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Universidade Presbiteriana Mackenzie

PREVENÇÃO DE PROBLEMAS POSTURAIS NA INFÂNCIA: UMA EXPERIÊNCIA


COM CRIANÇAS ABRIGADAS
Mayra Tailisse Villela Santos (IC) e Geraldo A. Fiamenghi Junior (Orientador)
Apoio: PIBIC Mackenzie/ MackPesquisa

Resumo

Este estudo teve como objetivo verificar se havia diferenças posturais entre crianças em condições de
abrigamento e aquelas que vivem com seus familiares – pelo fato de haver diferenças em estímulos
de acordo com o ambiente em que se vive – a partir da aplicação de um mini-curso sobre postura
correta, a fim de que se possam prevenir futuros problemas posturais. A justificativa do presente
trabalho dá-se na medida em que a literatura atual vem demonstrando que os problemas posturais
têm aumentado em crianças de educação infantil, o que pode vir a provocar efeitos crônicos e
prejudiciais na vida adulta. Os dados foram coletados numa Escola Municipal de Educação Infantil
(EMEI) de um abrigo na região metropolitana de São Paulo, com crianças de quatro a cinco anos,
tanto pertencentes à comunidade quanto às que vivem no abrigo. Os resultados foram analisados
tendo como referência uma ficha postural, adaptada de REBOLHO (2005), cujo objetivo é avaliar o
entendimento dos sujeitos após intervenção da pesquisadora. Os resultados não mostraram
diferenças significativas entre as duas populações, isto é, as crianças, de forma geral, continuaram
sentando da forma como estavam habituadas, mesmo após a aplicação do mini-curso. Por outro lado,
sugere-se a realização de atividades de formação para as crianças estudadas por um período maior
de tempo, para um melhor entendimento e prevenção de futuros problemas posturais.

Palavras-chave: avaliação postural, institucionalização, desenvolvimento infantil

Abstract

This study had the objective to verify whether there were differences between postures of children in
sheltering conditions and those that live with their family – due to the fact that there are differences in
stimulation according to environment – with the application of a mini-course about correct posture,
with the intention to prevent further problems. The justification of the present work comes from the rise
of the posture problem in children, according to the literature, which can provoke chronicle effects and,
therefore, troubles in the adult life. The information was collected at a government school infant
education from a shelter in the metropolitan region of São Paulo, with children aged 4 and 5 years old,
either from the community or who live in the shelter itself. The results were analyzed, using as
reference a posture assessment, adapted from REBOLHO (2005), with the objective of evaluating the
understanding of subjects after the researcher’s intervention. The results didn’t show relevant
differences between the two populations, implying that children, in a general sense, keep sitting in
their habitual way, even after the mini-course. On the other hand, it is suggested the development of
educational activities for the studied children during for an extended period time, aiming a better
understanding and prevention of future postural problems.

Key-words: posture assessment, institutionalization, child development

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INTRODUÇÃO

Sabemos que um desenvolvimento motor normal é apresentado por crianças que recebem
estímulos e correções durante a educação infantil, principalmente. Observamos ser nessa
idade a fase em que a criança começa a desenvolver sua consciência corporal – devido ao
início do processo de escolarização, ela se comunica com outras pessoas recebendo e
dando estímulos para diferentes situações.

Assim, a vivência institucional pode ter uma grande importância na vida da criança ou do
adolescente, pois na maior parte do tempo estão realizando atividades, funções e interações
visando à reciprocidade e o afeto. Por outro lado, também podem trazer prejuízos cognitivos
e atrasos de desenvolvimento, pelo fato de os vínculos criados serem temporários e as
relações instáveis.

Outro ponto crucial para o desenvolvimento motor está em ser um dos pré-requisitos para a
aprendizagem de leitura e escrita, fundamental para o processo de escolarização da
criança. Assim, basicamente, um atraso no desenvolvimento motor pode significar atrasos
posteriores em aquisições significativas na aprendizagem escolar

A relevância deste trabalho mostra-se atual, na medida em que alguns estudos demonstram
que os problemas posturais vêm aumentando em crianças de educação infantil, pois em
idade escolar elas carregam mochilas pesadas demais para sua estrutura corporal,
permanecem muito tempo sentadas e de modo incorreto, usam sapatos com saltos, etc.,
fatores que podem acarretar futuros comprometimentos posturais, já que seu sistema
musculoesquelético ainda está em formação.

Posturas corporais inadequadas na infância podem ter efeitos deletérios no


desenvolvimento e conseqüências para a vida adulta, tais como problemas crônicos de
coluna (escoliose, lordose, cifose), que irão necessitar de tratamentos. Assim, a prevenção
desses problemas implica em orientar as crianças em fase escolar para a correta postura,
principalmente durante as aulas, o que sugere a importância da função do fisioterapeuta
escolar, inexistente no Brasil.

Portanto, esta pesquisa visa trabalhar com um grupo de crianças abrigadas, com objetivo de
prevenir futuros problemas posturais.

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REFERENCIAL TEÓRICO

O processo que leva ao abrigamento de crianças é doloroso e as conseqüências para seu


desenvolvimento global são complexas. Diversos estudos indicam efeitos deletérios sobre
as relações sociais e afetivas das crianças.

Por exemplo, Silva (1997) mostrou que, por caracterizarem-se como grupos de risco, as
crianças abrigadas podem desenvolver uma identidade delinqüente. Altoé (1990) relata que
ex-internos ressentem-se pela falta de afetividade e vinculação com outras pessoas. O
estudo de Alexandre e Vieira (2004) expressa uma busca das crianças pelo apoio de irmãos
mais velhos residentes no abrigo, ou relações que possam promover resiliência, como
professores ou voluntários que visitam o abrigo. Barros e Fiamenghi (2006) revelaram que a
situação de vitimização que a criança viveu e que a levou ao abrigo acaba por repetir-se na
instituição, já que o despreparo das cuidadoras reforça o processo de isolamento e ausência
de afetividade.

Outras áreas também se encontram prejudicadas, por exemplo, o desenvolvimento motor,


como demonstrou Castanho (2003), ao comprovar atraso significativo no desenvolvimento
motor de crianças institucionalizadas. O desenvolvimento motor normal da criança é aquele
que se processa de forma progressiva e harmônica. A maturação do sistema nervoso
central permitirá a aquisição de atos motores que garantirão a adaptação gradativa da
criança às constantes mudanças e exigências do meio. Entretanto, a variabilidade de
experiências às quais a criança é exposta, principalmente no primeiro ano de vida, explica o
complexo desenvolvimento nessa faixa etária, sendo fundamental para a formação do
indivíduo adulto.

Em relação ao processo de escolarização de crianças abrigadas, encontramos dificuldades


conseqüentes aos elementos discutidos acima, pois a carência de estimulação acaba por
produzir déficits nas habilidades necessárias para a atividade escolar da criança, já que
pesquisas indicam uma alta correlação entre desempenho escolar e nível socioeconômico
do aluno, relação da família com o aluno, relação da família do aluno com a escola e
recursos culturais, (ANDRADE e LAROS, 2007), todos ausentes na situação de abrigamento
infantil.

Institucionalização

A institucionalização prolongada e a falta de profissionais qualificados no ambiente de


abrigamento são práticas ainda freqüentes nos dias atuais e que podem causar graves
danos ao desenvolvimento social, afetivo, cognitivo, psicológico, identitário e motor da
criança; mas, ao mesmo tempo, podem ser mais significativos do que experiências

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negativas vivenciadas com a família biológica, em que muitos momentos são relações
conflituosas, instáveis e estressantes.

em certos lares, o meio ambiente físico e social é tão empobrecido e caótico que a colocação
de uma criança em uma instituição pode proporcionar a recuperação e um crescimento
psicológico. (SIQUEIRA e DALL’AGLIO, 2006, p.74)

Assim, podemos inferir que efeitos prejudiciais em condições de abrigos existem, porém
alguns estudos tratam-nos de forma muito enfatizada. Na medida em que se trabalha a
questão do déficit de aprendizagem em crianças abrigadas, é preciso compreender o
conceito como um fator ligado à ausência de estímulos sensoriais, isto é, o desenvolvimento
da competência cognitiva acontece por meio de atividades que estimulem a capacidade
crítica da criança, o que independe do ambiente em que ela está inserida. Com isso, a
criança que não viva em condição de abrigamento pode não receber o estímulo dos pais, o
que a fará não desenvolver suas habilidades e competências.

Nesses termos, a longa permanência em ambiente institucional também pode levar a


criança a estabelecer um relacionamento direto com as pessoas com as quais interage no
dia a dia, num ambiente de socialização, criando uma autoimagem mais integrada, um
sentimento de pertença e uma organização dentro de papéis considerados culturalmente
como familiares, pois começam a dividir tarefas e a cuidar uns dos outros.

É necessário então, que a instituição seja transformada num ambiente de desenvolvimento


e profissionalização, pois se configurará num lugar de passagem e de estímulo para as
crianças. Para tal, as ações que seguem são essenciais:

(1) promover um programa lúdico de atividades para as crianças e os adolescentes abrigados


junto com os funcionários, o que incentivaria os cuidadores a desenvolver brincadeiras infantis;
(2) oportunizar encontros entre os profissionais de diferentes abrigos, a fim de criar um espaço
de troca de experiências e melhorar a comunicação interinstitucional;
(3) capacitar profissionalmente os cuidadores, para que eles possam aprender sobre
desenvolvimento infantil numa visão contextualizada, sobre práticas educativas, sobre a
violência doméstica, sobre as medidas socioeducativas e também para que eles possam
compreender as teorias implícitas que permeiam o ambiente institucional. (SIQUEIRA e
DALL’AGLIO, 2006, p.78).

Nesse sentido, ser criado em abrigos sugere que, do ponto de vista das expectativas
culturais e dos valores pessoais, existe um estigma de que o ambiente pode se tornar
propício ao fracasso, isto é, as instituições podem deixar marcas significativas na vida da
criança que podem ser incorporadas a sua identidade, de acordo com os referenciais
transmitidos pelos cuidadores aos abrigados.

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Postura e desenvolvimento motor

Uma das estratégias mais utilizadas nos programas de educação postural, segundo Rebolho
et al, (2009) é conhecida como Escola das Costas (Back school), que visa prevenir a
reincidência de dores nas costas e trabalha com os sujeitos

os conteúdos de anatomia, fisiologia e biomecânica da coluna, fisiopatologia das dores,


orientações ergonômicas e posturais nas atividades ocupacionais e de vida diária, exercícios
de alongamento, força e relaxamento muscular (REBOLHO et al, 2009, p.12).

Diferentes estratégias vêm sendo aplicadas no ambiente escolar com ações educativas de
prevenção de dores na coluna com crianças, como demonstram diversos estudos.

Quanto ao desenvolvimento motor, ele pode ser reconhecido como significativo porque é
básico para outras aquisições. A habilidade de agir no mundo aumenta a independência e
autonomia da criança. Por exemplo, engatinhar aumenta a mobilidade da criança, afeta o
desenvolvimento social e emocional, a comunicação, a avaliação de altura e a compreensão
de distância e espaço (BRÊTAS et al, 2005).

Um dos sinais mais significativos do desenvolvimento do bebê é a aquisição de vários


marcos motores. Os marcos motores acontecem numa seqüência determinada – sentar com
apoio, sem apoio, engatinhar, ficar em pé, andar e, por fim, subir (FONSECA, 1990).

O desenvolvimento motor normal da criança é aquele que se processa de forma progressiva


e harmônica. Entretanto, a variabilidade de experiências às quais a criança é exposta,
principalmente no primeiro ano de vida, explica o complexo desenvolvimento nessa faixa
etária, sendo fundamental para a formação do indivíduo adulto.

Revisões recentes da literatura indicam que dores nas costas de crianças estão
relacionadas a muitos fatores de risco, tais como: postura sentada prolongada, postura
inadequada da coluna e fraqueza nos músculos abdominais (CARTON e BALAGUE, 2004).
A situação de abrigamento pode apresentar conseqüências significativas em muitas áreas
do desenvolvimento da criança (BARROS e FIAMENGHI, 2007).

As crianças institucionalizadas geralmente sofrem com a falta de experiências de exploração


do ambiente, podendo comprovar atraso significativo em seu desenvolvimento motor e na
aquisição de habilidades de auto-cuidado (CASTANHO, 2003; CASTANHO e BLASCOVI-
ASSIS, 2004).

Outro ponto crucial para o desenvolvimento motor está em ser um dos pré-requisitos para a
aprendizagem de leitura e escrita, fundamental para o processo de escolarização da criança.
Assim, basicamente, um atraso no desenvolvimento motor pode significar atrasos
posteriores em aquisições significativas na aprendizagem escolar.

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Quanto à postura, ela pode ser definida como um “conjunto de posições de todas as
articulações do corpo num determinado momento (...), pode ser descrita em termos de
equilíbrio muscular” (KENDALL, 2007, p.53).

A boa postura não é um fim em si; ela é uma parte do bem-estar geral. Idealmente,
instruções e o treinamento postural deveriam ser uma parte da experiência geral e não uma
disciplina separada.

À medida que pais e professores conseguirem reconhecer as influências e hábitos que ajudam
a desenvolver uma postura boa ou defeituosa, eles serão capazes de contribuir com esse
aspecto do bem-estar na vida cotidiana de indivíduos em crescimento. (KENDALL, 2007, p. 96)

No entanto, as instruções e o treinamento postural não devem ser negligenciados em um


bom programa de educação da saúde; deve-se atentar para os defeitos que podem ser
observados. Quando são dadas instruções, elas devem ser simples, precisas e devem
prender a atenção da criança para que haja sua colaboração. Embora elas não devam ser
negligenciadas, também não devem ser superestimadas. (KENDALL, 2007).

Alguns fatores ambientais também podem influenciar o desenvolvimento e a manutenção da


boa postura da criança. Essas influências ambientais devem se tornar tanto favoráveis
quanto práticas para a boa postura.

Quando um ajuste em larga escala não for possível, pequenos ajustes frequentemente
contribuem de maneira considerável. Depois de a criança começar a freqüentar a escola, a
quantidade de tempo por ela despendida na posição sentada aumenta consideravelmente. O
assento escolar é um fator importante que afeta a postura. (KENDALL, 2007, p.96-97)

Sendo assim, não havendo possibilidade de adequação individual, as cadeiras,


principalmente as escolares, devem ser ajustadas para se adaptar à criança, que deve
conseguir sentar-se com ambos os pés apoiados no chão e com os joelhos flexionados
aproximadamente em ângulo reto. O assento da cadeira deve ser suficientemente profundo
para suportar as coxas adequadamente, mas a profundidade não deve interferir na flexão
dos joelhos. E por último, o encosto da cadeira deve suportar as costas da criança. Ele
também deve se inclinar para trás alguns graus para que a criança possa relaxar (KENDALL,
2007).

É importante destacarmos que a maioria dos desvios posturais na criança em crescimento é


classificada como desvio de desenvolvimento e, quando os padrões se tornam habituais,
podem resultar em defeitos posturais. O diagnóstico e o tratamento precoces de desvios
posturais proporcionam melhores resultados no sentido da minimização de seus efeitos e
prevenção de futuros desvios (DETSCH, CANDOTTI, 2007).

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Assim sendo, observar e identificar os desvios são de fundamental importância, pois não
podemos considerar que crianças tenham o alinhamento padrão de um adulto,
principalmente, pelo fato de na fase infantil o ser humano apresentar maior mobilidade e
flexibilidade que na fase adulta (KENDALL, 2007).

Vários são os fatores que podem interferir na postura, como enumera Carnaval (1998):
anomalias congênitas e/ou adquiridas, má postura, obesidade, alimentação inadequada,
atividades físicas sem orientação e/ou inadequadas, distúrbios respiratórios, desequilíbrios
musculares, frouxidão ligamentar e doenças psicossomáticas.

Para o mesmo autor ainda, a postura também pode apresentar alterações conseqüentes de
fatores socioculturais (hábitos relacionados à forma de realizar determinadas atividades
como dormir, sentar, caminhar, etc.); psicológicos (atitudes associadas à personalidade de
cada um) e biológicos (aspectos anatômicos, fisiológicos, genéticos e biomecânicos).

Das alterações mencionadas anteriormente, devemos ressaltar os fatores anatômicos que


podem afetar a postura correta, conforme a tabela de Magee (2005, p.872) que
reproduzimos a seguir:

Fatores anatômicos que afetam a postura correta


• Contornos ósseos (p.ex., hemivértebra)
• Frouxidão de estruturas ligamentares
• Contração fascial ou musculotendinosa (p.ex., tensor da fáscia lata, peitorais, flexores do
quadril)
• Tônus muscular (p.ex., glúteo máximo, abdominais, eretores da espinha)
• Ângulo pélvico (o normal é de 30°)
• Posição e mobilidade articular
• Efluxo e influxo neurogênico
Figura 1: Fatores anatômicos que afetam a postura correta (Fonte: MAGEE, 2005).

Assim, existem dois tipos de causas que podem levar a desvios posturais: posicionais e
estruturais. Aos primeiros cabem os relacionados aos maus hábitos. De acordo com Magee
(2005), isso pode ser causado por indivíduos que permanecem muito tempo em pé ou
sentados e começam a encurvar-se para frente.

A manutenção de postura correta exige músculos fortes, flexíveis e facilmente adaptáveis a


alterações ambientais. Esses músculos têm que trabalhar continuamente contra a força da
gravidade e em harmonia entre si para manter uma postura ereta. (MAGEE, 2005, p.872)

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Outro fator pode se apresentar em decorrência do estirão de crescimento rápido precoce,


fazendo com que as crianças se encurvem para frente para não parecerem mais altas que
seus colegas.

Este estirão pode acarretar crescimento desigual de várias estruturas e isto pode causar
alteração da postura, por exemplo, o crescimento muscular pode não acompanhar o
crescimento ósseo. (MAGEE, 2005, p.872).

Além disso, que podem ser mencionados também a dor, o desequilíbrio muscular,
condições respiratórias, fraqueza geral, excesso de peso ou espasmos musculares.

Já as causas estruturais tratam dos aspectos decorrentes de anomalias congênitas,


problemas desenvolvimentais, traumas e doenças. As deformidades estruturais envolvem,
então, principalmente, alterações ósseas.

MÉTODO

Esta pesquisa envolveu uma metodologia qualitativa, baseada em intervenções realizadas


pela pesquisadora, além de observações sobre a postura das crianças.

Participantes:

Para que a amostragem se desse de forma equilibrada, a pesquisa contou com 12 crianças
meninos e meninas, sendo 6 da Instituição (abrigadas) que estudam na EMEI; e 6 crianças
da comunidade, mas a amostragem final foi composta por 10 crianças, pois uma criança do
abrigo havia voltado para sua residência e uma criança da comunidade não compareceu à
escola em todas as datas das avaliações.

Das crianças abrigadas 4 eram meninos e apenas 1 era menina; já as crianças não-
abrigadas tivemos 3 meninos e 2 meninas.

As crianças encontravam-se na faixa etária de 4 a 6 anos. A escolha dessa faixa etária


justifica-se porque as crianças estão iniciando o processo de escolarização, ainda em fase
de desenvolvimento, e começam a utilizar mochilas e ficar sentadas por longos períodos de
tempo.

Local:

O estudo foi realizado em uma instituição de abrigamento localizada na região metropolitana


de São Paulo. A escolha pelo desenvolvimento junto à Instituição deve-se ao fato de a
Universidade possuir atividades de estudos e estágios em parceria com a Instituição citada.

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O abrigo estudado possui uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) aberta,
frequentada tanto pela comunidade quanto pelas crianças abrigadas. A entrada nesta EMEI
apresentou alguns entraves curriculares, o que acarretou atraso no procedimento, pois havia
a necessidade de se obter aprovação do Conselho Tutelar e do Juizado de Menores.

Instrumentos:

A partir das observações de estudo realizado anteriormente (2009), no qual foram feitas
observações sistematizadas, seguindo a proposta de Asher (1976), foi estruturado um mini-
curso sobre postura que teve como base um questionário de avaliação de hábito postural
(REBOLHO, 2009).

Esse questionário contém 2 partes, sendo a primeira referente à criança sentada na cadeira
escolar, na qual avaliamos o apoio da coluna, dos ísquios e dos pés; já a segunda
corresponde à criança realizando atividades sentada no chão. Para uma melhor
configuração dos resultados, o questionário foi adaptado para este trabalho.

Foram feitas ainda, explicações quanto ao modo de carregar a mochila e o seu peso e
conceitos sobre postura simétrica. O último foi realizado por meio de uma vivência, na qual
as crianças participaram da brincadeira ‘cabo de guerra’, para um melhor entendimento.

A título de ilustração, seguem os modelos das tabelas que foram utilizadas, referentes à
primeira parte do mini-curso:

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Figura 2: questionário de avaliação postural (Fonte: Adaptado de REBOLHO, 2009).

Procedimentos:

Após o contato com a instituição e apresentação da Carta de Intenções e assinatura do


Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foram agendadas as visitas e o contato com a
coordenadora da EMEI e professoras para esclarecimento do projeto.

A partir das observações já realizadas no decorrer do ano de 2009, com a análise das
crianças da instituição, foi proposto um mini-curso, no qual foi explicado como as crianças
deveriam sentar-se nas cadeiras, carregar a mochila corretamente, enfim, características
principais a serem trabalhadas na postura.

Este curso foi desenvolvido por meio de explicações e desenhos de fácil entendimento, teve
duração de cinco semanas e foi realizado na EMEI que funciona nas dependências da
instituição.

As crianças foram avaliadas antes da intervenção e após, para observar se ocorreram


mudanças na postura das crianças.

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A pesquisa ofereceu riscos mínimos para os participantes, que poderiam retirar-se dela a
qualquer momento. Os resultados foram utilizados para fins de pesquisa científica e a
identidade dos participantes e da instituição foi mantida sob sigilo.

O projeto é parte de uma pesquisa mais ampla, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade Presbiteriana Mackenzie, processo CEP/UPM no. 1047/05/2008, CAEE No.
0024.0.272.000-08.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Revisões recentes da literatura indicam que dores nas costas de crianças estão
relacionadas com muitos fatores de risco, tais como, postura sentada prolongada, postura
inadequada da coluna e fraqueza dos músculos abdominais (CARTON e BALAGUE, 2004).

De acordo com Oliveira et al (s/d), foi possível constatar que a maioria das crianças
apresentava desvios posturais como ombros protrusos, inclinação da cabeça, joelhos
valgo/varo, cifose torácica, lordose lombar e escoliose. Dentro dessas alterações posturais,
a mais frequente foi a lordose lombar. O mesmo resultado foi encontrado em estudo anterior
(2009). Foi concluído que tais desvios podem ser provocados pela utilização inadequada
dos mobiliários (carteiras irregulares), bem como por excesso de peso ao carregar mochilas,
sapatos inadequados e até mesmo a falta de orientação e prevenção escolar.

Há, então, uma combinação imprópria entre o mobiliário escolar e as dimensões corporais
dos alunos. Os escolares que vivem situações como essas, estão mais sujeitos à lombalgia,
do que aqueles que sentam em mobiliários com recomendações ergonômicas (KENDALL,
2007).

A mochila escolar é um fator importante para o surgimento de lombalgias na idade escolar,


assim como os mobiliários da escola como cadeiras e mesas que deveriam ser adequadas
para todas as crianças, sendo que muitas vezes a mesa pode estar adequada para crianças
mais altas, enquanto que para crianças menores esta pode ser desproporcional às suas
medidas antropométricas (índice de massa corporal, peso e altura) (KOROVESIS et al,
2004; LIMON et al, 2004).

Essas afirmações foram ratificadas no presente estudo. Foi observado que crianças
menores, mesmo as carteiras não sendo do tamanho convencional, não alcançavam seus
pés no chão, sendo assim, não estavam com a postura correta, sobrecarregando outras
estruturas, como por exemplo, a coluna.

Essas crianças mais baixas, no estudo de Korovesis et al (2004), carregavam o mesmo


peso de mochilas de crianças maiores, sendo que possuíam a mesma idade, estando assim,

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estas últimas, mais propensas a desenvolverem lombalgia. Mas, nesta pesquisa, as


crianças avaliadas não apresentavam suas mochilas pesadas, o que pode estar relacionado
com a escola ser dentro de uma instituição, ou mesmo por se tratar de uma escola pública
para crianças pequenas.

Portanto, existem modos corretos de transportar mochilas escolares, para que,


independente da altura da criança, possa ser diminuída a probabilidade de desenvolver
lombalgia em idade escolar.

Outros estudos mostraram que as crianças permanecem, durante muito tempo, sentadas
em posição estática, e poucos são os professores que desenvolvem atividades para que os
alunos sejam mais dinâmicos durante as aulas (CARDON apud REBOLHO, 2009), o que
mais uma vez favorece o surgimento de patologias logo na infância.

De acordo com Sjolie e Ljunggren (2001), essa prolongada permanência na posição sentada
associada a poucas situações de movimento pode contribuir para a fraqueza dos músculos
na infância.

Diante dos resultados obtidos e analisados e dentro das limitações do estudo, pôde-se
constatar que a maioria das crianças nunca tinha recebido informações sobre prevenção de
problemas posturais. Acredita-se que os altos índices das alterações possam advir da falta
de conhecimento de pais e professores e da inexistência de um trabalho escolar preventivo,
além de uma conseqüência de alterações fisiológicas naturais do crescimento e
desenvolvimento humano.

Os dados foram tabulados sendo separados pelo tipo de apoio avaliado e por condição ou
não de abrigamento. Ainda foi montada em uma tabela a evolução de cada participante da
pesquisa. Como as crianças foram avaliadas antes da intervenção isso foi identificado como
abrigo 1 e comunidade 1, e após a intervenção, abrigo 2 e comunidade 2. Os resultados
obtidos foram brevemente analisados e colocados em figuras para uma melhor visualização
e comparação quantitativa entre os participantes da pesquisa e estão dispostos a seguir:

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Figura 1: avaliação da coluna

A postura esperada da criança quanto ao apoio da coluna no encosto da cadeira seria reta e
encostada. Como pode ser visto na figura acima, antes da intervenção apenas 1 criança da
comunidade estava nessa posição e nenhuma criança da instituição. Após a avaliação, não
encontramos nenhuma postura correta nos dois grupos avaliados. As posturas mais
adotadas foram: curvada e longe e reta e longe nas duas avaliações.

Anderson et al (apud NASCIMENTO, 2005) afirmam que sentar com o tronco inclinado para
frente faz com que a pressão no núcleo do disco aumente em 35%, uma vez que a lombar
se torna retificada os músculos posteriores da coluna se contraem para agir contra o efeito
de gravidade no tronco, prejudicando dessa forma toda a harmonia postural, alongando
todas as estruturas que ficam na parte posterior

Assim, podemos notar que ao mantermos uma posição por um tempo prolongado gera
desconforto musculoesquelético e sua conseqüente mudança de posição.

Em geral, a postura de um indivíduo sentado não depende somente do formato da cadeira,


mas também dos hábitos pessoais e da tarefa a ser desenvolvida. A postura sentada pode
gerar diversas alterações musculoesqueléticas da coluna lombar.

Esses hábitos deficientes podem ocasionar defeitos posturais na criança que passa horas
durante o dia sentada na escola, sem uma cadeira e carteira adequadas à sua idade e
estatura. (BANKOFF apud NASCIMENTO, 2005).

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Figura 2: avaliação dos ísquios

Quanto ao apoio das nádegas na cadeira escolar, a postura correta a ser adotada pelas
crianças seria com apoio nos ísquios.

Como pode ser visto na figura acima, antes da intervenção, havia 4 crianças do abrigo
sentadas com apoio nos ísquios e 1 criança permanecia sobre uma das pernas. Já, após a
intervenção, pode ser observada uma piora desse quadro, no qual 2 crianças estavam
sentadas sobre os ísquios, 1 sobre o sacro, 1 sobre uma das pernas e outra criança foi
classificada como outra postura (sobre as duas pernas). A primeira avaliação do grupo da
comunidade, 4 crianças estavam apoiadas sobre o sacro e apenas 1 estava sentada
corretamente, ou seja sobre os ísquios. Realizada a intervenção, 2 crianças da comunidade
estavam apoiadas sobre o sacro e 3 crianças estavam sentadas sobre o ísquio.

A respeito desta figura, podemos notar ainda uma piora postural das crianças
institucionalizadas e uma melhora das crianças da comunidade. Na posição sentada,
praticamente todo o peso do corpo é sustentado sobre os ísquios; e para manutenção dessa
posição exige-se atividade do dorso e do ventre.

E vimos acima no gráfico referente à Coluna, que as crianças podem apresentar fraqueza
nos músculos eretores de tronco, e permanecem dessa forma com o dorso curvado,
repercutindo dessa forma no apoio isquiático, sobrecarregando dessa forma outras
estruturas que não deveriam estar ativadas durante a posição sentada.

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Figura 3: avaliação dos pés

O último apoio avaliado na postura sentada na cadeira foi o apoio dos pés, os quais
deveriam ficar no chão, retos e apoiados.

Vimos antes da intervenção no grupo referente às crianças do abrigo que apenas 1 criança
permanecia na postura correta, 3 crianças estavam com as pontas dos pés apoiadas no
chão e 1 criança se comportou de outra maneira (pé direito no chão e sentado sobre o
esquerdo). Após a intervenção, vimos que nenhuma criança estava sentada da maneira
correta, 3 crianças estavam com as pontas dos pés no chão e 2 crianças estavam de outra
maneira (sentado dobre os dois pés; e uma perna pendente).

As crianças da comunidade se comportaram de forma que 2 crianças antes da intervenção


estavam sentadas com os pés retos e apoiados no chão, 1 criança estava com as pontas
dos pés apoiadas no chão e 2 estavam de outra forma, sendo que uma estava apoiada no
mobiliário e outra estava com as pernas cruzadas e pendentes com um pé em contato com
o chão.

Após a intervenção, encontramos 2 crianças na postura correta, 2 com as pontas dos pés no
chão e 1 criança com outro tipo de apoio (pernas cruzadas e uma perna pendente, com a
ponta do pé apoiada no chão).

É de fundamental importância o apoio correto dos pés ao chão, para assim aliviarmos
pressões desnecessárias em outras regiões do corpo, como por exemplo, nas pernas.

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Figura 4: avaliação do modo de sentar no chão.

Nessa parte da avaliação, as crianças foram tiradas da sala de aula para que pudessem ter
espaço para se sentarem ao chão. A primeira coleta, ou seja, antes da intervenção, foi
realizada com as crianças assistindo a um filme, e a segunda foi feita enquanto as crianças
treinavam a apresentação de final de ano. Mesmo não sendo a mesma tarefa, não
ocorreram grandes diferenças na avaliação.

Essa parte da avaliação é importante para verificar como as crianças ficam sentadas
enquanto brincam, assistem televisão, dentre outras coisas que podem ser feitas também
fora do ambiente escolar. Segue abaixo, uma figura ilustrativa, de como as crianças
poderiam se comportar:

Figura 3: formas de sentar (Fonte:REBOLHO, 2005)

Vimos que, antes da intervenção, 2 crianças abrigadas estavam sentadas com as pernas
fletidas, 1 criança estava com as pernas à frente e joelhos fletidos, 1 apresentava-se com as
pernas cruzadas e 1 sobre os ísquios. E após a intervenção, 4 crianças estavam com as
pernas cruzadas e 1 sobre os ísquios.

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Em relação às crianças da comunidade, 3 crianças antes da intervenção estavam de pernas


cruzadas, 1 sobre os ísquios e 1 postura foi considerada como outra, pela criança estar com
os quadris e joelhos fletidos e pés apoiados no chão. Já, após a intervenção, 4 crianças
estavam sentadas de pernas cruzadas e 1 criança estava também com quadris e joelhos
fletidos e pés apoiados no chão.

É importante lembrar que a posição em W não é indicada para ser utilizada por longos
períodos, pois essa posição acentua a rotação de quadril e pode levar a quadros de luxação
se a criança permanecer sempre nessa mesma postura.

Esses dados nos mostram bons resultados, pois as crianças de uma forma geral estavam
sentadas da maneira correta, pois só não poderiam sentar-se em forma de W. Mas, mesmo
sentadas da forma correta ao chão, é importante observar como está coluna da criança
nessas situações. Abaixo, segue uma tabela com a evolução de cada criança, antes e após
a intervenção:

Tabela 1: análise dos sujeitos antes e após a intervenção.

Tipo de Coluna Ísquios Pés Sentada no chão


apoio
Sujeito Antes Depois Antes Depois Antes Depois Antes Depois
Chão com as Chão com as Pernas à Quadril e
Sujeito 1 Reta e Reta e ísquios Ísquios pontas pontas frente e joelhos fletidos
longe longe joelhos fletidos e pés no chão

Sujeito 2 Reta e Curvada e Sobre a Sobre Pé direito no Sentado sobre Pernas fletidas Pernas
longe longe perna as duas chão os dois pés cruzadas
direita pernas
Sujeito 3 Reta e Curvada e ísquios Ísquios Chão, retos e Chão com as Pernas fletidas Pernas
longe longe apoiados pontas cruzadas
Sujeito 4 Curvada e Reta e Ísquios Sobre Chão com as Sobre uma Sobre os Pernas
longe longe uma pontas perna ísquios cruzadas
perna
Sujeito 5 Curvada e Curvada e ísquios sacro Chão com as Chão com as Pernas Pernas
longe longe pontas pontas cruzadas cruzadas
Sujeito 6 Reta e Curvada e sacro sacro Chão, retos e Chão, retos e Pernas Pernas
longe longe apoiados apoiados cruzadas cruzadas
Sujeito 7 Reta e Reta e Ísquios ísquios Chão, retos e Chão com as Pernas Pernas
longe longe apoiados pontas cruzadas cruzadas
Sujeito 8 Reta Reta e sacro ísquios Chão com as Chão, retos e Pernas Joelho e
encostada longe pontas apoiados cruzadas quadril fletidos
e pés no chão
Sujeito 9 Curvada e Curvada e Sacro Sacro Apoio no Chão com as Sobre os Pernas
longe longe mobiliário pontas ísquios cruzadas
Sujeito 10 Reta e Reta e sacro ísquios Pernas Pernas Quadril e Pernas
longe longe cruzadas, cruzadas, pés joelhos cruzadas
pontas do pé no no chão fletidos, pés no
chão chão

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Outra parte do mini-curso envolveu uma conversa sobre conceitos de postura simétrica.
Essa parte envolvia os itens que já foram citados, ou seja, modo certo de se sentar, de
carregar a mochila e também figuras ilustrativas de como deveríamos ficar em pé, por
exemplo, com o lado esquerdo e direito do corpo com as mesmas sobrecargas e as
mesmas posições. Nesse contexto ainda, foi explicada a importância da medula espinhal e
de mantermos sempre a coluna ereta.

Na vivência de cabo-de-guerra que foi realizada para as crianças entenderem o conceito de


postura simétrica, foi solicitado que um lado da corda primeiramente ficasse com um número
menor de crianças, pois assim era possível ver o desequilíbrio entre os dois lados. E após,
foi feita a brincadeira com os dois lados equilibrados, ou seja, com o mesmo número de
crianças.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observamos no presente trabalho não ter sido encontrada nenhuma diferença significativa
entre os dois grupos de crianças avaliados, o que nos leva a acreditar que os resultados
obtidos podem estar relacionados com o nível de instrução familiar (todas as crianças são
oriundas de famílias de baixa renda e nível cultural de uma cidade com baixo Índice de
Desenvolvimento Humano - IDH - da região metropolitana de São Paulo).

Pudemos ver a importância de um trabalho contínuo com as crianças sobre como deveriam
se comportar enquanto estão estudando. Dessa forma, é indispensável o papel do
fisioterapeuta escolar para este trabalho preventivo e corretivo para futuros problemas
posturais

Para tanto, fica como sugestão para trabalhos posteriores, com estudos mais prolongados,
verificar se as crianças de fato começam a mudar os padrões errôneos adotados até o
presente momento.

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Contato: mayra.tailisse@yahoo.com.br e geraldo.fiamenghi@mackenzie.br

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