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Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM

Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas – ICTE


Disciplina: Laboratório de Fundamentos de Fenômenos de Transporte

PRÁTICA 5 – ESTÁTICA DOS FLUIDOS E A FORÇA DE EMPUXO

1. INTRODUÇÃO

Segundo o princípio de Arquimedes um corpo submerso está submetido a uma força


de sustentação, chamada Força de Empuxo, com módulo igual ao peso de fluido
deslocado.
Segundo esse princípio, o que determina se um corpo flutuará ou afundará em um
dado fluido é a densidade relativa do corpo em relação à densidade do fluido. Se o
corpo for menos denso que o fluido, ele flutuará. Se o corpo for mais denso que o
fluido, ele afundará. É também a densidade relativa que determina a proporção de
volume submerso de um corpo flutuando em um dado fluido. Se a densidade do corpo
for, por exemplo, um terço da densidade do fluido, então um terço do volume do corpo
ficará submerso. A Força de Empuxo exercida por gases é desprezível, se comparada
com a exercida por líquidos, pois a densidade dos gases é consideravelmente menor que
a de líquidos. Contudo, a força de empuxo em gases é responsável por fenômenos
importantes como o deslocamento de massas de ar quente e frio.
O princípio de Arquimedes tem várias aplicações importantes. Entre elas está a
medida da densidade de corpos sólidos de formato irregular e de líquidos. No arranjo
mostrado na Figura 1 uma proveta com certo volume de um dado líquido, está em
repouso sobre uma balança. Se um corpo sólido for imerso parcialmente no líquido
(incompressível), uma porção do mesmo, de volume igual ao volume submerso co
corpo, será deslocado e o nível de líquido na proveta se elevará. Em proveta graduada,
pode-se determinar através da nova posição do nível do líquido qual foi o volume
deslocado pelo corpo.
Antes de o corpo ser imerso no líquido, a balança mede força de módulo F0 =
M0g , correspondente ao peso da massa conjunta M0 (proveta + líquido). Após a imersão
do corpo, considera-se a Terceira Lei de Newton, que indica que o corpo exercerá sobre
o líquido uma força de módulo igual à Força de Empuxo e de sentido contrário a essa.
Essa força será transmitida à balança, que acusará um aumento no “peso” da proveta
(massa M). Esse aumento no peso aparente da proveta permite medir a Força de
Empuxo exercida pelo líquido sobre o corpo.

Figura 1 – Provetas graduadas com líquido e corpo imerso.

A Figura 2 mostra um diagrama das forças que atuam sobre a barra e sobre o
líquido após a imersão parcial da barra. As forças atuam na mesma direção, assim pode-
se tratá-las como escalares.

Figura 2 – Diagrama de forças.


Antes da imersão da barra, a balança mede apenas o peso do líquido+proveta
M0g, após a imersão da barra o valor da leitura é maior, devido à Força de Empuxo. A
força medida após a imersão da barra é representada pela seguinte Equação (1):
FE  Mg  M 0 g  FE (1)

sendo FE a Força de Empuxo exercida pelo líquido, Mg a força devida ao peso (líquido
+ proveta) adicionada da Força de Empuxo. A Força de Empuxo pode ser determinada
na leitura da balança, considerando as medidas de antes e depois da imersão parcial do
corpo, através da expressão:

F
FE  ( M  M 0 )g  E  ( M  M 0 ) (2)
g

Na Figura 2 observa-se também que a Força de Empuxo contribui para a


manutenção do corpo em sua posição de equilíbrio, sustentando seu peso mg junto com
a tensão T no suporte da barra.
Inicialmente, a proveta continha volume V0 de líquido. Após a imersão parcial
do corpo, a leitura da graduação da proveta indica um volume maior V. Assim, o
volume da porção de líquido deslocada pela barra será dV =V −V0 e sabe-se que o peso
dessa porção de líquido é igual à Força de Empuxo exercida sobre o corpo, segundo a
seguinte equação:

FE  ( V  V0 )g (3)

Pode-se reescrever a equação acima como:

FE
  ( V  V0 ) (4)
g

O valor da grandeza FE/g, aparece também na Equação (2), e é fornecido pela


diferença dM = M −M0, ou seja, as massas lias na balança antes e depois da imersão do
corpo, enquanto o valor de dV =V −V0 é obtido pela diferença entre as leituras na
graduação da proveta, antes e depois da imersão do corpo. Portanto, as medições feitas
com a balança e a proveta, antes e depois da imersão da barra, possibilitam a
determinação do valor da densidade volumétrica do líquido, obtido como o coeficiente
angular das equações:

1
( M  M 0 )   ( V  V0 )  ( V  V0 )  ( M  M0 ) (5)

2. OBJETIVO

O objetivo da prática é medir a Força de Empuxo exercida por líquidos em


corpos sólidos e através dessa medida, determinar a densidade dos líquidos.

3. MATERIAIS

 Proveta de 1L;
 Balança;
 Água;
 Solução salina;
 Etanol;
 Corpo cilíndrico de alumínio;
 Corpo esférico de alumínio.

4. METODOLOGIA

a) Prepare 1L de solução salina na proporção 100 mL de água e 25 g de NaCl.


b) Coloque 500 ml de água pura na proveta graduada.
c) Registre a medida da massa do conjunto proveta + líquido. A proveta deve
permanecer sobre a balança.
d) Mergulhe uma peça cilíndrica na água, pouco a pouco, de forma a variar a leitura
de volume na escala da proveta entre os 500 mL e 800 mL. Utilize variações de
volume de 50 ml para obter a medida de 6 diferentes pontos. Faça medidas da
massa M, em função do volume V de líquido na proveta. Note que a massa será
dada pela leitura da balança. A balança mede o peso, mas a sua escala já está
calibrada para fornecer uma leitura da massa. Faça as medidas em réplica.
e) Repita as medidas, substituindo os 500 mL de água por 500 mL de solução
salina. Variando o volume de 50 em 50 mL e realizando 6 medidas. Faça as
medidas em réplica.
f) Repita as medidas substituindo a solução salina por etanol. Faça as medidas em
réplica.
g) Para as medidas com o corpo esférico, a quantidade inicial de líquido na proveta
deve ser 800 ml. Meça 4 diferentes variações de volume (20 mL, 20 mL, 20 mL
e por fim 10mL) e massa. Faça as medidas em réplica.

A) RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados para o corpo cilíndrico devem ser registrados segundo a Tabela 1.


Os resultados para o corpo esférico devem ser registrados segundo a Tabela 2.
Considerando a Equação (4), que relaciona as grandezas FE /g e V −V0. A
equação mostra que essas grandezas se relacionam de maneira linear, ou seja, obedecem
a uma relação do tipo y = ax + b, no caso, b=0. Mediante os resultados obtidos na
prática, relacione em um gráfico os dados de FE /g e V −V0. O coeficiente angular da
reta encontrada é a densidade volumétrica do líquido estudado.
1) Determine a densidade média de cada líquido analisado.
2) Se o corpo imerso no líquido fosse feito de outro material, com densidade
igual ao dobro da densidade do alumínio, os resultados de densidade do
líquido seriam diferentes? Explique.
3) A força de Empuxo atuante no corpo imerso seria diferente caso o corpo
fosse retangular ao invés de cilíndrico ou esférico? Explique.
Tabela 1 – Resultados de variação de massa e volume (barra cilíndrica).
Líquido:
Massa inicial (M0), proveta +líquido:
Volume inicial (V0):
Medida 1 Medida 2
M1 = M1 =
V1 = V1=
M2 = M2 =
V2 = V2=
M3 = M3 =
V3 = V3=
M4 = M4 =
V4 = V4=
M5 = M5 =
V5 = V5=
M6 = M6 =
V6 = V6=
M7 = M7 =
V7 = V7=
M8 = M8 =
V8 = V8=
M9 = M9 =
V9 = V9=
M10= M10=
V10= V10=

Tabela 1 – Resultados de variação de massa e volume (corpo esférico).


Líquido:
Massa inicial (M0), proveta +líquido:
Volume inicial (V0):
Medida 1 Medida 2
M1 = M1 =
V1 = V1=
M2 = M2 =
V2 = V2=
M3 = M3 =
V3 = V3=
M4 = M4 =
V4 = V4=
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOX, R. W.; PRITCHARD, P. J.; MC DONALD, A. T. Introdução à mecânica dos


fluidos. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 710 p.

WHITE, F. M. Mecânica dos fluidos. Porto Alegre: Editora McGraw Hill, 2011. 880 p.

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