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RESUMO
O objetivo do presente trabalho é analisar as potencialidades pedagógicas da atividade de extensão
universitária em comunidades associativas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para
formação social do arquiteto urbanista. Para tanto, foi utilizado como método a pesquisa-ação, através
da integração de atividades extensionistas e de ensino do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFFS em
Pontão (RS). Os resultados são apresentados em termos de práticas de ensino-aprendizagem para
desenvolvimento dos trabalhos práticos das componentes curriculares Projeto Arquitetônico e sua
integração com Planejamento Urbano e Regional. As práticas interdisciplinares a partir da perspectiva dos
movimentos sociais têm se mostrado eficiente no debate acerca do papel social do arquiteto urbanista e
da construção regional do espaço rural e urbano. Portanto, os movimentos sociais contêm, em si, grande
potencial pedagógico a ser explorado em atividades integradas de ensino e extensão para a produção do
saber crítico e comprometido com a transformação social.
PALAVRAS-CHAVE: potencialidades pedagógicas, movimentos sociais, arquitetura e urbanismo, UFFS
1 INTRODUÇÃO
DINÂMICA DE GRUPO
A primeira atividade proposta aos alunos foi baseada em uma dinâmica de grupo, com
o objetivo de identificar a diversidade de contextos que configuram o contexto rural. A
atividade partiu do relato das experiências individuais de cada aluno a partir da
elaboração de mapas mentais de suas cidades natais, considerando o contexto de suas
cidades e as relações que tinham com a dinâmica e vida no campo.
A partir dos relatos foi possível constatar que todos os alunos tinham uma relação com
a realidade no campo, alguns com longas e significativas vivências, outros que possuíam
uma conexão indireta, a partir de seus familiares (como avós), e que de alguma maneira
sentiam-se conectados a uma identidade rural.
O resultado da dinâmica foi muito enriquecedor ao grupo, colocando em evidência os
diversos contextos, geralmente associados às matrizes de produção agrícola, desde o as
famílias de pequenos agricultores aos produtores vinculados ao agronegócio,
que mantinham residência nos centros urbanos e possuíam culturas mecanizadas e
arrendadas. Da mesma forma, destacaram-se nos relatos a introdução de alguns
conflitos e questões de interesse dos próprios alunos, como: a disponibilidade de saúde,
educação, infraestrutura e lazer no campo, geralmente associadas com a questão da
juventude campesina e a oferta de oportunidades.
XXXVI ENSEA – Encontro Nacional sobre Ensino de Arquitetura e Urbanismo
XIX CONABEA – Congresso da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e
Urbanismo
SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR
A diversidade do contexto rural, identificado na dinâmica de grupo, motivou a
organização de uma etapa interdisciplinar, buscando uma maior compreensão das
questões relacionadas ao tema, a partir de um panorama multidimensional. Com tal
objetivo, foram convidados a participar da etapa professores de outros cursos da própria
instituição, das áreas da: Geografia, Ciências Sociais e do Curso Interdisciplinar em
Educação no Campo (Figura 4).
Figura 4 - Palestra e debate com professores do curso de Educação no Campo.
Como já destacado, trata-se de uma CPA tida como modelo, tendo sido fundada em
1990. Atualmente, a cooperativa conta com cerca de 13 famílias, que trabalham sobre
uma área total de 205 hectares. As famílias que fazem parte da COOPTAR possuem a
maior renda per capita do município de Pontão. Seus trabalhadores se distribuem entre
as diversas atividades de produção na área. No núcleo de assentamento da COOPTAR
também residem médicos integrantes do MST, que atuam na rede pública municipal.
Há, ainda, integrantes que trabalham em cooperativas fora do espaço do assentamento
mas que, como os demais, contribuem de forma igualitária na distribuição da renda
entre os cooperados. A COOPTAR têm buscado implementar infraestrutura digital,
contando com TV à cabo, internet e sinal de telefone celular como meios de incentivo à
permanência dos jovens no assentamento e maior conectividade e comunicação.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5. CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
SANSAO, S. PESSOA, A., A. Outra forma de aprender: o ensino de arquitetura como um jogo. Arquitextos, Sao Paulo,
Vitruvius, jan 2013. Disponível em www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.152/1 Acesso em 08 de mar
de 2016.
VIDIGAL E. Ensino de projeto arquitetônico: um estudo sobre as práticas didáticas no curso de arquitetura e
urbanismo da Universidade Federal do Paraná. Tese (Doutorado)–Universidade de São Paulo USP. Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, 2010 .