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Projeto SFV para CasaSolar
Projeto SFV para CasaSolar
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RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO
SÃO PAULO
2014
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 2
2. OBJETIVO ......................................................................................................................... 5
3. METODOLOGIA ................................................................................................................ 6
O século passado foi palco da crescente preocupação com o meio ambiente e, neste
século, a busca pelo desenvolvimento sustentável é de forma irrestrita (isto é, que o país seja
desenvolvido, quer em desenvolvimento). Soluções para tal busca devem ser suficientemente
práticas e de longo prazo. Nesse sentido, assumir o Sol como fonte energética e não energética,
com foco na mitigação dos efeitos globais, vinculados às emissões de gases de efeito estufa e
inclusive a fatores de poluição local, é necessário. Comprovadamente, a energia solar é ilimitada e
também a principal fonte que gera a possibilidade de aproveitamento de outras energias provindas
dos sistemas naturais na Terra.
A Ekó House engloba técnicas tradicionais com tecnologia de ponta, utilizando painéis
fotovoltaicos para prover toda a energia necessária, e a água em ciclo fechado, buscando o
conforto térmico através de sistemas passivos e impactando o mínimo possível o meio ambiente
(RTC/PIRnaUSP 452, 2013).
O modelo assumido neste trabalho como sendo a referência para dimensionar um sistema
fotovoltaico residencial (com o conceito energia-zero), como já mencionado é a Ekó House. Um
dos objetivos da arquitetura do protótipo Ekó House é integrar-se com o meio ao seu redor,
aproveitando-se dos ciclos solares e da forma como moldam a vida das pessoas da região,
através da combinação entre sistemas de tecnologia avançada com técnicas tradicionais de
construção que enfatizam o uso de sistemas passivos. Essa integração possibilita o uso de
materiais e mão de obra local.
A premissa da casa Ekó House é de ser uma edificação Net-Zero Energy Building (N-ZEB)
ou edificação com energia líquida zero, ligada à rede, que se traduz em uma edificação em que a
energia total líquida requerida é nula ou negativa quando comparada a um ano típico
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(KOLOKOTSA, 2011), sendo o atendimento à energia requerida, com intercâmbio de excedentes
instantâneos com a rede de distribuição de energia elétrica, realizado prioritariamente com fontes
renováveis de energia.
Além disso, a Ekó House destaca-se pela flexibilidade do projeto, permitindo a adaptação a
diferentes configurações familiares. Para obedecer a essas premissas, utiliza um sistema
estrutural de componentes de madeira sólida (vigas, pilares) e madeira processada, dentro do
conceito da estrutura de rede. Os módulos estruturais são independentes, o que facilita o
transporte e a montagem. O sistema completo consiste em um módulo de base, que contém os
elementos essenciais da casa (cozinha, banheiro, quarto e sala de trabalho) e outros módulos que
podem ser adicionados ao módulo de base, de acordo com a necessidade de expansão,
adicionando outras funções e outros quartos, sendo de “2,2 x 8,6 x 3,3” metros as dimensões do
módulo básico da Ekó House (Ekó House, 2012; RTC/PIRnaUSP 452, 2013).
A casa foi concebida na forma retangular para permitir a penetração de luz do dia com
facilidade. As varandas da casa estão baseadas em cortinas e painéis móveis, que se adaptam à
luz do sol ideal e às condições de iluminação, assim como a configuração de privacidade,
utilizando um controlador automatizado. A varanda funciona como um bloqueador que protege os
espaços internos da casa. O quarto, localizado no canto nordeste, recebe o sol da manhã, quando
as temperaturas costumam ser mais baixas. A sala de estar, posicionada a leste, é protegida da
luz direta pela varanda. A cozinha não deve receber muita luz solar através da fachada, assim
como deve ser protegida do calor excessivo. Uma grande abertura a oeste da cozinha garante
iluminação para a estação de trabalho e para a sala de jantar. Além disso, a persiana externa
protege contra o calor excessivo e evita a luz solar direta, o que poderia causar reflexos nas
superfícies. A Figura 1 mostra uma fotografia da casa-solar Ekó House:
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Figura 1. Protótipo Ekó House montado em Madri.
A iluminação artificial do interior segue o padrão de linhas paralelas que percorrem grande
parte do espaço, uma vez que a iluminação geral do interior está associada aos espaços e não
diretamente à configuração do mobiliário. A linha de luz ao longo da casa cria uma linha ótica de
ligação entre as duas extremidades da casa. As luminárias LED de orientação também garantem
boa visibilidade durante o dia. As lâmpadas dimerizadas, dispostas no interior, permitem atrelar a
distribuição de luz ideal entre a iluminação artificial e natural com o uso eficiente da energia
elétrica.
A Ekó House possui isolamento térmico nos painéis de acabamento externo, enquanto
cabos elétricos, de automação e encanamento estão localizados internamente. Dentro da casa, a
estrutura de apoio tem alguns slots que permitem que o morador possa encaixar facilmente
armários, prateleiras ou pinturas sem dificuldades.
Quanto à acústica, a Ekó House adota estratégias diferentes para oferecer conforto para
seus moradores. O armário técnico está disposto na parte externa da casa e tem o banheiro
localizado entre o quarto e a cozinha como um tampão.
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O sistema hidráulico adotado é o “Plug and Play”, que permite a utilização de água em
todos os pontos, por meio de um sistema de distribuição que combina a facilidade de
implementação, manutenção e transporte.
Todo o sistema hidráulico está situado na parede que separa a cozinha e o banheiro. Cada
ponto de utilização está ligado a um coletor com registro individual, permitindo a manutenção de
um ponto sem comprometer o funcionamento dos outros. Estes distribuidores estão fora da casa,
facilmente acessíveis através de um rodapé de manutenção entre a casa e o deque.
A água da chuva capturada sobre o telhado pode ser usada em tarefas que não
necessitem de água potável. Ela é recolhida por meio de calhas localizadas na fachada sul e são
filtradas no tubo de queda. Essa filtração remove impurezas que estão dentro da cobertura, tais
como folhas e outros resíduos sólidos. Entrando no tanque de água da chuva, a água passa
através de um desacelerador, cuja função é reduzir a velocidade de entrada de modo a não
suspender os resíduos depositados no fundo do tanque (RTC/PIRnaUSP 453, 2013).
2. OBJETIVO
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Diagrama 1. Prototipagem digital da Ekó House (Fonte: ANTONIO, F.; 2013).
3. METODOLOGIA
Onde:
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Para o cálculo do consumo de energia, assume-se que as crianças saem de casa entre 7h-
12h (período escolar), um dos adultos permanece o tempo inteiro em casa e o outro sai no horário
de expediente (7h-17h), mas realiza todas as refeições em casa. Além disso, para os
equipamentos são considerados a potência fornecida pelo INMETRO e sempre com selo
PROCEL, avaliados com etiqueta A, também, pelo INMETRO, ou seja, o mais eficiente possível,
adequando-se, portanto, ao propósito da Ekó House, conforme evidenciado anteriormente.
4. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
A modularidade da casa exige que a instalação elétrica seja flexível, diferente da forma
convencional, e simultaneamente confiável. A utilização de um sistema de conexões “Plug and
Play” facilita as conexões, sem a necessidade de realizar as terminações da casa manualmente.
O isolamento para os cabos tripolares é invariável e mantém-se de 0.6/1kV, e, para os unipolares
éi de 0.45/0.75kV, colocados no interior de conduítes metálicos flexíveis.
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terra. A entrada geral da casa é realizada com cabos de 16mm² tripolar com isolamento de alta
tensão (0.6/1kV).
Para o cálculo de consumo de energia elétrica, realiza-se uma simulação, tal como no
relatório técnico-científico PIRnaUSP 453 (2013), utilizando fontes de dados confiáveis e
analisando o consumo dos equipamentos e aparelhos elétricos, do sistema de água, bombas, ar-
condicionado (HVAC), lâmpadas etc., como pode ser observado na Tabela 1.
Para todos os efeitos, na Tabela 1, deve ser notado que o valor de uso/dia considera a
soma do tempo em que cada equipamento está ligado individualmente.
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Tabela 1. Consumo mensal de energia.
POTÊNCIA USO/DIA CONSUMO MENSAL
EQUIPAMENTO QUANTIDADE
(W) (H) (KWH)**
Forno elétrico 1 3570 1 54,44
Cooktop 1 6300 1 192,15
Geladeira/freezer 1 143 12 52.34
Lava-roupas/Secadora 1 4000 2 48.80
Lava-louças 1 1760 1 35.79
TV/DVD 3 140 15 63
Computador 2 18 16 8,64
Videogame 1 250 3 22.5
Micro-ondas 1 1300 1 39
Condicionador de ar 2 2000 14 840
Chuveiro elétrico 2 5500 50min 13.75
Liquidificador 1 600 5min 1.5
Ferro elétrico 1 1050 30min 2,4
Modem de internet 1 8 24 5,76
Impressora 1 15 30min 0,225
Roteador 1 21 24 4,32
Painel automação 1 1 200 1 6,1
Painel automação 2 1 200 1 6,1
Brises 4 500 0.5 7,62
Persianas 7 875 0.5 13,34
Detector de fumaça 1 20 0.5 0,31
Luz de emergência 4 40 0.5 0,612
Lâmpada 1* 70 4.5 5 1,354
Lâmpada 2 1 7.5 5 0,03225
Lâmpada 3 3 7 5 0.0903
Lâmpada 4* 869 0.04 5 0,149468
Boiler 1 2500 2 152,5
Tubos evacuados 1 950 8 231,8
Tanque hidropneumático 2 1875 1 5,72
1
Água tratada 1 313 6 57,28
Total 1922,813268
*Lâmpadas dimerizadas, acrescentando uma economia de 15% (SCHNEIDER,2010).
**No caso das lâmpadas, considera-se um fator de carga de 0,86.
Fontes: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pbe/chuveiro.pdf;
http://www.eletrobras.com/elb/main.asp?TeamID=%7B32B00ABC-E2F7-46E6-A325-1C929B14269F%7D; e elaboração
própria.
Na Tabela 2, está especificado o consumo noturno, visto que durante a noite não há
produção de energia fotovoltaica e é necessário garantir a energia durante esse período, exigindo,
portanto, um planejamento seguro.
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Tabela 2. Consumo Noturno de Energia.
POTÊNCIA USO/DIA CONSUMO MENSAL
EQUIPAMENTO QUANTIDADE
(W) (H) (KWH)**
Luz de emergência 4 40 0.16667 0,204
Lâmpada 1* 70 4.5 5 1,354
Lâmpada 2 1 7.5 5 0,03225
Lâmpada 3 3 7 5 0.0903
Lâmpada 4* 869 0.04 5 0,149468
Forno elétrico 1 3570 0,5 27,22
Cooktop 1 6300 0,33334 65,05
Geladeira/freezer 1 143 4 17,447
Lava-louças 1 1760 0.333334 11,93
TV/DVD 3 140 10 42
Computador 2 15 10,6667 5,76
Videogame 1 250 2 15
Micro-ondas 1 1300 0,333334 13
Condicionador de ar 2 2000 14 840
Chuveiro elétrico 2 5500 0,41667 6,875
Liquidificador 1 600 2.5min 0.75
Modem de internet 1 8 8 1,93
Impressora 1 15 20min 0,15
Roteador 1 21 8 1,44
Painel automação 1 1 200 0,333334 6,0333
Painel automação 2 1 200 0,333334 6,0333
Brises 4 500 0.166667 2,54
Persianas 7 875 0.166667 4,45
Detector de fumaça 1 20 0.166667 0,10
Boiler 1 2500 0,6667 50,8334
Tubos evacuados 1 950 2,6667 77,2667
Tanque hidropneumático
2 1875 0,3334 5,72
1
Água tratada 1 313 2 57,28
Total 1260.638718
*Lâmpadas dimerizadas, acrescentando uma economia de 15% (SCHNEIDER, 2010).
**No caso das lâmpadas considera um fator de carga de 0,86.
Fontes: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pbe/chuveiro.pdf;
http://www.eletrobras.com/elb/main.asp?TeamID=%7B32B00ABC-E2F7-46E6-A325-1C929B14269F%7D; e elaboração
própria.
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Tabela 3. Consumo Vespertino/Matutino.
POTÊNCIA USO/DIA CONSUMO MENSAL
EQUIPAMENTO QUANTIDADE
(W) (H) (KWH)**
Forno elétrico 1 3570 0.5 27.22
Cooktop 1 6300 0.6667 128.1
Geladeira/freezer 1 143 8 34.90
Lava-roupas/Secadora 1 4000 2 48.80
Lava-louças 1 1760 1 35.79
TV/DVD 3 140 5 21
Computador 2 18 5,3334 2,88
Videogame 1 250 1 7.5
Micro-ondas 1 1300 0.66667 26
Chuveiro 2 5500 25min 6.875
Liquidificador 1 600 2.5min 0.75
Ferro elétrico 1 1050 30min 2,4
Modem de internet 1 8 16 3.84
Impressora 1 15 10min 0.075
Roteador 1 21 16 2.88
Painel automação 1 1 200 0.667 4.07
Painel automação 2 1 200 0.6667 4.07
Brises 4 500 0.3334 5.08
Persianas 7 875 0.3334 8.89
Detector de fumaça 1 20 0.3334 0,21
Boiler 1 2500 1.3334 101.67
Tubos evacuados 1 950 5.3334 154.54
Tanque hidropneumático 2 1875 0.6667 3.82
1
Água tratada 1 313 4 38.19
Total 662.17455
*Lâmpadas dimerizadas, acrescentando uma economia de 15% (SCHNEIDER,2010).
**No caso das lâmpadas considera um fator de carga de 0,86.
Fontes: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pbe/chuveiro.pdf;
http://www.eletrobras.com/elb/main.asp?TeamID=%7B32B00ABC-E2F7-46E6-A325-1C929B14269F%7D; e elaboração
própria.
6. Condições Meteorológicas
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6.1. Pluviosidade e Temperatura
Recife possui clima tropical quente e úmido, com temperatura média anual de 25,4ºC e
amplitude de 2,8ºC. O regime de chuvas caracteriza-se por dois períodos distintos: uma estação
seca ou de estiagem, que se prolonga de setembro a fevereiro (primavera-verão) e uma estação
chuvosa, de março a agosto (outono-inverno) (Atlas Ambiental da Cidade do Recife, 2000).
12
7. Cálculo da Irradiação Solar
Fonte: Cresesb/Cepel
Visto que a inclinação dos painéis fotovoltaicos pode ser ajustada, objetivando
homogeneizar a produção de energia ao longo do ano, otimizando para o inverno, principalmente,
serão utilizados dados de irradiação relativos a quarta maior irradiação mensal. De posse desses
dados, é possível dimensionar o sistema fotovoltaico, acrescentando uma margem de segurança
para eventualidades.
23073,76/2086,15 = 11,06kW
Sendo os painéis de 230W (Ekó House, 2012), a quantidade necessária de painéis para
atender a carga média anual com os requisitos de sobra de energia seria de:
8. SISTEMA FOTOVOLTAICO
O sistema fotovoltaico é composto de módulos, modelo SPR 230 WHT (os mesmos do
protótipo modelo), fornecidos pela Sun Power Corporation, os quais são feitos com células solares
monocristalinas que garante até 50% a mais de geração de energia em comparação com os
painéis convencionais (considerados convencionais até 2011), ou seja, uma eficiência de 18.5%
na conversão de energia fotovoltaica, pesando 15kg cada painel (a Figura 6 mostra as
características desse painel). O painel fotovoltaico é controlado e pode ser ajustado para cinco
inclinações diferentes (10, 15, 20, 25 e 30 graus), maximizando a geração de energia.
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Dimensões (L x P x A) 1559 x 46 x 798 mm
A potência dos painéis é dada pela potência de pico expressa em [Wp]. No entanto, essa
característica não pode ser utilizada como parâmetro para a escolha dos painéis, pois,
dependendo da utilização, as características elétricas serão de suma importância (CRESESB,
2004). Dessa forma, tais parâmetros/características elétricas e térmicas determinam-se baseados
no STC (Standard-Test-Conditions), os quais definem uma temperatura de junção da célula em
25°C, irradiância total de 1.000 W/m2 normal à superfície de ensaio e espectro AM 1,5 (ABNT,
2006).
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Na Figura 7, podem ser verificadas tais características, como:
Por fim, almejando aumentar a Potência Máxima (Pm), os módulos fotovoltaicos devem ser
ligados entre si, em série ou em paralelo. Para a realização de tais conexões, se utiliza um cabo
MultiContact, conforme pode ser visto na Figura 8, resistente à luz solar.
Figura 8. MultiContactKris Tech Wire ( 5,26mm²). Tipo XLP RHW – 2,600V,15 A (resistente à luz solar).
Fonte: Relatório Técnico-científico Ekó House
Já para a proteção do sistema, sempre com base na Ekó House (não é intuito deste
trabalho dimensionar sistemas já estabelecidos e aplicados nesse protótipo de referência),
assume-se o uso de um disjuntor da Schneider ElectricTM, (Figura 9.1), e, para a proteção contra
surtos, outro equipamento também da Schneider ElectricTM (características na Figura 9.2),
demonstradas na Tabela 6.
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Tabela 5. Dispositivos utilizados para a proteção dos painéis fotovoltaicos (Ekó House, 2012).
Características técnicas:
2P/CURVA C
Tensão nominal (Vn): 220V
Corrente nominal (In): 10A
Tensão máxima (Ve): 500VDC
Capacidade de interrupção (Icu): 10kA
Figura 9.1. Schneider Eletric CH60 Modular
DC Circuit Breaker.
Fonte: Schneider-electric, 2011.
Características técnicas:
Tensão nominal (Um): 600V.
Corrente nominal de descarga (In): 15kA.
Corrente máxima de descarga (Imax):
40kA.
8.2. Inversores
1. Microinversores: é uma tecnologia mais recente, que possibilita que um SFV esteja
constituído de pequenos inversores colocados em cada painel individualmente (uma
ilustração pode ser visto na Figura 10). Normalmente, esses inversores têm de 25-30 anos
de garantia e são 5% a 10% mais caros que os inversores string (ver Figura 11), sendo
operados em voltagens menores do que os strings. Dessa forma, caso ocorra falha em
algum microinversor, ou edificações e árvores próximas façam sombra em um painel, não
será afetada a produção de energia dos outros painéis, ao contrário dos inversores string.
Além disso, pode-se ajustar a orientação individualmente dos painéis, enquanto nos strings
inversores todos deverão estar na mesma.
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Figura 10. Microinversor.
Fonte: Enphase Energy
Neste trabalho, por definição do protótipo modelo, pressupõe-se o uso do inversor modelo
SMA SMC 6000A (RTC/PIRnaUSP 453, 2013), que está protegido com isolação galvânica e
possui tecnologia com controle ativo de temperatura. A partir da escolha do modelo de inversor, é
possível determinar os parâmetros de composição do sistema, como quantidade mínima e
máxima de módulos por string, valores de corrente e quantidades de strings.
19
8.3.1. Quantidade Máxima de Módulos por String
{ [( ) ]} (2)
(3)
(4)
Para a tensão máxima de 50V por módulo, é possível ligar o máximo de 12 módulos por
string.
20
O método de fixação dos painéis, como arquitetonicamente definido no protótipo aqui
definido como modelo, isto é da Ekó House, em relação ao telhado por ser inclinado, porém com
altura livre da fixação, pode gerar um incremento de até 30ºC, segundo IEA (2004).
Para:
(5)
Como o total de painéis deve ser de 54 módulos para o atendimento total da carga ao
longo dos 365 dias do ano, com 10% de margem de segurança, sendo o mínimo de 7 módulos e o
máximo de 12 módulos por string, o ideal é realizar a montagem com 6 strings de 9 módulos cada,
divididos em dois inversores, ligados a três strings cada. Confirmado pelo cálculo de corrente
máxima por inversor que segue abaixo:
Na Tabela 7, é apresentado o cálculo das correntes Isc’ e Imp’, que servem de parâmetro para o
dimensionamento da corrente no inversor.
Ademais, considerando mais uma vez um fator de segurança de 1,25, é utilizada a tensão
de circuito aberto para o cálculo do valor de tensão máxima do inversor, como demonstrado na
Tabela 8.
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Tabela 7. Cálculo de tensão máxima no inversor.
Tensão de circuito aberto Voc = 50V Voc’ = 50x9x1,25 = 562,5V
Tensão máxima no inversor 600 V
(6)
22
Optou-se pela configuração de dois inversores de 6000W de potência máxima de saída AC
no inversor, dessa forma os custos dos equipamentos ficam positivamente equilibrados, numa
relação R$/W instalado – além de reduzir custos de operação e manutenção. A desvantagem de não
se aproveitar toda a energia gerada fica minimizada pelo listado abaixo:
A máxima potência, de fato, é gerada por no máximo 2h de insolação direta
diária, resultando em menos de 1/3 da média diária de insolação.
A diferença entre o gerado e o entregue é menor que 3,5% nesse período de
2h.
O projeto obedece ao recomendado pela ANEEL, com sobras de 10% de
energia.
Figura 12. Inversor escolhido da marca e modelo SMA Sunny Mini Central 6000A.
Fonte: SunPower, 2013
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Tabela 10. Características elétricas e gerais do Inversor SMA Sunny Mini Central 6000A.
Potência máxima DC (cos φ=1) 6300W
Tensão máxima – entrada 600V
MPP – faixa de tensão 246V - 480V
Tensão mínima/tensão inicial 211V / 300V
Corrente máxima 26A
Corrente máxima por string 26A
SAÍDA (AC)
Potência nominal (@230 V, 50 Hz) 6000W
Potência aparente máxima 6000VA
Tensão nominal 220V
Alcance da faixa de frequência 60Hz
Corrente máxima 26A
Equilíbrio de potência Sim
EFICIÊNCIA
Eficiência máxima 96,10%
PROTEÇÃO
Monitoramento – falta plugues/grid Sim/Sim
Proteção contra inversão de polaridade Sim
DADOS GERAIS
468/613/242m
Dimensões (L / A / P)
m
Peso 62kg
Faixa de operação – temperatura 25°C+60°C
Consumo interno (noite) 0,25W
O inversor é conectado diretamente aos dispositivos de proteção contra surtos (Figura 9.2),
e cada inversor se responsabiliza por três strings. O diagrama dessa conexão é mostrado na
Figura 13.
24
O inversor admite cabos específicos de corrente contínua (DC), provindos do sistema de
módulos fotovoltaicos, e disponibiliza a energia em corrente alternada (AC) para o painel elétrico,
responsável pela distribuição de energia.
Para dimensionar os cabos em uma distância curta, deve ser verificada a capacidade de
corrente máxima que o sistema pode fornecer, segundo a NBR 5410. Através da Tabela 11,
temos que a corrente máxima que o inversor pode suportar é 26A, e a distância do inversor para o
painel elétrico é considerada de aproximadamente 5m (sempre com base em Ekó House, 2012).
Segundo SUNLABTM, a bitola a ser utilizada para uma corrente de 26A a uma distância de 5m é
de 6mm².
As conexões do inversor estão ilustradas na Figura 14 tal que podem ser observadas as
formas de conexão tanto da entrada como da saida do equipamento.
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Figura 15. Conexão dos inversores com os dispositivos de proteção e de medição da Ekó House.
Fonte: RTC/PIRnaUSP n. 453
Uma das grandes vantagens dos sistemas de produção fotovoltaicos é que os módulos e
os inversores foram construídos de modo que o trabalho de manutenção seja reduzido ao mínimo
durante os 25 anos garantidos de funcionamento. A parte frontal dos módulos é constituída por
um vidro temperado de 3 a 3,5mm de espessura, o que os torna resistentes até ao granizo,
admitindo qualquer tipo de variação climática. Além disso, eles são autolimpantes devido à própria
inclinação que o módulo deve ter.
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De qualquer maneira, é aconselhável executar inspeções periódicas dos módulos, para ver
se apresentam danos no vidro, película posterior, estrutura, caixa de junção ou ligações elétricas
externas. Dessa forma, pode-se usar água para lavar o vidro frontal, remover poeira e outros
detritos. Já no caso de sujidade entranhada, indica-se utilizar panos de microfibras com etanol ou
limpa-vidros convencional, principalmente durante os meses de verão, quando as chuvas são
escassas na cidade de Recife, com uma periodicidade mensal e à noite, visto que nesse momento
não há produção de energia. A Figura 16 ilustra o estado real de um painel fotovoltaico após um
tempo sem verificação in loco dele.
Figura 16. Módulo fotovoltaico em Los Angeles após dois meses sem chuvas.
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Verificar o estado dos cabos, uniões e terminais, pois uma ligação que não esteja
correta pode produzir um arco elétrico, o que possibilita o aumento de temperatura e um
colapso no dispositivo. Para evitar um problema sério no dispositivo no futuro, é essencial
fazer um teste que verifique a existência de tensões mecânicas.
Verificar as proteções elétricas.
Verificar o estado do inversor através da existência de sujidades (poeiras, flores ou
outros detritos) que possam levar a uma perda de potência e a uma refrigeração
insuficiente. Além de conferir se os dados que serão enviados pelo inversor são lógicos e
se coincidem com os que estão visíveis no display do inversor.
Inspecionar o Electronic Solar Switch, verificando se está desgastado e se as linguetas
no interior da ficha apresentam descolorações castanhas.
Além disso, o sistema de água (tal como desenhado no protótipo-modelo deste trabalho)
deve ser repensado na implementação do projeto, pois representa o maior consumo entre os
sistemas: em torno de 42%. Por fim, o critério de escolha dos equipamentos elétricos vai além de
baixo consumo, devem ser considerados todos os aspectos e as características para a obtenção
de uma alta eficiência energética ligada diretamente ao conforto.
11. CONCLUSÃO
28
a aplicação pragmática do conceito de residência zero energia está tecnicamente dominada. De
fato, o conceito energia-zero provém de que o consumo seja igual ou menor à produção durante
um ano completo, considerando a vida útil da residência, neste caso, da casa-solar considerada
com base no protótipo-modelo.
Além disso, observa-se que é possível alcançar o resultado esperado (incluindo eficiência
energética e ambiental), utilizando-se sempre dos equipamentos mais eficientes e menos
prejudiciais à natureza, e aproveitando-se do potencial fotovoltaico da cidade de Recife.
12. BIBLIOGRAFIA
ABNT– ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10899: Energia solar
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