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Faculdade de Engenharia
Trabalho Laboratorial N0 03
Discentes: Docente:
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1. Introdução
O presente relatório tem como tema, máquina assíncrona trifásica do rotor bobinado, onde foram
realizados os ensaios em vazio, com rotor bloqueado e com carga, visa apresentar resultados
obtidos durante a realização destes ensaios no dia 19 de Outubro de 2023 no Laboratório de
Máquinas Eléctricas da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane. Serão
apresentados inicialmente conceitos teóricos sobre o motor de indução, obtenção das
características de funcionamento e parâmetros do seu circuito equivalente e usados para
determinar analiticamente os valores aproximados dos parâmetros constituintes da Máquina
assíncrona.
1.1 Objectivos
1.2 Geral
1.3 Específicos
1.4 Metodologia
Para a realização do presente relatório foi feita a consulta de diversas literaturas didácticas
relacionadas com o tema em causa onde tais fontes são citadas no trabalho, e como fonte
primordial para a elaboração do mesmo, as experiências feitas no laboratório que contem
resultados no anexo na folha de dados.
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2. Introdução teórica
Máquinas de Indução
A máquina assíncrona é uma das máquinas eléctricas de uso mais vulgarizado, o que se justifica
pela sua robustez, baixo custo em relação a outras máquinas eléctricas rotativas e facilidade de
manobra mesmo em sistemas de accionamento com velocidade variável. Mais de 80% dos
motores eléctricos industriais são assíncronos, operando com frequência de alimentação
constante ou variável através dos dispositivos capacitados (variadores de velocidade) caso
necessário. A máquina assíncrona é constituída por duas partes principais: uma fixa, estator e a
outra móvel, o rotor, separado por entreferro. (ZMabote,2021)
A máquina assíncrona como gerador apresenta grandes desvantagens por isso é raramente
usada nestas condições. A posição de trabalho da máquina de indução pode ser com eixo
vertical ou horizontal de acordo com a norma DIN 42950. (ZMabote,2021)
As tensões de trabalho variam de 127, 220, 380 e 500V. Quando as potências são mais
elevadas é conveniente fabricar maquinas com tensões mais elevadas, por exemplo, 3 a 6 kV,
com potências na ordem de 200 a 20000 kW. (ZMabote,2021)
Princípio de Funcionamento
Conforme já foi visto anteriormente em outras disciplinas, sempre que houver uma variação do
fluxo sobre uma espira (ou um conjunto de espiras formando uma bobina) surge nesta uma
tensão induzida, a qual é proporcional à taxa de variação do fluxo. Numa máquina de indução o
fluxo tem uma distribuição espacial aproximadamente senoidal e é criado inicialmente pelo
enrolamento do estator. Sobre o enrolamento do rotor existe assim um fluxo alternado
produzindo nestas tensões induzidas, as quais por sua vez produzirão correntes induzidas
sempre que o enrolamento do rotor se encontrar fechado. O campo magnético criado pelas
correntes do rotor cria, por sua vez, um outro campo magnético também sinusoidalmente
distribuído que é atraído pelo campo do estator, à semelhança do que ocorre com os polos de
dois imãs. A força de atracção se traduz num torque que atua sobre o eixo do rotor, fazendo-o
girar. Quando o rotor estiver acoplado a uma carga mecânica o torque e a velocidade
transmitirão uma potência mecânica para a carga. (Pereira, S/D)
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A máquina de indução torna-se um gerador de indução assíncrono quando o rotor é
movimentado por uma máquina primária numa velocidade que excede á velocidade síncrona.
(kosow,1982)
A máquina assíncrona é formada de duas partes principais: uma fixa, estator e a outra móvel, o
rotor.
O estator é formado por chapas de aço de alta qualidade. A superfície interna tem ranhura para
acomodar um enrolamento trifásico. O enrolamento trifásico é representado por três bobinas,
cujos eixos estão defasados de 120 graus eléctricos. O rotor também formado de chapas de
material ferromagnético com ranhuras. (Vincent Del Toro,1994)
Esse rotor consiste em uma série de barras condutoras que estão encaixadas dentro de
ranhuras na superfície do rotor e postas em curto-circuito em ambas as extremidades por
grandes anéis de curto-circuito. Essa forma construtiva é conhecida como rotor de gaiola de
esquilo porque, se os condutores fossem examinados isoladamente, seriam semelhantes
àquelas rodas nas quais os esquilos ou os hamsters correm fazendo exercício. (champan,2013)
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Motor com rotor bobinado
Um rotor bobinado tem um conjunto completo de enrolamentos trifásicos que são similares aos
enrolamentos do estator. As três fases dos enrolamentos do rotor são usualmente ligadas em Y
e suas três terminações são conectadas aos anéis deslizantes no eixo do rotor. Os enrolamentos
do rotor são colocados em curto-circuito por meio de escovas que se apoiam nos anéis
deslizantes. Portanto, nos motores de indução de rotor bobinado, as correntes no rotor podem
ser acessadas por meio de escovas, nas quais as correntes podem ser examinadas e
resistências extras podem ser inseridas no circuito do rotor. É possível tirar proveito desses
atributos para modificar a característica de conjugado versus velocidade do motor.
(Champan,2013)
Escorregamento
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O escorregamento é definido como sendo:
A nm =0 rpm, a frequência do rotor f r=fe, e o escorregamento, s=1. A nm=ns , a frequência do rotor, f r=0
Hz, e s=0. Para qualquer velocidade, a frequência do rotor é directamente proporcional a diferença entre
a velocidade do campo magnético e a velocidade do rotor. (ZMabote,2021)
O circuito equivalente
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Figure 5:Circuito aproximado
Funcionamento em vazio
O ensaio a vazio (ou sem carga) de um motor de indução mede as perdas rotacionais do motor e
fornece informação sobre sua corrente de magnetização. O circuito de teste para esse ensaio
está mostrado na Figura 10. Wattímetros, um voltímetro e três amperímetros são conectados a
um motor de indução, que é deixado livre para girar. As perdas por atrito e ventilação são a única
carga do motor. Desse modo, toda a Pconv desse motor é consumida por perdas mecânicas e o
escorregamento do motor é muito pequeno (possivelmente tão baixo quanto 0,001 ou menos).
Com seu escorregamento muito pequeno, a resistência correspondente à potência convertida,
R2(1-S) /S, é muitíssimo maior do que a resistência R2 correspondente às perdas no cobre do
rotor e muito maior do que a reatância X2 do rotor. Nesse caso, o circuito equivalente reduz-se
aproximadamente ao último circuito, no qual o resistor de saída está em paralelo com a reatância
de magnetização XM e as perdas no núcleo RC. Nesse motor em condições a vazio, a potência
de entrada medida pelos instrumentos deve ser igual às perdas do motor. As perdas no cobre do
rotor são desprezíveis porque a corrente I 2 é extremamente pequena [devido à elevada
resistência de carga R2(1- S)/S].(Champan,2013)
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Figure 6:esquema do ensaio a vazio de um motor de indução. (Champan,2013)
O terceiro teste que pode ser realizado em um motor de indução para determinar seus
parâmetros de circuito é denominado ensaio de rotor bloqueado ou algumas vezes ensaio de
rotor travado. Esse ensaio corresponde ao ensaio de curto-circuito de um transformador. Nesse
ensaio, o rotor é bloqueado ou travado de modo que não possa se mover, uma tensão é aplicada
ao motor e a tensão, corrente e potência resultantes são medidas. Para executar esse ensaio,
uma tensão CA é aplicada ao estator e o fluxo de corrente é ajustado para ser aproximadamente
o valor de plena carga. Quando a corrente está em plena carga, a tensão, a corrente e a
potência do motor que estão presentes são medidas. O circuito nessas condições assemelha-se
a uma combinação em série de X1, R1, X2 e R2. (Champan,2013)
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O ensaio CC para a resistência de estator
Há um teste para R1 que independe de R2, X1 e X2. Esse teste é denominado ensaio CC.
Basicamente, uma tensão CC é aplicada aos enrolamentos do estator de um motor de indução.
Como a corrente é contínua, não haverá tensão induzida no circuito do rotor e fluxo resultante de
corrente no rotor. Além disso, a reatância do motor é zero com corrente contínua. Portanto, a
única grandeza que limita o fluxo de corrente no motor é a resistência de estator, a qual pode ser
determinada. Para realizar o ensaio, a corrente nos enrolamentos do estator é ajustada para o
valor nominal e, em seguida, a tensão entre os terminais é medida. A corrente nos enrolamentos
do estator é ajustada para o valor nominal como uma tentativa de aquecer os enrolamentos com
a mesma temperatura que eles teriam durante o funcionamento normal (lembre-se de que a
resistência de enrolamento é uma função de temperatura). A corrente na Figura 12 circula
através de dois dos enrolamentos, de modo que a resistência total no caminho da corrente é
2R1. (Champan,2013)
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3. Dados nominais
Motor
U=220/380V, I= 28/16,3A ∆ /Y ; P = 7.5 KW; nm = 1425 rpm; C/SJsol = 50; I rotor = 30A; U rotor =
158V; np=4
Gerador (circ.induzido)
U ex= 230 V; I ex = 30A; Np= 1450 rpm; P = 6,9KW;
(circ.campo)
V = 105 V; I = 1,7A.
4. Dados experimentais
Terminais R(Ω)
U −V 0,8
Estator U −W 0,8
V −W 0,8
u−v 0,9
Rotor u−w 0,9
v−w 0,6
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um dos valores o nominal da máquina (380 V), fez se ab leitura dos valores da tensão nos
terminais do rotor para cada variação da tensão do estator e os dados constam na tabela 2.
U 1 ( V )−Estator U 2 ( V )−Rotor U 1 /U 2
Ensaio em vazio
U 1 (V ) I 1( A ) n(rpm) P1 (W )
Com o conjunto motor gerador bloqueado. Aplicou-se, através do autotransformador, uma tensão
no estator que permitiu obter no rotor a corrente nominal. Registou-se os valores de tensão
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aplicada no estator, a corrente do estator, a corrente do rotor e a potência activa a tabela que
segue:
82,3 14 30 300
Tabela 4:ensaio com rotor bloqueado
Ensaio em carga
Com o motor assíncrono em carga fez-se a variação da corrente de carga no valor nominal até
menos de metade da corrente nominal, da qual preencheu-se a tabela que se segue:
U 1 (V ) I 1 (A ) I 2 (A ) P1 (W ) n(rpm)
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Cálculos Analíticos
U 1 (V ) I 1 (A ) n(rpm) P1 (W ) Δ P Fe + Δ Pm (W )
Factor de potencia
cos ( φ0 ) =¿ Δ P Fe∨ ¿ ¿
3 V 1n I 0
Na tabela 5 de ensaio em carga, verifica se que as perdas rotacionais a tensão nominal e a corrente
nominal são iguais a 700W, logo ∆ Pm=700 W
φ=88 , 97 °
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logo:
V 1f V 1n 380 V 1f V 1n 380
Rc = = = =1859 ,3 Ω; X m= = = =33 , 29 Ω
I c √ 3 I c √ 3∗0,118 I m √ 3 I m √ 3∗6 , 59
V cc 82 ,3
Z cc = = =3.3 9 Ω
I cc √ 3∗14
Pcc 600 Rcc 1.02
Rcc =R 1+ R 2= 2
= 2
=1.02 Ω; onde R1=R2= = =0.51 Ω
3I cc 3∗14 2 2
X cc 3 ,23
Onde X 1= X 2= = =1 , 62 Ω
2 2
T saida=
Psaida P saida
ωm
=
2π
nm
⟹T saida =9.55
( )
Psaida
nm
60
Psaida Psaida
η= ∗100 %= 100 %
P entrada Psaida + Δ PPerdas
Com base nessas fórmulas e com outras (para calculo de perdas), calculou-se o torque e o rendimento,
tendo-se obtido:
T saida=9.55 ( 7500
1425 )
=50 , 26 Nm
Psaida 7500
η= ∗100 %= 100 %=91 , 46 %
P entrada 7500+700
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6. Conclusão
O trabalho realizado teve como principais objetivos aprofundar o conhecimento sobre o princípio
de funcionamento de uma máquina assíncrona trifásica no regime de motor, determinar os
parâmetros do esquema equivalente dessa máquina e obter as características de funcionamento
quando ela opera como motor.
Através da realização de ensaios em vazio, com rotor bloqueado e em carga, foram coletados
dados experimentais que permitiram atingir os objetivos gerais e específicos. Os resultados
desses ensaios foram utilizados para determinar os parâmetros do esquema equivalente da
máquina, calcular o torque de saída e o rendimento.
A análise crítica dos resultados experimentais foi realizada com base nos conhecimentos
teóricos previamente estudados, permitindo uma compreensão mais profunda do funcionamento
da máquina assíncrona trifásica no regime de motor. Isso contribuiu para uma aprendizagem
significativa sobre as partes construtivas, o funcionamento em diferentes condições e os
parâmetros-chave dessa máquina.
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7. Bibliografia
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