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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CCT


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LABORATÓRIO DE CALOR E FLUIDO

MYQUEYAS GUIMARÃES MOREIRA LIMA -2017152039


MARCOS VICTOR BASTOS MELO - 2017151793
SÓSTENES PINHEIRO CAMPOS – 2017152235
RAFAEL COSTA OLIVEIRA – 20180031109
THALYSSON GABRIEL DE OLIVEIRA SILVA - 2017151864

Turbina Pelton

São Luís – MA
2022
Introdução
A geração de energia hidrelétrica faz uso de turbinas hidráulicas que acionam
diretamente os hidrogeradores, aproveitando a energia da água armazenada em um
reservatório cujo nível é consideravelmente elevado em relação ao nível de turbina.
Com uma representação expressiva na matriz energética mundial e tecnologia de
fabricação consolidada, as turbinas hidráulicas não emitem gases poluentes no meio
ambiente. Três tipos de turbina são muito utilizados, dependendo das condições locais
da usina, além da altura em relação ao nível da turbina: turbinas Pelton ou de impulso,
turbinas Francis ou de reação e turbinas Kaplan ou de hélice. (JÚNIOR, 2013)

A turbina Francis foi desenvolvida em 1848 do engenheiro anglo-americano


James B. Francis e é o tipo de turbina hidráulica mais utilizada atualmente. É uma
turbina de fluxo centrípeto: a água atinge o impulsor por meio de um duto em espiral, e
as hélices ajustáveis na parte fixa direcionam o fluxo para as hélices do impulsor. É
utilizada em casos em que haja diferenças de altura média (de 10 a 300/400 metros) e
fluxos de água de 2 a 100 metros cúbicos por segundo.

A Turbina Kaplan, foi projetada em 1913 pelo professor austríaco Viktor


Kaplan, seguindo o princípio de operação das hélices de navios. A turbina Kaplan é do
tipo axial: o fluxo de água com que faz as hélices girem em direção axial em relação ao
eixo de rotação do impulsor. Graças à possibilidade de ajustar o ângulo de incidência
das hélices, existe a vantagem de proporcionar um excelente desempenho em pequenas
diferenças de altura, mas também com grandes variações de vazão, sendo superiores a
200 metros cúbicos por segundo (ROCHA, 2015).

Por fim, a turbina Pelton foi criada em 1879 pelo carpinteiro e inventor
americano Lester Allan Pelton. Seu princípio de operação reflete o da roda clássica dos
antigos moinhos, modificada para aumentar sua eficiência: a água é transportada para a
tubulação, que possui um bico no final, um tipo de gargalo que aumenta a velocidade da
água direcionada. O jato de água que sai pelo bico atinge as pás do impulsor, que têm
formato de côncavo. A turbina Pelton é usada para grandes diferenças de altura (entre
300 e 1400 metros) e cursos inferiores a 50 metros cúbicos por segundo, para se obter
velocidades mais elevadas (ABREU K, ROSA H. 2018).
Figura 1 Bancada de Turbina Pelton utilizada no experimento

Objetivos
Temos como objetivo a obtenção da eficiência do funcionamento de uma
turbina Pelton a partir dos cálculos de potências do jato de entrada e eixo de saída.

Métodos e Matérias:
Para a realização desse experimento, foi utilizado diversos materiais,
cuidadosamente escolhidos como:
1. Estrutura metálica;
2. Reservatório;
3. Bomba hidráulica;
4. Tubulação de sucção e recalque;
5. Água – fluído;
6. Rotâmetro;
7. Manômetro;
8. Turbina de Pelton;
9. Distribuidor;
10. Rotor;
11. Célula de carga;
12. Freio dinamométrico;
13. Painel de comando.
O experimento foi posto em prática da seguinte forma: antes de ligar a unidade,
foi zerado o controle de rotação, e foi verificado se os indicadores do painel digital
estavam zerados, assim como a escala medidora da vazão. Em seguida foi fixado uma
abertura da agulha do distribuidor de modo que esteja assegurada a constância da vazão,
foi acionado o controle de rotação do motor até que o manômetro acuse o valor da
queda líquida desejada, foi feita a leitura da vazão, pressão e rotação. A seguir foi
apertado o comando hidráulico do freio dinamométrico até que a turbina pare de girar,
dessa forma fazendo a leitura da célula de carga.
Após o experimento, calculamos a velocidade de escoamento, tendo visto que
já sabemos a vazão por causa rotâmetro, por meio da equação 1 (ANDRADE, 2018).
� �
�=

[ ]

(1)

 � = Velocidade de Escoamento, em metros por segundo;


 � = Vazão Volumétrica, em metros cúbicos por segundo;
 � = Área do Cilindro, em metros quadrados;
Em seguida, para encontrar a queda líquida, representada pela equação 2,
transformamos a pressão manométrico que estava em psi, em kgf/cm^2 e por fim em
m.c.a. para encontrar a queda líquida.

� = ���� = � (2)

 H = queda líquida da turbina, em m;


 ���� = altura manométrica em m.c.a.;
 �= pressão manométrica, em kgf//cm^2.

Para o cálculo da potência efetiva transmitida pelo eixo da turbina, pode-se


considerar a equação 3:

����� = 9,425 ∗ 10−3 ∗ � ∗ � (3)

 ����� = potência efetiva transmitida pelo eixo da turbina em W;


 �= força em kgf (valor indicado pelo display indicador da balança líder
instalado no painel de comando);
 �= rotação do eixo em rpm.

Para calcular a potência do jato usamos o peso específico, vazão e a altura


manométrica, demonstrada na equação 4:
�� = � ∗ � ∗ � (4)

 �� = potência do jato, em kgf*m/s;


 �= peso específico em kgf/m^3;
 � = Vazão Volumétrica, em m^3/s;
 H = queda líquida da turbina, em m.

A força do jato foi calculada pela equação 5, utilizando a velocidade de


escoamento junto com a potência do jato.

��
���� = � (5)

 ���� =força do jato, em kgf;


 �� =potência do jato, em kgf*m/s;
 � = Velocidade de Escoamento, em m/s.

E por fim, para encontrar o rendimento do circuito utilizamos da equação 6,


envolvendo a potência efetiva do eixo com a potência do jato.

�����
�� = �� (6)

 �� = rendimento total da turbina;


 ����� = potência efetiva transmitida pelo eixo da turbina em W;
 �� =potência do jato, em kgf*m/s.

Resultados
Para os experimentos executados, adotamos os seguintes valores os quais são
constantes em nossos cálculos, através da Tabela 1.
Lab. De calor e fluidos
D= 0,032 Diâm. do tubo (m)
R= 0,016 Raio do tubo (m)
Vis = 0,000891 Viscosidade da água (kg/m*s)
Den = 997 Densidade (kg/m^3)
Área = 0,00080384 Área (m^2)
Pi = 3,14 __________
Y= 10000 Peso específico (kgf/m^3)
G= 9,81 Gravidade (m/s^2)
Tabela 1: Valores constantes adotados para o Experimento
Para realização dos cálculos do rendimento da turbina Pelton, mantemos a
abertura da agulha travada meia aberta, e variamos apenas a frequência da bomba, como
mostrado na tabela 2. Assim podemos calcular todos os parâmetros para se alcançar o
rendimento fornecido pela turbina Pelton.

Tabela 2. Dados preliminares para o cálculo do rendimento.


Na tabela 2, coluna 2 mostra que a abertura da agulha permaneceu fixa para os
quatro testes realizados, na coluna 3 mostra a variação da frequência da bomba, que por
sua vez, altera as demais colunas, e na coluna 9 temos a queda líquida do sistema,
medido em (m.c.a). A tabela 3 mostra os demais parâmetros para a obtenção do
rendimento da turbina.

Tabela 3: Resultados obtidos dos experimentos


A tabela 3 nos mostra os resultados para os quatros teste. A coluna 1 mostra-nos
a força no eixo e na sexta coluna temos o rendimento da turbina Pelton. O rendimento
aumenta de acordo com o aumento da força do eixo, todos os parâmetros aumentam em
função da força do jato. O gráfico 1 mostra a relação entre a força do eixo e o
rendimento da turbina Pelton.
Gráfico 1: Força no eixo versus Rendimento.
O gráfico 1 resulta que para força no eixo de 1520 kgf o rendimento foi de
apenas 12,38, ou seja, menor que o rendimento da força de 1400 kgf que atingiu um
rendimento de 12,48, o nos mostra que nem sempre o rendimento melhora com o
aumento da força do eixo.

Conclusão
A turbina Pelton se mostrou pouco eficiente para baixas força do jato, atingindo
rendimentos aproximadamente na faixa de 11 a 15% nos testes realizados. Dessa forma,
podemos ver que a aplicabilidade deste tipo de turbina, é bastante especifica e só vale para
alguns casos, pois a necessidade de uma altura, ou seja, queda líquida, tem que ser bastante
elevada, para que se obtenha um rendimento aceitável.
Referências Bibliográficas

ABREU K.M.M.; ROSA H.M.P. Algoritmo para determinação de grandezas geométricas


de uma turbina Pelton. The Journal of Engineering and Exact Sciences – JCEC, v. l, 04 n. 02,
2018.

ANDRADE, Fabrício. Vazão mássica e vazão volumétrica. Automação e Cartoons, 2018.


Disponível em: https://automacaoecartoons.com/2018/09/16/vazao-massica-vazao-volumetrica/.
Acessado em 01 de junho de 2022.

AZEVEDO NETTO, J. M. Manual De Hidráulica. 8. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1998.

JÚNIOR S. L. R. Projeto conceitual de uma turbina hidráulica a ser utilizada na usina


hidrelétrica externa de Henry Borden. Universidade federal do Rio de Janeiro. Departamento
de Engenharia Mecânica, 2013

PEREIRA, R. A. SSA: Turbina de Pelton. XVI Simpósio de Excelência em Gestão e


Tecnologia. Faculdade Dom Bosco

ROCHA G. B. Construção de uma bancada de teste de turbina Kaplan no laboratório de


termo ciências da FGA. Monografia (curso de graduação em Engenharia de Energia).
Universidade de Brasília, 2015

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