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Circulação pela direita

1. Introdução

Por que conduzimos pela direita? Desde quando conduzimos pela direita?
Muitas vezes não nos paramos a pensar como as coisas têm surgido ou se sempre se fizeram da mesma forma, a condução é uma
ação diária que fazem milhões de pessoas todos os dias, mas não há muito tempo que o carro é usado. Antes da invenção dos
carros as pessoas viajavam a cavalo, em carrinhas, em carruagens... Conduziam pela direita ou pela esquerda?

2. Histórias e mitos

Não há uma única teoria, mas sim um conjunto de mitos e lendas que foram explicando por que se conduz pela direita:
1. Em 1988 os arqueólogos descobriram uma estrada romana, nesta estrada os sulcos indicam que circulavam pela esquerda
porque a maioria eram destros e tinham a mão direita para defender-se ou cumprimentar.
2. Outra das lendas é que na Idade Média a regra era que o povo tinha que caminhar pela direita enquanto os cavaleiros e
nobres tinham de caminhar pela esquerda.
3. Outra lenda é sobre os cavaleiros, a maioria deles eram destros e nos caminhos eles colocavam-se no lado direito porque
eles levavam na espada no lado esquerdo do cinto.
4. Napoleão Bonaparte, em sua conquista da Europa continental, trocou o sentido do tráfego e todos tinham de ir pela
direita (as pessoas, os animais e as carruagens).
Três razões: Uma pessoal, outra religiosa e uma bélica.
• Ele era canhoto
• Para levar a contrária ao Papa Bonifácio VIII.
• Uma nova tática militar com que surpreender o inimigo no campo de batalha.
Seja qual for a causa, o fato é que mudou o sentido de marcha por todo o império, exceto na Inglaterra e os países
pertencentes ao Império Britânico não pôde conquistar.
5. A carroça Conestoga, no século XVIII uns pioneiros alemães introduziram uma nova carroça na Pensilvânia (EUA). Esta
carroça tinha o mérito de ser conducido sobre um dos cavalos, e este cavalo era o mais próximo da carroça pela esquerda.
Isto é porque as pessoas usavam a mão destra. A partir desta posição, é fácil entender que a maneira mais eficaz de
controlar, visualmente, o caminho era circular pela direita.
6. A criação, em 1885, do primeiro carro de combustão interna, criado por Karl Benz, este carro manejava-se com uma
manivela no centro, mas como a maioria dos conductores eram destros, eles tiveram que sentar-se à esquerda do assento.

3. Dados de interesse:

A Convenção de Viena de 1968 das Nações Unidas determina as regras básicas de trânsito, ainda que nem todos os países sejam
seus signatários.
Na atualidade o número de países que conduzem pela direita é de 126 enquanto o número de países que conduzem pela
esquerda é de 68.
Por outro lado, a porcentagem de pessoas que conduzem pela direita é um 66% e pela esquerda é um 34%.
O número de quilômetros de estradas que são pela esquerda é o 28% enquanto os quilômetros pela direita são o 72%.
Conducir pela direita chama-se em português mão francesa e conducir pela esquerda mão inglesa.

4. Espanha, Portugal e Brasil:

1. Na Espanha até os anos 30 não havia um regulamento, em Barcelona circulava-se pela direita mas em Madrid circulava-se
pela esquerda. O 01 de Outubro de 1924 mudou o sentido à direita.
2. Portugal mudou a circulação da esquerda para direita em 01 de junho de 1928. Todavia, os comboios mantêm a circulação
pela esquerda. Tal mudança foi implementada na maioria de suas colônias, com exceção de Goa, Macau e Moçambique,
que tinham fronteiras com países com circulação pela esquerda.
3. No Brasil, a circulação pelo lado direito da via é assim determinada nacionalmente desde o 24 de julho de 1928. Todavia,
antes de 1928, havia estados que adotavam a circulação pela esquerda (popularmente denominada mão-inglesa).
Atualmente, a circulação pela esquerda só acontece em lugares com sinalização especial para acomodar necessidades
pontuais de tráfego. Toadavia, o Brasil possui a única travessia internacional com mudança de sentido de circulação
na América do Sul: a Ponte do Rio Tacutu, entre a cidade de Bonfim, em Roraima e a cidade de Lethem, na Guiana,
inaugurada em 2009 e que acontece através de um viaduto com passagem inferior cruzando-se do outro lado da fronteira.

5. O dia H na Suécia: Högertrafikomläggningen

Högertrafikomläggningen significa “circulação pela direita” e é o termo escolhido pelos suecos para falar sobre a mudança que fiz
o governo para conduzir pela direita , no domingo 3 de setembro de 1967 ás 4:50 da manhã, eles escolheram esta hora porque há
pouco tráfego.
Por que a Suecia fez o dia H?
O governo sueco levava décadas tentando mudar a lei. Napoleão nunca conquistou esta terra, de modo que ninguém começou a
circular na direita. No entanto, outros países vizinhos se o faziam (Noruega, Finlândia e Dinamarca).
No século XX, a maioria dos carros na Suécia vinham equipados com volante do lado esquerdo, como no resto da Europa. A falta
de visibilidade levou a um grande número de colisões frontais nos adiantamentos
O que fazer?
O governo sueco fez um referendo não vinculativo em 16 de outubro de 1955, e 82,9% dos eleitores disseram não à proposta de
mudança para começar a dirigir no lado direito.
No entanto, o Riksdag, o parlamento sueco, ignorou o referendo e estabeleceu o intercâmbio de circulação. O cenário era que os
outros países vizinhos tinham mudado suas regras e era mais importante isto que a opinião dos cidadãos.

O governo criou uma comissão especial para dirigir esta mudança (Statens Högertrafikkomission) para realizar:
 Um Programa educacional que durou quatro anos.
 Criar um logotipo específico para o dia D (Dagen H, em sueco, onde H é Höger, direita) e com ele 130.000 sinais de trânsito
foram impressas.
 Criar milhares de artigos com o logotipo, desde caixas de leite até roupas íntimas.
 Mudou tudo sinalização nos cruzamentos. Os trabalhadores de manutenção mudaram um total de 360.000 sinais.
 O tráfego foi limitado entre a uma e ás 6 horas a manhã.
 Em Estocolmo e Malmö, no entanto, a proibição de circulação foi prorrogada das 22 horas no sábado até 15 horas no
domingo, para permitir o trabalho em todos os cruzamentos.

Consequências: os dados da mortalidade rodoviária

Um ano depois, a Islândia adotou a mesma medida. É claro que hoje a questão levanta uma enorme polêmica em países como o
Reino Unido, onde eles não querem ouvir falar de sair de sua tradição ancestral.

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