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ESCOLA NÁUTICA INFANTE D.

HENRIQUE

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MARÍTIMA

LICENCIATURA EM

ENGENHARIA DE MÁQUINAS MARÍTIMAS

3065

MÁQUINAS E SISTEMAS AUXILIARES I


TURBOMÁQUINAS
PROBLEMAS

Outubro 2016
Máquinas e Sistemas Auxiliares I

TURBOMÁQUINAS

BOMBAS RADIAIS:

1. Uma bomba radial funciona com um caudal de água de 300 m3/h e uma altura
manométrica de 16,5 m, quando a velocidade é 1500 rpm. O diâmetro do rotor é
318 mm e a potência absorvida é 6 hp.
Uma outra bomba semelhante, cujo diâmetro do rotor é 380 mm, funciona também
com água e possui uma velocidade de 1750 rpm.
Para condições de rendimento máximo, relativamente à segunda bomba, determine:
a) A altura manométrica desenvolvida;
b) O caudal;
c) A potência absorvida.

2. Uma bomba centrífuga, de entrada radial, tem as seguintes características: D1 = 10


cm, D2 = 20 cm, b1 = 2 cm, b2 = 1,4 cm, ’2 = 30 º, N = 1500 rpm, V = 40 l/s, s1 = 3
mm, s2 = 0 e h = 0,8. Determine:
a) O número aproximado de pás do rotor;
b) O triângulo teórico de velocidades à entrada do rotor;
c) O triângulo teórico de velocidades à saída do rotor;
d) A altura de elevação teórica;
e) O triângulo real de velocidades à entrada do rotor;
f) O triângulo real de velocidades à saída do rotor;
g) A altura de elevação real.

3. Seja H=28,8+0,1185.V-0,0193.V2 a equação da curva característica de uma bomba


centrífuga (representada em anexo) a 1750 rpm (com alturas em metros e caudais
em m3/h). Se pretendêssemos que esta bomba funcionasse num sistema constituído
por dois reservatórios abertos desnivelados de 20 m, com um caudal de água de 18
m3/h e com uma altura manométrica de 30 m, determine:
a) A curva característica (H; V) do sistema de condutas;
b) A velocidade da bomba;
c) A curva da bomba (H; V), para a velocidade determinada em b).

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4. Uma bomba centrífuga, cujo rotor tem um diâmetro de 300 mm, à velocidade de
1450 rpm, fornece um caudal de 0,07 m3/s de água à temperatura de 20ºC
(viscosidade cinemática  = 0,01 cm2/s), com uma altura manométrica de 46 m e
um rendimento (máximo) de  = 0,88.
Determine as condições de funcionamento desta bomba se, em condições de
rendimento máximo, a água for substituída por:
a) Petróleo bruto, densidade 0,86 (viscosidade 0,08 cm2/s);
b) Fuel-óleo, densidade 0,96 (viscosidade 2 cm2/s).

5. Uma bomba aspira água (𝛾á𝑔𝑢𝑎 = 103 Kg/m3) de um reservatório à pressão


atmosférica e alimenta um reservatório pressurizado com um caudal de 10 l/s,
funcionando em condições de rendimento máximo.
Sabendo-se que as pressões absolutas na aspiração e na descarga da bomba são,
respetivamente, 0,5 bar e 5,5 bar, que a pressão absoluta no reservatório
pressurizado é 3 bar e que o desnível entre o reservatório de aspiração e a superfície
livre da água da caldeira é 21 m, determine o aumento de pressão neste reservatório
ao duplicar-se a velocidade da bomba, continuando esta a funcionar em condições
de rendimento máximo.

6. Considere-se uma bomba centrífuga, a funcionar com água, cujas curvas


características H(V) e P(V) estão representadas em anexo.
a) Determine o rendimento correspondente ao ponto de máximo caudal;
b) Se a velocidade da bomba aumentar 20%, determine a correspondente potência
de acionamento, mantendo-se o rendimento constante;
c) Se o desnível entre os reservatórios de aspiração e descarga (ambos à pressão
atmosférica) for de 30 m e as pressões absolutas na aspiração e na descarga da
bomba (à velocidade 𝑁1 ) corresponderem a alturas de 5 m e 40 m,
respetivamente, determine a equação característica do sistema de condutas.

7. Mostre que o rendimento da bomba equivalente a duas bombas A e B associadas em


paralelo é dado por:
𝜂𝐴 𝜂𝐵 (𝑉𝐴̇ + 𝑉̇𝐵 )
𝜂=
𝜂𝐵 𝑉𝐴̇ + 𝜂𝐴 𝑉̇𝐵

8. Mostre que o rendimento da bomba equivalente a duas bombas A e B associadas em


série é dado por:
𝜂𝐴 𝜂𝐵 (𝐻𝐴 + 𝐻𝐵 )
𝜂=
𝜂𝐵 𝐻𝐴 + 𝜂𝐴 𝐻𝐵

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9. Uma bomba centrífuga aspira água de um reservatório à pressão atmosférica. A


leitura do manómetro de aspiração da bomba é –0,6 kg/cm2 e a altura geométrica ha
é de 2m.
Desprezando as perdas de carga na linha de aspiração, determine a carga absoluta
disponível de aspiração acima da tensão do vapor (NPSHdisp) para as seguintes
condições de funcionamento:
a) Temperatura da água 15ºC;
b) Temperatura da água 80ºC.

10. Considere uma bomba centrífuga multicelular (7 andares), a funcionar a 1185 rpm,
com H = 210 m e V = 700 m3/h com água a 85ºC. O reservatório de aspiração está à
pressão atmosférica. Sendo a velocidade do fluido na linha de aspiração de 4,1 m/s
e de 1,354 m a correspondente perda de carga, determine a altura máxima de
colocação da bomba relativamente à superfície livre do reservatório de aspiração.

11. Considere o projeto de uma bomba radial, a partir do qual foram fabricadas
bombas. Suponha que, por defeito de fabrico, alguns dos rotores se afastaram das
características geométricas previstas. Descreva, qualitativamente, quais as
modificações previsíveis no funcionamento das bombas defeituosas, relativamente
às bombas corretas, devido a cada uma das seguintes alterações:
a) Ângulo de saída das pás (’2) maior que o correto (por exemplo 5º), o que
pressupõe pás um pouco diferentes, mantendo-se, no entanto, o ângulo de
entrada (’1);
b) Ângulo de entrada das pás (’1) maior do que o correto (por exemplo 5º), o que
pressupõe pás um pouco diferentes, mantendo-se, no entanto o ângulo de saída
(’2);
c) Pás com maior espessura (por exemplo 6mm em vez de 3 mm) mas com a
mesma linha média;
d) Rotor com maior largura na secção de saída (por exemplo b2 aumentado em 3
mm);
e) Rotor com menor número de pás (por exemplo 6 em vez de 8), mantendo-se,
no entanto, a sua forma.

12. Comente, de forma justificada, a seguinte afirmação, indicando até que ponto é
verdadeira ou falsa: Se no rotor de uma bomba radial aumentarmos o número de
pás (por exemplo de 8 para 12), sem qualquer outra alteração geométrica, para a
mesma velocidade de rotação, a altura de elevação e a potência, nominais,
aumentam.

COMPRESSORES E VENTILADORES RADIAIS:

13. Considere o escoamento de ar (suposto unidimensional) no canal compreendido


entre duas pás vizinhas do rotor de um compressor. As condições do escoamento
numa secção 1 são: T1=295 K, p1=94 kPa, W1=140 m/s, A1=5 cm2 (área da secção
reta perpendicular à velocidade relativa W1) e R1=150 mm (distância da secção 1 ao
eixo de rotação). Para uma velocidade de 1500 rad/s e supondo o escoamento
isentrópico, pretendem-se calcular as condições do escoamento numa secção 2
definida por: A2=6 cm2 e R2=300 mm.
Propriedades físicas do ar (considerado como um gás perfeito): R=287 J/kgK; =1,414.

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14. Considere o canal compreendido entre duas pás vizinhas do rotor de um compressor
de ar, relativamente ao qual se admite que o escoamento se pode considerar
unidimensional. As condições do escoamento numa secção 1 são: T1 = 295 K, p1 =
94 kPa, W1 = 140 m/s, A1 = 5 dm2 (área da secção reta perpendicular à velocidade
relativa W1) e R1 = 150 mm (distância da secção ao eixo de rotação do rotor).
Relativamente a uma secção 2, situada a jusante da secção 1, sabe-se que: A2 = 5
dm2 e R2 = 300 mm.
a) Determine a velocidade angular do rotor de modo a que na secção 2 se obtenha
a pressão p2 = 150 kPa, admitindo que o escoamento é adiabático e se
desprezam os efeitos do atrito;
b) Que alteração introduziria no cálculo da alínea anterior se pretendesse ter em
conta o efeito do atrito? Com este objetivo, apresente uma definição adequada
para um coeficiente de perdas, cujo valor numérico, se fosse dado ou arbitrado,
lhe permitiria efetuar o cálculo da referida velocidade de rotação. Indique a
marcha geral dos cálculos, sem os efetuar.
Nota: Considere o ar como um gás perfeito: R = 287 J/kgK e  = 1,4

15. Pretendem-se determinar as condições do ar à saída do rotor de um compressor


radial cujo rotor é do tipo representado na figura (arestas das pás perpendiculares ao
eixo de rotação). O compressor tem as seguintes características:
D1i = 116 mm D1e = 232 mm D2 = 440 mm
b2 = 19 mm s1 = 2 mm s2 = 4 mm
’1e = 40 º ’2 = 78 º z = 19 pás
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T01=T0A = 288 K p01=p0A = 1 kg/cm N = 15000 rpm
O ângulo ’1e é medido na superfície cilíndrica de diâmetro D1e.

16. Considere um compressor de ar radial onde c1 = 100 m/s. O ângulo de W2 com c2m é
26º 35’. A componente radial da velocidade à saída do rotor é 120 m/s e U2 =500
m/s. Determine:
a) A potência do compressor para m = 2,5 kg/s, m = 0,95 e R1i/R1e = 0,3;
b) D1i para p01 = 101,3 kPa e T01 = 288 K;
c) A relação de pressões (de estagnação) para h = 0,8. Considere que a
velocidade no difusor é desprezável.

17. Considere um compressor de ar, cujo rotor possui 21 pás de saída radial. Sabendo-
se que: p01 = 100 kPa, T01 = 300 K, m = 2,3 kg/s, U2 = 500 m/s e m = 0,96:
a) Determine a potência de acionamento do compressor;

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b) Determine as pressões total e estática à saída, quando a velocidade à saída do


difusor é 100 m/s e h = 0,82;
c) Para GR = 0,5, c1 = 150 m/s, dif = 0,84, determine as pressões total e estática, o
número de Mach e a componente radial da velocidade, relativamente à saída do
rotor;
d) Determine o h do rotor;
e) Determine a relação entre os raios interior e exterior do difusor;
f) Determine a velocidade do compressor para b2 = 6 mm.

18. Considere um compressor de ar radial de 10 andares. Todos os andares têm o


mesmo diâmetro médio e os perfis das pás fixas e móveis são idênticos de andar
para andar (os triângulos de velocidades são iguais para todos os andares). O
rendimento interno é também idêntico para todos os andares. À entrada do 1º andar
as condições de estagnação do ar são: 300 K e 1 bar. À saída do 10º andar as
condições de estagnação são: 570 K e 6 bar:
a) Sabendo que o caudal mássico de ar é 2 kg/s, determine o rendimento global do
compressor e a potência total absorvida;
b) Determine o número mínimo de andares, do mesmo tipo, a acrescentar ao 10º
andar, de modo que a pressão de estagnação à saída do compressor seja, pelo
menos, igual a 8,5 bar.

19. Considere um compressor de ar radial que, funcionando a uma determinada


velocidade N, aspira ar nas condições de estagnação T0A e p0A, com caudal mássico
nominal (’1 = 1). A evolução das condições termodinâmicas do fluido (estáticas e
de estagnação), no interior do compressor, pode ser representada por um conjunto
de pontos (1, 01, 2, 02, B, 0B, etc.) no diagrama [h; s] (notação das folhas).
a) Considere no plano [h; s] uma translação para a direita, do referido conjunto de
pontos, paralelamente ao eixo da entropia, isto é sem variação de h (e de T) e
com um aumento constante de s. Mostre que o novo conjunto de pontos, no
diagrama [h; s], representa o funcionamento do mesmo compressor, em
condições nominais (’1 = 1), à mesma velocidade N, com iguais triângulos
de velocidade, sendo a aspiração feita nas condições de estagnação T’0A = T0A e
p’0A < p0A;
b) Nas condições da alínea a), calcule as relações entre caudais mássicos (m’/m) e
entre as potências ao veio (P’/P), em função da relação entre as pressões de
estagnação (p’0A/p0A);
c) Mostre que se houver uma alteração substancial da temperatura de estagnação
à entrada T0A, acompanhada ou não de variação da pressão p0A, não é
normalmente possível manter inalterados os ângulos (configuração geométrica)
dos triângulos de velocidade (c1, W1, U1 e c2, W2, U2), a não ser que N varie
proporcionalmente com a raiz quadrada de T0A.

20. Considere um compressor de ar radial com 2n andares, todos com o mesmo


diâmetro médio, em que as pás têm idênticos perfis de andar para andar (triângulos
de velocidades iguais para todos os andares). O rendimento pode considerar-se
idêntico para todos os andares. As condições de estagnação à entrada do 1º andar
são p01 e T01 e as que se referem à saída do andar de ordem n são designadas pelo
índice 0,n+1. A relação de pressões global é p02n+1/p01. Indique se a relação de
pressões dos n primeiros andares (p0n+1/p01) é igual, maior ou menor do que:

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𝑝02𝑛+1

𝑝01

21. Considere um compressor de ar radial com 20 andares. Todos os andares têm o


mesmo diâmetro médio e os perfis das pás são idênticos de andar para andar
(triângulos de velocidade iguais para todos os andares). O rendimento interno
(0,75) é também idêntico para todos os andares. À entrada do 1º andar as condições
de estagnação do ar são 300 K e 1 bar. As condições de estagnação à saída do andar
de ordem n designam-se pelo índice 0,n+1. A potência total absorvida pelo
compressor (descontadas as perdas mecânicas) é 2 MW e o caudal mássico é 2 kg/s.
Determine o primeiro andar, de ordem n, à saída do qual a pressão de estagnação
(p0n+1) é tal que:
𝑝0,𝑛+1 𝑝0,21
>
𝑝01 𝑝0,𝑛+1

22. O sistema de condicionamento e pressurização de um avião possui um compressor


radial, cujas características são as indicadas a seguir. O compressor tem como
função transportar ar do exterior para o interior da cabine. No exterior, à altitude de
cruzeiro (30000 ft), as condições do ar são 0,3 bar e 229 K. Na cabine a pressão é
0,9 bar. A tomada de ar exterior está voltada no sentido do deslocamento do avião
(tal como um tubo de medição da pressão total), cuja velocidade corresponde a um
número de Mach de 08.
Características do compressor:D1i = 80 mm, D1e = 160 mm, D1m = 120 mm, ’1m =
50º, D2 = 320 mm, ’2 = 90º, z = 20 pás, s1 = s2 = 2 mm.
a) Para as condições normais de cruzeiro (30000 ft e Ma = 0,8), determine a
velocidade do compressor (suposto de 1 andar) para que funcione em
condições nominais. Arbitre um valor razoável para o rendimento;
b) Nas condições da alínea anterior, determine o valor do caudal mássico de ar e a
temperatura a que o ar seria fornecido à cabine, se não existissem trocas de
calor.

23. Considere um compressor de ar com 8 andares do tipo radial. Todos os andares


possuem rotores com iguais valores de D2, ’2 = 90º e z = 20 pás. A temperatura de
estagnação à entrada do compressor é 300 K e a sua relação de pressões (relação
entre as pressões de estagnação à saída e à entrada do compressor) é igual a 9. O
rendimento do compressor (excluídas as perdas mecânicas) é 0,75 e o caudal
mássico é 2 kg/s. Determine:
a) A potência global absorvida pelo compressor, excluindo as perdas mecânicas;
b) De forma aproximada, a velocidade periférica dos rotores (U2).

24. Considere um compressor de ar radial com vários andares. Devido ao efeito da


compressibilidade a largura (b2) dos rotores dos sucessivos andares vai diminuindo.
Comente a seguinte afirmação, indicando até que ponto é verdadeira ou falsa: A
largura b2 dos rotores, ao longo dos diversos andares, diminui em progressão
geométrica.

25. Comente, de forma justificada, a seguinte afirmação, indicando até que ponto é
verdadeira ou falsa: Num compressor radial a relação de pressões é proporcional
ao quadrado da velocidade de rotação.

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26. Considere um compressor de ar radial com 10 andares, cuja relação nominal de


pressões de estagnação p0II/p0I = 5, onde 0I e 0II são as condições de estagnação à
entrada e à saída do compressor, respetivamente. Admite-se que o rendimento total-
total tt = 0,85 e a energia trocada com o rotor (Er) são iguais em todos os andares.
Pretende-se aumentar a referida relação de pressões de 5 para um valor
compreendido entre 7,5 e 8, aumentando o número de andares do mesmo tipo.
Sendo p0I = 100 kPa e T0I = 300 K, determine o número de andares necessário?

27. Considere um compressor de ar radial. Sabendo-se que: U2 = 366 m/s, c2R = 30,5
m/s,  = 0,9, A2 = 0,1 m2, tt = 0,9, p01 = 101,3 kPa e T01 = 288 K, determine:
a) O número de Mach (Ma2) à saída do rotor;
b) O caudal mássico de ar.

28. A figura representa os rotores de dois ventiladores radiais (1 e 2) e as respetivas


curvas características:
𝑔𝐻 𝑉̇
= 𝑓 ( )
𝑁 2 𝐷2 𝑉𝑛̇

Onde D representa o diâmetro exterior do rotor e Vn o caudal volumétrico nominal.


a) Indique, justificando, qual a correspondência entre os ventiladores 1 e 2 e as
curvas A e B;
b) Indique, justificando, para qual dos dois ventiladores (1 e 2) é maior o valor
nominal do coeficiente adimensional de potência (P/.D5.N3)

29. Suponha que pretende determinar as características nominais (p0B/p0A, caudal


mássico e potência ao veio) de um compressor radial, conhecida a sua geometria e a
velocidade de rotação. Supõem-se que a relação de pressões é suficientemente
baixa (por exemplo da ordem de 1,1) para que se possa admitir como razoável a
hipótese de escoamento incompressível.
Pretende-se saber qual o sinal dos erros cometidos com esta aproximação, em
comparação com os valores obtidos, para as mesmas grandezas em condições
nominais, através do cálculo (mais exato) baseado na hipótese de escoamento
compressível de um gás perfeito.
Consideram-se comuns aos dois tipos de cálculo: as condições de estagnação do
fluido à entrada do compressor e os rendimentos. No cálculo baseado em

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escoamento incompressível, toma-se como valor constante da massa específica o


correspondente às condições de estagnação à entrada do compressor.
Justifique convenientemente as respostas. Estabeleça as hipóteses adicionais que
julgar necessárias, procurando, contudo, que a resposta seja tão geral quanto
possível.

30. Considere um compressor de ar radial com 8 andares, de diâmetro médio D,


seguidos de 6 andares, de diâmetro médio 0,9D. Admite-se que todos os andares
têm igual rendimento e que a potência de cada andar é proporcional ao quadrado do
diâmetro. Sabendo-se que: pressão e temperatura de estagnação à entrada do 1º
andar 100 kPa e 27ºC, pressão de estagnação à saída do 14º andar 900 kPa, potência
total do compressor 1,66 MW e caudal mássico de ar 5 kg/s:
a) Determine o rendimento de cada andar, as temperaturas de estagnação à saída
do 8º e 14º andares e a pressão de estagnação à saída do 8º andar;
b) Qual ou quais os andares com maior e com menor relação de pressões.
Justifique.

31. Considere um compressor de ar radial, com 14 andares, cujas características são:


todos os andares têm igual rendimento, todos os andares absorvem igual potência,
condições de estagnação à entrada do 1º andar 1 bar e 300 K, pressão de estagnação
à saída do 14º andar 10 bar, potência total do compressor 1,92 W, caudal mássico 5
kg/s.
Pretende-se aumentar a pressão de estagnação à saída do compressor para, pelo
menos, 13,3 bar. Para isso considera-se a possibilidade de aumentar o número de
andares, acrescentando, em série, vários andares com potência e rendimento iguais
aos andares iniciais. Determine o número mínimo de andares a acrescentar.

32. Comente as seguintes afirmações, indicando até que ponto são verdadeiras ou falsas
(e em que condições). Justifique devidamente as respostas:
a) Num compressor radial, a relação de pressões de estagnação nominal (p0B/p0A)
é proporcional a N2, para condições de estagnação constantes à entrada (T0A;
p0A);
b) Num compressor radial com vários andares em série, se todos os andares
tiverem igual rendimento e absorverem igual potência, têm igual relação de
pressões;
c) Numa bomba, compressor ou ventilador, radiais, entre quaisquer dois pontos 1
e 2 do escoamento no rotor, verifica-se a seguinte relação:

𝑝1 𝑊12 − 𝑈12 𝑝2 𝑊22 − 𝑈22


+ = +
𝜌1 2 𝜌2 2

33. São conhecidas as seguintes características geométricas do rotor de um compressor


radial, com 1 andar: D1i = 100 mm, D1e = 200 mm, D1m = 150 mm, D2 = 390 mm,
b2 = 17 mm, ’1m = 50º, ’2 = 90º, z = 20 pás. Por uma questão de simplicidade,
pode desprezar-se o efeito devido à espessura das pás do rotor. As condições de
estagnação à entrada do compressor são T0A = 290 K e p0A = 1 bar. Estabelecendo
as hipóteses e arbitrando os valores adicionais (nomeadamente rendimentos e
perdas) que julgar adequados e convenientes:
a) Determine a velocidade de rotação N para que, em condições nominais, o
caudal mássico seja de 3,6 kg/s;

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b) Determine a relação de pressões de estagnação (p0B/p0A) correspondente às


condições da alínea a). Se não conseguiu resolver a alínea a) tome para N um
valor compreendido entre 13000 e 18000 rpm;
c) Determine o valor máximo da velocidade de rotação N para que tanto o número
de Mach relativo (M*=W/c) do escoamento relativo no rotor, como o número
de Mach absoluto (M=c/c) do escoamento no difusor, não excedam a unidade;
d) Se o valor da pressão de estagnação p0A diminuísse em relação ao valor inicial
(1 bar), mantendo-se inalterados os restantes dados, o valor de N, determinado
na alínea anterior, aumentaria, diminuiria ou ficaria inalterado? Justifique.

34. Considere um compressor radial, relativamente ao qual se pretendem comparar as


condições de funcionamento quando é utilizado para comprimir diferentes gases (I,
II,….), com a mesma atomicidade (o mesmo valor de =cp/cv). Admite-se que o
compressor funciona em condições de rendimento máximo (condições nominais),
embora com velocidades de rotação diferentes, e que as temperaturas de estagnação
à entrada do compressor são iguais.
a) Mostre que para se obter a mesma relação de pressões (p0B/p0A), as velocidades
de rotação NI e NII devem ser tais que:

𝑁𝐼 𝑅𝐼
=
𝑁𝐼𝐼 𝑅𝐼𝐼

Onde R=cp(-1)/ representa a constante característica do gás


b) Mostre que, nas condições da alínea anterior, a temperatura, a pressão e o
número de Mach (absoluto e relativo), em qualquer ponto do escoamento, são
independentes do gás utilizado;
c) Determine a relação entre os caudais mássicos (mI/mII) e entre as potências ao
veio (PI/PII) no caso em que os dois gases são o ar (gás I) e o cloro (gás II),
sendo iguais as relações de pressões, tal como nas alíneas anteriores.
São dados: ar: =1,4; RI=287 J/kgK e cloro: =1,4; RII=120 J/kgK

35. Considere um compressor radial (’2 = 90º) que, ensaiado com ar em condições
nominais, a uma velocidade de rotação N1, proporcionou o caudal mássico m1 e a
relação de pressões (p0B/p0A)1. A relação de pressões (nominal) obtida (cerca de 2) é
suficientemente elevada para que o escoamento tenha que se considerar como
compressível.
a) Suponha que repetia o ensaio (com as mesmas condições atmosféricas) à
velocidade de rotação 1,2.N1. Seria de esperar um aumento da relação de
pressões nominal superior ou inferior a 20 %. Justifique;
b) Suponha que repetia o ensaio à velocidade de rotação inicial N1, mas com
diferentes condições atmosféricas. Indique, justificando, quais os efeitos das
variações de pressão e temperatura atmosféricas sobre o caudal mássico, a
relação de pressões e a potência, nominais;
c) Suponha que pretendia utilizar o mesmo compressor para funcionar com cloro.
A pressão e a temperatura do cloro à entrada do compressor são idênticas às
atmosféricas, inicialmente consideradas. Pretende-se obter a mesma relação de
pressões nominal, inicialmente verificada para o ar. Indique se, para esse
efeito, deve aumentar ou diminuir a velocidade de rotação, relativamente ao
valor inicial N1.

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Propriedades físicas: ar: R=287 J/lgK; =1,4 e cloro: R=117 J/kgK; =1,4

TURBINAS AXIAIS:

36. Uma turbina hidráulica, com uma altura de queda de 6 m, fornece uma potência de
1220 hp a 250 rpm. Admitindo um rendimento de 90 %:
a) Indique qual o tipo de turbina;
b) Determine o valor do caudal;
c) Faça uma estimativa do diâmetro do rotor.

37. Considere uma turbina de gás de 1 andar, relativamente à qual, em condições


nominais, tem-se c1t = c3t = 0. À saída das pás fixas 2 = 20º. À entrada do andar
tem-se T01 = 850 ºC e p01 = 311 kPa. À saída do andar a pressão estática é p3 = 100
kPa. A velocidade média das pás é U = 500 m/s e o rendimento total-estático é ts =
0,87. Admitindo que a componente axial da velocidade de escoamento é constante
ao longo do andar (c1a = c2a = c3a = ca):
a) Determine: Er, Ma2 (número de Mach referido ao ponto de saída do rotor), ca,
tt e o grau de reação do andar (GR). Para o gás admita cp = 1148J/kg e  =
1,33;
b) Verifique o valor dado de ts = 0,87 utilizando o método da correlação de
Soderberg. Admita H/b = 5, Smax/c = 0,2 e Re = 105.

38. Pretende-se projetar um andar de uma turbina de gás axial, com distribuição da
componente tangencial da velocidade tipo vórtice livre, com c1t = c3t = 0 e c2t = k/r.
À entrada do andar tem-se T01 = 1000 K e um caudal mássico de 32 kg/s. Os raios
interior e exterior são Ri = 0,56 m e Re = 0,76 m. A velocidade é 8000 rpm. Para r =
Re o grau de reação é 0,5. A componente axial da velocidade é constante ao longo
do andar (183 m/s). Determine:
a) O valor máximo de c2(r) e o valor máximo do número de Mach absoluto no
andar;
b) O grau de reação para r = Ri;
c) A potência do andar;
d) As temperaturas T03 e T3 à saída do andar.

39. Considere uma turbina de vapor, com um andar axial, de ação simples.
São conhecidas as seguintes características geométricas: diâmetro médio D = 1 m,
número de pás do rotor z = 120, ângulo das pás fixas (tubeiras) à saída ’2 = 20º,
ângulo de saída das pás do rotor ’3 = 30º.
São também conhecidos os seguintes dados referentes a condições de
funcionamento nominal: valores de estagnação à entrada do andar 350ºC e 15 bar,
pressão estática à saída do andar 12 bar, velocidade de rotação 4500 rpm, caudal
mássico de vapor 15 kg/s, rendimento das tubeiras (pás fixas) 0,9, coeficiente de
perda nas pás do rotor k = W3/W2 = 0,88, admissão parcial ao longo de um arco de
60º (1/6 de circunferência)
a) Determine a velocidade de escoamento do vapor à saída das pás fixas
(tubeiras);
b) Determine a potência do andar;
c) Determine a altura das pás móveis à entrada e à saída (b2 e b3);
d) Determine o rendimento total-estático (ts) do andar;

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e) Determine as componentes axial e tangencial da força exercida pelo vapor


sobre cada pá do rotor;
f) Considere o mesmo andar, mantendo-se inalterados todos os dados acima
indicados, exepto a pressão estática de saída e o caudal mássico. Suponha que a
pressão estática de saída sofre um pequeno aumento (em relação ao valor de 15
bar), efetue um estudo qualitativo das alterações que prevê nas condições de
funcionamento da turbina.

Nota: Para a resolução deste problema utilize o diagrama de Mollier do vapor de água
e/ou tabelas de vapor de água. Alternativamente, é aceitável considerar o vapor
de água como um gás perfeito com cp = 2200 J/kgK e  = 1,29.
É admissível considerar, em primeira aproximação, que, à saída das pás fixas ou
móveis, a velocidade absoluta ou relativa (conforme o caso) tem um ângulo
igual ao das pás (2 = ’2 e 3 = ’3).

40. Pretende-se efetuar o anteprojeto de um andar de uma turbina de gás axial com as
seguintes características: condições de estagnação à entrada do andar 1000 K e 7
bar, diâmetro médio do andar 500 mm, velocidade de rotação 9500 rpm, caudal
mássico de gás 15 kg/s, grau de reação 0,4, andar normal com c1 = c3 e 1 = 3 =
90º, componente axial da velocidade absoluta constante ao longo do andar (ca =
0,4.U), corda das pás medida na direção axial b = 20 mm. Determine:
a) A potência absorvida pelo andar (desprezando as perdas mecânicas);
b) O rendimento total-total;
c) A pressão estática, aproximada, à saída do andar;
d) O número de pás do rotor e do estator.

Nota: Se calcular as perdas a partir da correlação de Soderberg, pode tomar


aproximadamente Re = 105 e smax/c = 0,2. Propriedades físicas do gás: R = 287
J/kgK,  = 1,33. Estabeleça as hipóteses adicionais que julgar necessárias e
adequadas.

41. Considere uma pequena turbina de vapor axial, com 1 andar de ação simples. São
dados: velocidade 20000 rpm, diâmetro médio do rotor 0,25 m, c2 = 900 m/s, 2 =
20º, caudal mássico 1,8 kg/s e as perdas por atrito no rotor são dadas por Epr =
W22/6. Admitindo que as pás são equiangulares (2 = 3), determine:
a) Os triângulos de velocidade;
b) A energia posta em jogo (Er);
c) A potência (P);
d) O rendimento do rotor (rotor);
e) Os somatórios das forças tangenciais e axiais sobre as pás do rotor.

Nota: Neste caso: c2t  2.U

42. Considere a disposição frequente em turbinas de vapor axiais, em que o início da


expansão se efetua num andar de ação, composto por 2 andares de velocidade tipo
Curtis, seguido de vários andares de reação.
Sabendo que o primeiro andar (de ação com 2 andares de velocidade) tem diâmetro
D e os restantes 0,8.D e grau de reação 0,5, determine, aproximadamente, qual a
relação de potência entre eles. Admita que as perdas por atrito são desprezáveis.

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43. Pretende-se comparar um andar de ação simples com um andar tipo Curtis (2
coroas de pás no rotor). Considere para ambos os casos U = 180 m/s, 2 = 20º, grau
de reação 0,86, rendimento das tubeiras 0,9 e pás equiangulares.
Por simplicidade admite-se que são iguais as relações:
Andar simples: W3/W2 = k. Andar Curtis: W3/W2 = c4/c3 = W5/W4 = k
Em ambos os casos escolha a relação U/c2t que otimiza a relação Er/(c22/2).
Determine para cada um dos andares os valores c2, Er e ts.
Nota: Para o andar Curtis, com k = constante para as 3 coroas de pás e pás
equiangulares, é possível obter: Er = U(A.c2t-B.U), em que A = 1+k+k2+k3e B =
2+3.k+2.k2+k3. O rendimento do rotor é então dado por:

𝐸𝑟 2𝑈 𝑈
𝜂𝑟 = 1 = (𝐴 cos 𝛼2 − 𝐵 )
𝑐2 𝑐2 𝑐2
2 2

𝑈 𝐴 𝐴2 cos 𝛼22
𝑆𝑒𝑟á 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎: = ⇒ 𝜂𝑟𝑚𝑎𝑥 =
𝑐2𝑡 2 𝐵 𝐵 2
𝑈 1
𝑃𝑎𝑟𝑎: 𝑘=1 ⇒ 𝐴 = 4; 𝐵 = 8 ⇒ ( ) =
𝑐2𝑡 𝑜𝑝 4

44. Considere uma turbina de gás axial com vários andares. Relativamente a um dos
andares sabe-se que: diâmetro médio (constante para todo o andar) 300 mm, altura
das pás à entrada das pás fixas 40 mm, velocidade do rotor 11460 rpm, condições
de estagnação à entrada das pás fixas 1000 K e 400 kPa, grau de reação 0,471,
velocidade absoluta do escoamento sem componente tangencial à entrada e à saída
do andar (c1t = c3t = 0), componente axial da velocidade do escoamento constante
ao longo do andar, ângulo da velocidade absoluta c2 à saída das pás fixas (em
relação à direção circunferencial) 2 = 25º, rendimento das pás fixas e das pás
móveis (ambas consideradas como tubeiras) 0,88. Relativamente ao andar,
determine:
a) A potência;
b) Os valores da pressão e da temperatura à saída;
c) O valor do rendimento total-total.
Nota: Considere o fluido como um gás perfeito, com as seguintes propriedades físicas:
cp = 1148 J/kgK;  = 1,333.

45. Pretende-se efetuar o anteprojeto de uma turbina, que funciona entre um


reservatório de ar comprimido e a atmosfera. A turbina deve ser axial, com 1 andar
de ação simples. As condições do ar no reservatório são 150 kPa e 27 ºC.
Efetue o dimensionamento geral da turbina para um caudal mássico de 10 kg/s,
indicando as dimensões e forma (ângulos) das pás fixas (tubeiras) e móveis,
velocidades do escoamento, diâmetro médio do rotor, velocidade de rotação,
rendimentos, potência produzida, etc.

Nota: Mais importante do que o realismo dos valores arbitrados, é o modo racional
como são conduzidos os cálculos e como é planificado o problema. Estabeleça
as hipóteses mais convenientes e especifique claramente quais os valores que
foram arbitrados e quais os que foram calculados.

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46. Considere uma turbina axial de vapor ou de gás, do tipo ação, com apenas 1 andar
de velocidade. As condições de estagnação à entrada do andar são T01 e p01. A
pressão estática à saída do andar é p3 = p2. A velocidade de rotação é N e o caudal é
m.
Suponha que a temperatura de estagnação varia à entrada da turbina passando de
T01 para T’01 e que as pressões p01 e p3 se mantêm, mantendo-se igualmente a
geometria da turbina.
a) Mostre que para os triângulos de velocidade manterem a sua forma, é
necessário que a velocidade de rotação passe de N para:


𝑇01
𝑁 ′ = 𝑁√
𝑇01

b) Mostre que, nas condições acima referidas incluindo as da alínea a), o caudal
mássico passa de m para:
𝑇01
𝑚̇′ = 𝑚̇√ ′
𝑇01

c) Mostre que a potência da turbina passa de P para:


𝑇01
𝑃′ = 𝑃√
𝑇01

Nota: Considere o fluido como um gás perfeito. Por uma questão de simplicidade, é
aceitável desprezar os efeitos do atrito nas pás fixas e móveis. Justifique
adequadamente as respostas.

47. Considere um andar de uma turbina de gás axial. Admite-se que, à entrada e à saída
do andar, a componente tangencial da velocidade absoluta (ct) é nula e ainda que,
entre a saída do estator e a entrada do rotor ct(r) tem distribuição do tipo vórtice
livre. Outras características do andar: condições de estagnação à entrada 1000 K e 5
bar, diâmetros exterior e interior à entrada 0,8 e 0,6 m, respetivamente, número de
pás do estator e do rotor cerca de 60 (em cada), potência nominal do andar 3,1 MW
(ignorando as perdas mecânicas), caudal mássico nominal 41,5 kg/s, velocidade
7500 rpm.
a) Determine o grau de reação do andar junto à parede interior e junto à parede
exterior;
b) Determine, pelo menos aproximadamente, os valores da temperatura e da
pressão (estática) à saída do andar;

Nota: Propriedades físicas do gás: R = 287 J/kgK;  = 1,333


Introduza as hipóteses adicionais que julgar necessárias e adequadas.
Justifique sumariamente os passos do cálculo.

48. Considere o andar de uma turbina de gás axial. Admite-se que, à entrada e à saída
do andar, a componente tangencial da velocidade absoluta (ct) é nula e ainda que ,
entre a saída do estator e a entrada do rotor ct(r) tem distribuição do tipo vórtice

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livre. Outras características do andar: condições de estagnação à entrada 1000 K e 5


bar, diâmetros exterior e interior à entrada 0,8 e 0,6 m, respetivamente, grau de
reação para o raio médio (0,35 m) GR = 0,5, número de pás do estator e do rotor
cerca de 50 (em cada). Pretende-se que o andar produza uma potência de 2,9 MW
com um caudal mássico de 40 kg/s. Determine:
a) A velocidade de rotação;
b) O grau de reação referido ao raios interior (0,3 m) e exterior (0,4 m);
c) O rendimento total-total do andar, de forma aproximada.

Nota: Propriedades físicas do gás: R =287 J/kgK;  =1,333. Introduza as hipóteses


adicionais que julgar necessárias e adequadas. Justifique sumariamente os passos
do cálculo.

COMPRESSORES E VENTILADORES E BOMBAS AXIAIS:

49. Considere o andar intermédio de um compressor de ar axial, com as seguintes


características: velocidade 18000 rpm; diâmetro à entrada das pás móveis: D1i=200
mm, D1e = 280 mm e D1m = 240 mm; o diâmetro médio mantém-se constante ao
longo do andar D1m = D2m = D3m; condições de estagnação à entrada do andar 300
K e 1,3 bar; a velocidade absoluta à entrada é igual à velocidade absoluta à saída do
andar (c1t = c3t e c1a = c3a sendo de notar que as componentes tangenciais c1t e c3t
não são necessariamente nulas); a componente axial da velocidade de escoamento
mantém-se constante ao longo do andar (c1a = c2a = c3a = ca); ca/U = 0,5 referente
ao diâmetro médio Dm; ângulo de deflexão do escoamento relativo nas pás móveis
referente ao diâmetro médio Dm  = 15º; grau de reação relativo ao diâmetro
médio GR = 0,5; rendimento interno do andar 0,85, admitindo-se que as perdas
estão igualmente repartidas pelo rotor e pelo estator. Determine:
a) A energia (Er) fornecida pelo rotor ao fluido no andar;
b) A relação de pressões de estagnação (p03/p01) no andar;
c) A queda (perda) de pressão de estagnação relativa no rotor (p01r-p02r) e a perda
(queda) de pressão de estagnação absoluta no estator (p02-p03);
d) A potência absorvida pelo andar.

50. Pretende-se efetuar o anteprojeto de um compressor axial para fornecer um caudal


de 45 kg/s de ar à pressão de estagnação de 500 kPa. À entrada do 1º andar as
condições de estagnação são 100 kPa e 296 K, sendo os diâmetros interior e
exterior de 0,436 m e 0,728 m, respetivamente. Para o raio médio, suposto
constante para todos os andares, o grau de reação é 0,5 e 2 = 61,2º. A velocidade
de rotação é 9000 rpm. Admitindo que o rendimento de cada andar (rendimento
politrópico) é 0,89 e que a componente axial da velocidade, no raio médio, é
constante ao longo de todos os andares e igual a 1,05 vezes o valor médio da
componente axial da velocidade, determine o número de andares necessários.

51. Um ventilador A funcionando a 1750 rpm, fornece, em condições nominais, um


caudal de 0,45 m3/s com uma altura de elevação de 150 mm de coluna de água.
Pretende-se um outro ventilador B, geometricamente semelhante ao primeiro, que
forneça uma altura de elevação de 200 mm de coluna de água, em condições
nominais, à velocidade de 1440 rpm. Determine o caudal fornecido pelo ventilador
B e a relação de diâmetros DA/DB.

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52. Considere um ventilador axial constituído por 2 coroas de pás contra-rotativas, com
velocidades de rotação Na (1ª coroa) e Nb (2ª coroa). As duas coroas de pás são
perfeitamente idênticas, com a diferença das pás estarem voltadas em sentidos
contrários. Não existem quaisquer pás fixas. Pretende-se que para um determinado
caudal sejam idênticos os ângulos das velocidades relativas (1a = 1b) à entrada
dos dois rotores.
a) Esboce os triângulos de velocidade à entrada e à saída de cada um dos dois
rotores. Em particular indique se Na = Nb, Na > Nb ou Na < Nb. À saída do 2º
rotor ter-se-á c2tb = 0, c2tb > 0 ou c2tb < 0;
b) Determine qual dos dois rotores absorve maior potência;
c) Determine em qual dos rotores o aumento de pressão é maior.

53. Considere um ventilador axial com as seguintes características: De = 1 m, DI = 0,9


m, N = 6000 rpm e  = 1,5 kg/m3=constante. Para r = De/2 tem-se: 1 = 60º, 1 =
30º, 2 = 30º e 2 = 60º. Considerando a hipótese de equilíbrio radial e admitindo
que o escoamento nas pás fixas é do tipo vórtice livre (k1 = r.c1t e k2 = r.c2t), que a
entalpia de estagnação e a entropia não variam radialmente, ou seja:

𝑑ℎ0 𝑑𝑠
= =0
𝑑𝑟 𝑑𝑟
Determine:
a) A componente axial da velocidade absoluta (ca);
b) O caudal mássico;
c) A potência;
d) Os ângulos 1, 2, 1 e 2, para r = Di/2;
e) O grau de reação, para r = Di/2.

54. Considere um ventilador axial constituído por 2 coroas de pás móveis, contra-
rotativas, girando em sentidos contrários com velocidades angulares iguais, em
valor absoluto. O escoamento do ar entra axialmente na 1ª coroa de pás móveis (ct
= 0) e atravessa as 2 coroas de pás móveis, sem que existam quaisquer pás fixas no
percurso. Pretende-se que, em condições nominais, o escoamento saia da 2ª coroa
de pás móveis também axialmente (ct = 0). Para estas condições nominais:
a) Esboce os triângulos de velocidade à entrada e à saída dos 2 rotores, bem como
a forma e a inclinação das pás;
b) Determine qual dos 2 rotores absorve maior potência;
c) Determine em qual dos 2 rotores o aumento de pressão é maior.

Nota: É admissível considerar que as condições do escoamento referidas ao diâmetro


médio são representativas do comportamento médio do escoamento global.

55. Considere um ventilador axial com pás de pré-guiamento e sem difusor de pás, que
possui as seguintes características geométricas: 8 pás, diâmetro interior 400 mm e
diâmetro exterior 600 mm. Para o diâmetro médio (500 mm, considerado como
representativo das condições médias do escoamento) as pás de pré-guiamento
deflectem o escoamento de 25º (em relação à direção axial). As características
aerodinâmicas do perfil das pás do rotor são: corda 100 mm, CLo = 5,8.sen(+5º)
(perfil isolado e  representa o ângulo de ataque), CD/CL = 0,03 (para a gama de

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ângulos de ataque que interessa considerar) e o ângulo entre a corda do perfil e a


direção tangencial é de 30º.
a) Admitindo que para D = Dm ca=31,2 m/s se mantém constante ao longo das 2
coroas de pás, determine a velocidade de rotação de modo a que, à saída do
rotor, para D = Dm se tenha c2t = 0 (escoamento sem componente tangencial);
b) Determine o aumento de pressão estática entre a entrada das pás de pré-
guiamento e a saída das pás do rotor;
c) Será de esperar que junto ao cubo (Di) o coeficiente de sustentação (CL) das
pás do rotor seja maior ou menor do que junto ao invólucro exterior (De)?
Admita que a corda (c) varia pouco com D. Justifique.

56. Pretende-se efetuar o anteprojeto de um ventilador axial, sem pás de pré-guiamento


nem pás de difusor, cujas características gerais são: De = 600 mm, DI = 300 mm, 8
pás no rotor, pás com corda constante c = 100 mm e perfil constante (perfil isolado
CLo = 5,8.sen(+5º), sendo  o ângulo de ataque). Para a gama de ângulos de
ataque e de números de Reynolds que interessa considerar, pode-se tomar CD/CL =
0,03. As condições nominais pretendidas são N =2900 rpm e caudal 10 m3/s.
Pretende-se que a energia (Er) seja independente da coordenada radial r e que, na
secção mais sobrecarregada (onde CL é máximo) CL = 1. Determine:
a) O perfil da componente axial da velocidade de escoamento, ou seja ca(r) no
plano médio do rotor;
b) O valor de r correspondente à secção mais sobrecarregada;
c) A potência absorvida pelo ventilador, desprezando as perdas mecânicas;
d) O rendimento do ventilador, indicando como o define, tendo em atenção que
c2t e p2 são função da coordenada radial (r);
e) A componente axial da força exercida pelo fluido sobre o rotor.

57. Considere uma bomba axial, cujo rotor tem as seguintes características: diâmetro
interior Di = 340 mm, diâmetro exterior De = 800 mm, diâmetro médio D = 570
mm, número de pás do rotor 3, velocidade de rotação 600 rpm, componente axial
da velocidade de escoamento à entrada 5,34 m/s (componente tangencial nula).
Para uma superfície cilíndrica de diâmetro D: corda da secção de uma pá 360 mm;
coeficiente de sustentação da pá CL = 5,75(+0,0803), para  em rad ou CL =
0,1003(+4,6), para  em graus; ângulo da corda com a direção tangencial 18,5º;
relação entre os coeficientes de resistência e de sustentação CD/CL = 0,02 (para a
gama de ângulos de ataque que interessa considerar). Determine:
a) A deflexão (ângulo) introduzida no escoamento pelas pás do rotor;
b) A componente tangencial da força exercida sobre cada pá, por unidade de
comprimento da pá;
c) A diferença de pressões entre a entrada e a saída do rotor.

Nota: Os valores dados referem-se ao diâmetro médio D. O ângulo  representa o


ângulo entre a direção do escoamento no infinito e a direção da corda do perfil.

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