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ORIENTAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DE

TRABALHO ESCOLAR
TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS
12. TÉCNICAS PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Além da apresentação escrita, muitas vezes o professor solicita ao aluno, ou grupo de alunos,
que façam uma apresentação oral dos resultados da pesquisa realizada (bibliográfica e/ou de campo).
Para esta apresentação podem ser utilizadas diversas técnicas, ora sugeridas pelo professor,
ora escolhidas pelo próprio aluno ou grupo. Dentre essas técnicas, destacamos:

SEMINÁRIO
O seminário é, talvez, a técnica mais usada na escola. O seu nome deriva da palavra "semente",
o que indica que ele deve semear ideias e favorecer a sua germinação.
A função principal de um seminário é estimular a investigação ou pesquisa, indo muito além da
simples aquisição de conhecimentos.
Nesta técnica, um grupo se reúne com o propósito de estudar um tema ou resolver um problema,
sob a direção do professor.

Cabe ao professor:
 Propor um tema para estudo ou problema para solução e justificar a sua importância, contando
com sugestões dos alunos, inclusive;
 Indicar um roteiro para a pesquisa;
 Ajudar os participantes a selecionar subtemas ou aspectos específicos do problema;
 Orientar os alunos na busca das fontes de consulta (livros, sites, relatórios, pessoas, instituições);
 Confeccionar um calendário para as apresentações dos trabalhos dos participantes;
 Combinar o tempo de duração da apresentação de cada grupo;
 Esclarecer os critérios de avaliação do seminário;
 Ajudar na organização dos conteúdos para apresentação;
 Dirigir o final de cada apresentação e comentar o trabalho apresentado;
 Orientar o arranjo físico da sala de aula, a fim de que permita o diálogo coletivo;
 Definir se todos os membros do grupo devem apresentar o trabalho ou não.

Cabe aos alunos:


 Diferenciar e explicitar os objetivos do trabalho;
 Realizar a(s) pesquisa(s) com seriedade;
 Dividir as tarefas (no caso de trabalho em grupo);
 Organizar e apresentar o trabalho por escrito (se for o caso);
 Durante a apresentação, não fazer leitura direta de texto;
 Utilizar diferentes recursos para complementar a apresentação: pessoa convidada especialista no
assunto, transparências, fragmentos de filme, dados estatísticos, música, poesia, etc;
 Na produção de DVD, colocar a fonte de pesquisa dos textos e imagens, ou o(s) nome(s) e sobrenome(s)
do(s) aluno(s) responsável(is) pela produção;
 Caso sejam utilizados recursos materiais, providenciá-los com antecedência;
 Seguir as orientações do professor.

SIMPÓSIO

O simpósio consiste numa série de comunicações de diferentes pessoas sobre aspectos diversos
de um mesmo tema ou problema. Tem como propósito, entre outras finalidades, a apresentação de temas
controvertidos.
A apresentação de vários pontos de vista sobre o mesmo assunto em simpósios permite ao aluno
o desenvolvimento de habilidades intelectuais e do espírito crítico.
O simpósio pode ser realizado em um mesmo dia ou durante vários dias seguidos.

Na organização do simpósio, o professor, junto com os alunos, deve:


 Identificar os diversos aspectos de um tema;
 Atribuir os subtemas a diferentes alunos, bem como as fontes de consulta mais adequadas;
 Determinar o tempo de cada exposição (aproximadamente 10 minutos);
 Fazer uma reunião prévia para a demarcação dos limites de cada contribuição, evitando, assim, duplica-
ções e contradições.
 No dia do simpósio, o professor ou o apresentador anuncia o tema e apresenta os expositores, os quais
se sentam defronte da turma.
 A exposição não deve ser interrompida. As perguntas devem ser anotadas e apresentadas ao final de
cada exposição;
 Estas perguntas visam ao esclarecimento de dúvidas quanto ao tema apresentado e não devem ultrapas-
sar cinco minutos;
 Ao final do simpósio deve haver um debate geral sobre todos os temas apresentados.

TRABALHO EM GRUPO
O trabalho coletivo é um dos caminhos fundamentais da formação do aluno, por sua condição
de favorecer o desenvolvimento de habilidades sociais e éticas: conviver com opiniões e valores diferentes
e respeitá-los sem deixar de interagir com eles. Em grupo, aprende-se a explicitar as regras, negociar para
não ter de conceder, criar regras para manter os limites e o respeito entre os membros.
Essa tendência para agrupar-se, se bem aproveitada pela escola, terá um significativo papel
orientador na vida dos alunos, imprimindo noções de valor e favorecendo uma aprendizagem efetiva.

Vantagens
Favorece o desenvolvimento do comportamento democrático;
Favorece o desenvolvimento do pensamento crítico;
Possibilita a cada aluno usar suas diferentes capacidades de aprendizagem: ouvindo, lendo,
escrevendo, desenhando, falando, vendo, esquematizando etc;
Envolve a participação ativa do estudante em sua aprendizagem.
Para participar do grupo, é necessário:
 Consciência de grupo: perceber o grupo como uma unidade e buscar identificar-se,
conscientemente, uns com os outros;
 Propósitos comuns: noção clara dos propósitos a atingir em conjunto e se engajar no processo
de realização desses propósitos;
 Dependência mútua na satisfação de necessidades: devem se auxiliar entre si, no sentido de
atingirem, juntos, os propósitos comuns;
 Interação: buscar a realização dos propósitos comuns, influenciando e reagindo reciprocamente;
 Habilidade para agir de maneira unificadora: a partir da percepção coletiva da unidade, procurar
atuar como um organismo.

Papéis dos indivíduos no grupo


O trabalho de grupo supõe a divisão de tarefas, o que facilita o esforço de equacionamento e de
resolução dos problemas. A heterogeneidade é, por isso, uma característica do trabalho de equipe e se
torna necessária à definição dos papéis de cada membro, o que será feito pelos próprios alunos ou
orientados pelo professor.
Geralmente, dois papéis são indispensáveis ao grupo: o coordenador e o relator, aos quais se
somam os demais participantes. Entretanto, outros papéis podem ser exercidos pelos membros do grupo,
de acordo com os objetivos do trabalho.

Cabe ao coordenador:
 Conduzir a reunião à objetividade, não permitindo perda de tempo;
 Orientar a reunião, para que haja ordem, dando a palavra por vez a quem quer falar e não
permitindo discussões paralelas;
 Interessar-se pelo grupo, não o utilizando para seus interesses pessoais;
 Relacionar-se bem com todos os membros, não excluindo nenhuma das atividades dos outros
participantes.

Cabe ao relator:
 Registrar o plano de trabalho a ser desenvolvido, as ideias apresentadas em reunião e as
conclusões.
 Ter o cuidado de elaborar registros que reflitam, de fato, o pensamento do grupo. Suas anotações
devem, portanto, ser fiéis às decisões tomadas pelos membros do grupo, sendo conveniente que, ao final
de cada sessão de estudo, apresente o relatório para aprovação.

Cabe a cada participante do grupo:


 Expressar-se livremente;
 Respeitar os pontos de vista alheios;
 Ouvir, enquanto o outro fala;
 Refletir, antes de tomar uma decisão;
 Aceitar e fazer críticas construtivas;
 Cumprir suas tarefas, apresentando-as no momento adequado;
 Interessar-se pelo sucesso do grupo e, para isso, empregar o máximo de seus esforços;
 Colocar os interesses do grupo acima de interesses particulares.

Etapas do trabalho em grupo


O trabalho em grupo envolve, como todo trabalho, três etapas fundamentais: planejamento,
execução e avaliação. Essas etapas são executadas pelos alunos, sob orientação do professor, que dá
sugestões, quando solicitadas e estimula os grupos indecisos.

 Planejamento
Nessa fase, os alunos determinam os objetivos a atingir; escolhem alternativas para a ação a
desenvolver, elaborando o roteiro de trabalho; prevêem os recursos e materiais a utilizar; definem os
papéis de cada um.

 Execução
Na execução, os alunos coletam dados e materiais relativos ao assunto, através de leituras,
visitas, excursões, entrevistas etc. Esses dados e materiais são apresentados ao grupo, que faz a seleção
dos mais adequados aos objetivos propostos e trabalhados. O processo de elaboração dos dados deve
resultar do consenso do grupo.
Obtidas as conclusões, o grupo organiza-as e compõe com elas um relatório ou trabalho final, o
qual poderá ser apresentado aos colegas e ao professor, oralmente e/ou por escrito. É possível, ainda,
que esse relato, após revisão do professor, seja impresso e distribuído a todos os alunos que, assim,
complementarão o estudo.

 Avaliação
Na avaliação, os alunos verificam se todos os objetivos foram atingidos e se o desempenho de
cada um deles correspondeu às experiências do grupo e às suas próprias. As conclusões obtidas, nessa
etapa, servirão de base para novos planejamentos de ação grupal.
Número de elementos do grupo
O quantitativo de alunos que vão compor o grupo não é fixo. Acredita-se que é recomendável é
um grupo de três a seis alunos, mas este número depende de vários fatores como idade, conteúdo do
trabalho, material e local.
Um grupo menor é mais fácil de ter o seu trabalho coordenado e apresentar, como consequência,
maior rendimento. Nos grupos maiores a iniciativa pessoal fica prejudicada e a atividade individual diminui.

Modalidades
1) Todos os grupos estudam o mesmo tema;
2) Cada grupo estuda parte do tema.
No caso em que todos os grupos estudam o mesmo tema, o trabalho é apresentado pelo relatar
de um dos grupos, seguido de uma discussão. Quando os grupos estudam parte do tema, os trabalhos
são apresentados pelos relatares dos grupos em uma ordem lógica, seguida de discussão.

Formação dos grupos


Na formação dos grupos são utilizados, basicamente, dois critérios:
Constituição espontânea: os alunos se reúnem livremente por aproximação física na sala de aula, por
afinidade ou por preferência pessoal.
Constituição dirigida: os alunos se reúnem por determinação do professor, tendo em vista a tarefa a ser
cumprida, as deficiências a ser sanadas, a acomodação de elementos que estão sendo excluídos pelos
demais, os interesses manifestos por determinado tipo de trabalho etc.
A composição espontânea dos grupos é a mais recomendada porque proporciona o exercício
democrático da liberdade e, em consequência, produz resultados criativos e estimula o crescimento dos
alunos. No entanto, muitas vezes, um grupo que se forma espontaneamente, atende apenas ao critério da
afetividade entre os seus membros e não ao da produtividade, do bom desempenho nas tarefas a serem
desenvolvidas.
O professor pode ter a necessidade de interferir na formação e no desenvolvimento dos trabalhos
em grupo. Isso acontece, normalmente, quando os alunos se sentem indecisos quanto à escolha do grupo
e quanto ao roteiro a seguir, ou quando determinados grupos não se mostram eficientes. Nesses casos, o
professor oferece sugestões para a composição de grupos, ou nomeia, ele mesmo, o coordenador dos
vários grupos, para que os demais escolham aquele de que gostariam de participar, ou ainda participa
com os alunos da elaboração do roteiro de trabalho.
O professor, porém, deve ter sempre em mente que o objetivo maior do trabalho em grupo é o
desenvolvimento do espírito de colaboração, que, por isso, sua postura em relação aos grupos jamais
deve ser autoritária, impositiva. Deve buscar um clima de confiança, para que os alunos desenvolvam sua
responsabilidade no trabalho cooperativo e se sintam estimulados a solicitar a orientação do professor,
quando necessário.

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