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Engenharia Eléctrica 21

Produção de Energia Eléctrica I

Turbinas Hidráulicas Kaplan

Discentes: Docente: Eng°. Maxêncio Artur Tamele

Aldmar dos Santos Amaro

Felicidade Justino Mendonça

Valdemiro Fernando Gubudo

Songo, Agosto de 2018


Engenharia Eléctrica 21

Produção de Energia Eléctrica I

Turbinas Hidráulicas Kaplan

Discentes: Docente: Eng°. Maxêncio Artur Tamele

Aldmar dos Santos Amaro

Felicidade Justino Mendonça

Valdemiro Fernando Gubudo

Trabalho elaborado por estudantes, do curso de


engenharia eléctrica, turma E21, do Instituto
Superior Politécnico de Songo para fins de
avaliação.

Songo, Agosto de 2018


Índice

Páginas

1. Introdução ................................................................................................................................ 1

1.1. Objectivos......................................................................................................................... 1

1.1.1. Objectivo geral .......................................................................................................... 1

1.1.2. Objectivos específicos .............................................................................................. 1

2. Turbinas hidráulicas ................................................................................................................ 2

2.1. Turbinas Kaplan ............................................................................................................... 2

2.2. Classificação das turbinas Kaplan quanto ao número de pás ........................................... 4

2.3. Constituição das turbinas Kaplan ..................................................................................... 4

2.3.1. Pré-distribuidor ......................................................................................................... 4

2.3.2. Distribuidor ............................................................................................................... 4

2.3.3. Caixa espiral.............................................................................................................. 5

2.3.4. Rotor e eixo ............................................................................................................... 6

2.3.5. Tubo de sucção ......................................................................................................... 6

2.4. Vantagens e desvantagens das turbinas Kaplan ............................................................... 7

2.5. Critérios de analisar na escolha das turbinas Kaplan ....................................................... 7

3. Conclusão ................................................................................................................................ 9

4. Referências bibliográficas ..................................................................................................... 10


Índice de figuras

Figura 1: Turbina Kaplan ................................................................................................................ 3


Figura 2: Conjunto pré-distribuidor e distribuidor de uma turbina Kaplan .................................... 5
Figura 3: Caixa espiral .................................................................................................................... 5
Figura 4: Rotor de uma turbina Kaplan .......................................................................................... 6
Figura 5: Tubo de sucção ................................................................................................................ 6
1. Introdução

O presente trabalho aborda as turbinas Kaplan, apresentando a sua constituição, funcionamento,


assim como as condições para a sua aplicação. O trabalho é constituído pela introdução, onde de
forma breve e clara apresentam-se os objectivos, as hipóteses e a metodologia usada para sua
realização, em seguida, apresentam-se as vários particularidades das turbinas Kaplan, e por
último, sintetizam-se as principais conclusões do trabalho. A metodologia usada para a
investigação deste trabalho baseou-se em técnicas de pesquisa documental e bibliográfica, onde
fez-se uma recolha de informação (dados) que sustentam acerca do tema em estudo. Para recolha
de dados, buscou-se informações a partir de vários documentos e manuais.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Falar acerca das turbinas Kaplan

1.1.2. Objectivos específicos


 Descrever a constituição e o princípio de funcionamento das turbinas Kaplan;
 Identificar os critérios para a escolhas das turbinas;
 Apresentar as vantagens e desvantagens das turbinas Kaplan;

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2. Turbinas hidráulicas

Definição 01

Segundo Jorge A. Lopes (2015:19)

Uma turbina hídrica é um dispositivo mecânico que converte a energia cinética de um líquido,
normalmente água, em energia rotacional. Esta, por sua vez, é usada em máquinas mecânicas
rotativas ou convertida em energia eléctrica através de um gerador.

Definição 02

Segundo Pedro F. Díez

Turbina hidráulica é um dispositivo capaz de converter a energia hidráulica em energia mecânica


modificando a energia total do fluído que as atravessa.

Entende-se por turbinas hidráulicas como sendo equipamentos que têm por finalidade
transformar a energia de escoamento em trabalho mecânico de rotação, a qual irá ser convertida,
no gerador, em energia eléctrica. A conversão energética nas turbinas é baseada nos princípios da
conservação da energia e da quantidade de movimento. Consiste basicamente de um sistema fixo
hidráulico e de um sistema rotativo hidromecânico destinados, respectivamente, à orientação da
água em escoamento e à transformação em trabalho mecânico.

2.1. Turbinas Kaplan

Essa turbina recebe o nome do engenheiro austríaco Victor Kaplan (1876-1934) que a concebeu
em 1912. Foi resultado do aperfeiçoamento da turbina Hélice. Ao contrário das turbinas Hélice,
cujas pás são fixas, no sistema de Kaplan elas podem ser orientadas, variando a inclinação das
pás, com base na descarga. São turbinas de reacção, na qual o fluxo de água tem direcção radial
no distribuidor, aproximadamente axial na entrada do rotor. As turbinas Kaplan e Helice tem
normalmente o eixo vertical, mas podem existir turbinas deste tipo com o eixo horizontal, as
quais se designam por turbinas Bulbo.

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A principal vantagem de se poderem orientar as pás é a capacidade de se manter uma velocidade
de rotação constante, independentemente da velocidade da água, o que constitui uma vantagem
se o sistema for instalado num local onde a queda e a carga são relativamente constantes. São
utilizadas para rotações específicas acima de 350 rpm e operam a alturas de queda
entre 15 a 60 metros. Nestas turbinas a água sai ainda com muita da sua energia cinética.

Se esta for despejada directamente para o ar há uma perda de queda total do sistema que pode
chegar aos 45% da queda real. Para mitigar esse efeito e capturar alguma dessa energia é criada
uma pressão negativa junto à turbina, usando um tubo de sucção a jusante desta.

O princípio de funcionamento da turbina Kaplan consiste na regulagem de um ângulo específico


das pás directrizes através do accionamento do servomotor, de forma a disponibilizar um fluxo
de água controlado ao rotor. O volume de água disponibilizado ao rotor é comandado por um
sistema automático de regulação denominado regulador de velocidade. O regulador de
velocidade atua no controle da vazão de água, que se relaciona directamente com a geração de
energia eléctrica, em que deve-se ajustar a potência eléctrica gerada de acordo com a demanda de
energia eléctrica solicitada. PELLEGRINI; SCOLA, 2005 apoud (Nardi, e Oliveira Rocha,
2013:22).

Figura 1: Turbina Kaplan

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2.2. Classificação das turbinas Kaplan quanto ao número de pás

As turbinas Kaplan quanto ao número de pás elas podem ser de:

 4 pás (para 10 < H < 20m);


 5 pás (para 12 < H < 23m);
 6 pás (para 15 < H < 35m);
 8 pás (para H > 35m).

2.3. Constituição das turbinas Kaplan

Estas turbinas possuem os seguintes componentes básicos:

 Pré-distribuidor e distribuidor;
 Rotor e eixo;
 Tubo de sucção;
 Caixa espiral e
 Carcaça ou voluta.

2.3.1. Pré-distribuidor

É um conjunto de pás fixas responsáveis por dar um ângulo de entrada para água para o
distribuidor. É composto de dois anéis superiores, entre os quais são montados um conjunto de
dezoito a vinte quatro pás fixas com perfil hidrodinâmico de baixo arrasto, para não gerar perda
de carga e não provocar turbulência no escoamento. É uma parte sem movimento soldada a caixa
espiral e fabricada com chapas ou placas de aço carbono.

2.3.2. Distribuidor

É um conjunto de dezoito a vinte quatro pás móveis responsáveis pelo controlo de água que entra
no rotor regulando a caudal, também permitindo controlar a potência da turbina. As pás são
accionadas por um mecanismo hidráulico. Todas as pás têm o seu movimento conjugado, isto é,
todas se movem ao mesmo tempo e de maneira igual. O accionamento é feito por um ou dois
pistões hidráulicos que operam numa faixa de pressão de 20 bar, nas mais antigas, até 140 bar,
nos modelos actuais.

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Figura 2: Conjunto pré-distribuidor e distribuidor de uma turbina Kaplan

2.3.3. Caixa espiral

É o caminho percorrido pelo fluxo da água que se situa ao redor das palhetas uma tubulação de
forma toroidal que envolve a região do rotor, esta parte fica integrada a estrutura civil da central,
não sendo possível ser removida ou modificada.

O objectivo é distribuir a água igualmente na entrada da turbina. É fabricada com chapas de aço
carbono soldadas em segmentos. A caixa espiral conecta se à conduta forcada na secção de
entrada e ao pré- distribuidor na secção de saída.

Figura 3: Caixa espiral


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2.3.4. Rotor e eixo

Rotor é o elemento fundamental de transformação de energia, é onde a ocorre a conversão da


energia hidráulica em mecânica sob forma de rotação do seu eixo.

Figura 4: Rotor de uma turbina Kaplan

2.3.5. Tubo de sucção

Conduta de saída de água, geralmente com diâmetro final maior que o inicial, desacelera o fluxo
da água após esta ter passado pela turbina, devolvendo-a ao rio.

Figura 5: Tubo de sucção


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2.4. Vantagens e desvantagens das turbinas Kaplan

 A versatilidade do rotor Kaplan permite que se opere na posição vertical, na


posição horizontal ou em posições inclinadas em relação ao eixo vertical;
 Apresenta alto rendimento dentro de um determinado espectro de alturas de
queda e aberturas do distribuidor;
 A abertura do distribuidor quanto ao ângulo das pás pode ser ajustada;
 A posição das pás do distribuidor, que controlam o fluxo de água que entra na
turbina,
pode ser ajustada em conjunto com a angulação das pás do rotor, com o
objectivo de assegurar a máxima eficiência de operação, o que é particularmente
vantajoso quando ocorrem variações sazonais significativas na vazão disponível
no decorrer do tempo;
 As turbinas Kaplan podem ser aplicadas para aproveitamentos com altura
de queda variando entre 10 e 70 m e com vazão nominal variando entre 0, 5 e
900 m³/s,
 Toda essa versatilidade das turbinas Kaplan implica em custos adicionais, tanto
do ponto de vista de fabricação quanto de manutenção e
 O conjunto de equipamentos de operação da turbina é mais complexo e há uma
redução de confiabilidade quando se faz uma comparação com turbinas.

2.5. Critérios de analisar na escolha das turbinas Kaplan

As turbinas Kaplan são as mais indicadas para centrais com baixas quedas e elevados caudais.
Sendo imperioso também conhecer os critérios para o seu dimensionamento tais como:

 As características físicas e químicas do fluido de trabalho;


 As características locais, no que se refere ao ambiente e ao local de instalação;
 As características operacionais.

Mais especificamente, deve-se conhecer:

 Quedas (H);
 Caudal (Q);

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 A velocidade específica;
 Altura do nível da água de jusante;
 Características do sistema que será accionado.
 Determinação da espiral (determinação da velocidade de entrada);
 Determinação do tubo de sucção (determinação da velocidade de saída);

 Determinação dos rendimentos

 Rendimento útil:

 Rendimento interno:

 Rendimento mecânico:

 Parâmetros do distribuidor e do rotor (diâmetro, numero de pás, etc).

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3. Conclusão

Com o presente trabalho, conclui-se que as turbinas hidráulicas são equipamentos que convertem
a energia cinética da água em energia mecânica sob forma de rotação do seu eixo. As turbinas
Kaplan fazem parte de turbinas hidráulicas de reacção com direcção do fluxo de água através do
rotor axial, são munidas de pás móveis, o que permitem que sejam reguláveis e
consequentemente fazer o controlo da potência, ajustando o caudal e o fluxo da água.

As turbinas Kaplan são normalmente de eixo vertical, existindo de eixo horizontal denominadas
de Bulbo, que operam em quedas abaixo de 20 metros. As turbinas accionam directamente os
geradores de energia eléctrica, de modo que, naturalmente, ambos têm o mesmo número de
rotações. Mas nos alternadores, pela forma como são construídos, existe uma dependência entre
o número de pares de polos (p), o número de rpm(n) e a frequência em Hz (f).

A velocidade específica pode ser utilizada para comprar máquinas de tamanhos diferentes, visto
que máquinas com mesma velocidade específica são semelhantes. Esta também pode ser
utilizada para escolha da turbina mais adequada, operado em níveis adequados de eficiência,
utilizando o quadro ao lado.

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4. Referências bibliográficas

DÍEZ, Pedro Fernández. Turbinas Hidraulicas. [s.ed.]. Cantabria. Pp(87-96).

LOPES, Jorge Miguel Abreu. Sistemas Hídricos de Captação de Energia para Redes de
Sensores sem Fios. [s.ed.]. Madeira: 2015. Pp(19-29).

PERREIRA, Bruno Santos Alves. Modelagem matemática para optimização de um potencial


hidráulico utilizando turbinas Francis e Kaplan.Sao Paulo. [s.ed.].2015, Pp(46-61).

NARDI, Danilo Cancela da; OLIVEIRA, Felipe Maia Barbosa e ROCHA, Maurício. Simulador
de regulador de velocidade para turbinas hidráulicas de usinas hidreléctricas. Pananá, [s.ed.].
2013 Pp(21-25).

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