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TURBINA DE PELTON
Aluna
Sandrina Fidalgo de Oliveira nº20121943
Janeiro 2023
Sandrina de Oliveira
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3
4 DIMENSIONAMENTO ...........................................................................................................12
8 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................21
LEER – Energia Eólica
1 INTRODUÇÃO
As turbinas hidráulicas são máquinas que transformam a energia potencial gravítica
ou a energia cinética, armazenada na água que circula pelo circuito hidráulico, em energia
mecânica, a qual faz acionar um gerador elétrico.
As turbinas podem ser classificadas como turbinas de reação ou de ação consoante a
forma de instalação do rotor, se forem instaladas totalmente imersas na água dizem-se
de reação, se funcionaram ao ar livre dizem-se de ação.
Nas turbinas de ação, a velocidade do fluxo da água é aproveitada para provocar o seu
movimento de rotação. As turbinas de ação mais utilizadas são as Pelton, as Bánki-
Mitchell e as Turgo.
As turbinas de reação quando instaladas, ficam totalmente imersas, ficando sujeitas à
pressão da água exercida nas lâminas, que vai diminuindo conforme a água vai
atravessando a turbina.
Construtivamente estas turbinas devem estar preparadas para suportas grandes
pressões quando atingidas pelo caudal de água. O escoamento na zona da roda processa-
se a uma pressão inferior à pressão atmosférica. Existem dois grandes grupos de turbinas
de reação, as Francis e as Kaplan.
Devido ao grande desgaste provocado pela pressão da água, ao longo do tempo de
vida útil é necessária uma manutenção periódica por forma a manter o bom estado da
turbina e consequentemente manter os seus níveis de eficiência.
A seleção do tipo de turbina para uma determinada central hidroelétrica é
fundamental para, do ponto de vista técnico, alcançar bons desempenhos ao nível do
rendimento sem esquecer o ponto de vista económico.
Na tabela 1 é possível relacionar de uma forma aproximada, o tipo de turbina com a
altura da queda útil.
Turbina Queda Útil [m]
Kaplan e Hélice 2<Hu<40
Francis 10<Hu<350
Pelton 50<Hu<1300
Banki-Mitchell 3<Hu<200
Turgo 50<Hu<250
Tabela 1 - Definição da queda útil por tipo de turbina
A escolha da turbina e crucial para o bom rendimento da central e devera ter sempre
em conta três parâmetros: a queda, o caudal e a potência.
Os fabricantes de turbinas normalmente disponibilizam ábacos onde estão
representadas as áreas de aplicação dos diferentes tipos de turbinas que fabricam (Fig.1),
facilitando assim a escolha de uma turbina para uma determinada queda hidráulica.
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2 ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
A turbina Pelton é constituída essencialmente por seis elementos (Fig.3):
• Distribuidor;
• Injetor;
• Rotor;
• Sistema de travagem;
• Carcaça;
• Câmara de descarga;
2.1 DISTRIBUIDOR.
O distribuidor é um bocal de forma apropriada a guiar a água, proporcionado um jato
cilíndrico sobre a pá do rotor, o que é conseguido por meio de uma agulha.
O distribuidor é composto por um injetor (Fig.4) e este é composto por um bocal, uma
agulha, um defletor e um regulador de velocidade.
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A agulha reguladora de caudal e o bico do bocal são feitos em aço com crómio,
tungstênio ou vanádio visto que estes componentes sofrem abrasão violenta devido à
elevada velocidade do jato de água. É Também usada nestes componentes uma liga de
crómio e cobalto designada stellite.
Tanto o bocal quanto a agulha sofrem severo desgaste, sendo feitos de material de
alta qualidade, normalmente um aço com manganês que apresenta grande resistência ao
desgaste, provocado por partículas como areia.
Algumas máquinas possuem a agulha do bocal construídas em bronze e apresentam
boa resistência ao desgaste.
2.2 ROTOR.
O rotor é a componente principal da turbina Pelton já que é responsável pela
transformação da energia cinética do fluido em trabalho sob a forma de rotação. O rotor
é composto pela roda e pelas pás. A roda é em forma de um disco contendo várias pás
(Fig.7). As pás (Fig.8). recebem o impulso direto do jato de água e têm um formato
peculiar de pás simétricas para compensar o efeito dos impulsos axiais.
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Os materiais utilizados no rotor e nas pás dependem da altura de queda bruta que
alimenta a turbina. Para quedas até cerca de 650 metros é usado aço fundido e para
quedas maiores é usado aço inoxidável.
2.4 CARCAÇA
A carcaça é uma envoltura metálica que protege o distribuidor e o impulsor e evita
que a água salpique para o exterior depois de o jato embater nas pás (Fig.10).
3 FUNCIONAMENTO
A Figura 11 representa um esquema de funcionamento de uma turbina Pelton.
O fluido entra na central, (A) e é dividido pelos injetores (B). Os injetores têm a função
de transformar a energia de pressão do escoamento em energia cinética pela saída de
jatos orientados para a roda (C). Após o jato atuar na pá da roda, o fluido, por ação de
forças gravíticas, é direcionado para o canal de restituição, (D).
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4 DIMENSIONAMENTO
𝑛√𝑁
𝑎=( )
25𝐻
Onde:
𝑛 - Rotação em (rpm);
𝑁 - Potência (cv);
𝐻 - Altura de queda (m).
O número de jatos também pode ser obtido através de abacos em função da rotação
e da altura de queda (Fig.14)
LEER – Energia Eólica
𝐶1 = 𝜑√2𝑔𝐻
Onde:
𝜑 = coeficiente de velocidade (0,99)
𝑔 = gravidade em (𝑚/𝑠^2 )
𝐻 = altura (𝑚)
𝑁
𝑑𝑚𝑎𝑥 = 151√
𝑎𝜂
Onde:
N - Potência unitária (cv)
a - Número de jatos
η - Rendimento total da turbina
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4𝑄
𝑑𝑚𝑎𝑥 = √
𝜋𝐶1
Onde:
Q - Caudal (m^3/s)
C1 – Velocidade do jato na saída do injetor (m/s)
4.4 RODA
A roda da turbina onde são fixadas as pás, recebe o jato proveniente do injetor. O
dimensionamento do rotor requer o conhecimento da velocidade periférica da roda(μ2)
obtido através da seguinte equação:
𝜋𝐷𝑛
𝜇2 =
6000
Onde:
D - Diâmetro do rotor em centímetro;
N - Rpm do motor a ser utilizado;
6000 - uma constate atingida pelo impulsor estando entre 4000 a 6000 podendo atingir uma
média de velocidade equivalente ao valor de 18 a 25 m/s.
4.5 DIMENSÕES DA PÁ
A peça da roda Pelton que exige maior cuidado no projeto e na execução é a pá,
podendo comprometer o funcionamento da máquina quando fabricada de forma
incorreta. Conforme vimos anteriormente, a mesma possui duas partes côncavas, onde a
água transforma a energia cinética em trabalho mecânico e no centro possui um gume
para quebrar o choque do jato contra a pá, dividindo o jato em duas partes por igual.
O dimensionamento da pá é feito exclusivamente mediante dados práticos e em
função do máximo diâmetro dmax do jato, através da seguinte expressão:
𝜋 𝑑 2 2 𝑑𝑚𝑎𝑥 𝑄𝑖 75 𝑁𝑖
= =
4 𝑎 𝑉0 1000 𝜂 𝑎 𝑉0
Em que:
Qi e Ni - descarga e potência unitárias para a sobrecarga máxima, em m^3/s e cv
A - numero de jatos
V0 - Velocidade do jato em m/s
η - Rendimento total da turbina
151√𝑁1
𝑑𝑚𝑎𝑥 = 𝜂 [𝑚𝑚]
𝑎
As pás da turbina Pelton são, compreensivelmente, o elemento que exige maior cuidado
no anteprojeto e fabricação. A figura seguinte apresenta as Vistas a, b e c que servirão de
referência no anteprojeto das pás.
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𝑃𝑖
Rendimento hidráulico interno 𝜂𝑖 =
𝑃ℎ
𝑃
Rendimento mecânico 𝜂𝑚 =
𝑃𝑖
𝑃
Rendimento global 𝜂=
𝑃ℎ
O valor ótimo do ângulo entre c0e 𝑢 é 𝛼0=90º. No entanto, tendo em conta a relação
empírica entre (𝛽1, 𝛽0), e a relação decorrente do triângulo de velocidades no Ponto 0, o
ângulo 𝛼0 é determinado de forma a assegurar que 𝛽1=𝛽2, conforme prescrito acima no
desenho e dimensionamento das pás
𝑑3
𝛽1 = 𝛽0 − 15º ∗ ( )
𝐵
180º 𝑐0 ∗ sin 𝛼0
𝛽0 = ∗ 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑖𝑛
𝜋 𝑤0
5.1.3 Força do Jato sobre uma Pá Isolada e Momento Global ao Veio da Turbina
Para determinar a força 𝐹𝑝á do jato sobre uma pá isolada, aplica-se uma equação
simplificada:
𝐹𝑝á=𝜌𝑄𝑤3=𝜌𝑄(𝑐3−𝑢)
No entanto, esta relação não pode ser empregue para obter o momento global 𝑀 exercido
pelo jato sobre o rotor (na forma: 𝑀=𝐹𝑝á∙𝐷/2), porque, na verdade, o jato (ou cada jato,
se houver mais do que um) interage instantaneamente com mais do que uma pá, como se
mostra na Figura 16 e se quantifica abaixo. Sob este aspeto, o número de jatos é
irrelevante, já que o mesmo caudal global 𝑄 se reparte pelos vários jatos.
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Das equações supra para (𝐹𝑝á,𝑀), conclui-se que o jato (admitindo agora, para
simplificar, de que se trata de um só) interage com um n.º de pás: 𝑛=(𝑐3−𝑐0𝑢)/(𝑐3−𝑢).
Por exemplo, no ponto de operação próximo do nominal, em que 𝑐3=2𝑢 e 𝑐0𝑢≈0, seria
𝑛=2.
6 VANTAGENS E DESVANTAGENS
6.1 VANTAGENS
• Pode operar com água com grandes níveis de impureza (silted water).
• As turbinas Pelton, devido à possibilidade de acionamento independente nos
diferentes bocais, têm uma curva geral de eficiência plana, que lhe garante bom
desempenho em diversas condições de operação, sobretudo se usados múltiplos
bicos injetores, tendo uma alta eficiência geral alta (até 90-92%).
• São de construção e manutenção simples (pode ser feita a partir de metal,
plástico, ou materiais de cerâmica)
• São adequadas para operar entre quedas de 350 m até 1100 m, sendo por
isto, muito mais comuns em países montanhosos. Este modelo de turbina opera com
velocidades de rotação maiores que os outros, então é possível conectar o gerador
de forma direta, sem perdas de transmissão mecânica.
• As vantagens deste tipo de turbinas são a facilidade com que se pode trocar pecas,
a facilidade de reduzir as sobrepressões nas tubagens e a exigência de pouco caudal
• É Compacta e de baixo custo sendo uma solução atrativa para microgeração
6.2 DESVANTAGENS
• Um dos maiores problemas destas turbinas, devido à alta velocidade com que a
água choca com o rotor, é a erosão provocada pelo efeito abrasivo da areia
misturada com a água, comum em rios de montanhas. Assim, há um decrescimento
na eficiência com o tempo maior que nos outros tipos de turbina.
• Os componentes são muito grandes, gerando inconvenientes para logística e
infraestrutura.
• O impacto ambiental e o custo de instalação inicial são altos em casos de grandes
centrais hidrelétricas.
• Quando o fluxo do rio é baixo acontece muita perda de carga.
• Altura mínima para o funcionamento é de 20 metros.
• Os rotores atuais são fundidos em uma só peça, com as pás e a roda formando um
só conjunto. Entretanto é possível a fabricação separada das pás e da roda e a fixação
por meio de pinos e parafusos. No primeiro caso, caso haja uma concha danificada o
rotor precisa ser substituído por inteiro, enquanto no segundo caso, basta substituir
a pá danificada.
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7 CONCLUSÃO
8 BIBLIOGRAFIA
https://theconstructor.org/practical-guide/pelton-turbine-parts-working-design-
aspects/2894/
http://siaram.azores.gov.pt/energia/energia-hidrica/_texto1.html
https://colinnovacion.com/wp-content/uploads/2020/05/DESGASTE-DE-MÁQUINAS-
HIDRÁULICAS-EN-LA-GENERACION-HIDROELÉCTRICA.pdf
(consultas 22/10/2022)
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