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1.

INTRODUÇÃO

Segundo SANTANA (1993), Pavimento é uma estrutura construída sobre a superfície


obtida pelos serviços de terraplanagem com a função principal de fornecer ao usuário segurança
e conforto, que devem ser conseguidos sob o ponto de vista da engenharia, isto é, com a máxima
qualidade e o mínimo custo.

A finalidade do dimensionamento de um pavimento é calcular a espessura necessária,


para que a vida útil do mesmo resista aos esforços verticais originados pelo tráfego,
representado pelo Número Equivalente de Operações do Eixo Padrão

De uma forma geral, os pavimentos são classificados em rígidos e flexíveis. Em um


pavimento flexível, o dimensionamento é comandado pela resistência do subleito, e, num
pavimento rígido pela resistência do próprio pavimento.

Este trabalho tem por objetivo a aplicação de conceitos teóricos adquiridos no


dimensionamento de três tipos de pavimento para utilização em um trecho de rodovia que
interliga polos produtores de aglomerados rurais e em uma região alfandegária.
2. PAVIMENTO FLÉXIVEL

2.1 INFORMAÇÕES GERAIS

O dimensionamento foi realizado onde há a necessidade de ser concluído um trecho de


um pavimento flexível para polos produtores de aglomerados rurais à centrais de abastecimento
e beneficiamento de insumos agropecuários. O trecho possui 25 km de extensão, se caracteriza
como rodovia de classe I, e faz parte de uma região plana.

2.2 ESTUDO DO SUBLEITO

Para o dimensionamento de um pavimento rodoviário é indispensável o conhecimento


do solo que servirá para a futura estrutura a ser construída. Este solo de fundação, chamado
subleito, requer atenção especial, através de estudos geotécnicos, que possibilitam o seu
reconhecimento, identificação e quantificação das suas características físicas e mecânicas assim
como a obtenção dos parâmetros geotécnicos necessários ao dimensionamento da estrutura.

A espessura final do pavimento, assim como os tipos de materiais a serem empregados


são função das condições do subleito. Quanto pior forem as condições do subleito, maior será
a espessura do pavimento, podendo muitas vezes, ser requerida a substituição parcial do mesmo,
com troca por outro de melhores condições.

2.3 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO

Fez-se visita a campo, coletando-se amostras de solo do subleito (aproximadamente 40


kg) do trecho a ser pavimentado com furos a cada 200,00m à uma profundidade de 1,00m com
um trado. A norma recomenda que este processo de coleta ocorra a cada 100,00m, todavia dada
a finalidade acadêmica, efetuou-se a cada 200,00m.

Estas amostras foram ensaiadas no Laboratório de Solos, da Universidade Federal do


Acre. Foram realizados os ensaios de Granulometria, Compactação com Proctor Normal,
Limites de Atterberg e Índice de Suporte Califórnia, cujo valor é determinante para o
dimensionamento do pavimento.

2.2.1 Ensaio de Granulometria

Para realização deste ensaio foram obedecidas as prescrições da NBR 7217-


Determinação da composição granulométrica, cujos resultados encontram-se em anexo e o
resumo das informações do mesmo na Tabela 2.1:
Tabela 2.1 – Resumo do ensaio de granulometria
RESUMO
Pedregulho acima
1,26%
de 4,8
A. grossa 4,8 -
1,55%
2,0 mm
A. média 2,0 -
1,77%
0,42 mm
A. fina 0,42 - 200 13,09%
Passando na #
82,33%
200
Total 100%
Fonte: Os Autores, 2016

2.2.2 Ensaio de Compactação

Para realização deste ensaio foram obedecidas as prescrições da NBR 7182 - Ensaio de
Compactação, cujos resultados encontram-se em anexo e o resumo das informações do mesmo
na Tabela 2.2:

Tabela 2.2 – Resumo do Ensaio de Compactação


RESUMO

Densidade Máxima 1595 Kg/cm²

Umidade Ótima 22,70%


Fonte: Os Autores, 2016

2.2.3 Limites de Atterberg

Para realização deste ensaio foram obedecidas as prescrições da NBR-6459/ABNT -


Determinação do Limite de Liquidez de Solos e da NBR-7180/ABNT - Determinação do Limite
de Plasticidade de Solos, cujos resultados encontram-se em anexo e o resumo das informações
do mesmo na Tabela 2.4:
Tabela 2.4 – Limites de Atterberg
RESUMO

Limite de Liquides 40,50%

Limites de Plasticidade 20,57%


Índice de Plasticidade 19,93%
Fonte: Os Autores, 2016.

2.2.4 Índice de Suporte Califórnia

Para realização deste ensaio foram obedecidas as prescrições da ABNT NBR 9895:1987
- Solo - Índice de suporte Califórnia - Método de ensaio, cujos resultados encontram-se em
anexo e o resumo das informações do mesmo na Tabela 2.5:

Tabela 2.5 – Resumo do Ensaio do ISC


RESUMO
Densidade
1595 g/cm³
máxima
Umidade ótima 22,70%

Indice de Suporte
7,00%
Califórnia – I S C

Expansão 1,82%
Fonte: Os Autores, 2016.

2.4 CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL DO SUBLEITO

A partir dos resultados dos ensaios realizados, foi verificado que se trata de um solo
siltoso A-7-6, fraco a pobre conforme a classificação da ASSHO, dada segundo a Tabela 2.7.
Tabela 2.7 - Classificação dos solos: Sugestão do Highway Ressearch (HBR)
adotada pela American Association of Highway Officials (AASHO), DNER e
DER -SP

Fonte: Apostila do Professor.

2.3.1 CÁLCULO DO ÍNDICE DE SUPORTE


𝐼𝑆𝐶𝐵𝑅 +𝐼𝑆𝐼𝐺
Sabendo que 𝐼𝑆 = , tem-se que:
2

 Verificado pelo ensaio, o ISC do material do subleito é CBR=𝐼𝑆𝐶𝐵𝑅 = 7%.


 Através dos ensaios também verificou-se que LL=40,5%, LP=20,57%, logo
IP=LL-LP=19,93%. Dispondo destes dados e do percentual de material que
passou pela peneira #200 no ensaio do granulometria, neste caso 82,33%,
encontra-se os valores do 𝐼𝐺1 𝑒 𝐼𝐺2 por meio da Ábaco 2.1:
Ábaco 2.1 – Índice de Grupo

Fonte: Apostila do Professor

Observa-se então que 𝐼𝐺1 = 4 𝑒 𝐼𝐺2 = 8 , logo 𝐼𝐺 = 𝐼𝐺1 + 𝐼𝐺2 = 12%. Obtido o valor
do índice de grupo, por meio da Tabela 2.9 determina-se o 𝐼𝑆𝐼𝐺 .
Tabela 2.9 – IS do IG

Fonte: Apostila do Professor.

Determinados estes dados, calcula-se o IS:

𝐼𝑆𝐶𝐵𝑅 + 𝐼𝑆𝐼𝐺 7 + 5
𝐼𝑆 = = = 𝟔%
2 2

Como 𝐼𝑆 < 𝐶𝐵𝑅 → 𝐼𝑆 = 𝐼𝑆𝐶𝐴𝐿𝐶 = 6%

2.3.2 CÁLCULO DO IS MEDIO

GRUPO LL LP IP % #200 IG CBR IS


1 55,9 27,2 28,7 96,9 20 4 4
2 46,6 20,8 25,8 88,46 15 7 5
3 51,8 26,2 25,6 86,84 16 4,8 3
4 36,7 19,2 17,5 84,2 11 5 5
5 40,5 20,57 19,93 82,33 12 7 6
6 45,8 22,1 23,7 86,5 15 7,5 5
7 41,8 21,7 20,1 70,76 13 7 5
8 56,6 23 33,6 85 20 2 2
9 48 20,8 27,2 87,8 16 4 3
10 33,33 17,91 15,39 66,5 9 11 8
MEDIA DO IS 5
DESVIO
PADRÃO 1,71
IS MINÍMO 2

2.5 CARACTERIZAÇÃO DA SUB-BASE

A sub-base utilizada no procedimento de pavimentação da estrada (pavimento flexível)


será composta por material granular. Este material deve ter CBR = 20% sendo que sua
compactação deve alcançar no mínimo 100% da obtida no AASHO normal. Conforme notas de
aula adotou-se como empolamento do material 30%

2.6 CARACTERIZAÇÃO DA BASE

A base utilizada também será composta de material granular possuindo as seguintes


características físicas:

 CBR ≥ 60%;
 Expansão ≤ 0,5%;
 LL ≤ 25%;
 IP ≤ 6%;
 EA ≥ 20%.
 Conforme notas de aula adotou-se como empolamento do material 30%

O material deverá se enquadrar em uma das faixas granulométricas a seguir:

Tabela Error! Reference source not found..1 – Tabela Granulométrica de Base

Tipos I II
Peneiras A B C D E F
2" 100 100 - - - -
1" - 75 - 90 100 100 100 100
3/8" 30 - 65 40 - 75 50 - 85 60 - 100 - -
Nº 4 25 - 55 30 - 60 35 - 65 50 - 85 55 - 100 70 - 100
Nº 10 15 - 40 20 - 45 25 - 50 40 - 70 40 - 100 55 - 100
Nº 40 8 - 20 15 - 30 15 - 30 25 - 45 20 - 50 30 - 70
Nº 200 2- 8 5 - 20 5 - 15 10 - 25 6 - 20 8 - 25
2.7 CARACTERIZAÇÃO DO REVESTIMENTO

Para o presente projeto será utilizado revestimento de Concreto Betuminoso Usinado a


Quente (CBUQ) e a imprimação da base será executada com CM-30.
A mistura deve atender as recomendações de resistência, volume de vazios, relação
betume-vazios e fluência preconizada em Normas, e depois de devidamente distribuída e
compactada, oferecer boa impermeabilidade e resistência ao desgaste do pavimento.

No seu preparo, deve-se ter em conta que o agregado deve estar enquadrado em limites
superiores e inferiores de faixas granulométricas pré-estabelecidas, recorrendo-se quando não
dispomos de material adequado, a soluções com misturas graduadas de diferentes minerais.
O agregado graúdo é o que fica retido na # Nº 10, constituído de pedra britada, escória
britada ou pedregulho. O Abrasão Los Angeles, deve ser ≤ 50. O agregado fino é o material que
passa na # Nº 10 e fica retido na # Nº 200, constituído de areia, pedra britada ou mistura de
ambos. Seu equivalente de areia deve ser ≥ 55%. Para efeito de cálculo considerou-se o
empolamento do CBUQ igual 3%, conforme notas de aula.

Deve-se seguir as seguintes etapas para execução do CBQU:

1 – Solucionar o enquadramento do mineral com minucioso estudo de misturas


graduadas;

2 – Racional e tecnicamente determinar a porcentagem de asfalto que entrará na


composição da mistura betuminosa;

3 – Quer utilizando usinas volumétricas ou continuas e gravimétricas ou descontínuas,


devemos calibrá-las para que a sua execução atenda às recomendações das normas;

4 – Ter o cuidado necessário por ocasião de sua execução, em não aplicar materiais
“frios” ou “queimados”, planejando o tempo de percurso usina x pista, sem afetar a qualidade
do material que vai ser distribuído;

5 – Controlar tecnológica e rigorosamente todas as etapas componentes do processo.

2.8 DIMENSIONAMENTO

Foi empregado no dimensionamento das espessuras das camadas do pavimento, o


Método de Projetos de Pavimentos Flexíveis adotado pelo DNER. O pavimento foi projetado
para um período de 20 anos, em função do Índice de Suporte de Subleito e do número
Equivalente de Operações do Eixo Padrão.

2.8.1 Identificação do 𝑰𝑺𝒔𝒖𝒃𝒍𝒆𝒊𝒕𝒐

Conforme descrito no capítulo 2 o 𝐼𝑆𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = 6%

2.8.2 Identificação do Número de Operações (N)

O número de operações exigido no projeto é 𝑁 = 6𝑥107


2.8.3 Identificação das Espessuras sem considerar o Coeficiente de Equivalência
Estrutural

Pelo fato de o 𝐼𝑆𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 ser igual a 6% (maior que 2%) não há a exigência de se fazer
uma camada de reforço do sub-leito, entretanto, sendo menor que 20% ainda é preciso de uma
camada de sub-base. Portanto o pavimento é composto por três camadas acima do subleito, são
elas: Sub-base, base e revestimento. Os coeficientes de equivalência estrutural são retirados da
Tabela Error! Reference source not found..2 conforme os tipos das camadas:

Tabela Error! Reference source not found..2 – Coeficientes de Equivalência Estrutural

Componentes dos Pavimentos Coeficiente (K)


Base ou revestimento de concreto betuminoso 2,00
Base ou revestimento pré-misturado a quente, de graduação densa 1,70
Base ou revestimento pré-misturado a frio, de graduação densa 1,40
Base ou revestimento por penetração 1,20
Base granular 1,00
Sub-base granular 0,77
Reforço do sub-leito 0,71

Em seguida é montado um desenho esquemático das camadas constituintes do


pavimento (Figura Error! Reference source not found..1):

Figura Error! Reference source not found..1 – Camadas do Pavimento Flexível

A espessura do revestimento (R) foi determinada como sendo 10cm conforme o número
de operações (N) e o tipo de revestimento pela Tabela Error! Reference source not found..3:

Tabela Error! Reference source not found..3 – Valores de R em função de N


N Rmín (cm) Tipo de Revestimento
Até 10 2,5 a 3,0 Tratamento superficial
6
10 a 5 10 5,0 Revestimento betuminoso
5.10 a 107 5,0 Concreto betuminoso
7 7,5 Concreto betuminoso
107 a 5 10
M 5 107 10,0 Concreto betuminoso

A espessura h20 foi determinada em 31cm pelos valores do número de operações (𝑁 =


7𝑥108 ) e o IS (20%) da sub-base no ábaco da Figura Error! Reference source not found..2:

Figura Error! Reference source not found..2 – Ábaco espessura I

Depois foi determinada a espessura H6 foi determinada em 71cm pelos valores do


número de operações (𝑁 = 7𝑥108 ) e o IS (6%) do subleito no ábaco da Figura Error! Reference
source not found..3:
Figura Error! Reference source not found..3 – Ábaco espessura II

2.8.4 Identificação das Espessuras Finais das Camadas

A espessura da base é calculada pela fórmula:

𝑅 ∗ 𝐾𝑅 + 𝐵 ∗ 𝐾𝐵 ≥ ℎ20

2,00 ∗ 10 + 𝐵 ∗ 1,00 ≥ 31

𝐵 ≥ 11,00 → 11,00𝑐𝑚

A espessura da sub-base é calculada pela fórmula:

𝑅 ∗ 𝐾𝑅 + 𝐵 ∗ 𝐾𝐵 + 𝑆𝑏 ∗ 𝐾𝑆𝐵 ≥ 𝐻

2,00 ∗ 10 + 11 ∗ 1,00 + 𝑆𝑏 ∗ 0,77 ≥ 71

𝑆𝑏 ≥ 51,94 → 52,00𝑐𝑚
Por último faz-se uma verificação:

2,00 ∗ 10 + 11 ∗ 1,00 + 52 ∗ 0,77 ≥ 71

71,04 ≥ 71 → 𝑜𝑘!

2.8.5 Corte Esquemático

Figura Error! Reference source not found..4 – Corte Esquemático Pavimento Flexível

2.8.6 Quantitativo de Materiais

Para o material da base tem-se:

𝑉𝑜𝑙𝐵 = 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ∗ 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑚𝑝𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑉𝑜𝑙𝐵 = 11000 ∗ 9 ∗ 0,11 ∗ 1,30

𝑉𝑜𝑙𝐵 = 14157 𝑚3

Para o material da sub-base tem-se:

𝑉𝑜𝑙𝑆𝐵 = 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ∗ 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑚𝑝𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑉𝑜𝑙𝑆𝐵 = 11000 ∗ 10 ∗ 0,52 ∗ 1,30

𝑉𝑜𝑙𝑆𝐵 = 74360 𝑚3
Para o revestimento em CBUQ tem-se:

𝑉𝑜𝑙𝑅 = 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ∗ 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑚𝑝𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑉𝑜𝑙𝑅 = 11000 ∗ 7,5 ∗ 0,10 ∗ 1,03

𝑉𝑜𝑙𝑅 = 8497,5 𝑚3

O CBUQ foi dosado contendo 79,9% de pó de brita, 14,1% de brita e 6% de CAP,


portanto os quantitativos dos respectivos materiais são:

Para a brita:

𝑉𝑜𝑙𝐵𝑅𝐼𝑇𝐴 = 𝑉𝑜𝑙𝑅 ∗ 14,1%

𝑉𝑜𝑙𝐵𝑅𝐼𝑇𝐴 = 8497,5 ∗ 14,1%

𝑉𝑜𝑙𝐵𝑅𝐼𝑇𝐴 = 1198,15 𝑚³

Para o pó de brita:

𝑉𝑜𝑙𝑃𝑂 = 𝑉𝑜𝑙𝑅 ∗ 79,9%

𝑉𝑜𝑙𝑃𝑂 = 8497,5 ∗ 79,9%

𝑉𝑜𝑙𝑃𝑂 = 6789,50 𝑚³

Por fim, para o CAP tem-se:

𝑉𝑜𝑙𝐶𝐴𝑃 = 𝑉𝑜𝑙𝑅 ∗ 6%

𝑉𝑜𝑙𝐶𝐴𝑃 = 8497,5 ∗ 6%

𝑉𝑜𝑙𝐶𝐴𝑃 = 509,85 𝑚³

509,85 ∗ 1000
𝑉𝑜𝑙𝐶𝐴𝑃 = = 2549,25 → 2550 𝑇𝑎𝑚𝑏𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 200𝐿
200

2.8.7 Imprimação

Com um consumo médio de 1,0L/m² de material ligante aplicado sobre a base pode-se
calcular o quantitativo de:

𝑉𝑜𝑙𝐼𝑀𝑃 = 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ∗ 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜

𝑉𝑜𝑙𝐼𝑀𝑃 = 11000 ∗ 9 ∗ 1
𝑉𝑜𝑙𝐼𝑀𝑃 = 99000 𝐿

99000
𝑉𝑜𝑙𝐼𝑀𝑃 = = 495 𝑇𝑎𝑚𝑏𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 200𝐿
200

2.8.8 Espaçamento de descarga de material granular na pista

Utilizando um veículo de transporte com capacidade de 12m³. Para o material granular


da base tem-se:

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑡𝑜
𝑁º 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 =
𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜

14157
𝑁º 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 = = 1179,75 → 1180 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠
12

11000
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝐵𝐴𝑆𝐸 = = 9,32 → 9,50𝑚
1180

O solo da sub-base possui 52cm de espessura, entretanto para uma boa compactação não
se recomenda realizar camadas maiores que 20cm de espessura, portanto a sub-base deve ser
dividida em 3 camadas em seu processo executivo, sendo duas de 17cm e uma de 18cm
Utilizando um veículo de transporte com capacidade de 12m³. Para o material granular da base
tem-se:

Para as camadas de 17cm de espessura:

𝑉𝑜𝑙𝑆𝐵 = 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ∗ 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑚𝑝𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑉𝑜𝑙𝑆𝐵 = 11000 ∗ 10 ∗ 0,17 ∗ 1,30

𝑉𝑜𝑙𝑆𝐵 = 24310 𝑚3

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑡𝑜
𝑁º 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 =
𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜

24310
𝑁º 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 = = 2025,83 → 2026 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠
12

11000
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝐵𝐴𝑆𝐸 = = 5,43 → 5,50𝑚
2026

Para a camada de 18cm de espessura:

𝑉𝑜𝑙𝑆𝐵 = 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ∗ 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑚𝑝𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜


𝑉𝑜𝑙𝑆𝐵 = 11000 ∗ 10 ∗ 0,18 ∗ 1,30

𝑉𝑜𝑙𝑆𝐵 = 25740 𝑚3

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑡𝑜
𝑁º 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 =
𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜

25740
𝑁º 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 = = 2145 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠
12

11000
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝐵𝐴𝑆𝐸 = = 5,13 → 5,50𝑚
2145

2.8.9 Corte do Pavimento

Figura Error! Reference source not found..5 – Corte Pavimento Flexível


3. PAVIMENTO RÍGIDO

3.1 INFORMAÇÕES GERAIS

O dimensionamento foi realizado para uma área alfandegária onde serão instaladas
balanças para controle de carga em plataformas com superfície de rolamento em concreto de
cimento no terreno natural. A área é igual a 6.000,00m² com 0,18 km de largura e 3,6 km de
extensão. As placas de concreto serão na dimensão de 3,75 x 50,00 m. Foi escolhido para o
pavimento, placas com inercia constante devido a simplificação na execução.

As placas serão executadas de duas em duas, totalizando suas larguras juntas de 7,50
metros e sua divisão será feito por meio de serramento. As placas que não forem executadas
juntas serão separadas por meio de espaçamento de 2 cm.

3.2 DIMENSIONAMENTO

Para cálculo da altura H das placas de concreto do pavimento são necessários os


valores de:

 Vm : Volume diário médio de tráfego


 Mr: Módulo de ruptura do concreto
 Cr: Coeficiente de recalque no subleito

3.2.1 Volume Diário de Tráfego

 Cálculo do VF
𝑉𝑑𝑚
𝑉0 = (𝐶𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 2 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠)
2
𝑡 𝑃
𝑉𝐹 = 𝑉0 [(1 + ) ]
100

VF = Volume diário final de tráfego;


V0 = Volume diário inicial de tráfego
t = Incremento anual de tráfego (Conforme apostila de Souza, 2016, se não houver
parâmetro, utilizar o valor do incremento de tráfego em 5%)
P = Período de projeto

5 𝑃
𝑉𝐹 = 250[(1 + ) ]
100

𝑉𝐹 = 663,32 𝑣 𝑐 /𝑑𝑖𝑎
 Cálculo do Vm

𝑉𝐹 + 𝑉0
𝑉𝑚 =
2

663,32 + 250
𝑉𝑚 = = 456,62 ≅ 457 𝑣 𝑐 /𝑑𝑖𝑎
2

3.2.2 Módulo de ruptura

O módulo de ruptura do concreto (Mr) estabelecido foi de 3,0 MPa, ou seja,


equivalente à 30 kgf/cm².

3.2.3 Coeficiente de recalque no subleito (Cr)

Com o CBR de 7% e a tabela 4.1 abaixo, encontra-se o valor do Cr = 4,71

Tabela 4.1 – Correlação entre o coeficiente de recalque e o C.B.R.

CBR (%) CR (kgf/cm²/cm)


3 2,77
4 3,32
5 3,87
6 4,43
7 4,71
8 5,00
9 5,26
10 5,54
15 6,37
20 6,92
30 9,14
40 11,63
50 13,85
60 16,07
80 19,39
10 22,16

3.2.4 Altura das placas (H)

Com os valores já determinados de:

 Vm : Volume diário médio de tráfego = 457 v.c./dia


 Mr: Módulo de ruptura do concreto = 30 kgf/cm²
 Cr: Coeficiente de recalque no subleito = 4,71 kgf/cm²/cm
E o ábaco da AASHTO de pavimento rígidos pode-se encontrar então o valor da espessura
do pavimento. Para utilizar o ábaco deve-se seguir os seguintes procedimentos.

a) Na escala a, identifica-se o número médio de solicitações;


b) Na escala b, identifica-se o módulo de ruptura do concreto;
c) Traça-se uma reta entre os pontos identificados nas escalas a e b, até identificar o seu
correspondente na escala d;
d) Identifica-se o coeficiente de recalque na escala c;
e) Traça-se uma reta pelos pontos identificados nas escalas c e d, determinando a escala e,
a espessura da placa de concreto.

Figura 4.1 – Ábaco da AASHTO

Encontrou com o ábaco uma altura (H) de aproximadamente 20 cm.

3.2.5 Área de aço (Sf)

Sendo o local uma zona portuária foi considerada então um trafego pesado, assim um

acréscimo de carga de 5500 kg. Para o Aço CA-50 o σF é de 2500 kg/cm². O cálculo da área de

aço foi considerada por metro, ou seja, considerando a área de ferro encontrado para cada metro
de pavimento, tanto dos passadores como para os ligadores.
𝑃𝐹 (3,75𝑥1,00𝑥0,20𝑥2500) 5500
𝑆𝑓 = = + = 2,95 𝑐𝑚²
𝜎𝐹 2500 2500

Com a área de aço calculada, encontre-se em sequência o número de barras através da


Tabela 4.2 abaixo.

Tabela 4.2 – Número de barras por área.

As barras a serem utilizadas são as de ½” e de ¾”. Para as respectivas barras


foram encontradas, utilizando a tabela 4.2, as quantidades de:

 Ø ½” : 3 barras
 Ø ¾” : 1 barras

Porém é recomendável que o mínimo de barras por metro seja de pelo menos 3
barras, assim chegando-se na quantidade de:

 Ø ½” : 3 barras (Ligadores) espaçamento de 33,3cm


 Ø ¾” : 3 barras (Passadores) espaçamento de 33,3cm

3.2.6 Comprimento de ancoragem

Para o cálculo da ancoragem utiliza-se a formula:

𝜎𝐹 ∗ Ø
𝐿=
2 ∗ 𝜎𝑎
Sendo:

L: comprimento de ancoragem
Ø: diâmetro da barra

σF: tensão admissível do aço


σF: tensão admissível de aderência

a) Passadores (3/4”)
𝜎𝐹 ∗ Ø 2500 ∗ 1,905
𝐿= = ≅ 1,7𝑚
2 ∗ 𝜎𝑎 2 ∗ 14

b) Ligadores (1/2”)
𝜎𝐹 ∗ Ø 2500 ∗ 1,270
𝐿= = ≅ 1,14𝑚
2 ∗ 𝜎𝑎 2 ∗ 14

A Tabela 4.3 abaixo apresenta as quantidades de barras e peso de aço necessário


para as placas de concreto

Tabela 4.2 – Número de barras por área.


Quant. Comp. X Quant. Peso por metro Peso Total
N Ǿ Quant. Total Comp. (m)
Por placa (m) (kg/m) (kg)
N1 1/2" 181 510420 114 58187880 1 58187880
N2 3/4" 13 36816 170 6258720 2,5 15646800

As Figuras abaixo representam as dimensões do pavimento em planta e em corte.


Figura 4.2 – Planta baixa
Figura 4.3 – Corte AA

Figura 4.4 – Corte BB

1.1.1 Quantidade de materiais

Sendo a placa nas dimensões de 60,00 metros de comprimento e 3,75 metros de largura,
e as dimensões do local a ser pavimentado de 0,18 km de largura e 3,6 km de extensão. Portanto
para encontrar a quantidade de placas temos:

180 ∗ 3600
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎𝑠 = = 2880 𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎𝑠
3,75 ∗ 60

E para a quantidade de concreto necessário segue o seguinte cálculo:

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎𝑠 ∗ 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ∗ 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = 2880 ∗ 3,75 ∗ 60,00 ∗ 0,20 = 129600 m³


4. DIMENSIONAMENTO DOS BLOCOS INTERTRAVADOS

4.1 INFORMAÇÕES GERAIS

O dimensionamento foi para uma área de 10.000 m² pavimentada com blocos


intertravados com fins paisagísticos e se referente a parte periférica das edificações do posto de
fiscalização.

4.2 DIMENSIONAMENTO

No dimensionamento utilizou-se o Método CCA (Figura 5.1), disponibilizado pela


ABCP. Assim obteve-se os seguintes resultados:

Figura 5.1 – Método CCA

Fonte: Os Autores, 2016.

 Espessura da base: 10 cm
 Espessura da sub-base: 13 cm
 Material da sub-base: ISC 30 %
 Composição da base:

- Concreto rolado ou solo-cimento.


 N = 1,7 * 10^6
 Utilização: 365 dias/ano
 Expectativa de vida: 20 anos
 Solicitações de eixo por veículo:

Veículo 1:

- 2 eixos do tipo simples;

- carga de 5,5 tf por eixo;

- solicitando o pavimento 457 vezes por dia.

Veículo 2:

- 3 eixos do tipo tandem duplo;

- carga de 5,5 tf por eixo;

- solicitando o pavimento 457 vezes por dia.

Em casos que N>108 recomenda-se peças com espessura de 10 cm.

A partir destes valores, obteve-se o seguinte corte esquemático:

Figura 5.2 – Corte Esquemático

Fonte: Os Autores, 2016.

4.3 CÁLCULO DO VOLUME DE MATERIAL DA BASE

Para as camadas de 10cm de espessura da base, considerado o empolamento de 30%:

𝑉𝑜𝑙𝐵 = 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ∗ 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑚𝑝𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜


𝑉𝑜𝑙𝐵 = 1800 ∗ 0,10 ∗ 1,30

𝑉𝑜𝑙𝐵 = 234 𝑚3

Como não foi dada as dimensões deste pavimento, não foi possível calcular o
espaçamento deste material.

4.4 CÁLCULO DO VOLUME DE MATERIAL DA SUB-BASE

Para as camadas de 14cm de espessura da base, considerado o empolamento de 30%:

𝑉𝑜𝑙𝐵 = 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ∗ 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝐸𝑚𝑝𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑉𝑜𝑙𝑆𝐵 = 1800 ∗ 0,13 ∗ 1,30

𝑉𝑜𝑙𝑠𝐵 = 304,2 𝑚3

Como não foi dada as dimensões deste pavimento, não foi possível calcular o
espaçamento deste material.
5. CONCLUSÃO

Apesar do caráter acadêmico deste dimensionamento, o resultado final mostrou-se


eficaz, uma vez que, dispondo de todo o conhecimento que foi transmitido em sala de aula pelo
professor Dr. Eduardo Holanda e o material por ele disponibilizado, foi possível projetar dentro
dos padrões normativos os elementos necessários para a construção do pavimento no local, se
considerar as características de cálculo estabelecidas.

Não houveram grandes dificuldades no processo de dimensionamento, porém dada a


necessidade de se explanar todos os cálculos, meios e artefatos necessários para se alcançar o
objetivo deste trabalho, o processo tornou-se um pouco árduo. Assim, dada a importância
fundamental já descrita, de uma estrada, pode-se observar a importância que desempenha um
profissional desta área na etapa de concepção do projeto.
REFERÊNCIAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 7217/87 NM 248 - Determinação


da composição granulométrica.

_____. NBR 7182 - Ensaio de Compactação.

_____. NBR-6459/ABNT - Determinação do Limite de Liquidez de Solos.

_____. NBR-7180/ABNT - Determinação do Limite de Plasticidade de Solos.

_____. NBR 9895:1987 - Solo - Índice de suporte Califórnia - Método de ensaio.

Holanda, Eduardo. Estradas III - INFORMAÇÕES TÉCNICAS SOBRE


PAVIMENTAÇÃO. 2016.

UEFS. Apostila 05 – Estradas. 2016. Disponível em:


<http://www2.uefs.br/geotec/estradas/apostilas/estradas(05).htm>. Acesso em: 10/05/2015.

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