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Apostila de Cisalhamento NSL PDF
Apostila de Cisalhamento NSL PDF
AUTORES
NATAL - RN
2014
1
RESUMO
Esse documento faz referência ao estudo completo dos modelos de cálculo de cisalhamento de
uma viga de concreto armado. Para isso buscou-se na literatura técnica autores que tratam do
assunto, tanto a parte conceitual e do desempenho mecânico do concreto armado solicitado aos
esforços cortantes, quando a parte prática do dimensionamento de vigas segundo a NBR
6118/2014.
2
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5
2 – COMPORTAMENTO DE VIGAS HOMOGÊNEAS NO ESTÁDIO I .................................... 6
3 – COMPORTAMENTO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS À FLEXÃO
E À FORÇA CORTANTE ............................................................................................................ 7
4 – MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DA FORÇA CORTANTE .................................... 11
4.1 - Ação de Arco .................................................................................................................. 12
4.2 – Concreto Comprimido Não Fissurado ............................................................................. 13
4.3 – Transferência na Interface das Fissuras Inclinadas .......................................................... 13
4.4 – Ação de Pino da Armadura Longitudinal ........................................................................ 13
4.5 – Tensões Residuais de Tração .......................................................................................... 14
4.6 – Armaduras Longitudinal e Vertical ................................................................................. 15
5 – FATORES QUE INFLUENCIAM A RESISTÊNCIA À FORÇA CORTANTE .................... 16
5.1 – Tipo de Carregamento .................................................................................................... 16
5.2 – Posição da Carga e Esbeltez............................................................................................ 16
5.3 – Tipo de Introdução da Carga........................................................................................... 17
5.4 – Armadura Longitudinal .................................................................................................. 17
5.5 – Forma da Seção Transversal ........................................................................................... 18
5.6 – Altura da Viga ................................................................................................................ 18
5.7 – Resistência do Concreto.................................................................................................. 19
5.8 – Força Axial..................................................................................................................... 19
6 – COMPORTAMENTO DAS VIGAS SEM ARMADURA TRANSVERSAL ........................ 20
6.1 – Modos de Ruptura .......................................................................................................... 20
7 – COMPORTAMENTO DAS VIGAS COM ARMADURA TRANSVERSAL........................ 23
7.1 – Função do Estribo ........................................................................................................... 23
7.2 – Modos de Ruptura .......................................................................................................... 25
8 – TRELIÇA CLÁSSICA DE RITTER-MÖRSCH .................................................................... 27
9 – TRELIÇA GENERALIZADA............................................................................................... 31
10 – DIMENSIONAMENTO SEGUNDO A NBR 6118/03 ........................................................ 34
10.1 Modelo de Cálculo I ........................................................................................................ 34
10.2 Modelo de Cálculo II ....................................................................................................... 38
10.3 Armadura Mínima ........................................................................................................... 41
11 – DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS ..................................................................................... 43
11.1 Diâmetro do Estribo ........................................................................................................ 43
3
11.2 Espaçamento Mínimo e Máximo entre os Estribos ........................................................... 43
11.3 Espaçamento Máximo entre os Ramos Verticais do Estribo ............................................. 44
11.4 Ancoragem do Estribo ..................................................................................................... 44
12 – CONSIDERAÇÕES SOBRE O ÂNGULO DE INCLINAÇÃO DAS DIAGONAIS DE
COMPRESSÃO (θ) .................................................................................................................... 46
13 – REDUÇÃO DA FORÇA CORTANTE ............................................................................... 48
14 – CARREGAMENTO APLICADO NA PARTE INFERIOR DAS VIGAS............................ 50
14.1 Armadura de Suspensão .................................................................................................. 50
15 – EXEMPLO NUMÉRICO .................................................................................................... 55
15.1 Modelo de Cálculo I ........................................................................................................ 55
15.2 Modelo de Cálculo II com θ = 30° ................................................................................... 56
15.3 Detalhamento da Armadura Transversal .......................................................................... 57
16 – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................... 60
17 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 61
ANEXOS .................................................................................................................................... 62
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CAPÍTULO 1
1 - INTRODUÇÃO
5
CAPÍTULO 2
Considerando uma viga não fissurada, isto é, no Estádio I, de seção retangular, bi-apoiada
e com carregamento uniformemente distribuído mostrada na figura 1. Sejam dois elementos
infinitesimais A1 e A2 da viga de material homogêneo, elástico linear e isótropo (definido como o
material que apresenta propriedades de deformação iguais para qualquer direção). De acordo com
a teoria clássica da Resistência dos Materiais, as tensões normais de tração e de compressão,
atuantes ao nível dos planos a1 e a2, respectivamente, assim como a variação da tensão de
cisalhamento ao longo da altura da viga, são as indicadas abaixo.
Sendo “M” e “V”, o momento fletor e o esforço cortante atuantes na seção, “y” a distância
do elemento à linha neutra, “Sy” o momento estático da área considerada até a linha neutra, “I” o
momento de inércia e “bw” a largura da viga.
6
CAPÍTULO 3
7
Figura 3 – Comportamento resistente de uma viga bi-apoiada (LEONHARDT e MÖNNIG, 1982)
9
Figura 4 – Analogia de treliça para regiões próximas do apoio (LEONHARDT e MÖNNIG, 1982)
Quando esta treliça é isostática com banzos paralelos e diagonais comprimidas de 45° é
chamada treliça clássica de Ritter-Mörsch como será visto adiante (Figura 5).
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CAPÍTULO 4
Os mecanismos existentes numa viga responsáveis pela transferência da força cortante são
complexos e difíceis de identificar e medir, porque após a fissuração ocorre uma complexa
redistribuição de tensões, influenciada por vários fatores.
Excluindo-se a armadura transversal, são cinco os mecanismos mais importantes:
1) força cortante na zona de concreto não fissurado (banzo de concreto comprimido – Vcz);
2) engrenamento dos agregados ou atrito das superfícies nas fissuras inclinadas (V ay);
3) ação de pino da armadura longitudinal (V d);
4) ação de arco;
5) tensão de tração residual transversal existente nas fissuras inclinadas.
Os três primeiros mecanismos estão mostrados com suas contribuições nas Figuras 6a e 6b.
Figura 6 – a) Mecanismos de transferência da força cortante em viga com armadura transversal, b) parcela de
contribuição de cada mecanismo (MACGREGOR e WIGHT, 2005)
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cortante agindo isolada, é importante examinar também a interação com os outros esforços
solicitantes.
No caso das vigas sob flexão, os mecanismos resistentes à força cortante interagem com a
aderência entre o concreto e a armadura longitudinal, bem como com a ancoragem dessa armadura
na sua extremidade.
A transferência da força cortante nas vigas de concreto armado é muito dependente das
resistências do concreto à tração e à compressão, e tem, por isso, a ruptura frágil por efeito da
força cortante. Portanto, é muito importante o correto dimensionamento das vigas à força cortante,
de modo à sempre evitar a ruptura frágil por força cortante.
As características dos cinco principais mecanismos de transferência de força cortante são
comentadas a seguir.
Figura 7 – Ação de arco nas proximidades dos apoios (LEONHARDT e MÖNNIG, 1982)
12
A ação de arco é o mecanismo dominante de resistência de vigas-paredes à força cortante
com o carregamento aplicado na sua região comprimida.
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cobrimento embaixo da barra de aço; propriedades do concreto; tensões axiais na armadura; e
existência de armadura transversal impedindo o deslocamento da barra longitudinal.
Dois modos de ruptura podem ocorrer: fendilhamento do concreto do cobrimento (I), e
esmagamento do concreto sob a barra, acompanhada pelo escoamento da barra (II).
Figura 8 – Modos de ruptura do mecanismo de efeito pino (VINTZILEOU, 1997, apud BASTOS, 2008).
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CAPÍTULO 5
Diversos fatores influenciam a resistência das vigas à força cortante, cerca de vinte, sendo
que de alguns deles não há conhecimento suficiente da sua influência. A seguir apresentam-se
alguns dos principais fatores.
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5.3 – Tipo de Introdução da Carga
Efetuando-se a ligação de uma viga em toda sua altura com outra viga, a viga que se apoia
distribui sua carga ao longo da altura da alma da viga que serve de apoio. Diz-se então que se trata
de um carregamento ou apoio indireto. Na região de cruzamento dessas vigas é necessária uma
“armadura de suspensão” que deve ser dimensionada para a força total atuante no apoio ou nó.
Uma viga no Estádio II transfere sua carga ao apoio primordialmente pela diagonal de
compressão, e as diagonais comprimidas no modelo treliça definem a necessidade de montantes
verticais de tração, ou seja, “armadura de suspensão”. Entretanto, fora da região de cruzamento, a
viga não é influenciada pelo tipo de introdução de carga ou de apoio, isto é, o comportamento em
relação à força cortante é o mesmo que para o apoio ou carregamento direto. Na região de
cruzamento, a armadura de suspensão atende simultaneamente à função de armadura de
transversal.
Cargas penduradas na parte inferior de uma viga produzem tração na alma e também
devem ser transferidas pelas barras de tração da alma ao banzo comprimido. Essa armadura de
suspensão é adicional à armadura transversal para a força cortante.
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5.5 – Forma da Seção Transversal
A forma da seção transversal tem uma forte influência sobre o comportamento resistente de
vigas de concreto armado solicitadas à força cortante. A seção transversal retangular pode se
adaptar livremente a uma forte inclinação do banzo comprimido e pode absorver toda a força
transversal no banzo comprimido, especialmente no caso de carga distribuída e de carga
concentrada próxima ao apoio.
Em seções transversais de vigas T, a força no banzo comprimido só pode ter uma
inclinação quase horizontal, porque na realidade ela permanece na largura comprimida da laje até
a proximidade do apoio, concentrando-se na alma apenas gradativamente em direção ao apoio. O
banzo comprimido por este motivo, só pode absorver uma parcela da força cortante, e a maior
parte deve ser resistida pelas diagonais comprimidas e pelas barras da armadura transversal.
Figura 9 – Viga rompida do galpão da força aérea dos Estados Unidos (CLADERA, 2002, apud BASTOS, 2008).
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A redução da transferência de força cortante nas interfaces das fissuras pode ser explicada
devido a maior largura das fissuras que ocorrem em vigas de grande altura. Outros acreditam que,
em vigas altas, a propagação de fissuras inclinadas ocorre de maneira mais rápida, o que diminui a
resistência à força cortante.
19
CAPÍTULO 6
20
b) viga esbelta (2,5 < a/d < 6)
Além das fissuras de flexão surgem também fissuras com influência da força cortante, isto
é, fissuras inclinadas na direção ao banzo comprimido. Estas podem propagar-se causando o
escoamento das armaduras e separar a viga em duas partes, o que é chamado ruptura por tração
diagonal (Figura 10).
Figura 10 – Ruptura por tração diagonal (ACI-ASCE 426, 1973, apud BASTOS, 2008)
Figura 11 – Ruptura por escorregamento das barras longitudinais tracionadas (ACI-ASCE 426, 1973, apud BASTOS,
2008)
Figura 12 – Ruptura por escorregamento das barras longitudinais tracionadas (ACI-ASCE 426, 1973, apud BASTOS,
2008)
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d) viga muito curta (a/d < 1)
As fissuras inclinadas ocorrem ao longo da linha entre o apoio e o ponto de aplicação da
carga. Nas vigas-paredes classificadas nessa categoria uma parcela significativa da força cortante é
transferida ao apoio por ação de arco, como indicado na Figura 13. Há várias formas de ruptura:
1) ruptura da ancoragem da armadura longitudinal de tração;
2) ruptura por esmagamento do concreto próximo e acima do apoio;
3) ruptura por flexão, com esmagamento do concreto do banzo comprimido ou por
escoamento da armadura de tração;
4) ruptura tração na borda superior acima do arco de compressão;
5) ruptura por esmagamento do concreto que forma a ação de arco.
Figura 13 – Modelos de ruptura em vigas curtas (vigas-paredes) (ACI-ASCE 426, 1973, apud BASTOS, 2008)
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CAPÍTULO 7
23
As bielas de compressão se apoiam nas barras da armadura longitudinal inferior, no trecho
final dos ramos verticais dos estribos e nos seus ramos horizontais, principalmente na intersecção
do estribo com as barras longitudinais.
O ramo horizontal inferior dos estribos é importante porque, além de servir de apoio às
bielas, também atua para equilibrar as tensões de tração oriundas da inclinação transversal das
bielas diagonais, como indicado na Figura 14-III e 14-IV.
Na Figura 14-II mostra-se o apoio da biela na intersecção do estribo com a barra
longitudinal inferior, e o acréscimo de tensão Δσs na armadura longitudinal, entre um estribo e
outro e proveniente da atuação da tensão de aderência τb, entre a barra e o concreto.
Figura 14 – Atuação do estribo no modelo de treliça (FUSCO, 2000, apud BASTOS, 2008).
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7.2 – Modos de Ruptura
Quando as tensões principais de tração inclinadas alcançam a resistência do concreto à
tração, surgem as primeiras fissuras devidas à força cortante, perpendiculares à direção delas,
como mostrado anteriormente. À medida que as fissuras vão surgindo ocorre uma redistribuição
dos esforços internos, e a armadura transversal e as diagonais comprimidas passam então a
trabalhar de maneira mais efetiva. A redistribuição de esforços depende da quantidade e da direção
da armadura transversal, o que leva a diversos tipos de ruptura por força cortante.
Com o aumento do carregamento as fissuras de flexão na região de maiores forças
cortantes propagam-se com trajetória inclinada, dando origem às chamadas fissuras de flexão com
cortante. Se a armadura transversal for insuficiente, o aço atinge a deformação de início de
escoamento. As fissuras inclinadas por efeito da força cortante próximas ao apoio desenvolvem-se
rapidamente em direção ao banzo comprimido, diminuindo a sua seção resistente, que por fim
pode se romper bruscamente (Figura 15). A total falta de armadura transversal também pode levar
a esta forma de ruptura. A fissura propaga-se também pela armadura longitudinal de tração nas
proximidades do apoio, separando-a do restante da viga (Figura 15).
Figura 15 – Ruptura de viga por rompimento do banzo superior comprimido de concreto (LEONHARDT e MÖNNIG,
1982)
Pode também ocorrer o rompimento dos estribos, antes da ruptura do banzo comprimido,
ou a ruptura na ligação das diagonais comprimidas com o banzo comprimido. A Figura 16 mostra
a ruptura que pode ocorrer por rompimento ou deformação excessiva dos estribos.
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Figura 16 – Ruína da viga por rompimento dos estribos (LEONHARDT e MÖNNIG, 1982)
Em seções com banzos reforçados, como seções I, que possuam armaduras longitudinal e
transversal reforçadas, formam-se muitas fissuras inclinadas, e as bielas de compressão entre as
fissuras podem romper de maneira brusca ao atingir a resistência do concreto à compressão. Tal
ruptura ocorre quando as diagonais são solicitadas além do limite da resistência do concreto, antes
que a armadura transversal entre em escoamento (Figura 17).
As bielas de compressão delimitam o limite superior da resistência das vigas ao esforço
cortante, o que depende da resistência do concreto. A tensão de compressão nas bielas depende da
inclinação dos estribos, como se verá adiante.
Figura 17 - Ruptura das diagonais comprimidas no caso de armadura transversal reforçada (LEONHARDT e
MÖNNIG, 1982)
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CAPÍTULO 8
A treliça clássica serve de base para a dedução das equações contidas na NBR 6118/14
para o dimensionamento das vigas à força cortante. A treliça clássica é a admitida pela NBR
6118/14 para o Modelo de Cálculo I (item 17.4.2.2), onde o ângulo θ é fixo com valor de 45°.
A analogia de uma viga fissurada com uma treliça foi introduzida por RITTER (1899), e
serviu para o entendimento do comportamento das vigas à força cortante durante o início do
século 20. Cada barra da treliça, indicada na figura 36, representa uma parte de uma viga simples:
o banzo inferior é a armadura longitudinal de tração, o banzo superior é o concreto comprimido
pela flexão, as diagonais inclinadas de 45° representam o concreto comprimido entre as fissuras
(bielas de compressão) e as diagonais tracionadas inclinadas do ângulo α os estribos. Essa treliça é
a chamada “Treliça Clássica”. Para estribos verticais imagina-se as diagonais tracionadas
dispostas na vertical, com ângulo α de 90°. Este modelo de Ritter foi melhorado por Mörsch,
assumindo que as diagonais comprimidas estendem-se por mais de um estribo.
O modelo de treliça tradicional assume que as bielas de compressão são paralelas à direção
das fissuras inclinadas e que nenhuma tensão é transferida através as fissuras. No entanto, existem
dois mecanismos que não são considerados no modelo de treliça tradicional: as tensões de tração
que existem no concreto transversalmente às bielas de compressão; e as tensões de cisalhamento
que são transferidas nas faces das fissuras inclinadas pela ação do engrenamento dos agregados ou
atrito.
Esses mecanismos resultam: o ângulo da tensão principal de compressão na alma é menor
que o ângulo de inclinação das fissuras; uma componente vertical da força ao longo da fissura que
contribui para a resistência à força cortante, sendo esse mecanismo resistente chamado como
“Contribuição do Concreto” (Vc). Geralmente, a tensão de tração no concreto entre as fissuras não
é considerada nos modelos de treliça.
A Treliça Clássica despreza a resistência do concreto à tração e mesmo após a fissuração
da viga, as diagonais de compressão mantém-se inclinadas de 45°. A “Contribuição do Concreto”
é considerada por meio da parcela V c, com diferentes valores para cada norma.
Considere uma viga bi-apoiada, com o carregamento de uma força concentrada P, e com
força cortante constante. A analogia dessa viga fissurada (Estádio II) com a treliça clássica, com
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ângulo θ de inclinação das diagonais comprimidas (bielas de compressão) de 45° e com diagonais
tracionadas inclinadas de um ângulo α qualquer, está mostrada na Figura 18.
Sendo a treliça isostática, as forças nas barras podem ser determinadas considerando-se
apenas as condições de equilíbrio dos nós, a partir da força cortante. Considerando a seção 1-1 da
treliça sob atuação da força cortante V, a força na diagonal comprimida (biela de compressão -
Rcb) é:
A força em cada diagonal comprimida pode ser considerada aplicada na área de concreto
(área da biela):
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Onde α é o ângulo de inclinação das diagonais tracionadas. A tensão média de compressão
na biela é então dada por:
Cada diagonal de tração com força Rs,α é relativa a um comprimento da viga, a distância
z(1 + cotg α), medida na direção do eixo longitudinal, e deve ser resistida por uma armadura
chamada transversal, composta por barras (estribos) espaçadas num comprimento s e inclinadas de
um ângulo α (Figura 19).
Figura 19 – Armadura transversal Asw,α resistente à força na diagonal tracionada (BASTOS, 2008)
Onde z(1 + cotg α) / s representa o número de estribos nesse comprimento. A tensão σsw na
armadura transversal resulta:
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O ângulo α de inclinação da armadura transversal pode variar teoricamente de 45° a 90°,
sendo que na maioria dos casos da prática o ângulo adotado é de 90°, com a armadura transversal
consistindo de estribos na posição vertical. Porém, é interessante fazer algumas comparações com
o ângulo α assumindo os valores de 45° e 90°, o que é mostrado na tabela 1.
A equação que determina a tensão na diagonal comprimida (σcb) mostra que o ângulo α de
inclinação da armadura transversal influencia o valor da tensão na diagonal comprimida. Quando a
armadura transversal é colocada na posição vertical, com α = 90°, como a armadura fica inclinada
com relação às tensões principais de tração, a tensão na diagonal comprimida (biela de
compressão) resulta o dobro da tensão para quando a armadura é colocada inclinada a 45°.
Conclui-se que, quanto mais inclinada for a armadura, até o limite de 45°, menor será a
tensão nas bielas de compressão.
Tabela 1 - Resumo das relações para a treliça clássica em função do ângulo α de inclinação das diagonais tracionadas
O fato da armadura transversal inclinada de 45° ser mais eficiente, por acompanhar a
inclinação das tensões principais de tração, fica evidenciado ao se comparar as equações da tensão
na armadura transversal (σsw). Nota-se que a armadura a 45° resulta 2 vezes menor que a armadura
a 90°. No entanto, a armadura a 45° apresenta comprimento 2 vezes maior que a armadura a 90°, o
que acaba levando a consumos de armadura praticamente iguais.
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CAPÍTULO 9
9 – TRELIÇA GENERALIZADA
Para levar em conta a menor inclinação das fissuras surgiu, na década de 60, a chamada
treliça generalizada, com ângulos θ menores que 45° para a inclinação das diagonais comprimidas
(Figura 21). A determinação correta do ângulo θ para uma viga é muito complexa, porque depende
de inúmeros fatores.
A dedução das forças na treliça generalizada é semelhante àquela já apresentada para a
treliça clássica. Sendo V a força cortante que atua na seção 1-1 da treliça (Figura 21), a força na
diagonal comprimida (Rcb) é:
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Figura 21 - Treliça generalizada com diagonais comprimidas inclinadas com ângulo θ e armadura transversal
inclinada com ângulo α (BASTOS, 2008)
A força em cada diagonal comprimida pode ser considerada aplicada na área de concreto
(área da biela):
A força na diagonal tracionada (Rs,α) pode ser determinada fazendo o equilíbrio da seção 1-
1 da treliça:
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Cada diagonal de tração com força Rs,α é relativa a um comprimento da viga, a distância
z(cotg θ + cotg α), medida na direção do eixo longitudinal da viga, e deve ser resistida por uma
armadura transversal composta por barras (estribos) espaçadas num comprimento s e inclinadas de
um ângulo α.
Considerando Asw a área de aço de um estribo, a área total de armadura no comprimento
z(cotg θ + cotg α) é dada por:
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CAPÍTULO 10
A norma dividiu o cálculo segundo dois modelos, os Modelos de Cálculo I e II. O Modelo
de Cálculo I admite a chamada treliça clássica, com ângulo de inclinação das diagonais
comprimidas (θ) fixo em 45°. Já o Modelo de Cálculo II considera a chamada treliça generalizada,
onde o ângulo de inclinação das diagonais comprimidas pode variar entre 30° e 45°. Aos modelos
de treliça foi associada uma força cortante adicional V c, proporcionada por mecanismos
complementares ao de treliça.
A condição de segurança do elemento estrutural é satisfatória quando são verificados os
Estados Limites Últimos, atendidas simultaneamente as duas condições seguintes:
Onde:
VSd = força cortante solicitante de cálculo na seção;
VRd2 = força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas de
concreto;
VRd3 = Vc + Vsw = força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração diagonal;
Vsw = parcela absorvida pela armadura transversal.
Vc = parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares ao de treliça.
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A norma limita a tensão de compressão nas bielas ao valor fcd2. O valor fcd2 atua como um
fator redutor da resistência à compressão do concreto, quando há tração transversal por efeito de
armadura e existem fissuras transversais às tensões de compressão (Figura 22). O valor fcd2 é
definido por:
A NBR 6118/14 (item 17.4.2.2) chama o fator (1 – fck/250) de αv2 . Na equação que define
σcb, substituindo z por 0,9 d, σcb por fcd2 e fazendo V como a máxima força cortante resistente
(VRd2) correspondente à ruína das diagonais comprimidas de concreto, tem-se:
Portanto, para não ocorrer o esmagamento das diagonais comprimidas deve-se ter:
35
10.1.2 Cálculo da Armadura Transversal
Da equação VSd ≤ VRd3, fazendo a força cortante de cálculo (VSd) igual à máxima força
cortante resistente de cálculo, relativa à ruptura da diagonal tracionada (armadura transversal),
tem-se:
Onde:
bw = menor largura da seção, compreendida ao longo da altura útil d;
d = altura útil da seção, igual à distância da borda comprimida ao centro de gravidade da
armadura de tração;
s = espaçamento entre elementos da armadura transversal A sw, medido segundo o eixo
longitudinal do elemento estrutural;
fywd = tensão na armadura transversal passiva, limitada ao valor fyd no caso de estribos e a
70 % desse valor no caso de barras dobradas, não se tomando, para ambos os casos, valores
superiores a 435 MPa;
α = ângulo de inclinação da armadura transversal em relação ao eixo longitudinal do
elemento estrutural, podendo-se tomar 45° ≤ α ≤ 90°;
M0 = momento fletor que anula a tensão normal de compressão na borda da seção
(tracionada por Md,max), provocada pelas forças normais de diversas origens concomitantes com
VSd, sendo essa tensão calculada com valores de γf e γp iguais a 0,9, os momentos correspondentes
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a essas forças normais não devem ser considerados no cálculo dessa tensão pois são considerados
em MSd, apenas os momentos isostáticos de protensão;
MSd,max = momento fletor de cálculo, máximo no trecho em análise, que pode ser tomado
como o de maior valor no semitramo considerado, (para esse cálculo, não se consideram os
momentos isostáticos de protensão, apenas os hiperestáticos).
Com o valor de Vc conhecido, da Eq. 24 calcula-se a parcela da força cortante a ser
resistida pela armadura transversal:
A equação que define a tensão na diagonal tracionada para a treliça clássica (θ = 45°) é
definida por:
Substituindo z por 0,9 d, V por Vsw, e fazendo σsw,α igual à máxima tensão admitida na
armadura (fywd), tem-se:
A NBR 6118/14 (item 17.4.2.2) limita a tensão fywd ao valor de fyd para armadura
transversal constituída por estribos, e a 70 % de fyd quando forem utilizadas barras dobradas
inclinadas, não se tomando, para ambos os casos, valores superiores a 435 MPa. Portanto, para
estribos tem-se:
A tensão máxima imposta pela norma refere-se ao aço CA-50, pois fyd = 500/1,15 = 435
MPa. No caso do dimensionamento do estribo ser feito com o aço CA-60, esta tensão máxima
também deve ser obedecida, ou seja, deve-se calcular como se o aço fosse o CA-50.
A inclinação dos estribos deve obedecer à condição 45° ≤ α ≤ 90°. Para estribo inclinado a
45° e a 90°, tem-se respectivamente:
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No caso de serem utilizados os aços CA-50 ou CA-60 e armadura transversal somente
na forma de estribos, fywd assume o valor de 43,5 kN/cm², que aplicado às equações acima
encontram-se:
Chamando o fator (1- fck/250) de αv2 e substituindo z por 0,9 d, σcb por fcd2 e V pela
máxima cortante resistente de cálculo (VRd2), tem-se:
Para a determinação de Vc em função de Vc1 , a seguinte lei de variação para Vc1 deve ser
considerada:
Vc1 = Vc0 → para VSd ≤ Vc0 e
Vc1 = 0 → para VSd = VRd2
39
Como já se se foi definido, tem-se a parcela Vc0:
Quando VSd for maior que Vc0 , Vc1 pode ser calculada segundo a equação:
Com o valor de Vc1 conhecido, nas vigas submetidas à flexão simples faz-se Vc = Vc1,
calcula-se a parcela Vsw da força cortante a ser resistida pela armadura transversal:
A equação que define a tensão na diagonal tracionada para a treliça com ângulo de
inclinação das diagonais comprimidas igual a θ, é definida como:
Limitando σsw,α à máxima tensão admitida na armadura (fywd) e fazendo V = Vsw e z = 0,9d,
tem-se:
onde:
s = espaçamento dos estribos;
Asw,α = área de todos os ramos verticais do estribo;
α = ângulo de inclinação dos estribos, 45° ≤ α ≤ 90° ;
θ = ângulo de inclinação das bielas de compressão 30° ≤ θ ≤ 45° ;
fywd = tensão máxima no estribo:
40
10.3 Armadura Mínima
Uma armadura transversal mínima deve ser colocada nas vigas a fim de atender os
seguintes objetivos:
a) na eventualidade de serem aplicados carregamentos não previstos no cálculo, as vigas
não apresentem ruptura brusca logo após o surgimento das primeiras fissuras inclinadas;
b) limitar a inclinação das bielas e a abertura das fissuras inclinadas;
c) evitar a flambagem da armadura longitudinal comprimida.
Conforme a NBR 6118/14 (item 17.4.1.1.1), em todas as vigas deve existir uma armadura
transversal mínima, sendo estabelecida a seguinte equação para a taxa geométrica mínima,
constituída por estribos:
onde:
Asw = área da seção transversal total de cada estribo, compreendendo todos os seus ramos
verticais;
s = espaçamento dos estribos;
α = ângulo de inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal do elemento
estrutural;
bw = largura média da alma;
fywk = resistência ao escoamento do aço da armadura transversal, valor característico;
fct,m = resistência média à tração do concreto.
Isolando Asw/s na Eq. 44 e fazendo como armadura mínima fica:
Para estribo vertical (α = 90°) e fazendo o espaçamento s igual a 100 cm, a armadura
mínima fica:
com: Asw,mín = área da seção transversal de todos os ramos verticais do estribo (cm²/m);
bw em cm;
fywk em kN/cm².
41
A resistência fct,m deve ser aplicada em kN/cm² é calculada como:
42
CAPÍTULO 11
11 – DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS
As armaduras destinadas a resistir aos esforços de tração provocados por forças cortantes
podem ser constituídas por estribos, combinados ou não com barras dobradas ou barras soldadas.
Os estribos para cortantes devem ser fechados através de um ramo horizontal, envolvendo
as barras da armadura longitudinal de tração, e ancorados na face oposta. Quando essa face
também puder estar tracionada, o estribo deve ter o ramo horizontal nessa região.
43
11.3 Espaçamento Máximo entre os Ramos Verticais do Estribo
O espaçamento transversal (st) entre os ramos verticais sucessivos dos estribos não deve
exceder os seguintes valores:
O espaçamento transversal (st) serve para definir qual o número de ramos verticais deve ser
especificado para os estribos, principalmente no caso de estribos de vigas largas.
Nas vigas correntes das construções, com larguras geralmente até 30 cm, o estribo mais
comum de ser aplicado é o de “dois ramos” verticais, que é simples de ser feito e amarrado com as
barras longitudinais de flexão. Porém, em vigas largas, como vigas de equilíbrio em fundações de
edifícios, vigas de pontes, vigas com grandes vãos, etc., se a distância entre os ramos verticais do
estribo supera o espaçamento máximo permitido, a solução é aumentar o número de ramos,
geralmente fazendo ramos pares, pois assim os estribos podem ser idênticos.
44
Figura 24 – Tipos de ganchos para estribos
45
CAPÍTULO 12
46
Após constatações feitas em diversos ensaios experimentais pode-se concluir que é
adequado considerar ângulos θ inferiores a 45° quando do dimensionamento de vigas de seção
retangular, isto é, segundo LEONHARDT e MÖNNIG (1982) devem ou podem ser adotados
valores para θ em torno de 30°.
No caso de seções com banzos comprimidos mais rígidos, como seções em forma de T, I,
etc., a força no banzo comprimido inclina-se pouco, e o ângulo de inclinação das fissuras de
cisalhamento tende a crescer para 45°. Recomenda-se neste caso adotar θ variando de 38° a 45°,
conforme a relação b/bw , com b e bw.
47
CAPÍTULO 13
Ensaios experimentais com medição da tensão nos estribos mostram que o modelo de
treliça desenvolvido para as vigas é efetivamente válido após uma pequena distância dos apoios,
pois se constatou que os estribos muito próximos aos apoios apresentam tensão menor que os
estribos fora deste trecho. Em função desta característica, na região junto aos apoios, a NBR
6118/14 (item 17.4.1.2.1) permite uma pequena redução da força cortante para o dimensionamento
da armadura transversal.
No caso de apoio direto, com a carga e a reação de apoio aplicadas em faces opostas
(comprimindo-as), valem as seguintes prescrições:
a) a força cortante oriunda de carga distribuída pode ser considerada, no trecho entre o
apoio e a seção situada à distância d/2 da face de apoio, constante e igual à desta seção;
b) a força cortante devida a uma carga concentrada aplicada a uma distância a ≤ 2d do eixo
teórico do apoio pode, nesse trecho de comprimento “a”, ser reduzida multiplicando-a por a/2d.
Esta redução não se aplica às forças cortantes provenientes dos cabos inclinados de protensão.
As reduções indicadas neste item não se aplicam na verificação da resistência à
compressão diagonal do concreto (bielas de compressão). No caso de apoios indiretos, essas
reduções também não são permitidas.
48
A redução da força cortante junto aos apoios, como descrito acima, não é feita na prática
por muitos engenheiros estruturais, por questão de simplicidade e a favor da segurança.
49
CAPÍTULO 14
As vigas de concreto armado transmitem as cargas aos apoios principalmente por meio das
bielas de compressão, na parte inferior da viga. Por isso, quando uma viga apoia-se sobre outra, há
a necessidade de suspender a carga para a parte superior da viga que serve de apoio à outra.
50
A força que a viga apoiada aplica sobre a viga de apoio deve ser transferida para a zona
comprimida da viga de apoio, o que geralmente é feito por meio de estribos.
Em função de diferenças entre as alturas e o nível das duas vigas os seguintes casos podem
ocorrer:
a) Vigas com faces inferiores no mesmo nível
A figura abaixo mostra duas vigas com alturas iguais e as faces inferiores no mesmo nível.
Neste caso, a área de armadura de suspensão é calculada pela equação:
Onde Vd é a força de cálculo aplicada pela viga apoiada naquela que lhe serve de apoio, e
fyd é a resistência de cálculo de início de escoamento do aço.
51
A armadura de suspensão As,susp deve ficar distribuída nas regiões de encontro das duas
vigas, conforme as distâncias indicadas na figura abaixo.
52
c) Face inferior da viga apoiada abaixo da face inferior da viga de apoio
A figura abaixo mostra o caso de viga com face inferior apoiada abaixo da face inferior da
viga de apoio. Esse tipo de arranjo entre as duas vigas deve ser evitado tanto quanto possível nas
estruturas de concreto armado.
A força que a viga apoiada aplica sobre a viga de apoio deve ser transferida para a parte
superior da viga de apoio, com área de armadura:
Essa armadura pode ser colocada na forma de estribos, que devem estar distribuídos na
largura da viga de apoio.
53
Na viga que serve de apoio deve ser colocada uma armadura para reforçar a região que
recebe a força da viga apoiada, com área de armadura de:
54
CAPÍTULO 15
15 – EXEMPLO NUMÉRICO
A figura abaixo mostra uma viga bi-apoiada sob flexão simples para a qual deve-se
calcular e detalhar a armadura transversal, composta por estribos verticais.
Dados:
concreto C20 ;
aço CA-50
γc = γf = 1,4
γs = 1,15
d = 46 cm
c = 2,0 cm
Por simplicidade e a favor da segurança a força cortante solicitante no apoio não será
reduzida, conforme permitido pela NBR 6118/14, de tal forma que:
Vk = 100,0 kN ⇒ VSd = γf x Vk = 1,4 x 100,0 = 140,0 kN
55
VRd2 = 0,35 bw d = 0,35 x 12 x 46 =193,2 kN
VSd =140,0 < VRd2 =193,2 kN→ não ocorrerá esmagamento das diagonais de concreto.
Como Asw = 5,72 cm²/m > Asw,mín = 1,06 cm²/m, deve-se dispor a armadura calculada.
56
VSd =140,0 > VSd,mín = 41,7 kN→ portanto, deve-se calcular a armadura transversal para VSd .
A área de armadura transversal é:
Para a escolha do diâmetro e do espaçamento dos estribos com o auxílio da Tabela A-1
(ver a tabela anexa em Anexos) deve-se determinar a área de apenas um ramo do estribo. Portanto,
para a área de armadura de 4,23 cm²/m e estribo com dois ramos:
57
Com a área de um ramo na Tabela A-1 encontram-se:
φ 5 mm c/9,5 cm = 2,11 cm²/m
φ 6,3 mm c/15 cm = 2,10 cm²/m
Como o espaçamento máximo é 13,8 cm, não é possível adotar φ 6,3 mm c/15 cm, sendo
escolhido então estribo φ 5 mm c/9,5 cm, ou c/9 cm.
Para a armadura mínima de 1,06 cm²/m, considerando o mesmo estribo, tem-se:
Fazendo com o auxílio da Tabela A-1 (ver anexo), considerando-se a área de um ramo
apenas do estribo:
58
Para a distribuição dos estribos ao longo do vão livre da viga é necessário desenhar o
diagrama de forças cortantes de cálculo e posicionar a força cortante mínima ( VSd,mín). Geralmente,
os vãos das vigas podem ter os estribos distribuídos segundo três trechos diferentes, os dois
próximos aos apoios e o do centro, delimitado pela força V Sd,mín , que recebe a armadura
transversal mínima. Dividir o vão livre em mais de três trechos só deve ser feito quando houver
justificativas.
A armadura calculada para os cortantes nos apoios deve se estender até a posição da força
VSd,mín , e após esses trechos é colocada a armadura mínima.
O espaçamento dos estribos não deve ser inferior a 6-7 cm para não dificultar a penetração
do concreto lançado na viga. Espaçamentos superiores a 8 cm devem ter preferência. Os
espaçamentos são adotados geralmente valores inteiros em cm, e ocasionalmente valores múltiplos
de 0,5 cm.
O estribo deve ter uma numeração, como o N1 da Figura 57. Sendo a viga simétrica, nas
proximidades dos apoios os estribos foram distribuídos na extensão de 162 cm, que somados aos
10 cm até o eixo do pilar, representa a distância de 172 cm, que “cobre” aproximadamente a
distância de 176 cm até a força VSd,mín . Com a distância de 162 cm pode ser calculado o número
de estribos nesse trecho, fazendo 162 ÷ 9 = 18 estribos.
O número de estribos no trecho central do vão é calculado fazendo o comprimento do
trecho (480 – 162 –162 = 156 cm) dividido pelo espaçamento dos estribos: 156 ÷ 13,5 = 11,6 ≅ 12
estribos.
As dimensões do estribo são determinadas fazendo a largura e a altura da viga menos duas
vezes o cobrimento da armadura:
Largura = 12 – (2 . 2,0) = 8 cm
Altura = 50 – (2 . 2,0 ) = 46 cm
Os estribos devem ter obrigatoriamente ganchos nas pontas, com comprimento de no
mínimo 5 φt ≥ 5 cm quando o gancho direcionar a ponta do estribo para o concreto da parte interna
da viga. Para estribo com diâmetro de 5 mm o gancho deve ter o comprimento mínimo de 5 cm,
em cada ponta do estribo. Portanto, o comprimento do estribo é calculado como: C = 2 (8 + 46 +
5) = 118 cm.
59
CAPÍTULO 16
16 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MACGREGOR, J.G. ; WIGHT, J.K. Reinforced concrete – Mechanics and design. 4a ed.,
Upper Saddle River, Ed. Prentice Hall, 2005.
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ANEXOS
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63
64