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Tania Gonçalves
RESENHA
BELO HORIZONTE
2017
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Tania Gonçalves
RESENHA:
BELO HORIZONTE
2017
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 4
2 RESENHA ....................................................................................... 5
REFERÊNCIAS .................................................................................. 20
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1 INTRODUÇÃO
Ingo Wolfgang Sarlet é Doutor em Direito pela Universidade de Munique. Atua como
representante brasileiro e correspondente científico das Universidades de Munique,
Georgetown e junto ao Instituto Max-Planck de Direito Social Estrangeiro e
Internacional em Munique. Além disto, atua como Professor Titular de Direito
Constitucional e Direitos Fundamentais nos cursos de Graduação, Mestrado e
Doutorado da PUC/RS e da Escola Superior da Magistratura do RS (AJURIS).
O livro está divido em 2(duas) partes, sendo a primeira destinada ao Sistema dos
direitos fundamentais na Constituição: delineamentos de uma teoria geral
constitucionalmente adequada. A segunda parte do livro é contemplada a
Problemática da Eficácia dos direitos fundamentais.
Nesta resenha será considerada apenas a primeira parte do livro, que está subdivida
em 5 capítulos que inicia com conceito e a perspectiva histórica desde os
antecedentes até o processo de reconhecimento dos direitos fundamentais,
perpassando pela Constituição e Estado Democrático e Social de Direito, e finaliza
com a perspectiva subjetiva e objetiva dos direitos fundamentais, sua
multifuncionalidade e classificação na constituição de 1988.
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2 DESENVOLVIMENTO: 1ª Parte
Desta forma é debatido várias teses e conceitos de diversos doutrinadores tais como
Pérez Luño, J.J Gomes Canotilho, M.L. Cabral Pinto, Sérgio Rezende de Barros entre
outros, quanto ao uso das expressões “direitos humanos e direitos fundamentais”,
chegando a uma síntese do que o autor considera para fins específicos deste livro em
conceitos tendo como base um critério de unificador destas expressões, apesar da
inexistência de um consenso na esfera conceitual destas terminologias.
grande abrangência dos direitos fundamentais que ultrapassam o limite dos direitos
humanos.
O pacto firmado em 1215 pelo Rei João Sem-Terra e pelos bispos e barões ingleses,
serviu como ponto de referência para alguns direitos e liberdades civis clássicos, tais
como o habeas corpus, o devido processo legal e a garantia da propriedade.
2.4. O autor inicia o texto explicando as diversas fases dos direitos fundamentais
desde seu surgimento nas primeiras constituições. Costuma-se falar em três gerações
dos direitos fundamentais, havendo ainda alguns que defendem a existência de uma
quarta, quinta ou até mesmo sexta geração.
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4., 4.1. Neste capitulo o autor destaca a introdução dos direitos humanos ao catálogo
dos direitos fundamentais na Constituição de 1998, uma constituição formulada após
anos de um regime autoritário e ditatorial.
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Conforme o autor Ingo Wolfgang Sarlet descreve, no que diz respeito aos trabalhos
do constituinte, vale ressaltar que a mesma não se arrimou, e muito embora com
algumas deficiências programáticas destaca-se no rol de direitos fundamentais, com
talvez a mudança mais significativa contida no ART. 5, § 1°, da CF, de acordo com o
mesmo as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais possuem
aplicabilidade imediata. Essa maior proteção outorgada aos direitos fundamentais,
manifesta-se, ainda, mediante a inclusão destes no rol das clausulas pétreas do ART.
60, § 4°, da CF, impedindo a supressão e erosão dos direitos fundamentais, pela ação
do poder constituinte derivado.
Contudo esse sistema que forma o catalogo de direitos fundamentais apesar de serem
agrupados em um mesmo contexto, são garantias fixas, que representam a proteção
de certos bens e posições jurídicas de grande relevância. Do mesmo modo esse
mesmo catálogo de direitos fundamentais não se encontra em separado na nossa
constituição pátria, mas sim presentes em outras partes do texto constitucional, assim
também a possibilidade de se reconhecer direitos fundamentais não escritos. Assim
também se têm como entendimento que o mesmo não se trata de um sistema logico
e dedutivo, mas, sim, um sistema aberto e flexível, permitindo-se assim a inclusão de
novos conteúdos e desenvolvimentos.
assim sua aplicabilidade imediata e capaz de gerar efeitos jurídicos, assim também
como sua garantia por meio da chamada clausula pétrea contida no ART. 60, § 4°, IV,
que tem por intenção prevenir qualquer retaliação aos direitos e garantias individuais.
4.3. e 4.3.1 A regra do art. 5º, § 2º, da Constituição Federal de 1988, teve inspiração
da IX Emenda da Constituição dos EUA, onde existe além de um conceito formal, um
conceito material de direitos que pertencem ao corpo do ordenamento jurídico de um
Estado, mesmo não constando no catálogo.
A doutrina cita a regra, e menciona sua função hermenêutica. Além de tratar dos
direitos fundamentais “implícitos” e “decorrentes”. E sendo importante salientar que
na Constituição esta incluído o que não foi expressamente previsto, mas que pode ser
deduzido.
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4.3.3. Os Direitos fundamentais são os direitos mais básicos de todos indivíduos. Eles
podem estar explícitos ou implícitos na Constituição Federal, ou ainda vir de tratados
internacionais na qual o Brasil faça parte. Esses direitos são relativos, concorrentes,
imprescritíveis, inalienáveis, irrenunciáveis, eficazes e indivisíveis, ou seja, devem ser
tomados por completo. Esses direitos são tão importantes que não é possível se quer
haver Emenda Constitucional, a não ser que a reforma seja para acrescentar, mas
nunca cessar qualquer garantia fundamental.
“catalogo”, bem como no regime e nos princípios fundamentais da nossa lei Suprema.
Portanto não é constitucional apenas o que está escrito no nosso estatuto, e sim no
sistema por ele estabelecido.
E onde não houver o respeito pela vida do ser humano e a sua integridade Física,
onde as condições mínimas para existência digna não forem asseguradas, onde a sua
intimidade e identidade forem objeto de ingerências indevidas, onde a sua igualdade
relativamente não for garantida, bem como se não houver a limitação do poder, não
haverá espaço para a dignidade da pessoa humana. Neste sentido afirmam-se que o
pleno exercício do poder e a ordem estatal em seu todo apenas serão legítimos, se
pautarem pelo respeito e a proteção da dignidade da pessoa humana, constituindo
assim a plena e verdadeira condição da democracia.
4.3.4 A tese de sua identificação dos direitos fundamentais, com a base no critério do
conteúdo essencial e a sua aplicação como o critério aferidor da fundamentalidade
material dos direitos fundamentais no direito Brasileiro, deve ser rechaçada, pois além
dos direitos fundamentais possuírem um núcleo essencial que deve ser intocado,
cumprindo assim o referido conteúdo, não sendo idêntico para todos os direitos
fundamentais.
A preferência pelo termo direitos fundamentais se dá pelos seguintes motivos que está
se encontra positivada na Constituição Federal de 1988, em seu Título II; a tendência
majoritária na doutrina moderna constitucional em rechaçar expressões como direitos
naturais, direitos civis, direitos individuais, liberdades públicas, liberdades
fundamentais, porque anacrônicos em desacordo com o atual estágio dos direitos
fundamentais, notadamente na perspectiva de um Estado Democrático e Social de
Direito e insuficientes para abarcar a abrangência do assunto.
O fato de que a dignidade da pessoa humana não deve ser considerada somente
como inerente a natureza humana, mas que a dignidade faz sentido no meio cultural,
no fruto do seu trabalho e cultural. A eficácia e aplicabilidade das normas que contêm
os direitos fundamentais dependem muito de seu enunciado, pois se trata de assunto
que está em função do Direito positivo. A Constituição é expressa sobre o assunto,
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Como bem lembra Konrad Hesse, a multiplicidade do significado inerente aos direitos
fundamentais na condição de elementos da ordem objetiva corre o risco de ser
subestimada caso for reduzida a dimensão mirante valorativa de acordo com a qual
os direitos fundamentais constituem uma ordem de valores objetiva e cujos os
aspectos peculiares já foram objeto de breve referência.
negativus que é uma esfera individual de liberdade e imune a império jus imperido
Estado e é um poder juridicamente reconhecido. O status negativus de Jullinek deve,
portanto, ser encarado mais propriamente como status negativus dos direitos
fundamentais.
Assim, no que se diz respeito sobre o direito subjetivo, entende-se que o mesmo
apresenta características amplas, abrindo um leque de possibilidades. E para afirmar
essa variação, alguns fatores explicam esta situação, sendo eles: o espaço de
liberdade da pessoa individual não se encontra garantido de maneira uniforme; a
existência de inequívocas distinções no que tange ao grau de exigibilidade dos diretos
individualmente considerados, de modo especial, em se considerando os direitos a
prestações sociais materiais; e os direitos fundamentais constituem posições jurídicas
complexas, no sentido de poderem conter direitos, liberdades, pretensões e poderes
da mais diversa natureza e até mesmo pelo fato de poderem dirigir-se contra
diferentes destinatários. De forma resumida, conclui-se que esta perspectiva
apresenta uma estrutura diferenciada, ou seja, não só no que diz respeito com a forma
de positivação, seu conteúdo e alcance, mas também no que se refere às diferentes
funções que desempenham no âmbito do conjunto dos direitos fundamentais.
À luz de outros aplicadores do Direito, juristas brasileiros visam a divisão dos direitos
fundamentais a exemplo de Constituições de outros países. Por exemplo o grupo dos
direitos e prestações, na visão de Pereira Faria, encontra-se subdivido nos direitos de
prestações jurídicas e nos direitos a prestações materiais. Outro aspecto que merece
destaque, é sugestão de formação de um terceiro grupo de direitos fundamentais, que
seria integrado pelos direitos de participação, que abrangeria os direitos políticos. O
âmbito desta divisão tornaria possível a formação dos grupos de direitos de defesa,
direitos e prestações e garantias institucionais fundamentais.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A linguagem utilizada não é tão clara e tão pouco objetiva que culminou numa
confusão de ideias e principalmente em uma dificuldade de compreensão da obra. Por
muitas vezes, era necessário fazer uma nova leitura para tentar extrair o conceito, a
ideia central ou até mesmo a essência do tema abordado. Apesar disto o autor
apresentou uma estrutura lógica, sistematizada no que diz respeito à divisão e
evolução de temas e conseguiu manter um equilíbrio na disposição das partes do livro.
REFERÊNCIAS
SARLET, Ingo Wolfgang. A Eficácia dos Direitos Fundamentais. Porto Alegre: Livraria
do Advogado, 2003.