciona aos seus consumidores o mais
desejado conjunto de bens e serviços. Dados os recursos e a tecnologia da
economia.

Existe eficiência quando não é possível qualquer reorganização da


produção que melhore a situação de alguém sem piorar a situação de outrem. Sob
as condições de afectação eficiente, a satisfação, ou utilidade, de um indivíduo
apenas pode ser aumentada com a diminuição da utilidade de outro indivíduo.

Eficiência do Equilíbrio Concorrencial


Uma das principais conclusões de toda a ciência económica é que a
afectação de recursos por mercados perfeitamente concorrenciais é eficiente.
Contudo, ainda que a economia seja eficiente, nada se diz acerca da quantidade da
repartição do rendimento em mercados concorrenciais.

A figura mostra a oferta e a procura da nossa economia concorrencial


simplificada. Quando adicionamos horizontalmente as curvas idênticas de oferta,
obtemos a curva ascendente, aos degraus CMa. A curva CMa é também a curva da
oferta do sector, de modo que a figura mostra CMa = SS. A curva da procura é
também a soma horizontal das utilidades marginais individuas idênticas sendo
representada pela curva descendente aos degraus UM = DD.

A intersecção das curvas SS e DD mostra o equilíbrio concorrencial. No


ponto E, todos estão a trabalhar no ponto critico onde a curva de utilidade
marginal de consumo com inclinação negativa intersecta a curva de custo marginal
crescente. A Figura apresenta um novo conceito, o de excedente económico, que é a
área entre as curvas da oferta e da procura no equilíbrio. O excedente económico é
a soma do excedente do consumidor que é a área entra a curva da procura e a recta
42
do preço, e o excedente do produtos, que é a área entre a recta do preço e a curva
SS. O excedente do produtor inclui a renda e os lucros de empresas proprietários
de factores de produção especializados do sector e indica o excesso de receitas
sobre o custo de produção. O excedente económico é o ganho de bem-estar ou de
utilidade líquida pela produção de um bem, é igual à soma do excedente do
consumidor com o excedente do produtor.

Uma análise cuidada do equilíbrio concorrencial mostrará que o mesmo


maximiza o excedente económico possível nesse sector. No ponto de equilíbrio, o
consumidor típico terá uma utilidade, ou excedente económico maior do que a que
teria com qualquer outra afectação admissível de recursos.

Uma outra forma de ver a eficiência do equilíbrio concorrencial é pela


avaliação do efeito económico de uma pequena variação no equilíbrio
concorrencial E.
43
Se UM = P = CMa então a afectação é eficiente.

É exactamente esta condição, a de que o ganho marginal para a sociedade da


última unidade consumida seja igual ao custo marginal para a sociedade da última
unidade produzida, que garante que o equilíbrio concorrencial seja eficiente.

Equilíbrio com Muitos Consumidores e Muitos Mercados


A eficiência exige algumas condições restritivas. Nelas se incluem
que os consumidores usem de bom senso e estejam bem informados, que os
produtores sejam perfeitamente concorrenciais e que não existam externalidades.
Nessas economias, um sistema de mercados perfeitamente concorrenciais ganhará,
pela afectação eficiente, a medalha de ouro dos economistas.

A figura ilustra como um sistema concorrencial dá origem a um equilíbrio


entre a utilidade e o custo para um único bem, com empresas e consumidores não
idênticos. No lado esquerdo, somamos horizontalmente as curvas da procura de
todos os consumidores para obter a curva de mercado DD, apresentada ao centro.
No lado direito, somamos as curvas CMa individuais de todas as empresas para
obter a curva SS do ramo de actividade apresentada no centro.

No ponto de equilíbrio competitivo E, os consumidores, no lado esquerdo,


obtêm a quantidade do bem que pretendem comprar ao preço CMa socialmente
eficiente. Do lado direito, o preço de equilíbrio de mercado também promove a
produção eficiente entre as empresas. A área cinza de baixo de SS, ao centro,
representa a soma minimizada das áreas de custo a cinza do lado direito. Cada
empresa fixa a sua produção de modo a que CMa = P. A eficiência produtiva é
atingida porque não existe reorganização da produção que permita que o mesmo
nível de produção do sector seja produzido com um custo inferior.

44
Muitos Produtos
Como se aplica a nossa analise quando os consumidores tem de escolher
entre muitos produtos?

Os princípios são exactamente os mesmos, mas agora exigimos uma


condição adicional: os consumidores maximizadores da utilidade distribuem o seu
dinheiro pelos diferentes bens, até que a utilidade marginal da última unidade
montaria seja igual para todos os bens que são consumidos. Desde que as
condições ideais sejam satisfeitas, uma economia concorrencial com inúmeros
bens e factores produtivos é eficiente.

Uma economia perfeitamente concorrencial é eficiente quando os custos


marginais privados são iguais ao custo marginal social e quando os custos
marginais privados são iguais à utilidade marginal. Todos os sectores de actividade
têm de igualar o CMa e a UM.

O mercado perfeitamente concorrencial é um instrumento para conjugar a


vontade das pessoas que possuem os votos monetários para pagar os bens, com os
custos marginais desses bens, representados pela oferta das empresas. Sob
determinadas condições, a concorrência garante a eficiência, em que a utilidade de
nenhum consumidor pode ser aumentada sem a redução da utilidade de um outro
consumidor.

O Papel Central do Custo Marginal na Determinação do Preço


Qualquer sociedade ou organização que tente fazer o melhor uso dos seus
recursos deverá utilizar o custo marginal para alcançara eficiência produtiva.

O papel essencial do custo marginal numa economia de mercado é o


seguinte: a economia estará a gerar o máximo de produto e de satisfação a partir
dos seus recursos escassos de terra, trabalho e capital, somente quando os preços
forem iguais aos custos marginais.

Um sector de actividade estará a produzir o seu produto total ao custo


mínimo total somente quando cada empresa tenha o seu custo marginal igual ao
CMa de qualquer outra empresa, o que ocorrerá quando o CMa de cada uma seja
igual ao preço comum. A sociedade estará na sua fronteira de possibilidades de
produção somente quando o preço seja igual ao custo marginal em todas as
empresas.

Aperfeiçoamentos
Há duas situações importante onde os mercados não conseguem alcançar o
óptimo social. Primeiras, os mercados podem ser ineficientes em situações onde
estejam presentes a poluição ou outras externalidades, ou quando existe
45
concorrência ou informação imperfeitas. Segunda, a distribuição de rendimentos
em mercados concorrenciais, mesmo quando é eficiente, pode não ser socialmente
desejável ou aceitável.

Falhas de Mercado
As mais importantes são a concorrência imperfeita, as externalidades e a
informação imperfeita.

Concorrência Imperfeita. Quando uma empresa tem poder de mercado num


mercado específico, pode aumentar o preço do seu produto acima do seu custo
marginal.

Externalidades. As externalidades são outra falha importante no marcado. As


externalidades ocorrem quando algum tipo de efeitos laterais que afectam a
produção ou o consumo não estão incluídos nos preços de mercado.

Informação Imperfeita. A teoria da mão invisível pressupõe que compradores e


vendedores têm informação completa acerca de bens e serviços que compram e
vendem. É pressuposto que as empresas tenham um conhecimento completo
acerca das funções produção do respectivo sector. Admite-se que os consumidores
conheçam a qualidade e os preços dos bens.

Concorrência Imperfeita e o Caso Extremo do Monopólio

Tipo de Concorrência Imperfeita


Os principais tipos de concorrência imperfeita são: o monopólio, o
oligopólio e a concorrência monopolística.

Um mercado perfeitamente concorrencial é aquele que em nenhuma


empresa é suficientemente grande para influenciar o preço.

Definição de Concorrência Imperfeita


Se uma empresa pode influenciar significativamente o preço de mercado
dos bens que produz, então a empresa é classificada como um “concorrente
imperfeito”.

A concorrência imperfeita verifica-se num sector de actividade sempre


que existam vendedores individuais que detêm alguma parcela de controlo sobre o
preço da sua produção.

A concorrência imperfeita não implica que uma empresa tenha o controlo


absoluto dos seus sobre o preço dos seus produtos.

46
Um concorrente imperfeito tem algum poder discricionário sobre os preços
embora não tenha um poder total. O grau de poder discricionário sobre o preço
varia de sector para sector. Em alguns sectores de actividade imperfeitamente
concorrenciais, o grau de poder de monopólio é muito pequeno.

Tipo de Concorrentes Imperfeitos


Os economistas classificam os mercados imperfeitamente concorrenciais
em três estruturas de mercado diferentes.

Monopólio
O monopólio é um vendedor com o controlo total sobre um ramo de
actividade. É a única empresa a produzir no respectivo sector de actividade e não
existe outro sector a produzir um produto substituto próximo.

Mesmo sendo monopolistas têm de estar sempre a olhar à sua volta à


procura de concorrentes.

No longo prazo nenhum monopolista se encontra completamente livre de


ser atacado por concorrentes.

Concorrência Monopolística
A última categoria de concorrência imperfeita é a concorrência
monopolística que ocorre quando um número elevado de vendedores produz
produtos diferenciados. Esta estrutura de mercado faz lembrar a concorrência

47
perfeita pelo facto de existirem muitos vendedores, mas nenhum dos quais tem
uma grande quota de mercado. Difere da concorrência perfeita pelo facto dos
produtos vendidos por empresas diferentes não serem idênticos. Produtos
diferentes são aqueles que têm características importantes diferentes.

O preço completo de um bem inclui não só o preço monetário, como


também o custo de oportunidade de busca, de tempo de viagem e outros custos
não monetários. Dado que os preços completos dos produtos locais são menores
do que os longínquos, as pessoas tendem a fazer compras na vizinhança de casa ou
do trabalho.

A qualidade do produto é actualmente uma parcela de importância


crescente na diferenciação do produto. Os bens diferem nas suas características tal
como nos preços.

Oligopólio
O termo oligopólio significa vários vendedores. O aspecto importante do
oligopólio é que cada empresa individualmente pode influenciar o preço de
mercado.

Fonte das Imperfeições de Mercado


Porque razão em certas actividades se verifica uma concorrência quase
perfeita enquanto outras são dominadas por meia dúzia de grandes empresas? Na
maior parte dos casos a concorrência imperfeita decorre de duas causas principais.

Primeira, os sectores tendem a ter menos produtores quando existam


economias significativas da produção em larga escala e de custos decrescentes.
Nestas condições, as grandes empresas podem simplesmente produzir mais barato
e vender abaixo das pequenas empresas, que não podem sobreviver.

Segunda, os mercados tendem para a concorrência imperfeita quando


existem barreiras à entrada que dificultam a entrada no ramo de actividade a
novos concorrentes. Em alguns casos, as barreiras podem resultar de leis ou
regulações do governo que limitam o número de concorrentes. Noutros, pode
haver factores económicos que tornem demasiado dispendioso um novo
concorrente surgir no mercado.

Custos e Imperfeições de Mercado


A tecnologia e a estrutura de custos de uma indústria ajuda a determinar o
número de empresas que essa indústria suporta e a sua dimensão. A chave é saber
se há economias de escala na indústria. Se há economias de escala, uma empresa
pode diminuir os seus custos médios aumentando a produção, pelo menos até
certo ponto.
48
Quando há economias de escala, uma ou mais empresas irão expandir a sua
produção até ao ponto em que produzem a maior parte da produção total da
indústria. O sector torna-se então perfeitamente concorrencial. Talvez até um
único monopolista passe a dominar o sector, ou haver grande número de empresas
com produtos ligeiramente diferentes.

Barreiras à Entrada
Barreiras à entrada são factores que dificultam a entrada de novas
empresas numa indústria. Quando as Barreiras são elevadas, uma indústria pode
ter um número pequeno de empresas e uma pressão reduzida para competirem.

Restrições legais, os governos por vezes restringem a concorrência em


certos sectores. As patentes, restrições à entrada, impostos alfandegários e quotas
de importação são importantes restrições legais. Uma patente é concedida a um
inventor para possibilitar o uso exclusivo temporário do produto ou do processo
que é patenteado.

As patentes são uma das poucas formas de monopólios autorizadas pelos


governo que são aprovadas pela generalidade dos economistas. Os governos
concedem o monopólio da patente para estimular a actividade inventiva.

Os governos também impõem restrições à entrada em muitas actividades.


Tipicamente, em serviços, como as telecomunicações e a distribuição de
electricidade e água, são concedidos monopólios concessionados numa
determinada área. Nesses casos, a empresa recebe o direito exclusivo de fornecer
um serviço e em troca a empresa concorda em limitar os seus lucros e fornecer um
serviço universal na área ainda que alguns clientes sejam não lucrativos.

49
As restrições às importações impostas pelo governo têm efeito de afastar
concorrência estrangeira.

Uma politica proteccionista poderá mudar a estrutura do sector de


actividade. Quando os mercados são alargados com a abolição de direitos
alfandegários e se transformam num amplo mercado comum livre, estimula-se a
concorrência intensa e efectiva e os monopólios tendem a perder o seu poder.

Custos de Entrada Elevados. Além das barreiras à entrada impostas


legalmente, também existem barreiras económicas. Em algumas industrias o preço
de entrada pode efectivamente ser muito elevado.

Publicidade e Diferenciação do Produto, por vezes é possível à empresas


criar barreiras à entrada a competidores potenciais através da publicidade e da
diferenciação do produto. A publicidade pode criar os conhecimentos do produto e
da fidelidade a marcas bem conhecidas.

A diferenciação do produto pode impor obstáculos à entrada e aumentar o


poder de mercado dos produtores.

A diferenciação tal como os direitos alfandegários, produz uma maior


concentração e uma concorrência menos perfeita.

50
Receita Marginal e Monopólio

Conceito de Receita Marginal

Preço, Quantidade e Receita Total


Conceito de receita marginal (RMa) – a partir da curva da procura da
empresa conhecemos a relação entre o preço (P) e a quantidade vendida (Q). Em
seguida calculamos a receita total para cada nível de vendas, multiplicando o preço
pela quantidade.

51
Quando alcançamos o ponto médio da recta da procura, a RT atinge o seu
máximo. Aumentar a q para além desse ponto, leva a empresa para a região da
procura rígida. Com a procura rígida, a redução do preço origina um aumento das
vendas menor do que proporcionalmente, de modo a que a receita total diminui.

52
Receita Marginal e Preço
A receita marginal (RMa) é a variação da receita que é gerada pela venda de
uma unidade adicional. A RMa pode ser positiva ou negativa.

A RMa negativa significa que para vender mais unidades adicionais a


empresa tem de diminuir tanto o seu preço nas unidades anteriores que as receitas
totais diminuem.

Mesmo sendo a RMa negativa, a RT é ainda positiva. Não confunda receita


marginal com receita média ou preço.

Tendo a procura uma inclinação negativa :

P > RMa

( P – perda de receita em todas as q anteriores)

Elasticidade e Receita Marginal


A receita marginal é positiva quando a procura é elástica, zero quando a
procura tem elasticidade unitária, e negativa quando a procura é rígida.

Este resultado é uma importante consequência da definição de elasticidade,


a procura é elástica quando uma diminuição de preço leva a um aumento da
receita. Numa situação dessas, uma descida de preço aumenta tanto a procura de
produção que as receitas aumentam, pelo que a receita marginal é positiva.

O que acontece quando a procura tem elasticidade igual a um? Uma


determinada percentagem de redução do preço é compensada exactamente pelo
aumento na mesma percentagem de produção, pelo que a receita marginal é nula.

Condições de Maximização do Lucro


O que deverá fazer o monopolista perante uma dada curva de procura se
pretende maximizar o lucro total (LT)? Por definição, o lucro total é igual à receita
total menos os custos totais, em símbolos, LT = RT – CT = (P x q) – CT.

Para maximizar os seus lucros, a empresa deve encontrar o preço e a


quantidade de equilíbrio que dão o maior lucro, ou a maior diferença entre RT e
CT. Uma conclusão importante é a de que o lucro máximo ocorrerá quando a
produção se encontrar no nível em que a receita marginal da empresa for igual ao
seu custo marginal.

Uma forma de determinar esta condição de maximização do lucro é


utilizando um quadro de custos e de receitas. Para encontrar a quantidade e o
preço de maximização do lucro, calcule o lucro total na coluna (5).

53
Uma segunda forma equivalente de chegar à mesma conclusão é compara a
receita marginal na coluna (6) e o custo marginal na coluna (7). Enquanto cada
unidade adicional de produto proporcionar uma receita maior do que o custo – o
mesmo é dizer, enquanto a RMa for maior que a CMa – o lucro da empresa
aumentará. Então, a empresa deverá continuar a aumentar a sua produção
enquanto a RMa for maior que a CMa.

A regra para encontrar o lucro máximo é portanto:

O preço (P*) e a quantidade (q*) que maximizaram o lucro de um


monopolista ocorrem quando a receita marginal iguala o custo marginal:

RMa = CMa, em P* e q* de máximo lucro.

Quando a RMa é maior que a CMa, com o aumento da produção podem


realizar-se lucros adicionais; quando o CMa é maior que o RMa, podem fazer-se
lucros adicionais diminuindo a produção de q. A empresa pode maximizar os
lucros apenas quando a RMa = Cma, porque não existem lucros adicionais que
possam ser obtidos com a variação do nível de produção.

54
Equilíbrio de Monopólio em Gráficos

55
Concorrência Perfeita como Caso Extremo da Concorrência
Imperfeita
Embora tenhamos aplicado a regra do CMa e da RMa aos monopolistas que
desejam maximizar os lucros, esta regra é de facto aplicável muito para além da
presente análise. Um raciocínio simples mostra que a regra CMa = RMa é
igualmente válida para um concorrente perfeito que pretenda maximizar o lucro.

1 – RMa para um concorrente perfeito. Primeira questão: Para um concorrente


perfeito a venda de unidades adicionais nunca fará diminuir o preço, e a receita
pretendida em todas as anteriores q, é portanto igual a zero.

Em concorrência perfeita, o preço é igual à receita média, que é igual à receita


marginal ( P = RMa = RMe). A curva dd de um concorrente perfeito e a sua curva
RMa coincidem como rectas horizontais.

2 – RMa = P = CMa para um concorrente perfeito. Alem disso, podemos ver que a
lógica da maximização de lucro para os monopolistas aplica-se igualmente bem aos
concorrentes perfeitos mas o resultado é um pouco diferente.

Dado que o concorrente perfeito pode vender tudo o que quer ao preço de
mercado. RMa = CMa no nível de produção de lucro máximo.

Oligopólio e Concorrência Monopolística

Comportamento dos Concorrentes Imperfeitos


Em muitas situações os economistas necessitam de uma medida
quantitativa do grau do poder de mercado. O poder de mercado significa o grau
de controlo que uma única empresa ou um pequeno número de empresas têm
sobre o preço e as decisões de produção de um ramo de actividade.

Medidas do Poder de Mercado


A medida mais usual do poder de mercado é o rácio de concentração de
uma actividade. O rácio das quatro empresas é definido como a percentagem total
do sector de vendas que é detida pelas quatro maiores empresas.

Num monopólio puro, o rácio das quatro ou das oito empresas seria 100%,
enquanto que em concorrência perfeita, os dois rácios seriam aproximadamente
nulos, porque até mesmo as maiores empresas produzem uma parcela ínfima da
produção do sector.

56
Uma alternativa que traduz o melhor o papel das empresas dominantes é o
Índice Herfindahl-Hirschman (IHH). Este índice é calculado pela soma do quadrado
das percentagens das quotas de mercado de todos os participantes num mercado.

Natureza da Concorrência Imperfeita


Na análise dos determinantes da concentração os economistas descobriram
que nos mercados de concorrência imperfeita estão em acção três factores
fundamentais. Estes factores são as economias de escala, as barreiras à entrada e a
interacção estratégica:

 Custos. Quando a dimensão mínima eficiente de funcionamento de uma


empresa se situa numa parcela elevada da produção do ramo de actividade,
apenas podem sobreviver de forma lucrativa um número reduzido de
empresas e o mais certo é a implantação de oligopólio.
 Barreiras à concorrência. Quando existem grandes economias de escala
ou restrições à entrada estabelecidas pelo governo, as mesmas irão limitar o
número de concorrentes numa indústria.
 Interacção estratégica. Quando num mercado operam poucas empresas,
estas depressa reconhecem a sua interdependência. A interacção
estratégica que é um aspecto genuíno do oligopólio que tem inspirado a
teoria dos jogos, ocorre quando a actividade de cada empresa depende do
comportamento das suas rivais.

Os economistas estão especialmente preocupados com os sectores com


características de concorrência imperfeita porque esses sectores têm certos
comportamentos que são inimigos do interesse público.

As indústrias concentradas tendem a ter taxas de lucro apenas ligeiramente


superiores às não concentradas.

Uma das principais justificações da concorrência imperfeita tem sido a de que


as grandes empresas são responsáveis por grande parte de investigação e
desenvolvimento (I&D) e inovação numa economia moderna. Ao mesmo tempo. Os
indivíduos e as pequenas empresas criaram muitas das grandes descobertas
tecnológicas.

Teorias da Concorrência Imperfeita


Para explicar o comportamento dos concorrentes imperfeitos, os economistas
desenvolveram uma área designada organização industrial.

Focaremos três dos casos mais importantes de concorrência imperfeita –


oligopólio de conluio, concorrência monopolista e oligopólio reduzido.

57
Oligopólio de Conluio
O grau de concorrência imperfeita num mercado é influenciado não só pelo
número e dimensão das empresas mas também pelo seu comportamento. Quando
operam poucas num mercado, as empresas sabem o que as outras estão a fazer e
como reagem.

Quando num mercado há apenas um número pequeno de empresas estas


têm de decidir entre comportamento cooperativo e um não cooperativo. As
empresas agem de forma não cooperativa quando decidem por si só, sem obter
qualquer acordo explicito ou implícito das outras empresas. É o que dá origem a
guerras de preços. As empresas operam de forma cooperativa quando tentam
minimizar a competição. As empresas funcionam em conluio quando num
oligopólio cooperam activamente entre si. Este termo corresponde a uma situação
em que duas ou mais empresas estabelecem em conjunto os seus preços ou
produções, repartem entre si o mercado ou tomam em conjunto outras decisões de
gestão.

As empresas esperam formar um oligopólio de conluio procurando um


preço que maximize o conjunto dos seus lucros. A figura ilustra a situação de
oligopólio de A. A curva da procura de A, DADA, é traçada supondo que todas as
outras empresas seguirão a politica de preços de A cobrando os mesmos preços. A
curva da procura de cada empresa tem exactamente a mesma elasticidade que a
curva DD do ramo de actividade. A empresa de A terá um quarto do mercado desde
que todas as empresas fixem o mesmo preço.

58
O equilíbrio de lucro máximo para o oligopolista em conluio está indicado na
figura no ponto E, a intersecção das curvas CMa e RMa da empresa.

O preço óptimo para o oligopolista de conluio é mostrado no ponto G em DADA


exactamente na vertical do ponto E. Este preço é idêntico ao preço de monopólio:
está bastante acima do custo marginal e permite aos oligopolistas em conluio obter
um lucro de monopólio elevado.

Quando os oligopolistas podem conluiar-se para maximizar o conjunto dos


lucros, tendo em conta as suas mútuas interdependências, a quantidade produzida,
o preço praticado e o lucro obtido são os de monopólio.

Embora muitos oligopolistas ficassem satisfeitos por apurarem lucros tão


elevados, na realidade há muitos obstáculos a bloquear um conluio efectivo.
Primeiro, o conluio é ilegal. Segundo, as empresas podem “fazer batota” em relação
ao acordo concedendo desconto no seu preço a clientes seleccionados e assim
aumentado a quota de mercado.

Concorrência Monopolística
No outro extremo do espectro dos oligopólios de conluio está a
concorrência monopolística. A concorrência monopolística assemelha-se à
concorrência perfeita em três aspectos: há muitos compradores e vendedores, é
fácil saída e entrada, e as empresas consideram como um dado os preços das
outras empresas. A distinção é que em concorrência perfeita os produtos são
iguais, enquanto que na concorrência monopolística os produtos são diferenciados.

A concorrência monopolística é muito comum. A diferenciação de produto


significa que cada vendedor tem alguma liberdade para aumentar ou baixar os
preços, mais do que num mercado perfeitamente concorrencial. A diferenciação de
produto leva a uma inclinação negativa na curva de procura de cada vendedor. A
figura pode representar o equilíbrio de curto prazo, ponto G. A curva de procura dd
da empresa mostra a relação entre as vendas e o seu preço

59
O preço que maximiza o lucro é o de G. Dado que o preço em G está acima do
custo médio, a empresa está a realizar um lucro razoável representado pela área
do rectângulo ABGC.

Do modelo de concorrência monopolística deduz-se uma importante ideia


sobre o capitalismo: nestes sectores de concorrência imperfeita, a taxa de lucro
será nula no longo prazo, à medida que nelas entram empresas com novos
produtos diferenciados.

Em concorrência monopolística, no equilíbrio de longo prazo, os preços então


acima dos custos marginais mas os lucros económicos foram reduzidos a zero.

A concorrência monopolística é por natureza não eficiente, ainda que os lucros


tendam para zero no longo prazo. Argumentam que a concorrência monopolística
faz surgir um número excessivo de novos produtos e que a eliminação da
desnecessária diferenciação de produtos poderia realmente reduzir os custos e
baixar os preços.

Concorrência Entre Poucos


Regressamos a mercados em que apenas concorrem poucas empresas.
Iremos debruçar-nos sobre o caso muito interessante em que as empresas têm
uma interacção estratégica entre si. A interacção estratégica encontra-se em todos
os mercados que tenham relativamente poucos competidores.

Este mercado é designado por duopólio porque é servido por duas


empresas.

Ao contrário das abordagens simples do monopólio e da concorrência


perfeita, verifica-se que não existe uma teoria simples para explicar o
comportamento dos oligopolistas. Estruturas de custo e de procura diferentes,
industrias diferentes, e até mesmo diferentes temperamentos dos gestores das
empresas, levam a diferentes interacções estratégicas e a diferentes estratégias de
preços. Por vezes, o melhor comportamento é introduzir alguma aleatoriedade na
resposta para que os adversários fiquem inseguros.

A concorrência entre poucas empresas introduz um aspecto completamente


novo na vida económica: força as empresas a ter em conta as reacções dos
concorrentes aos desvios do preço e da produção e traz preocupação estratégica
para esses mercados.

60
Teoria dos Jogos
Para analisar as interacções estratégicas mais detalhadamente, os
economistas apoiam-se numa área fascinante conhecida como a teoria dos jogos.
Esta consiste na análise de situações que envolvem dois ou mais decisores em
interacção e que têm objectivos conflituais. Considere as seguintes descobertas dos
teóricos dos jogos na área da concorrência imperfeita:

 À medida que o número de oligopolistas não cooperativos aumenta, o preço


e a quantidade do ramo de actividade tendem para o resultado de
concorrência perfeita.
 Se as empresas em vez de competirem decidem conluiar-se, o preço e a
quantidade de mercado estarão próximos dos gerados por um monopólio.
Mas as experiencias indicam que à medida que o número de empresas
aumenta, os acordos de conluio são mais difíceis de vigiar e aumenta a
frequência do comportamento batoteiro e não cooperativo.
 Em muitas situações, não há equilíbrio estável para o oligopólio. A
interacção estratégica pode conduzir a resultados instáveis desde que as
empresas ameacem, façam batota, iniciem guerras de preços, capitulem
perante as empresas mais fortes, prejudiquem os concorrentes mais fracos,
dêem sinal das suas intenções ou simplesmente saiam do mercado.

Discriminação de Preço
Quando têm poder de mercado, as empresas podem por vezes aumentar os
seus lucros através da discriminação do preço. A discriminação do preço ocorre
quando o mesmo produto é vendido a diferentes consumidores com preço
diferente.

61
A discriminação de preço é no presente amplamente utilizada, em especial
em bens que não sejam facilmente transferíveis de um mercado de baixo preço
para um mercado de preço elevado.

Quais são os efeitos económicos da discriminação de preço?


Surpreendentemente, com frequência melhoram o bem – estar económico.
Recorde que os monopólios aumentam o seu preço e baixam as suas vendas para
aumentar os lucros. Ao fazer isto, podem captar o mercado dos compradores
ansiosos mas perdem o mercado dos compradores relutantes.

Ao cobrar preços diferentes os que querem pagar preços mais elevados e


aos que querem pagar apenas preços mais baixos o monopolista pode aumentar
que os seus lucros quer a satisfação dos consumidores.

Inovação e Informação
O mundo da concorrência imperfeita engloba muitas espécies diferentes,
desde enormes sociedades anónimas a pequenos vendedores na Internet.

Comportamento das Grandes Empresas


O primeiro passo na compreensão do comportamento das grandes
empresas é compreender que grande parte delas são “detidas pelo público”. As
acções das sociedades anónimas podem ser compradas por qualquer um, pelo que
a propriedade está dispersa por muitos investidores.

Um segundo conflito de interesses pode surgir em relação ao pagamento de


dividendos. Os gestores de uma empresa têm uma tendência para reter os lucros e
usá-los para expandir a dimensão da empresa em vez de os distribuir como
dividendos ou comprar acções próprias.

Um Balanço da Concorrência Imperfeita


A concorrência imperfeita distorce a afectação de recursos.

Custo Económicos da Concorrência Imperfeita


Os concorrentes imperfeitos reduzem a produção e aumentam o preço,
assim produzindo menos do que aconteceria num sector em concorrência perfeita.
Isto pode ser visto mais claramente para o monopólio, que é a forma extrema de
concorrência imperfeita.

Um monopólio não é uma empresa diabólica. Em vês de isso o Monopólio


explora o facto de ser o único vendedor de um bem ou serviço. Mantendo a
produção um pouco escassa, o Monopólio eleva o seu preço acima do custo
marginal. Dado que P = CMa, é necessário para a eficiência económica que a

62
produção de monopólio seja menos do que produção eficiente, o valor marginal do
bem para os consumidores está portanto acima do seu custo marginal. O mesmo se
passa com o oligopólio e com a concorrência monopolística, desde que as empresas
consigam manter os preços acima do custo marginal.

Medida do desperdício da Concorrência Imperfeita


A perde de eficiência associada ao monopólio é por vezes designada por
perda do excedente. Esta designação refere-se a perda do bem estar económico
que deriva das distorções nos preços e na produção como as resultantes do
monopólio, impostos, tarifas alfandegárias e quotas de importação.

Se uma empresa monopoliza o produto, digamos que devido a uma patente,


e aumenta os preços para o nível de monopólio, os consumidores perderão mais do
que o monopolista irá ganhar. Essa perda liquida de bem estar económico é
designada perda do excedente.

Podemos representar graficamente a perda do excedente por um


monopólio como na figura. O ponto E é o nível de produção eficiente em que
CMa = P. Para cada unidade monopolista reduz a produção abaixo de E, a perda de
eficiência é a distância vertical entre a curva da procura e a curva CMa. A perda de
excedente devido à restrição da produção do monopólio é a soma de todas essas
perdas, representada no triângulo ABE. A curva DD representa o valor marginal do
bem para os consumidores para cada nível de produção em que a curva CMa
representa o custo de oportunidade de produzir este bem em vez de outros bens.

63
A Economia do Risco e da Incerteza
Admitimos que os custos e procuras eram conhecidos e que cada empresa
pode prever a forma como as outras empresas se comportariam. Na realidade, a
vida económica tem de lidar com o risco e a incerteza.

Praticamente todas as empresas verificam que os preços dos factores


produtivos variam de mês para mês, os preços dos factores produtivos são com
frequência altamente voláteis, o comportamento dos concorrentes não pode ser
previsto antecipadamente. A essência da empresa é investir no presente com o fim
de obter lucros no futuro, com efeito coloca fortunas como reféns de incerteza
futura. A vida económica é uma actividade com risco.

A ciência económica moderna tem desenvolvido instrumentos úteis para


incorporar a incerteza na análise do comportamento das empresas e das famílias e
dos mercados financeiros.

Especulação: Envio de Activos ou Bens no Espaço e no Tempo


A especulação envolve comprar e vender de forma a lucrar com as
flutuações de preços. Um especulador quer comprar o preço baixo e vender com o
preço superior. Os especuladores não compram os activos para seu próprio uso.

A especulação pode ser benéfica para a sociedade. A função económica dos


especuladores é “deslocar” os bens de períodos de abundância para os períodos de
escassez.

Fazem-no comparando quando os bens são abundantes e os preços são


baixos, e vendem-nos quando os bens são escassos e os preços são elevados, e isto
de facto pode melhorar a eficiência de um mercado.

Arbitragem e Padrões Geográficos de Preço


O caso mais simples é aquele em que a actividade especulativa reduz ou
elimina as diferenças regionais de preço com a compra e venda da mesma
mercadoria. Esta actividade é designada arbitragem que é a compra de um bem ou
activo num mercado para imediatamente revenda noutro mercado de forma a
lucrar com a discrepância de preço.

A actividade frenética dos arbitragers tende a alinhar os preços de


produtos idênticos em mercados diferentes.

64
Especulação e Comportamento dos Preços ao Longo do Tempo
As forças de especulação tenderão a estabelecer padrões definidos de
preços ao longo do tempo tal como ao longo do espaço. Mas as dificuldades de
previsão do futuro tornam este padrão menos perfeito: temos um equilíbrio que
está constantemente a ser perturbado, mas que está sempre num processo de
auto-restabelecimento.

Se houver uma forte concorrência entre os especuladores bem informados,


nenhum irá ter lucros excessivos. A remuneração dos especuladores incluirá o juro
do capital investido, o pagamento adequado do seu tempo e mais um premio de
risco para os compensar dos riscos que os seus fundos possam correr.

A especulação revela o principio da mão invisível em funcionamento. Ao


nivelar as ofertas e os preços, os especuladores aumenta efectivamente a eficiência
económica. Ao deslocar bens no tempo, de períodos de abundância para períodos
de escassez, o especulador está a comprar onde o preço e a utilidade marginal são
elevados. Ao promover o interesse privado deles, os especuladores estão ao
mesmo tempo, a aumentar o interesse público (utilidade total).

65
Dispersão de Riscos através da Cobertura de Riscos
Uma função importante dos mercados especulativos é permitir às pessoas a
partilha de riscos através da cobertura. A cobertura consiste na redução do risco
inerente à posse de um activo ou de uma mercadoria através de uma oposta venda
desse activo. A cobertura permite às empresas ficarem imunes de variação no
preço.

Impactos Económicos da Especulação


O especulador concorda em comprar no presente à armazenista para
entrega no futuro. Isto transfere o risco da proprietária original para o
especulador.

Os mercados especulativos servem para melhorar os padrões de preço e da


distribuição através do espaço e do tempo, bem como para ajudar a transferir
riscos. Estas tarefas são desempenhadas por especuladores que, levados pelo seu
desejo de lucro resultante das variações de preço, de facto mostram a acção da
mão invisível.

Os mercados especulativos podem aumentar a eficiência económica.


Vejamos como.

A utilidade total e a eficiência económica no conjunto dos 2 anos


serão maximizadas apenas quando o consumo for igual nos dois anos.

O consumo uniforme é melhor do que qualquer outra distribuição de


todo do todo disponível devido à lei da utilidade marginal decrescente.

A minha utilidade marginal (UM) no primeiro seria baixa e no segundo ano


seria elevada. Assim, se eu transferir algum cereal do primeiro para o segundo ano,
estarei a transferir consumo de um tempo com UM reduzida para um tempo com
UM elevada. Quando os níveis de consumo forem igualados, as UM serão iguais e eu
estarei a maximizar a minha utilidade total.

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A especulação ideal desempenha a função essencial de redução da variação
dos consumos. Num mundo em que os indivíduos dispõem de utilidade marginal
decrescente, a especulação pode aumentar a utilidade total e a eficiência da
afectação.

Risco e Incerteza
Um indivíduo tem aversão ao risco quando o desagrado pela perda de um
determinado montante de rendimento é maior do que o prazer de ganhar a mesma
quantidade de rendimento.

A aversão ao risco é o mesmo que utilidade marginal decrescente do


rendimento. Se tivermos aversão ao risco, isto implica que o ganho de utilidade
alcançado por um montante adicional de rendimento é o menos do que a perda de
utilidade resultante da redução do mesmo montante de rendimento.

As pessoas, em geral, têm aversão ao risco, preferindo uma coisa certa, a


níveis incertos de consumo: as pessoas preferem resultados com menos incerteza
e os mesmos valores médios. Por esta razão, as actividades que reduzem as
incertezas do consumo levam a uma melhoria do bem-estar económico.

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