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A Coragem Do Jovem Einstein
A Coragem Do Jovem Einstein
Essa unificação do espaço com o tempo leva a conseqüências que contrariam nosso
bom senso. Por exemplo, Einstein mostrou que objetos em movimento têm suas
dimensões contraídas na direção do movimento – a contração espacial – e que
relógios em movimento batem mais devagar – a dilatação temporal. Nós não
vemos esses efeitos, pois eles só são perceptíveis quando os movimentos ocorrem
a velocidades próximas à da luz – 300 mil quilômetros por segundo. Uma das
conseqüências da teoria da relatividade é que nós vivemos em uma realidade
aproximada, newtoniana, que esconde toda uma outra realidade relativística, onde
comprimentos e intervalos temporais são sujeitos a mudanças.
Tudo começou quando o físico alemão Max Planck sugeriu, em 1900, que átomos
não recebiam nem emitiam energia continuamente, mas em pequenos pacotes, ou
quanta. Essa idéia era perturbadora; até então, a energia era tratada como uma
quantidade contínua. Planck tentou, durante anos, explicar sua idéia de forma
clássica, isto é, mostrar que a descontinuidade da energia era conseqüência de
conceitos determinísticos baseados na física newtoniana. Mas seus esforços foram
em vão: a interação entre átomos e radiação era mesmo efetuada por meio de
pequenos pacotes de energia e seus múltiplos, da mesma forma que transações
monetárias são feitas em termos de centavos e seus múltiplos. O centavo é o
quantum monetário.
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pela teoria da relatividade, mas pelo efeito fotoelétrico. Ambas as idéias
demonstram a coragem intelectual do jovem Einstein que, aos 26 anos, lançou as
sementes das duas grandes revoluções da física deste século. E essas não foram as
únicas duas sementes que o jovem Einstein plantou então...
Fonte
GLEISER, Marcelo. A coragem do jovem Einstein. Folha de São Paulo, São Paulo, 11
abr. 1999. Especial para a Folha, p. 5-12.