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3.

Equação Fundamental das


Máquinas de Fluxo
Prof. Me. Diego Rosa
Objetivo

▪ Desenvolver a equação básica para máquinas de fluxo.


3.1 Triângulo de
velocidades
Definição

▪ Forma geométrica de expressar a equação vetorial que


relaciona o movimento relativo com o movimento absoluto das
partículas fluidas que percorrem o rotor de uma máquina de
fluxo e ferramenta indispensável para o estudo simplificado do
complexo escoamento através deste tipo de máquina.
Sistema de referência

▪ A escolha conveniente do sistema de referência é de grande


importância para o estabelecimento de equações em mecânica
dos fluidos.
Sistema de referência
Sistema de referência
Sistema de referência

▪ Como nas máquinas de fluxo em geral (exceto nas hélices de


embarcações e aeronaves), 𝑐Ԧ𝑜 = 0, chega-se à equação que
rege a construção do triângulo de velocidades:
Triângulo de velocidades
▪ Situação de chuva torrencial:
▪ 𝒄 velocidade das partículas de
chuva com relação a um
observador fixo (sistema
absoluto);
▪𝒖 velocidade de
deslocamento de um
automóvel onde se encontra
o observador em movimento
(sistema relativo);
▪𝒘 partículas de chuva
incidirão sobre o automóvel
com uma velocidade de
módulo e direção(velocidade
relativa).
Triângulo de velocidades

▪ Em um ponto qualquer do rotor, denomina-se:


Triângulo de velocidades

▪ β4: ângulo de inclinação das pás na entrada do rotor do ventilador.


▪ β5: ângulo de inclinação das pás na saída do rotor do ventilador.
▪ θ: ângulo central correspondente ao arco EE‘.
Triângulo de velocidades
Triângulo de velocidades

▪ 𝑐Ԧ velocidade absoluta
▪ 𝑐Ԧ𝑢 velocidade tangencial
▪ 𝑐Ԧ𝑚 velocidade meridiana
Triângulo de velocidades

▪ 𝑐Ԧ𝑚 está vinculada à vazão da máquina, por meio da equação da


continuidade:

▪ Lembrete: a componente meridiana da velocidade absoluta


deve ser sempre perpendicular à área.
Triângulo de velocidades
▪ Máquinas radiais
▪ a componente meridiana possui a direção radial, enquanto a área de
passagem, desprezando a espessura das pás, corresponde à superfície lateral
de um cilindro.
Triângulo de velocidades

▪ Máquinas axiais
▪ 𝑐Ԧ𝑚 - direção do eixo do rotor
▪ A – Superfície de uma coroa circular
Triângulo de velocidades

▪ Máquinas axiais
▪ 𝑐Ԧ𝑚 - direção intermediária
▪ A – Superfície de tronco de cone
3.2 Equação fundamental
para número infinito de
pás
Considerações iniciais

▪ Rotor possui um número infinito de pás


▪ Escoamento mantém-se em regime permanente; e
▪ As transformações acontecem sem perdas energéticas.
▪ Supõe-se uma máquina ideal:
▪ Escoamento é unidimensional, Congruente com as pás, Sem atrito,
e Com fluxo de massa constante.
Considerações iniciais

▪ Será considerado
tambem uma
MFG radial
Energia de pressão estática que o fluido
recebe ao passar pelo rotor
▪ A energia que o fluido recebe ao interagir com as pás do rotor
pode ser traduzida num aumento da sua:
▪ energia de pressão,
▪ energia de velocidade, ou
▪ energia de posição (potencial).
▪ A transformação pode acontecer:
▪ sob todas as formas de energia citadas, ou
▪ apenas sob uma delas,
▪ Obs.: a variação da energia potencial pode ser desprezada.
Energia de pressão estática que o fluido
recebe ao passar pelo rotor

aumento de
pressão deve-se à
decorrente da transformação
ação da força de energia de
centrífuga velocidade em
sobre as energia de
partículas pressão
fluidas
Energia específica de pressão dinâmica

em razão da diferença
das velocidades
absolutas entre a saída
e a entrada do rotor
1ª forma da equação fundamental para as
máquinas de fluxo geradoras
▪ A energia total entregue ao fluido ao passar pelo rotor da
máquina de fluxo corresponderá:
1ª forma da equação fundamental para as
máquinas de fluxo motoras
▪ Seguindo raciocínio análogo, a energia que o fluido fornece às
pás do rotor será
Equação fundamental para as MFG- equação
de Euler
▪ Considerando os triângulos de
velocidade na entrada e na saída do
rotor e as relações trigonométricas:
Equação fundamental para as máquinas de
fluxo geradoras – desenvolvimento vetorial
▪ Escrevendo a
equação do momento
da quantidade de
movimento
Equação fundamental para as máquinas de
fluxo geradoras – desenvolvimento vetorial
▪ As tensões tangenciais são ignoradas nos limites da superfície de controle (fluido ideal) e
as pressões que atuam sobre a mesma não contribuem para a produção de um momento

▪ Para regime permanente:


Equação fundamental para as máquinas de
fluxo geradoras – desenvolvimento vetorial
▪ Aplicando a equação (3.22) à superfície que
delimita o VC considerado, tem-se:
Equação fundamental para as máquinas de
fluxo geradoras – desenvolvimento vetorial
Equação fundamental para as máquinas de
fluxo geradoras – desenvolvimento vetorial
▪ Pela equação 1.24
Equação fundamental para as máquinas de
fluxo motoras – desenvolvimento vetorial
▪ Aplicando raciocínio análogo ao escoamento de um fluido
através de uma turbina
Equação simplificada – MF motoras

▪ Normalmente procura-se evitar a componente de giro na saída


do rotor para reduzir as perdas por atrito no tubo de sucção da
turbina. Isto é obtido quando 𝒄𝒖𝟓 = 𝟎 a um ângulo 𝜶𝟓 = 𝟗𝟎°,
logo
Equação simplificada – MF geradoras

▪ Para as MFGdesprovidas de pás diretrizes antes do rotor, como


as bombas e os ventiladores centrífugos, normalmente o fluido
chega ao bordo de ataque das pás do rotor com um ângulo
𝜶𝟒 = 𝟗𝟎° , fazendo com que 𝒄𝒖𝟒 = 𝟎 e levando à
3.3 Fator de deficiência de
potência
Para MF Motora real
▪ Numa máquina de fluxo motora real, com um número finito de pás, a
corrente fluida segue o contorno das pás sem desprendimentos notáveis e
a aplicação da teoria unidimensional conduz a resultados que concordam
com os experimentais.
▪ Logo,
Para MF Geradora real

▪ A energia que um rotor real, com número finito de pás, entrega


ao fluido é menor que a esperada a partir da consideração de
um rotor ideal, com número infinito de pás, fazendo-se
necessário a utilização de um fator de correção que leve em
conta tal diferença.
▪ Este fator, adimensional, denominado de fator de deficiência
de potência - μ.
Para MF Geradora real

▪ Sempre 𝜇 ≤ 1,0 e ↑ com o Nº de pás.


Observações

▪ 1.
▪ O fator de deficiência de potência não é um rendimento, uma vez que não
leva em consideração perdas energéticas, mas a impossibilidade de se atingir
uma situação idealizada. Ou seja,

▪ 2.
▪ Uma máquina de fluxo geradora real entregará menos energia ao fluido do
que uma com número infinito de pás no rotor, com as mesmas dimensões e
mesma velocidade de rotação.
3.4 Grau de reação teórico
Grau de reação

▪ Relação entre a variação da energia de pressão estática e a


variação total de energia no rotor que estão intimamente
ligados com os parâmetros de construção da MF, dentre eles a
forma das pás, o grau de admissão (parcial ou total) e muitos
outros.
Grau de reação teórico

▪ Quando o escoamento através do rotor é considerado ideal,


isto é, sem perdas, temos
Grau de reação teórico

▪ Podemos usar o grau de reação para classificar as máquinas de


fluxo em:
▪ máquinas de ação: ρt = 0
▪ máquinas de reação: ρt ≠ 0
Grau de reação teórico
▪ Nas máquinas de fluxo que trabalham com fluido
compressível, turbinas a vapor ou a gás, tem-se:

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