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Unidade I
Aula 1 - A Importância e
Necessidade da Lei de Licitações
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Este curso foi elaborado pela Escola Nacional de Administração Pública – ENAP
E contou com a revisão do Tribunal de Contas da União – TCU
Permite-se a reprodução desta publicação, em parte ou no todo, sem alteração do conteúdo, desde que
citada a fonte e sem fins comerciais.
CONTEUDISTA
Edson Seixas Rodrigues (2005)
REVISÃO
Henrique Savonitti (2008)
Walter Salomão (2011)
Hanna Ferreira (2013)
Este material tem função didática. A última atualização ocorreu em Junho de 2017.
1. OBJETIVOS DA AULA............................................................................................................................. 4
2. O QUE É LICITAÇÃO?............................................................................................................................. 4
Conceito................................................................................................................................................. 4
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA........................................................................................................................ 5
Obrigatoriedade................................................................................................................................ 6
Finalidade............................................................................................................................................. 7
Importância.......................................................................................................................................... 9
5. PONTO POLÊMICO.............................................................................................................................. 10
6. RESUMINDO.......................................................................................................................................... 11
Bibliografia.............................................................................................................................................. 12
1. OBJETIVOS DA AULA
Tribunal de Contas da União
2. O QUE É LICITAÇÃO?
Conceito
No nosso dia a dia, quando estamos negociando algo do nosso interesse, como a com-
pra de um veículo, de um imóvel, de material de consumo (alimentos, vestuário, combustível,
etc.) ou a contratação de um serviço (advocatício, médico, arquitetônico, etc.) ou de uma obra,
sempre procuramos uma proposta que atenda melhor as nossas condições e expectativas para
o momento.
Definimos as nossas regras (valor máximo a ser pago e condições gerais) e seguimos em
busca de fornecedores (pessoa física ou jurídica) que atendam a nossa necessidade.
É neste mesmo formato que também age a Administração Pública quando precisa contra-
tar terceiros. A diferença está em que a escolha da melhor proposta se realiza através de um pro-
cedimento administrativo chamado de licitação, cujos termos são expostos em um documento,
chamado de instrumento convocatório (edital ou convite), que vincula e obriga a todas as partes
nele envolvidas, limitado às regras estabelecidas em lei.
Na lição de Wellington Barros1, “Licitação vem do latim licitationem, dos verbos liceri ou
licitari (lançar em leilão, dar preço, oferecer lanço) e possui em sentido literal, a significação do
ato de licitar ou fazer preço sobre a coisa posta em leilão ou a venda em almoeda.”
Sobre proposta mais vantajosa, Hely Lopes Meirelles2 explica que ela “não é sempre a do
menor preço, mas sim a que mais favorece o interesse do serviço público e melhor atende aos
objetivos da Administração expressos no edital ou no convite.
1-BARROS, Wellington Pacheco. Licitações e Contratos Administrativos. São Paulo: Atlas, 2009.
2-MEIRELLES, Helly Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2010.
Ainda sobre o conceito da licitação, Toshio Mukai4 resume: “é um convite do Poder Público
aos administrados para que façam suas propostas e tenham a chance de ser por eles contrata-
dos, para executarem determinada prestação (de dar ou fazer).
As principais normas sobre este assunto e que serão objeto de estudo deste curso são
Lei 8.666, de 21/06.1993 (e alterações), que estabelece regras para licitações e contratos da
Administração Pública, e, ainda, Lei 10.520, de 17/07/2002, que institui nova modalidade licita-
tória – o Pregão.
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A noção de contratação pública surgiu com o advento do Código de Contabilidade Pública
da União, Decreto 4.536, de 19 de janeiro de 1922, posteriormente pela Lei 4.401/1964, mas
ambos não possuíam o foco atual de observância ao princípio da isonomia e da igualdade de
todos perante a lei e com a seleção da proposta mais vantajosa. A então concorrência, como era
chamado o processo de contratação, visava atender ao interesse financeiro do Estado em obter
o preço mínimo. Alguns autores qualificam as fases iniciais do instituto da licitação como mini-
malista, no sentido de, concretizados os objetivos das compras públicas, detalhes e minúcias que
regulassem o procedimento e comportamento dos agentes públicos não teriam importância, e a
discricionariedade era vista como uma importante aliada do gestor público.
3-MENDES, Renato Geraldo. O Processo de Contratação Pública - Fases, etapas e atos. Curitiba: Zênite, 2012, p. 25
4-MUKAI, Toshio. Licitações e contratos administrativos. São Paulo: Saraiva, 2004.
Importante!
ÂÂ A primeira alteração da Lei 8.666/1993 ocorreu com a edição da Lei 8.883, de 8 de junho de
1994, decorrente da conversão da Medida Provisória 472, de 15 de abril de 1994. Após essa lei, vários
outros normativos ora inseriram dispositivos, ora alteraram dispositivos da lei original, a exemplo
das Leis 9.648/1998, 11.107/2005, 11.196/2005, 11.481/2007, 11.952/2009, 12.349/2010, 12.440/2011,
12.715/2012, e da Lei Complementar 147/2014. Então, muita atenção: quando formos consultar o
texto legal, verificar a sua correta atualização. Daí, a indicação de consulta ao site do Planalto, que
traz o texto mais atualizado, compilado já com as alterações, ou indicando cada um dos dispositivos
e as respectivas alterações. Para ‘ir’ direto para o texto da Lei 8.666/1993, acesse o link: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm
Com a edição da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, foi revogado o DecretoLei 2.300/86.
Alguns diplomas normativos posteriores objetivaram disciplinar pontos específicos e complemen-
tares do Estatuto de Licitações.
Obrigatoriedade
Apesar das empresas estatais possuírem personalidade jurídica de direito privado e terem
regulamento próprio, também ficaram sujeitas às normas gerais da Lei 8.666/1993, conforme o
trecho da lei abaixo:
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais enti-
dades controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo
anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às dispo-
sições desta Lei.
Finalidade
A margem de preferência tem como objetivo usar o poder de compra do governo federal
para estimular e desenvolver as empresas nacionais. Não obstante contrariar o espírito da livre
concorrência, traz consigo importantes medidas de desenvolvimento econômico sustentável.
A Lei 10.176/2011 foi editada com o objetivo de dar competitividade ao setor produtivo
nacional de tecnologia da informação, por meio de mecanismos de incentivo e proteção à produ-
ção nacional de bens e serviços de informática e automação. O poder executivo se encarregaria
da regulamentação do procedimento para fixação do Processo Produtivo Básico (PPB), pressu-
posto necessário para o gozo dos benefícios. Ou seja, seriam beneficiadas e teriam tratamento
Voltando um pouco, a Lei 8.387/1991 conceituou processo produtivo básico como “o con-
junto mínimo de operações, no estabelecimento fabril, que caracteriza a efetiva industrialização
de determinado produto” (alínea ‘b’, do § 8º do art. 7º da Lei 8.387/1991). .
o PPB consiste de etapas fabris mínimas necessárias que as empresas deverão cumprir para
fabricar determinado produto como uma das contrapartidas aos benefícios fiscais estabeleci-
dos por lei. Os PPB são estabelecidos por meio de Portarias Interministeriais, assinadas pelos
ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Ciência, Tecnologia
e Inovação (MCTI).
Dessa forma, o dispositivo inserido no § 12, do art. 3º, da Lei 8.666/1993, e em consonância
com a política nacional de desenvolvimento Industrial, abriu a possibilidade de se restringir
as contratações de bens e serviços de tecnologia da informação considerados estratégicos
para o país àqueles com tecnologia desenvolvida no Brasil, desde que sua produção tenha
sido de acordo com o PPB.
Importância
A licitação, por ser meio legal de se contratar bens, serviços e obras, é o instrumento de
acompanhamento e controle social sobre a gestão de recursos públicos. Esse conceito é muito
importante pois retira da licitação a impressão de ser um entrave burocrático (em que pese es-
sencial) e lhe dá características de instrumento de exercício do controle de gastos públicos pela
sociedade.
É neste formato que o art. 4º, da Lei 8.666/1993 estabelece o direito público subjetivo aos
participantes e a qualquer cidadão para acompanhamento da fiel observância da lei no procedi-
mento licitatório.
5. PONTO POLÊMICO
Tramitam no Congresso diversas proposições de alterações pontuais na Lei 8.666/1993,
além de projetos de lei que trazem modificações mais profundas.
O que está mais avançado, e que pretende a adoção de um novo Estatuto das Licitações, é o
Projeto de Lei do Senado (PLS) 559/2013. Pelo texto do projeto, as leis 8.666/1993 e 10.520/2002
(Lei do Pregão) e a parte que trata do Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC
da Lei 12.462/2011 ficam revogadas. Atualmente ele se encontra na Comissão de Serviços de
Infraestrutura do Senado Federal, após passar por diversas comissões e ter recebido diversas
emenda ao texto original do projeto.
A ideia é que o texto da nova lei contemple as disposições dessas normas, consolidadas em
um único instrumento, trazendo diversas inovações, a exemplo do uso de recursos de tecnologia
da informação, regras acerca de paralisações de obras e possibilidade de reabilitação do licitante
ou contratado que tenha sofrido alguma penalidade.
Por ter um impacto muito grande na sociedade, nos agentes econômicos e na Administração
Pública, o projeto de lei tem sido objeto de muitas discussões pelos vários segmentos. É fato que
a Lei 8.666/1993 vem necessitando de ajustes, para adequá-las às alterações por que tem passa-
do a sociedade, e nesse sentido, diversos atores com interesses na aplicação dos dispositivos de
licitações e contratações públicos têm se movimentado, tentando faz valer seu poder de pressão
para que as mudanças não lhes tragam prejuízos.
6. RESUMINDO
Com a edição da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, foi revogado o DecretoLei 2.300/86. Alguns diplomas
História
normativos posteriores objetivaram disciplinar pontos específicos e complementares do Estatuto de Licitações
Importância - o exercício do direito de entender as condições, valores e empresas contratadas para direta ou
indiretamente possibilitarem o atendimento aos seus direitos sociais;
- o exercício do direito de participação em processo transparente, com julgamento objetivo e igualdade de
condições, segundo às regras estabelecidas no instrumento convocatório e na legislação própria.
Lei 8.666, de 21/06.1993 (e alterações), que estabelece regras para licitações e contratos da Administração
Principais Normas Pública;
Lei 10.520, de 17/07/2002, que institui nova modalidade licitatória – o Pregão
BARROS, Wellington Pacheco. Licitações e Contratos Administrativos. São Paulo: Altas, 2009.
MENDES, Renato Geraldo. O Processo de Contratação Pública - Fases, etapas e atos. Curitiba: Zênite,
2012, p. 25.
MEIRELLES, Helly Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2010.
BRASIL, Tribunal de Contas da União. Licitações e contratos: orientações e jurisprudência do TCU. 4. ed.
Brasília: Senado Federal, 2010, p. 211.