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Máquinas Motrizes Hidráulicas – Turbinas

Giovanni Chaves Moreira R.A. 7178386


Engenharia Mecânica
10º Semestre
Turma 109210A16

FMU
São Paulo
2019
Máquinas Motrizes Hidráulicas – Turbinas

Máquinas motrizes hidráulicas são aquelas cuja finalidade é transformar


a energia hidráulica em energia mecânica. Um exemplo de máquina motriz é
uma turbina hidráulica. Serão descritos a seguir os três principais tipos de turbina
hidráulica que acoplados em geradores são utilizados para geração de energia
elétrica.

Turbina Francis

As turbinas Francis são do tipo de ação total, ou seja, a água atua em


todas as pás do rotor simultaneamente. Entre os principais componentes estão,
o distribuidor, o receptor ou rotor, o tubo difusor e a caixa (geralmente em formato
caracol) para o tipo fechado ou o poço de adução para o tipo aberto.

O distribuidor (Figura 1) é composto por pás cujo ângulo é variável. A função


dessa variação de ângulo é controlar a entrada de água no receptor, isso varia
de acordo com a demanda por potência, aumentando ou reduzindo o
escoamento.

Figura 1 Distribuidor de uma turbina Francis aberta.


Fonte: Macintyre, 1983.

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Receptor ou rotor, é o componente principal da turbina, ao receber o fluxo de
água (energia cinética) se chocando com suas pás ele rotaciona (rotação
mecânica), possui formato que direciona progressivamente a água da direção
radial para a axial. Existem diferentes formatos de rotor para turbinas Francis,
cada formato é utilizado para uma determinada faixa de velocidade específica,
podemos ter turbinas “lentas” (Figura 2), turbinas “normais” (Figura 3), turbinas
“rápidas” e “extra-rápidas” (Figura 4). É possível perceber uma grande mudança
entre os diâmetros de entrada e saída do rotor de um formato para outro.

Figura 2 Rotor Francis para turbinas "lentas".


Fonte: Macintyre, 1983.

Figura 3 Rotor Francis para turbinas "normais".


Fonte: Macintyre, 1983.

Figura 4 Rotor Francis para turbinas "rápidas", "extra-rápidas ou "últra-rápidas".


Fonte: Macintyre, 1983.

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O fator chave para o funcionamento desse tipo de turbina é a diferença de
pressão obtida após a passagem do fluido pelo tubo difusor. Este tubo permite
que o escoamento ocorra de forma contínua, diferente de um escoamento livre
descarregado na atmosfera (como seria sem um tubo difusor), a pressão na
saída do rotor é inferior à pressão de entrada por efeito da coluna d’água. Caso
o tubo possua um formato troncônico com alargamento na parte inferior (sentido
em que a água escoa) a velocidade de entrada também será superior à
velocidade de saída.

Figura 5 Turbina Francis.


Fonte: Macintyre, 1983.

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Turbina Kaplan

As turbinas Kaplan são muito semelhantes às turbinas Francis, a


diferença mais importante entre esses dois tipos é o formato do rotor (receptor).
O rotor desse modelo de turbina é um rotor de hélice de propulsão, pensado para
rotacionar em velocidades consideráveis sendo instalado em locais de baixas e
médias quedas com grandes descargas (circunstâncias em que a turbina Francis
não é própria para aplicação).

Além do formato de hélice que o rotor das turbinas Kaplan possui, existe
um mecanismo que faz uma regulagem de inclinação das pás que é acionado
por um regulador automático de velocidade. Essa inclinação varia de acordo com
a descarga a qual o rotor é submetido.

Figura 6 Rotor de turbina Kaplan.


Fonte: Macintyre, 1983.

Turbina Pelton

Turbinas Pelton são turbinas de jato, ou seja, a água não atua em todas
as suas pás simultaneamente. Assim como as demais turbinas hidráulicas, este
modelo possui um rotor e um distribuidor.

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O distribuidor da turbina Pelton é na verdade um bocal cujo intuito é
direcionar um jato d’água nas pás do receptor, este jato é conseguido graças à
agulha de regularização.

O receptor (Figura 7) é composto por pás com formato de concha que


estão fixados na extremidade radial de um disco giratório preso a um eixo. O
jato é direcionado à superfície côncava das pás, a quantidade de jatos também
pode variar de modelo para modelo, sendo as variações, um, dois, quatro ou
seis jatos.

Figura 7 Rotor de turbina Pelton.


Fonte: Macintyre, 1983.

Algumas instalações de turbina Pelton contam com um freio de jato e


defletores de jato para reduzir a velocidade do rotor em momentos em que a
demanda por potência é reduzida. O defletor de jato tem como função desviar o
jato das agulhas sem que o bocal, as válvulas e o encanamento adutor sejam
danificado por uma parada brusca e consequentemente aumento de pressão. O
freio de jato consiste em um bocal que direciona um jato d’água na superfície
convexa das pás, fazendo com que sua velocidade reduza rapidamente.

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Esse tipo de turbina é recomendado para locais com altas quedas e baixas
descargas aproveitáveis.

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Bibliografia

Macintyre, A. J. (1983). Máquinas Motrizes Hidráulicas. Rio de Janeiro - RJ:


EDITORA GUANABARA DOIS S.A.

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