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LEI DE OHM

Georg Simon Ohm foi um físico e matemático alemão, nascido em 16 de Março de 1789 e faleceu em 6 de Julho de
1854. A Lei de Ohm foi formulada por ele e assim batizada em sua homenagem, que mostra que a razão entre a
tensão e a corrente elétrica em um condutor é constante, razão essa chamada de Resistência.

Na figura acima, exemplificamos um circuito simples, onde temos uma fonte de energia (V), ligada a um resistor (R)
com uma corrente circulante (I).

São 4 as grandezas envolvidas na Lei de Ohm:

Voltagem (U ou V): é a “força” com que os elétrons viajam em um condutor. Podemos comparar com a força com
que a água sai de uma mangueira mediante a abertura de uma bica. Seu símbolo é o V, de Volts;

Resistência (R): é a “força” contrária que um condutor exerce à passagem da corrente elétrica. Podemos comparar
com a espessura de um cano de água: se for mais largo, menos força a água fará para passar pelo cano. Seu símbolo
é o Ω (Omega), Ohm.

Amperagem (I): é a quantidade de elétrons que passam por um condutor. Podemos comparar com a quantidade de
água que passa por um cano d’água. Seu símbolo é o A, de Ampere.

Potência (P): é a energia dissipada em forma de calor em um condutor. Seu símbolo é o W, de Watt.

Uma aplicação para a Lei de Ohm está justamente em nossas casas. Quando é feita a planta elétrica de uma casa, é
necessário saber a quantidade de energia total (amperagem) que vai passar pela fiação quando todos os
equipamentos estiverem ligados. Note também que, devido a eventuais ampliações em uma residência, há também a
necessidade de se ampliar a rede elétrica. Vamos a um exemplo básico, a ligação de uma lâmpada:
Acima vemos a ligação bem simples de uma lâmpada elétrica. É mais ou menos o que ocorre em nossas casas.
Temos uma lâmpada de 100W e um interruptor para ligá-la e desligá-la. Com a chave liga/desliga aberta, não há
circulação de corrente e, portanto, a lâmpada não acende. Uma vez fechada a chave liga/desliga, a corrente circulará
pelo circuito e a lâmpada acenderá. Qual é a corrente que circula nesse circuito?

Bem, sabemos que a fórmula geral da Lei de Ohm se dá por U=RI, onde U é a voltagem, R é a resistência e I é a
intensidade de corrente. E temos também a fórmula P=IU, onde P é a potência, I é a intensidade de corrente e U é a
voltagem. Note que em U=RI só temos a voltagem (110V); então, para descobrirmos a intensidade de corrente,
vamos usar então a citada fórmula P=IU:

P=IU onde P=100 e U=110

100=110I

I=100/110

I=0,90A

Isso quer dizer que no circuito mostrado, uma lâmpada de 100W ligado a uma rede de 110V passa uma corrente de
0,9 Amperes. Saber a quantidade de corrente que circula em uma fiação é importante para evitar que o fio aqueça e
acabe gerando um curto-circuito.

Veja que, se dobrarmos a potência da lâmpada, dobraremos a intensidade de corrente e se cortarmos pela metade a
potência da lâmpada, a corrente também será reduzida à metade. Então, potência e corrente são grandezas
diretamente proporcionais, ou seja, se aumentamos ou diminuímos uma, a outra também aumenta ou diminui,
respectivamente. Por isso que não é aconselhável usar benjamins em uma tomada, pois eventualmente poderemos
sobrecarregar a fiação onde a tomada está ligada e acabar provocando um curto-circuito na mesma, devido ao
aumento da amperagem na fiação. Se o circuito estiver protegido por um fusível ou disjuntor, menos mal, mas até
esses componentes precisam ser dimensionados adequadamente para serem eficientes.

A função de um fusível ou disjuntor é justamente a de desligar o circuito quando a corrente circulante exceder
determinado parâmetro. A diferença entre um fusível e um disjuntor é que o fusível se “destrói”, pois no seu interior
há um tipo de liga de metal que, ao ser percorrido por uma corrente acima para a qual foi projetado, essa liga
“derrete” e então interrompe o circuito; já o disjuntor possui uma construção elétrica (normalmente térmica) onde dois
contatos elétricos se abrem ao serem percorridos por uma corrente maior do que foram projetados para suportar. Só
que esse sistema pode ser “rearmado”, enquanto que o fusível necessita ser trocado. Abaixo, um exemplo de
disjuntor:
Abaixo, exemplo de fusível:

Vamos a um exemplo de chuveiro elétrico:

Qual deverá ser o valor do fusível ou disjuntor para que, em caso de curto circuito ou excesso de corrente, o circuito
seja interrompido?

É o mesmo exemplo do circuito da lâmpada, vamos usar a fórmula P=IU, onde P=4400 e U=110:

P=IU

4400=110I

I=4400/110

I=40A

Ou seja, um chuveiro de 4400W em uma rede de 110V gasta 40W de corrente. Então, o fusível ou disjuntor deverá
suportar, no mínimo, 45 Amperes. Se for menor do que isso, o circuito vai ser desligado o tempo todo. E muito acima
disso o disjuntor ou fusível não desligará o circuito em caso de pane elétrica.

Lógico também que devemos levar em consideração a fiação, na verdade a bitola ou espessura da fiação. Não
podemos usar um fio que não suporte a corrente que vai circular por ele. Se usarmos uma fiação para ligar nosso
chuveiro acima que não suporte o regime de corrente calculado, simplesmente a fiação esquentará e isso é um fator
de risco para o surgimento de incêndios. Então, em uma instalação elétrica, devemos ver a bitola da fiação, a
corrente que vai circular por ela e a capacidade do fusível/disjuntor ligado a ela. Olhe a pequena tabela abaixo:

Fusível/disjuntor Amperagem na fiação O que ocorre


10 amperes 5 amperes Fusível/disjuntor não desliga
20 amperes 30 amperes Fusível/disjuntor desliga
Sem fusível ou disjuntor Curto-circuito Fiação danificada e risco de incêndio
Então, sempre que precisarmos ligar um equipamento que consuma muita energia, o correto é fazer uma nova
ligação direta do medidor de energia e não “puxar” a fiação de uma tomada próxima. É muito comum as pessoas
instalarem ares-condicionado apenas puxando uma fiação nova de um ponto próximo, quando o certo é fazer isso a
partir do medidor de luz.

A figura acima mostra uma ligação errada entre os vários equipamentos. Os mesmos estão ligados em paralelo na
mesma linha de alimentação elétrica, quando o certo é termos o chuveiro em um circuito elétrico diferente, o ferro em
outro, as lâmpadas em outro e demais itens em outro. Se o circuito acima for utilizado, o fusível ou disjuntor utilizado
deverá uma capacidade de corrente muito grande, digamos cerca de 50 amperes. Caso a geladeira ou a TV dêem
algum tipo de defeito em que passe por elas uma corrente maior do que suportem, ainda assim seria uma corrente
muito menor do que o fusível/disjuntor suporta e, com isso, esses dispositivos não desarmariam em caso de pane
nesses equipamentos.

A figura acima mostra uma ligação elétrica trifásica, com um disjuntor manual geral e outros dois separando o
circuito do chuveiro elétrico do circuito de lâmpadas e tomadas.

Mas para que tudo isso que aprendemos até aqui possa funcionar, temos que saber que tipo de fio usar nas
instalações. Há fios de diferentes espessuras e, via de regra, quanto mais grosso é o fio, mais corrente pode circular
por ele. Olhe a tabela abaixo:
LARGURA DO FIO CONDUTOR SUPORTA (SEM AQUECER)

1,5 mm² 15,5 amperes

2,5 mm² 21,0 amperes

4,0 mm² 28,0 amperes

6,0 mm² 36,0 amperes

10,0 mm² 50,0 amperes

Ela mostra as diversas equivalências de medição de bitola de fios e quanto cada um suporta. Isso facilita na hora de
se adquirir a fiação adequada para fazer a instalação. Por exemplo, na instalação do nosso chuveiro lá de cima, a
fiação que deveremos utilizar seria o de 10 mm² (suporta até 50 amperes); e o disjuntor de 45 amperes ou mais
próximo disso.

Ainda em relação a fiação, há de dois tipos: o fio rígido e o fio flexível. Os dois se equivalem em condução elétrica,
mas o fio flexível é mais fácil de ser trabalhado. Então, sempre que possível, prefira o uso de cabo flexível em suas
instalações elétricas. Abaixo um exemplo de fio rígido (esquerda) e flexível (direita).

Vamos então finalizar nossa aula de Lei de Ohm em elétrica para determinar quanto uma instalação elétrica irá
consumir de corrente. Isso é calculado somando-se a potência de todos os equipamentos elétricos ligados ao mesmo
tempo. Então vamos a um exemplo através da tabela abaixo:

Equipamento Consumo total


1 chuveiro elétrico de 4400Watts x 110V 40 amperes
6 lâmpadas de 40 Watts x 110V 2,75 amperes
4 televisores LCD 32 polegadas 2,4 amperes
1 forno de microondas de 2200 Watts 20 amperes
1 máquina de lavar 10Kg x 110V 5 amperes

Note que todo equipamento elétrico possui uma etiqueta com o seu consumo e a amperagem de funcionamento.
Esses dados foram retirados de equipamentos nessas condições. Dado o exemplo acima, vamos aos cálculos:

Circuito 1 – chuveiro elétrico: 40 amperes de corrente - fio de 10 mm² com disjuntor de 45 amperes ou próximo disso;

Circuito 2 – 6 lâmpadas, 1 máquina de lavar e 4 televisores: 10,15 amperes de corrente – fio de 1,5 mm² com
disjuntor de 15 amperes;

Circuito 3 – forno de microondas: 20 amperes de corrente – fio de 4 mm² com disjuntor de 25 amperes.
Hoje em dia temos vários tipos de lâmpadas, como as incandescentes, fluorescentes, eletrônicas, halógenas,
dicróicas, leds e outras. Vamos então nos focar nas incandescentes e as fluorescentes.

Acima um exemplo de lâmpada incandescente. Esse tipo de lâmpada é composta por um bulbo de vidro fechado,
dentro do qual não há ar ou oxigênio, caso contrário o filamento de tungstênio simplesmente “pegaria fogo”. Ao ser
atravessado por uma corrente elétrica, esse filamento acende, produzindo luz e calor. O problema desse tipo de
lâmpada é a pouca eficiência que ela possui, pois boa parte da energia consumida por ela é desperdiçada com a
produção de calor.

Acima um exemplo de lâmpada fluorescente, do tipo tubular. Nesse tipo de lâmpada, temos dois eletrodos (um em
cada ponta) que, à grosso modo, é o responsável pela circulação de corrente para a ionização do gás que existe
dentro dela, onde há a geração de luz ultravioleta que, ao atingir uma camada especial de material que reveste o
interior do bulbo de vidro, é transformada em luz branca. Para esse processo ocorrer, há dois “dispositivos” que são
ligados na lâmpada: o starter e o reator. O primeiro só funciona para “ligar” a lâmpada e, uma vez ligada, não é mais
necessário no processo. O reator consiste em uma bobina que serve para aumentar a tensão inicial aplicada aos
eletrodos para haver a ionização do gás interno da lâmpada e também para controlar a corrente consumida pela
lâmpada.

Acima vemos um exemplo de reator. A ligação de uma lâmpada segue o seguinte fundamento:
Essas lâmpadas possuem um suporte próprio para serem instaladas. Enquanto que as lâmpadas incandescentes, na
sua maioria, são instaladas em bocais redondos de rosca, essas lâmpadas são instaladas em suportes como o
mostrado abaixo, chamado calha:

Toda a instalação do starter e tal fica “embutida” na parte de cima da calha. A vantagem desse tipo de lâmpada é a
sua economia e maior eficiência energética, pois produz uma luz fria e muito pouco calor, sendo a melhor opção
nesses tempos de vacas magras. Uma lâmpada fluorescente de 40 Watts consome a metade da energia e ilumina o
dobro que uma lâmpada incandescente.

Outro tipo de lâmpada fluorescente é a chamada lâmpada eletrônica. O princípio é o mesmo, apenas com a diferença
de todo o conjunto de starter e reator serem substituídos por um circuito eletrônico que fica embutido no corpo da
lâmpada, tornando-a mais compacta e tendo o mesmo desempenho elétrico e luminoso da lâmpada tubular.

Acima um exemplo de lâmpada eletrônica. Em termos de instalação, ela é muito parecida com uma lâmpada
incandescente e pode substituí-la diretamente. A principal diferença entre a lâmpada eletrônica e a fluorescente
tubular é a difusão luminosa, maior no segundo tipo de lâmpada.
Acima temos um exemplo de lâmpada eletrônica com o seu circuito exposto.

Sempre precisamos ter cuidado com a instalação elétrica em nossas casas. Atente abaixo para algumas dicas do
que não fazer:

Não usar “200” benjamins uns ligados nos outros em uma mesma tomada. Isso pode sobrecarregar a tomada,
gerando aquecimentos e posteriormente mau contato que aumenta o consumo de energia desse ponto;

Não faça “puxadinhos elétricos” como, por exemplo, puxar uma tomada de outra tomada, a não ser que esse ponto
elétrico seja capaz de suportar a demanda de corrente do conjunto todo que vai ser ligado a ele;

Isole adequadamente com fita isolante os pontos de ligação dos fios. Não use fita crepe, durex, jornal ou outro “gato”
que não seja a fita especialmente desenhada para a função;

Não mexer na rede elétrica de sua casa com ela ligada. Deslique primeiro o disjuntor ou a chave geral antes de
promover qualquer ação de instalação ou manutenção de sua rede;

No caso de você perceber que alguém está “grudado” levando choque, não toque a pessoa pois assim você também
ficará “grudado”. Use alguma coisa isolada (como um tênis na mão ou um pedaço de madeira, não pode ser nada de
metal) para soltar a pessoa dessa situação;

Não invente de colocar moedas nos suportes do fusível ou algum tipo de adaptação no disjuntor para ter energia em
casa em caso de pane nesses componentes. Tenha em casa peças sobressalentes para trocá-las quando for
necessário;

Se os fusíveis ou disjuntores estiverem desarmando com muita freqüência, pode estar havendo algum tipo de
problema na sua fiação elétrica. Antes de trocar o fusível ou disjuntor, certifique-se de que não há algum ponto com
problema pois a troca do fusível ou disjuntor por uma unidade de maior potência pode acarretar em um eventual
aquecimento da fiação elétrica e perigo de incêndio;

Use sempre eletrodutos ou conduítes de plástico para a fiação elétrica. Nunca use canos de ferro para a passagem
de fios pelos quais passarão corrente elétrica.

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