Você está na página 1de 5

Sementes Florestais

Introdução:
A aroeira é uma espécie que pertence à família Anacardiaceae, sua ocorrência
vai desde o Ceará ate o estado do Paraná e Mato Grosso do Sul. O seu cultivo é
importante para obras externas, como postes, moirões e esteios na construção civil,
como caibros, vigas e tacos.
Pesquisas sobre a sanidade de sementes podem fornecer subsídios para o
controle de futuros problemas. A presença de fungos em sementes pode reduzir o
poder germinativo destas, causar a morte de plântulas ou transmitir doenças para
plantas adultas (Menten, 1991). Segundo Ferreira (1989), a patologia de sementes
florestais no Brasil está praticamente no início das investigações, não se conhecendo,
até o momento, nenhuma doença florestal transmitida por sementes.
Os métodos escolhidos para o estudo do controle de patógenos das sementes
de aroeira foram: extrato etanólico de própolis, álcool 70, extrato de alho alcoólico e
Derosol Plus®, O extrato de alho possui substâncias tóxicas inibidoras a diversos
organismos. Extrato etanólico de própolis pode atuar como fungicida no controle de
doenças de plantas, nutriente foliar e fonte de carboidratos. O álcool 70 é um
desinfetante e apresenta ação de bactericida rápida. O Derosol Plus®, é um fungicida
mais utilizado contra patógenos de sementes, oferecendo proteção durante a
germinação e atua de forma preventiva.

Objetivo:
Este trabalho teve como objetivo o estudo da eficiência de produtos naturais
em comparação com o produto químico para controle de patógenos associados ás
sementes de Myracrodruon urundeuva.

Metodologia:
Coletaram-se as sementes no Assentamento Aroeira Chapadão do Sul no
estado de Mato Grosso do Sul no dia 22 de março. Levou-as para o Laboratório de
Silvicultura e Sementes Florestais da UFMT. As placas de petri foram lavadas e
colocadas em uma bacia com água e água sanitária por aproximadamente de 12 horas.
As pinças e as 40 folhas recortadas de papel germitest foram utilizados para pegar e
germinar respectivamente as sementes. Tanto as pinças quanto os papéis germitest,
foram colocados em uma estufa para serem esterilizados em uma temperatura de
105°C por aproximadamente 12 horas.
No dia seguinte depois de esterilizados os materiais a serem utilizados no
experimento, foram utilizados 20 placas de petri. As sementes de aroeira foram
divididas em 5 tratamentos: extrato alcoólico de própolis, extrato aquoso de alho,
álcool 70, Derosol Plus®, e testemunha. Pegou-se o extrato alcoólico de própolis e
colocou-o no béquer com as sementes, mexeu-se por alguns minutos. No extrato
aquoso de alho utilizou-se um liquidificador para triturar o alho e em seguida dissolve-
lo a 500 ml de água em um erlenmeyer. Depois despejou no béquer com as sementes.
No tratamento com álcool usou-se uma proveta de 100 ml, colocou-se 70 ml de álcool
e em seguida inseriu-se 30 ml de água. Após isso despejou-se no béquer juntos as
sementes. Pegou-se o Derosol Plus®, e misturou-se no béquer com as sementes. A
testemunha não foi utilizada nenhum extrato.
Utilizando-se a bancada, colocaram-se as placas de petri com dois papéis
germitest por placa. Pegou-se a pinça para colocar 25 sementes dentro de cada placa
de petri totalizou-se 500 sementes, molhou-as com água destilada e tampou-as
adequadamente. Depois levou as placas de petri para câmara de germinação tipo BDO.
Durante uma semana molhou-se as sementes uma vez por dia e retirava as
sementes germinadas. No último dia contou-se o número de fungos que continha em
cada semente por placas.

Figura 1- Extrato aquoso de alho, álcool 70, Derosol Plus® e béqueres.


Figura 2- Extrato alcoólico de Própolis.
Figura 3 – Placas com as sementes em tratamentos.

Figura 4 – Placas com as sementes em tratamentos.

Resultados e Discussões:
A seguir é apresentado o gráfico de percentagem de sementes infestadas
(Figura 5), em sementes de Myracrodroun urundeuva após o uso de diferentes
tratamentos alternativos e químicos. As médias gerais demonstram que houve
diferença entre os tratamentos. Os dados apresentaram normalidade e
homogeneidade, não apresentando necessidade de transformação.

90
82 a
74 a
% de Sementes Infestadas

80 70 a
65 a
70
60
50
40
30
20
0b
10
0
Extrato de Extrato de Derosol Plus Álcool 70° GL Testemunha
Própolis Alho ®
Tratamentos

Figura 5 - Percentagem de sementes de Myracrodruon urundeuva infectadas, submetidas a diferentes


tratamentos para controle de patógenos. Barras com a mesma letra não diferem entre si pelo teste de
tukey ao nível de 5% de probabilidade.

O tratamento com extrato alcoólico de Própolis não foi eficiente para o controle
de patógenos pois apresentou o maior percentagem de sementes infectadas. Já o
extrato aquoso de alho verificou-se que obteve o melhor resultado de controle
patógenos pelo fato de não apresentar nenhuma semente infectada com fungo. O
Derosol Plus® apresentou um resultado abaixo da média (58,2 %), já o álcool 70 e a
testemunha obtiveram resultados semelhantes, sendo esses resultados menos
significantes que o Derosol Plus®.
As sementes de aroeira influenciaram diretamente nos resultados do teste
patogênico sendo que estavam misturadas com outras espécies, não apresentando
condições adequadas de sanidade.

Conclusão:

Depois de ter sido realizado os experimentos com todos os extratos, observou-


se que o extrato de alho foi o mais eficiente para controle de patógenos associados às
sementes de Myracrodruon urundeuva. Já o extrato de própolis notou-se que o seu
resultado não foi satisfatório tendo uma grande quantidade de fungos nas sementes.

Referências Bibliográficas:
LORENZI, H. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas
Nativas do Brasil. 2ª ed. São Paulo: Nova Odessa. 1992. v. 1. 368p.

Souza, P. F; Campelo, G. J; Alves, G. S. Atividade Antifúngica de Diferentes


Concentrações de Extrato de Alho em Sementes de Ingá (Inga edulis).

Medeiros, A. C; Mendes, M. A; Ferreira, M.A; Aragão, F. J. Avaliação Quali-Quantitativa


de Fungos Associados A Sementes de Aroeira (Astronium urundeuva (FR.ALL.)ENGL.).

Você também pode gostar