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Florianópolis, v. 09, n. 02, ano 2008, pág.

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HIDRELÉTRICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA


NAS DÉCADAS DE 1980-901

Cezar Karpinski
Mestre e doutorando em História, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Vínculo Profissional: Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE / Campus de Toledo)
E-mail: cezark@hotmail.com

Resumo
A proposta deste artigo é historiar o início da construção de uma política ambiental brasileira, pautada num princípio de
preservação, capaz de assegurar o desenvolvimento socioeconômico do País. Com base neste fundamento, constituiu-se
uma legislação específica para o uso racional dos recursos ambientais, que passou a legitimar uma série de práticas
nocivas ao meio ambiente, entre elas, a construção de hidrelétricas. Nosso principal objetivo é discutir o papel do Estudo
de Impacto Ambiental como documento legitimador da construção de um empreendimento de grande impacto ambiental.
A construção deste texto é resultado da leitura e interpretação da Lei 6.938, de 31/08/1981, bem como de seus
desdobramentos e de um levantamento bibliográfico interdisciplinar.

Palavras-Chave: História. Meio Ambiente. Hidrelétricas. Legislação Ambiental.

PLANTS AND BRAZILIAN ENVIRONMENTAL LEGISLATION


DECADES IN 1980-90

Abstract
The proposal of this article is to historicize the beginning of the construction of the environmental Brazilian
politics based in a preservation principle capable of assuring the social and economic development of the
country. Based on this fundamental was constituted a specific legislation for the rational use of the
environmental resources that started to legitimize an incisive practical series to the environment, among them,
the construction of Hydroelectric Power Plants. Our main objective is to argue the role of the Study of
Environment Impact as legitimating document of the construction of a great environment impact enterprise. The
construction of this text is resulted of reading and interpretation of Brazilian Law 6.938 of 31/08/1981, as well as
of its unfolding and an interdisciplinary bibliographical survey.

Keywords: History. Environment. Hydroelectric Power Plants. Environment Legislation.

1
Este artigo foi elaborado a partir de discussões presentes em minha dissertação de mestrado. Sendo assim, meus
agradecimentos ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina, em
especial ao meu orientador, Prof. Dr. Marcos Fábio Freire Montysuma e, principalmente, à Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Toledo, pela concessão de afastamento integral e remunerado para
curso de pós-graduação.
HIDRELÉTRICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA NAS DÉCADAS DE 1980-90
Cezar Karpinski

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A construção de uma usina hidrelétrica, ao mesmo tempo em que divide


temporalidades, faz emergir uma multiplicidade de tempos e espaços na vida dos atingidos
por estes projetos. As dicotomias rio-lago, terra-água, serras-superfície, passado-presente são
apenas algumas das inúmeras tramas que se entrelaçam nas relações cotidianas das
populações que vivenciam um processo de construção de hidrelétrica. Aliados a estas, estão
os diversos sentimentos daqueles que migraram e dos que tiveram que reconstituir suas vidas
em razão do novo ambiente imposto pela barragem: as saudades, as lembranças, os
esquecimentos e as transformações permanentes de um espaço historicamente constituído.
Sendo assim, procuramos historiar neste artigo alguns conflitos em torno da legislação
ambiental de nosso país, que legitima o aproveitamento dos recursos hídricos para a geração de
energia elétrica. Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em
Estocolmo no ano de 1972, até a criação de uma Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), em
1986, o Brasil procurou inserir em sua agenda a “questão ambiental”.
A legislação ambiental da década de 1980 inicia as discussões sobre impactos ambientais e
sobre os estudos de viabilidade ambiental de projetos que causam transformações nas regiões de sua
origem. É desta legislação que surgem o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA), como instrumentos capazes de levantar dados de avaliação de
impactos ambientais. Cumpre-nos, assim, analisar algumas discussões e críticas sobre esses
documentos na bibliografia especializada.

ÁGUAS E HIDRELÉTRICAS: A ENERGIA DO BRASIL

Os rios, os lagos, os mares e as cascatas quase sempre foram ou são motivos de


encantamento e fruição para os seres humanos.2 Contudo, com o advento da técnica, outras
tantas paisagens3 foram se incorporando às já existentes. A construção de hidrelétricas, por
exemplo, fez surgir novas categorias de espaços com a presença de água. Os reservatórios

2
Vários historiadores têm contribuído para a historicidade das relações entre homens e natureza em suas
variantes “rios” e “mar”. Sobre a temática do mar, cf. Corbin (1989); sobre rios, cf. Holanda (1945), Leonardi
(1999), Febvre (2000) e Arruda (2006).
3
Por “paisagem”, entendemos o espaço e os significados que lhes são atribuídos pelos seres humanos. Quando
nos remetemos ao termo “paisagem”, não estamos pensando em espaços mais ou menos naturais, pois qualquer
paisagem, seja de um rio ou de um lago artificial, é significada na cultura e, por isso, possui historicidade. A esse
respeito, cf. SILVA In. CARDOSO (1997, p.203-206) e a célebre obra de SCHAMA (1996).

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construídos para impulsionar as turbinas e fazer com que estas gerem energia tornaram-se
uma categoria distinta destes espaços. Pois, a “artificialidade” destes empreendimentos
possibilitou novos olhares e interpretações sobre as formas pelas quais a água se estabeleceu
na sociedade. Não apenas como algo obediente somente aos fenômenos da natureza, mas
como algo manipulável pelo homem e obediente às suas necessidades. Assim, as mesmas
águas que inspiraram poesias, pinturas e melodias foram, e ainda são, motivo de ações
políticas, econômicas e legislativas. Além disso, fizeram emergir um espaço de memórias e de
conflitos para aqueles que se perceberam no caminho dessas águas.
Segundo a Agência Nacional de Energia (ANEEL, 2008, p.54), no Brasil, até o mês de
novembro de 2008, existiam 706 centrais hidrelétricas em operação. Este total estava
distribuído em 159 usinas hidrelétricas (UHE), 320 pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e
227 centrais geradoras hidrelétricas (CGH). Com esses dados, podemos ter uma idéia de
quantos rios foram represados para dar conta da demanda destas centrais hidrelétricas. Assim
é que muitos territórios por onde serpenteavam rios margeados ora por florestas, ora por
cidades e campos agropastoris, deram lugar a outro tipo de território, o dos lagos artificiais.
Entendemos que a maioria destes territórios eram espaços ocupados por homens e
mulheres e por estes foram modificados, adaptados ou reconstruídos ao longo do tempo. Um
território se constitui das relações sociais que as pessoas constroem num dado espaço
geográfico e dos sentimentos que a este direta ou indiretamente se relacionam, com suas
múltiplas temporalidades, valores e significados, também diversos. Neste sentido, as cidades
ou lugarejos que margeavam o rio, as florestas ou as matas daqueles espaços constituíam
“seus” territórios. Segundo Roncayolo (1996, p.266), a territorialidade não precede, nem
lógica nem cronologicamente, o estabelecimento de relações sociais ou de mentalidades;
exprime-os de uma forma original; acompanha-os no seu desenvolvimento; representa-os e
fixa-os simultaneamente.
Entendemos, por isso, que a instalação de uma hidrelétrica é um exemplo pertinente
para entendermos o que representam para os atingidos as transformações que o alagamento
produz nessa noção de pertencimento a um território. Ao mesmo tempo em que as águas
inundam um território, os órgãos empreendedores procuram construir outro, com novos
discursos, novas possibilidades. No momento da inundação, ocorre um entrelaçamento entre o
antigo e o moderno, o rio e o lago, o passado e o presente, a memória e a promessa/esperança
de que o novo seja diferente e melhor. As águas represadas passam a fazer parte de um
discurso sobre crescimento, progresso e desenvolvimento econômico ufanístico e não-

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mensurável. Nesta perspectiva desenvolvimentista, são essas águas que possibilitam o


fornecimento de energia; elas representam o esforço de fazer do reservatório e da usina
territórios cujos signos sejam os da tecnologia e da modernidade.
Esses reservatórios passaram a ser incorporados às paisagens de um “novo” Brasil: um
Brasil moderno, tecnológico e industrial, com potencial de crescimento, movido por energia.
O discurso proferido pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (FHC),
em 26 de março de 1999, na inauguração da UHE Salto Caxias, construída sobre o Rio
Iguaçu, na região oeste do Paraná, ilustra bem nossa afirmação:

Poucos países no mundo foram capazes de, num período tão curto de tempo,
transformar esse Brasil [...] e transformá-lo num país industrial, que é o que
somos hoje. [...] Isso se deve à capacidade do nosso povo, dos nossos
engenheiros, dos nossos operários, dos nossos técnicos em geral, dos nossos
congressistas, quando modificam a lei e entendem os passos a serem dados,
da capacidade executiva que já existe no Brasil.

Esta ênfase dada por FHC às transformações que ocorreram no Brasil num espaço de
tempo apontado como curto, demonstra bem a ligação entre os termos “hidrelétrica” e
“desenvolvimento”. O “período tão curto de tempo” a que se refere o então presidente é de 50
anos. Segundo ele, em menos de um século o Brasil deixou de ser essencialmente rural para
se tornar um “país industrial”. São significativas suas palavras no momento de uma
inauguração de hidrelétrica, pois estes dizeres têm o intuito de estabelecer o quanto tais
empreendimentos representam para a industrialização e para o progresso do Brasil.
Os engenheiros, operários e técnicos que o País possuía, já na década de 1990,
permitiam construir empreendimentos do porte da UHE Salto Caxias. Além disso, seguindo o
discurso, o amparo da lei veio para legitimar as práticas que devem ser tomadas rumo à
“capacidade executiva do Brasil”, que deve ser lida como a capacidade do “povo brasileiro”.
Contudo, essa legislação possui uma história e obedece a inúmeros interesses dentro de
perspectivas também situadas historicamente.
Buscamos compreender a história da legislação brasileira relativa à construção de
hidrelétricas. Desde o que se estabelece como impacto ambiental até as regulamentações
específicas do setor hidrelétrico, o intuito aqui é perceber as “visões” de determinados setores,
estatais ou não, sobre meio ambiente e como a população se insere neste contexto. As noções
de impacto ambiental e as ações de “amenização” nos instigaram a dialogar com os
responsáveis pelas construções destes termos/conceitos e como estes se entrecruzam com os

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interesses dos responsáveis pelas obras e, na contrapartida, como é que a população é ou não
inserida nestas discussões legais. O que é indiscutível, é que a própria lei é o instrumento de
legitimação de práticas que vão incidir diretamente no meio ambiente e na vida de todos
aqueles que interagem com este espaço num tempo determinado, neste caso, o tempo da
implantação dos projetos hidrelétricos.
Segundo Müller (1995), os impactos causados pela implantação de uma hidrelétrica
atingem desde os fatores abióticos (solo, água, clima) e bióticos (flora, fauna aquática e
terrestre) até os fatores socioeconômicos e culturais da população, tanto do campo quanto das
cidades. Porém, mesmo apontando todos os problemas advindos da construção de uma usina
hidrelétrica, o autor não questiona esse modelo de apropriação dos recursos hídricos para
aproveitamento energético. Assim, esta obra de Müller se insere numa perspectiva
bibliográfica que apresenta os recursos hídricos brasileiros como espaços favoráveis à
implantação de projetos hidroenergéticos.
Na construção de hidrelétricas nas várias regiões do Brasil, o que se tem observado foi
a prevalência desta perspectiva: o ambiente como “propício” a essas obras. A partir da
segunda metade do século XX, essa prática se intensificou. Se, por um lado, se gerou muita
energia elétrica para o País, por outro, e não menos, criaram-se diversos conflitos nas regiões
afetadas. Nesse processo, extremamente conflituoso, as populações se mobilizaram em
movimentos de reação e protesto, intensificaram-se os estudos ambientais e se iniciaram
também as discussões sobre as diretrizes da política energética do País e suas relações com a
legislação ambiental.
Estas discussões e enfrentamentos levaram à elaboração de legislações pertinentes, no
bojo de tendências preservacionistas internacionais, que apontaram perspectivas norteadoras
no processo de construção de leis que definiram como os empreendedores de qualquer Grande
Projeto Governamental (GPG)4 deveriam agir no trato com o meio ambiente e a população.

OS ESTUDOS E A LEGISLAÇÃO: ENTRE POLÍTICAS E SABERES

A partir da segunda metade do Século XX, alguns setores dos países “desenvolvidos”
começam a se preocupar com as questões relacionadas ao meio ambiente. Na década de 1970,
as discussões sobre o aumento dos níveis de poluição produzidas no chamado primeiro
4
Fazem parte de GPG as Usinas Geradoras de qualquer forma de energia, as ferrovias, as rodovias, os
aeroportos, portos, plataformas petrolíferas, gasodutos entre outros. Sobre os Grandes Projetos de Usinas
Hidrelétricas e Nucleares cf. Sigaud & Rosa (1988).

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mundo, a crise do petróleo e o enfoque pessimista sobre o crescimento demográfico e


econômico diante dos limites ambientais impuseram a necessidade de se pensar a questão
ambiental no planeta. Diante desses fatos, foi realizada, em 1972, a Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente em Estocolmo (Suécia). Este evento inseriu a discussão sobre o
problema da degradação ambiental e do esgotamento dos recursos naturais na pauta de
discussões da agenda econômica internacional.
No Brasil, mesmo que sob um olhar produtivista, mais preocupado com o
desenvolvimento e as questões de ordem econômica, já havia uma pronunciada
“preocupação” com o meio ambiente, tanto assim que em 1965 havia clima para a aprovação
da Lei 4771, que implantava o Código Florestal Brasileiro.
Entretanto, somente na década de 1980 é que se instalou no País uma Política
Nacional do Meio Ambiente (PNMA), pela Lei 6.938 de 31/08/1981. Segundo o Ministério
Público da União (BRASIL, 2004), esse processo aconteceu devido às discussões
internacionais sobre preservação ambiental e, principalmente, pela atuação dos órgãos
financiadores internacionais, tais como o Banco Internacional de Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD), o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID), “que passaram a incorporar e solicitar novos mecanismos de aferição para o
financiamento de projetos, entre eles a avaliação de impactos ambientais” (BRASIL, 2004, p.
9).
Com a edição da Lei da PNMA, em 1981, o Brasil começa a discutir a possibilidade
de aliar o desenvolvimento econômico e social com a preservação da qualidade do meio
ambiente e do equilíbrio ecológico. Além disso, se definem as áreas prioritárias de ação
governamental, o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o
uso racional de recursos ambientais e se divulgam dados e informações ambientais para a
formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade
ambiental e do equilíbrio ecológico. Esta lei impôs ao poluidor/predador a obrigação de
recuperar e/ou indenizar os danos causados, e, ao usuário, de contribuir pela utilização de
recursos ambientais com fins econômicos (BRASIL, 1981, art.4º, II, IV, V, VII).
Além de delimitar os critérios, objetivos e fundamentos de uma política ambiental a
ser adotada no Brasil, a referida lei criou também as estruturas de organização desta política e
defesa do meio ambiente. Foram instaurados o Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), cuja competência era
tornar possível uma PNMA no Brasil (IDEM, art. 6º e 8º).

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Os princípios e diretrizes apontados pela PNMA eram genéricos e necessitavam de


uma regulamentação específica. Com esse fim, muitas das determinações contidas na referida
lei foram regulamentadas em 23 de janeiro de 1986, pela Resolução nº. 001, do CONAMA,
na qual foram atribuídas aos órgãos públicos as responsabilidades relativas à atuação na área
ambiental e se disciplinaram os meios institucionais cabíveis para regulamentar a preocupação
com a melhoria da qualidade ambiental. Foi esta resolução que definiu o que é impacto
ambiental e que estabeleceu os critérios para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental
(EIA), o qual, juntamente com o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), se tornou requisito
obrigatório para a obtenção de Licença Prévia.
A Resolução 001/1986, do CONAMA, no seu art.2º, I-XVI, estabelece quais são os
empreendimentos que necessitam de EIA/RIMA para a obtenção de licenciamento ambiental.
Este processo de licenciamento ambiental é formado especificamente por três licenças: A
Licença Prévia (LP), que é concedida após a análise e verificação de viabilidade ou não da
obra no tocante aos impactos ambientais determinados pelo EIA/RIMA. Se a empresa receber
a LP, deverá apresentar um Projeto Básico Ambiental (PBA). Só depois de analisado e
aprovado, o órgão ambiental competente5 expedirá a Licença de Instalação (LI), que libera o
início das construções. Quando a construção estiver finalizada, o empreendedor deve pedir a
Licença de Operação (LO). Para a sua expedição, o órgão ambiental fiscalizará a obra e,
principalmente, se o PBA está sendo devidamente cumprido6. Este processo, por envolver as
três licenças, é geralmente conflituoso, pois inúmeros são os problemas que podem acarretar
conflitos e cancelamento das licenças. Neste sentido, o Ministério Público poderá atuar
através de Ação Civil, caso haja denúncia e comprovação de irregularidades.
É importante ressaltar a definição que a Resolução 001/1986 do CONAMA estabelece
sobre Impacto Ambiental:

Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental


qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II – as atividades sociais e econômicas;
III – a biota;

5
Se a obra resultar em impactos superiores ao limite de um Estado Federativo, o órgão ambiental responsável
pelo licenciamento ambiental será o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA). Se os impactos não
excederem aos limites estaduais, o licenciamento será expedido pelos órgãos estaduais de proteção ao meio
ambiente.
6
Sobre esse assunto, cf. Wunder (2003, p. 9).

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IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;


V – a qualidade dos recursos ambientais.

Com esta definição, podem-se entender como impacto ambiental as diferenças entre o
antes e o depois da implantação de um empreendimento. Para tanto, há de se considerar as
condições ambientais existentes nos dois momentos na esfera abiótica, biótica e
socioeconômico-cultural da população da região onde o projeto será instalado. Este balanço
entre a realidade anterior e posterior ao projeto deve ser feito, segundo a Resolução 001/1986
do CONAMA, pelo EIA e o RIMA.

O EIA entre Dúvidas e Questionamentos

A constituição do EIA e do RIMA, pela Resolução 001/1986 do CONAMA,


certamente representou um avanço no trato com as questões ambientais. Os artigos 5º e 6º
desta legislação estabeleceram as prioridades e as novidades que o EIA representaria para os
empreendedores de Projetos de Grande Impacto. Entre estas novidades, duas merecem
destaque: primeira, que estes estudos deveriam contemplar todas as alternativas tecnológicas e
de localização do projeto, confrontando-as com a hipótese de não-execução do projeto; e,
segunda, que tinham que desenvolver um diagnóstico ambiental da área de influência do
projeto com a completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações,
considerando o meio físico, biológico e socioeconômico (BRASIL, 1986, art. 5º, I e art. 6º, I).
A partir desses pressupostos legais, a construção de projetos causadores de grandes
impactos ambientais passaria a ser monitorada, avaliada e, consequentemente, aprovada ou
reprovada pelos órgãos ambientais do País constituídos pela PNMA. Teoricamente, o EIA e o
RIMA deveriam fornecer os dados suficientes para a análise da viabilidade ou não da obra.
Entretanto, a competência da elaboração destes estudos ficou a cargo dos órgãos interessados
nos empreendimentos, pois, segundo o art.8º da referida Resolução:

Correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos


referentes à realização do estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e
aquisição dos dados e informações, trabalhos e inspeções de campo, análises
de laboratório, estudos técnicos e científicos e acompanhamento e
monitoramento dos impactos [...]

Contudo, a construção desse processo “pacífico” de constituição legal que se quis


impor no País começa a ser questionado já nos seus momentos iniciais. No caso das

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hidrelétricas, consideradas pela própria lei como projetos causadores de grandes impactos
ambientais, a emergência de vários conflitos leva a questionar a aplicabilidade e a
legitimidade da legislação. A organização e atuação dos movimentos sociais, por exemplo,
contra a construção de barragens na década de 1980, representaram uma denúncia de que algo
estava errado nesta “Política Ambiental”. De certa forma, as críticas dos diversos movimentos
de atingidos por barragem no I Congresso Nacional de Trabalhadores Atingidos por
Barragens, na cidade de Brasília, em 1991, corrobora a reflexão feita até agora sobre a
legislação ambiental brasileira. Dentre as críticas, a reiterada acusação de que a intervenção
das empresas elétricas com vistas à implantação de aproveitamentos hidrelétricos era imposta
de fora da região, desconhecia suas realidades e era decidida sem a participação daqueles que
sofreriam mais diretamente os efeitos da construção dessas barragens e usinas. 7
Além disso, com uma breve revisão bibliográfica, percebe-se que os principais
instrumentos de avaliação de impactos ambientais que garantiriam uma política de
preservação, recuperação e melhoria da qualidade ambiental estiveram sob suspeita. O EIA,
desde sua constituição, sempre foi questionado por apresentar ambiguidades e contradições
legais devido aos interesses daqueles que o elaboravam. Por ser de responsabilidade do órgão
empreendedor, este instrumento é, muitas vezes, tendencioso e sempre afirma a viabilidade da
obra. Isto demonstra que sua elaboração pode não passar de mero cumprimento de uma
exigência legal e não representar a possibilidade de um diálogo sobre a real situação do
espaço físico, biológico e humano da região a ser atingida.
Segundo Wunder (2003, p. 85), em função da perspectiva fragmentária e parcial que o
EIA apresenta, não é possível afirmar que o conteúdo destes estudos represente plenamente a
realidade prevista para a inserção de um projeto. Além disso, segundo o mesmo autor, é
impossível assumir os impactos ambientais identificados nestes documentos como os mais
significativos. Fatores como estes nos permitem perceber que o EIA, por mais que tenha sido
constituído com o intuito de preservar o meio ambiente, obedece a lógicas alheias às
estabelecidas pela legislação.
Nas análises que fizemos de alguns desses documentos, percebemos que nada mais
fizeram do que afirmar a viabilidade da obra antes mesmo de apresentar os impactos que o
futuro empreendimento causaria à região atingida. 8 Em alguns casos, a população ficou

7
Sobre as discussões e reivindicações ocorridas no I Congresso Nacional de Trabalhadores Atingidos por
Barragens, cf. Vainer & Araújo (1992, p. 10).
8
Em outra pesquisa, analisamos o Estudo de Impacto Ambiental das UHEs Campos Novos e Barra Grande,
ambas construídas no estado de Santa Catarina entre os anos de 1990 e 2000, e o Relatório de Impacto

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sabendo da construção da hidrelétrica depois que o estudo já havia sido aprovado e a LP


despachada pelos órgãos ambientais. Resultaram, desta falta de diálogo entre população e
empreendedores nestes estudos prévios, vários conflitos, pois as incertezas geraram muitas
angústias, principalmente de parte daqueles que teriam suas propriedades alagadas.
A Resolução 001/1986 do CONAMA, em seu artigo 7º, estabelece que “o estudo de
impacto ambiental será realizado por equipe multidisciplinar habilitada, não dependente direta
ou indiretamente do proponente do projeto e que será responsável tecnicamente pelos
resultados apresentados”. Contudo, a legislação não esclarece o que se entende por
multidisciplinaridade. Alguns autores têm criticado essa lacuna na lei, por permitir
interpretações divergentes sobre esse assunto.
Para Boeira et al. (1994, p. 57), como a lei não estabelece o que é um estudo
multidisciplinar, os responsáveis por esses estudos apresentavam apenas uma justaposição de
disciplinas acadêmicas sem qualquer diálogo entre elas sobre os possíveis impactos da obra.
Para esses autores, os EIAs são apenas instrumentos de homologação do status quo em geral e
nunca atenderam às necessidades básicas que viabilizariam análises criteriosas sobre a
possibilidade ou não dos empreendimentos. Afirmam, também, que documentos como o
EIA/RIMA apresentam simples compilações de estudos de diferentes campos do saber, com
vocabulário técnico específico, mas sem integrar os dados destes diversos tipos de saberes.
Com essa linguagem tecnicista, o EIA dificulta o entendimento e oculta graves problemas
ambientais.
Na análise da bibliografia relativa ao tema, as principais críticas dizem respeito ao seu
caráter extremamente técnico e científico. Tais documentos se constituem sob uma
perspectiva que tem na ciência e na técnica uma validade universal. Muitos aspectos da vida
social simplesmente não são levados em conta na redação do documento, em base à crença
irrestrita de que, na verdade, só a ciência é capaz de fornecer informações e soluções.
Aspectos como o saber local, as práticas das populações ribeirinhas e as relações políticas
estabelecidas durante o levantamento dos dados não são levadas em conta no momento da
redação destes relatórios.
Diante de todas essas ambiguidades, concordamos com as críticas de que a legislação
ambiental brasileira de certo modo aceita ou aprova uma perspectiva que vê na ciência e na
técnica componentes puros, objetivos, fundamentados numa metodologia que não leva em

Ambiental da UHE Salto Caxias, no estado do Paraná. Há de assinalar que as críticas feitas até aqui servem para
todos os documentos analisados. Sobre essas análises, cf. Karpinski (2006).

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conta as diversas relações políticas, econômicas e sociais presentes nas questões ambientais. É
a prática do poder de uma técnica que diz dominar a verdade, como se nessas práticas não
houvesse relações de poder, de construção de significados e de subjetividades, além dos
interesses políticos vigentes em cada temporalidade.
Contudo, foi na década de 1990 que essa crítica veemente aos estudos de impactos
ambientais ganhou destaque, face a uma conjuntura cultural que possibilitou alguma
discussão ambiental. Se na década de 1980 as lutas se deram pela implantação de uma
legislação que devia garantir a preservação ambiental do Brasil, nos anos 1990 as lutas se
travaram no intuito de tornar as leis eficazes. Além disso, novos atores passaram a incorporar
o cenário de lutas e reivindicações, tais como movimentos ambientalistas, o Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e,
especialmente, os cientistas sociais, responsáveis pelos discursos de desenvolvimento e
sustentabilidade. O lema para o novo milênio passou a ser o da preservação ambiental e o do
uso racional dos recursos ambientais. Neste sentido, entendemos que o avanço das discussões
em torno da análise ambiental representou um momento crucial nas avaliações da própria
legislação ambiental brasileira entre as décadas de 1980 e 1990 e, certamente, seguiram por
muito tempo ante as discussões tão difundidas pela mídia sobre aquecimento global e
degradação ambiental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um tema tão abrangente e inconcluso como este, sobre o qual tentamos discorrer no
presente artigo, não nos permite encerrar o assunto, nem tampouco estabelecer conclusões
sobre a construção dos diversos discursos em torno de uma política ambiental brasileira. Além
disso, pensar a construção dos enunciados normativos e legais que sempre emergem no
desenrolar de relações e situações bem específicas faz o ofício de historiador se entrecruzar
com outras disciplinas na ânsia de entender o processo. Neste sentido, o diálogo
inter/transdisciplinar traz novos objetos e propõe novos documentos para o debate
historiográfico.
Em nossas pesquisas sobre as várias relações entre seres humanos e meio ambiente nas
questões ligadas à construção de hidrelétricas, a análise dos documentos apontados como
“técnicos”, “oficiais” e “científicos” tem-nos possibilitado uma infinidade de questionamentos
históricos. O que defendemos aqui, e em outros trabalhos, é a pertinência de documentos do

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tipo EIA, RIMA e PBA como fontes historiográficas, como documentos historicamente
delimitados e dentro de perspectivas e interesses que devem se inserir nos estudos sobre os
Projetos de Grande Impacto. O que apresentamos, neste momento, representa uma visita a
diversos campos do conhecimento, que nos propõem outros olhares sobre as práticas sociais
que se impuseram diretamente nas questões ambientais. A maneira como se constituem os
saberes e a escrita “técnica” sobre determinada região destinada à construção de uma
hidrelétrica, por exemplo, pode e deve ser entendida como um processo histórico de leitura e
interpretação do espaço, do meio ambiente. Ler as entrelinhas desses relatórios pode deslindar
várias práticas e relações que, de alguma forma, representaram as modificações no meio
ambiente através do mapeamento do território.
Sendo assim, esta breve discussão sobre Hidrelétricas e Legislação é o resultado de
uma inquietação que quer inquietar, pois acreditamos que mais historiadores possam
contribuir com discussões sobre meio ambiente e legislação, principalmente numa elaboração
consciente do Estudo de Impacto Ambiental. Pensar a constituição histórica do processo de
construção de uma política ambiental pode colaborar para uma mudança das práticas que
afetam os que fazem parte de um meio ambiente destinado à construção de um projeto que
causa grandes impactos ambientais, entre eles, as hidrelétricas.

FONTES

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Recebido em: 21/05/2008


Aprovado em: 24/03/2009

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