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CONTRATOS

CONCEITOS:
Maria Helena Diniz
É o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a
estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir,
modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.
Beviláqua
Acordo de vontades para fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos.
Caio Mário
Um acordo de vontades, na conformidade da lei, e com a finalidade de adquirir,
transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos.
Contrato (espécie) é a fonte de Obrigação (genêro).
M ODIFICAR
ADQUIRIR
RESGUARDAR
TRANSFERIR
EXTINGUIR
REQUESITOS MÍNIMOS DE TODO NEGÓCIO JURÍDICO
Pressupostos de existência, validade e eficácia do Negócio Jurídico-Contrato:
●Observância dos requisitos do art. 104 CC:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.

Requisitos Subjetivos: capacidade do agente/legitimidade (exceções: em virtude de lei por


razões sociais e de ordem pública como os arts. 496 e 497 CC:

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o


cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens
for o da separação obrigatória.

Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou
administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que
estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da
justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem,
ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.

Requisitos Objetivos: lícito, possível, determinado ou determinável;


Resquisitos Formais: forma prescrita ou não defesa em lei.
REQUISITOS SUBJETIVOS
●Existência de duas ou mais pessoas (bilateral ou plurilateral);
●Capacidade genérica das partes;
●Consentimento das partes contratantes, sem vícios, sob pena de ser nulo (art.166, I CC: ) ou
anulável (art.171, I CC: );
REQUISITOS OBJETIVOS
●Licitude de seu objeto, que não pode ser contrário à lei, à moral, aos princípios da ordem
pública e aos bons costumes (Ex: art.426 CC);
●Possibilidade física ou jurídica do objeto;
●Determinação de seu objeto, pois este deve ser certo ou determinável;
●Economicidade de seu objeto, que deverá versar sobre interesse economicamente apreciável;
REQUISITOS FORMAIS
●Pertinente à forma do Contrato – Princípio da liberdade da forma;
●REGRA – A FORMA É LIVRE!
●EXCEPCIONALMENTE A LEI REQUER OBEDIÊNCIA AOS REQUISITOS DE
FORMA, PARA DAR MAIOR SEGURANÇA E SERIEDADE AO NEGÓCIO.
Meio de exteriorização da vontade:

Art. 107 CC: Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão
quando a lei expressamente a exigir.

Podendo ser:
FORMAS: ESCRITURA PÚBLICA (art.108 CC) ou INSTRUMENTO PARTICULAR,
VERBAL OU TÁCITO (ex: na doação - demonstra a aceitação).
CONTRATO
●É a espécie mais importante de negócio jurídico.
●É um instrumento de conciliação de interesses contrapostos (consentimento), com vistas à
pacificação social e ao desenvolvimento econômico.
●É forma de realização e não de opressão, observando-se a função social, respeitando a
dignidade da pessoa humana, a igualdade entre os contratantes, a boa-fé objetiva (lealdade,
confiança, confidencialidade recíprocas), o meio ambiente, o valor social do trabalho, etc.

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO


Art. 421 CC: A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do
contrato.

O contrato, que já exerceu uma função individual, vinculada à ideologia do liberalismo,


deve ser reestruturado:“para atender e exercer uma função social, segundo a ideologia que
em nosso tempo parece ser dominante: o igualitarismo, com suas demandas de justiça
social”. Justa prevalência da dignidade da pessoa humana em lugar dos bens materiais (Art. 1°,
III, CF/88).
Para Caio Mario – a função social do contrato serve precipuamente para limitar a
autonomia de vontade quando tal autonomia esteja em confronto com o interesse social e este
deva prevalecer, ainda que essa limitação possa atingir a própria liberdade de não contratar.
O princípio da função social do contrato "determina que os interesses individuais das
partes do contrato sejam exercidos em conformidade com os interesses sociais, sempre que
estes se apresentem". Em caso de conflito entre eles, os interesses sociais hão de prevalecer.
Quer-se dizer, que o contrato deve ser socialmente útil, de maneira que haja
interesse público na sua tutela.
Ao Judiciário cumprirá, quando instado pela parte interessada, exercer um controle
efetivo sobre o conteúdo contratual, sempre que determinada estipulação impeça que o contrato
exerça a função social exigida em lei. Ex: instalação de uma indústria (reflexos ao meio
ambiente, trabalhadores, munícipes, etc.). Art.166 CC.
PRINCÍPIOS:
a)Autonomia da vontade ou do consensualismo (Vícios/defeitos do negócio jurídico);
b) Supremacia da Ordem Pública;
c) Força obrigatória do contrato ou Obrigatoriedade da convenção;
d)Relatividade subjetiva dos efeitos do contrato;
e)Revisão dos contratos ou Onerosidade Excessiva (art. 478 CC);
f)Boa fé objetiva;
a) Principio da Autonomia da Vontade ou do Consensualismo
Se alicerça na ampla liberdade contratual (fruto da autonomia privada/livre iniciativa), no poder
dos contratantes de disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades, suscitando
efeitos pela ordem jurídica;
Poder reconhecido aos particulares de auto-regulamentação dos seus interesses, de autogoverno
da sua esfera jurídica;
Para o aperfeiçoamento do contrato – necessita de acordo de vontade. Baseia-se no plano
pessoal.

Liberdade de contratar;
Liberdade de com quem contratar;
Liberdade do conteúdo do contrato;

CONTRATO SEM VONTADE, NÃO É CONTRATO!


b)Principio da Supremacia da Ordem Publica.
O interesse da sociedade deve prevalecer quando colide com o interesse individual;
A ampla liberdade de contratar provoca desequilíbrios e a exploração do economicamente mais
fraco.
A idéia de ordem pública é constituída por aquele conjunto de interesses jurídicos e morais que
incumbe à sociedade preservar. Os princípios de ordem pública não podem ser alterados por
convenção entre os particulares. (Silvio Rodrigues)
Art. 17 LICC.
Considera-se de Ordem Pública, as normas que instituem a organização da família, as
que estabelecem a ordem da vocação hereditária e as sucessão testamentária, etc...
A noção de Ordem Pública e o respeito aos bons costumes constituem freios e limites à
liberdade contratual.
c)Principio da Relatividade dos Efeitos do
Funda-se na idéia de que os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes,
não afetando terceiros nem seu patrimônio. Só produzindo efeitos entre aqueles que haviam
celebrados, mediante acordo de vontades. O Novo Código Civil não concebe mais o contrato
apenas como instrumento de satisfação de interesses pessoais dos contraentes – Função Social.
d)Principio da Forca Obrigatoria ou Obrigatoriedade do Contrato.
O contrato faz lei entre as partes (pacta sunt servanda - pactos são para serem
cumpridos), representa a força vinculante das convenções, Elemento Ideal da Obrigação.
Tem por fundamentos:
a)Necessidade nos negócios;
b)Imutabilidade do contrato;
Este princípio busca garantir um mínimo de segurança entre os contratantes, pois, ao
disporem livremente de suas vontades e, conseqüentemente de seu patrimônio, as partes
estabelecem obrigações que devem ser cumpridas, sob pena de total subversão e negação do
instituto do negócio jurídico.Pressupões inalterabilidade do negócio jurídico.
e)Principio da Revisao dos Contratos.
Exceção à regra ao princípio da Força Obrigatória ou obrigatoriedade, pois permite aos
contraentes recorrerem ao judiciário, para obterem alteração da convenção e condições mais
humanas, em determinadas situações. Conhecido como rebus sic standibus (“revogável, se
insustentável”, “estando as coisas assim" ou "enquanto as coisas estão assim”) alteração em
razão de acontecimentos extraordinários, que tornem excessivamente oneroso para o devedor
seu adimplemento.
Art. 478, 479 e 480 CC
TEORIA DA IMPREVISÃO
Possibilidade de resolução ou revisão forçada (em juízo) do contrato quando, por
eventos imprevisíveis e extraordinários, a prestação de uma das partes torna-se exageradamente
onerosa, pois ninguém contrata para ter prejuízo!

EQUILÍBRIO-ECONÔMICO:
Exemplo: a violação de regras de ordem pública e interesse social, como no caso da
declaração de nulidade de cláusula contratual abusiva, em atuação judicial do Ministério
Público, na defesa dos consumidores (CDC, art. 51, § 4º). Tem como objetvo evitar o
empobrecimento injustificado da parte contratante. Tal princípio deve ser aplicado em casos
excepcionais e com cautela, quando demonstrados os seguintes requisitos:
1.Vigência de contrato comutativo, bilateral/obrigações recíprocas;
2.Ocorrência de fato superveniente e imprevisível;
3.Considerável alteração da situação de fato existente no momento da execução;
4.Onerosidade excessiva para um e vantagens exagerada para outro;
f) Principio da Boa-fé Objetiva

Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua
celebração.

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.

O princípio da boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só durante
as tratativas, como também durante a formação e o cumprimento do contrato.Consiste em uma
verdadeira regra de comportamento, de fundo ético e exigibilidade jurídica. A boa-fé
objetiva impõe ao contratante um padrão de conduta, de agir com retidão, com probidade,
honestidade, lealdade e respeito que se espera do homem comum.

RELAÇÃO OBRIGACIONAL
a) Dever jurídico principal: prestações positivas ou negativas.
b) Dever jurídico acessório/anexo: boa-fé objetiva: lealdade, confiança, sigilo, etc.
●Responsabilidade pré e pós-contratual, garantia de pré e pós eficácia dos contratos.

OBRIGAÇÕES DOS CONTRATANTES


●Boa-fé objetiva , reconhecida também nos ATOS ILÍCITOS (Art.187 do CC:
●Probidade: entendido como honestidade de proceder ou a maneira criteriosa de cumprir todos
os deveres, que são atribuídos ou cometidos à pessoa.
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
REQUISITOS:
a)Art. 104 CC – validade
b)Art. 107 CC – declaração de vontade: forma livre
c)Art. 111 CC – silêncio x vontade expressa
d)Art. 113 CC – interpretação: conforme a boa-fé e usos do lugar da celebração
O contrato tem como elemento essencial a vontade humana.
Momento subjetivo: manifestações de vontades contra-postas (formação do querer);
Momento Objetivo : surge com o consentimento firmado por meio da Declaração de
Vontade.

MANIFESTAÇÃO DA VONTADE:
O contrato é ato bilateral e só se aperfeiçoa pela manifestação harmônica da vontade dos
contratantes. Podendo ser expressa ou tácita (Art.107 CC: A validade da declaração de vontade
não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir) .

MANIFESTAÇÃO DE VONTADE (ou Consentimento)


●Expressa: Quando se revela através do propósito deliberado, de uma das partes, de externar o
seu pensamento em determinado sentido. (por meio da palavra escrita, oral ou por gestos).
●Tácita: Quando provém de atos do agente, incompatíveis com a decisão contrária.
Comportamento que se demonstra incompatível com a atitude de quem recusa.
Silêncio como Manifestação de vontade:
Não se deve confundir consentimento tácito com efeito vinculante do silêncio, pois este,
não sendo nem afirmação nem negação, não pode ser considerado como manifestação tácita do
querer. Quem se cala não diz coisa nenhuma!

Ex: Revista enviada para a residência – silêncio como subscrição de assinatura. Não vincula o
destinatário da proposta! (Art. 111 CC: Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as
circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa).

Silêncio Circunstanciado ou Qualificado:


Quando a lei, a vontade das partes ou comportamento dos contratantes, estabeleçam
recusa expressa da oferta, sob pena de aceitação.
Ex: encomenda de mercadorias habituais com prazo de entrega determinado.

A PROPOSTA E A ACEITAÇÃO são os elementos indispensáveis à formação do


contrato (processo de formação: negociações ou tratativas preliminares).
FASE DE PUNTAÇÃO:
Atos Preparatórios : Antecede à formação dos contratos:
Negociações ou tratativas preliminares
Período pré contratual: Interesses antagônicos que não vinculam as partes.
PROPOSTA DEFINITIVA + ACEITAÇÃO = FORMAÇÃO DO CONTRATO
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES
São tratativas que antecedem a formação do contrato e que tem por finalidade debater as
condições e conveniência da contratação, conversações prévias, sondagens e estudos sobre os
interesses de cada contraente, tendo em vista o contrato futuro.
São os atos iniciais entre os participantes, sem que haja qualquer vinculação jurídica
(exercício regular de direito), embora excepcionalmente surja a responsabilidade, em virtude de
uma das partes efetuar despesas na expectativa de futura contratação, e posteriormente, caso
haja sem razão, o enceramento da negociação, o lesado fará jus à indenização.
Responsabilidade
Sem preceito legal específico!
Responsabilidade: A doutrina justifica os arts. 186 (ato ilícito) c/c art. 927 (reparação do
prejuízo) ambos do CC.
A PROPOSTA DE CONTRATAR
●A parte que emite a oferta ou apresenta a proposta é chamada de proponente ofertante ou
policitante.
●A parte que aceita a proposta, exprimindo sua vontade, é chamada de aceitante ou oblato.
PROPOSTA:
É a oferta dos termos de um negócio, convidando a outra parte a com eles concordar.
Provoca uma legítima expectativa junto à pessoa a quem endereçou.

Art. 427 CC: A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos
dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.

É uma declaração de vontade, dirigida por uma pessoa à outra, por força da qual a
primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar.
CARACTERÍSTICAS:
●Declaração unilateral de vontade, por parte do proponente;
●Reveste-se de força vinculante para aquele que a formulou, salvo exceções (art. 428);
●Deve conter todos os elementos do negócio jurídico
●É elemento inicial do contrato. A proposta deve ser séria, completa, precisa;
AtosPreparatóriosXContrato Preliminar

Atos Preparatórios: Contrato Preliminar ou Promessa de


Contrato:
Não se identificam com o Contrato tem por objeto a obrigação de fazer um
Preliminar. contrato definitivo, sob pena de
responsabilização por parte do infrator.
(legítima espectativa de pactuação).

CONTRATO PRELIMINAR

Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao
contrato a ser celebrado.

Princípio da vinculação ou obrigatoriedade: Obriga o proponente a não voltar atrás na


obrigação, dever de mantê-la. (Exceções – arts. 427 e 428 CC)

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:


I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente
a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao
conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do
proponente.
I) Resultar dos termos expresso na proposta: reserva ao direito de arrependimento do
negócio (Exceção: CDC).

II) Resultar da natureza do negócio: propostas abertas ao público, ex: venda de produtos
enquanto durar o estoque, promoções em rádio (Art.429 CC: A oferta ao público equivale a
proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das
circunstâncias ou dos usos. Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua
divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada).

III) Resultar das circunstâncias do caso: Juiz analisará o caso concreto respeitado o princípio
da razoabilidade. (Art. 428 CC).

OBRIGATORIEDADE DA PROPOSTA
A proposta impõe ao proponente um ônus, de um revogar por certo tempo a partir de
sua existência, sob pena de ressarcir perdas e danos. Porém sua força vinculante não é absoluta.
(art. 427 e 428 CC).
●Difere entre presentes e ausentes;
●Consumidor: art.35, I e 84, § 1º CDC: execução específica - cumprimento forçado, aceitar
outro produto equivalente ou rescisão do contrato com direito à restituição + perdas e danos.
HIPÓTESES DE PERDA DA EFICÁCIA DA PROPOSTA
Momento: PRAZO DA PROPOSTA (Art.428 CC).
a) Se feita sem prazo à pessoa presente, não foi imediatamente aceita;
b) Se feita sem prazo à pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta
ao conhecimento do proponente (prazo moral/razoabilidade);
c) Se feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
d) Se antes dela ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do
proponente. O oblato recebe a proposta e a retração, ou seja, não se cria a expectativa –
arrependimento lícito!
PESSOA PRESENTE: transmissão imediata da vontade.
A Proposta deixa de ser obrigatória, quando feita sem prazo, não for imediatamente
aceita. O que vale dizer que, se prazo foi concedido para a resposta, o promitente só se
desvincula de sua oferta após o transcurso desse prazo, sem aceitação.
PESSOA AUSENTE: sem contato direto
A Proposta deixa de ser obrigatória quando:
●Formulada sem prazo, houver decorrido tempo suficiente para chegar a aceitação ao
conhecimento do proponente;
●Formulada com prazo para a resposta, o período se esgotar sem que a aceitação seja expedida;
●Antes da proposta, ou simultaneamente com ela, chegar ao conhecimento da outra parte a
retratação do proponente;

ACEITAÇÃO
A proposta representa o reflexo da vontade de uma das partes, a aceitação é o reflexo
da vontade da outra parte. É a manifestação da vontade, expressa ou tácita, da parte do
destinatário de uma proposta, feita dentro do prazo, aderindo a esta em todos os seus termos,
tornando o contrato definitivamente concluído. Consiste na formulação da vontade concordante
do aceitante/oblato, feita dentro do prazo e envolvendo adesão integral à proposta recebida.
Requisitos:
●Se formulada dentro do prazo da proposta -
●Adesão integral da proposta;
Caso a manifestação da vontade do aceitante não se submeta a tais requisitos
necessários, não se tratará de aceitação, mas de nova proposta (contra-proposta) de iniciativa
do oblato, que não gerará os efeitos daquela, pois o primeiro proponente ficará desvinculado da
obrigação de contratar. Art. 431 CC.
A Aceitação pode ser:
Expressa, em regra;
Tácita (art.432 CC);
O principal efeito da aceitação é não apenas vincular o aceitante, como também prender
o proponente, que a partir desse momento se encontra ligado a um contrato.
Aceitação deixará de aperfeiçoar o contrato, quando:
●Aceitação embora expedida a tempo, por motivos imprevistos chegar tarde ao conhecimento
do policitante – A lei impõe ao proponente de comunicar o aceitante, sob pena de perdas e
danos – culpa. (art. 430 CC);Dever de informar!
●Se antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante (art. 433
CC).
Aceitação entre presentes:
●Se não houver prazo para a aceitação, deve ser manifestada imediatamente;
●Se, houver prazo, deverá ser pronunciada, dentro do mesmo;

Aceitação entre ausentes:


●Existindo prazo, este deverá ser observado, mas se a aceitação se atrasar, sem culpa do
oblato, o proponente, deverá dar ciência do fato ao aceitante, sob pena de perdas e danos (430
CC);
●Se não tiver prazo, deverá ser manifestada dentro de tempo suficiente para chegar a resposta
ao proponente (428,II CC);

MOMENTO DE CONCLUSÃO DO CONTRATO


Entre presentes: As partes se encontram vinculadas no mesmo instante em que o oblato aceita
a proposta; só então o contrato começará a produzir efeitos;
Entre Ausentes: O Código Civil acolheu a teoria da agnição, no momento da expedição da
aceitação(art. 434 CC). Contendo exceções:

TEORIAS (entre ausentes):


Teoria da Congnição:
O contrato só se aperfeiçoa no momento em que o proponente toma conhecimento da
aceitação.
Teoria da Agnição:
O contrato se forma pela declaração do aceitante. Possui três subteorias: Declaração,
Expedição e Recepção.
Declaração: o contrato se forma quando o aceitante escreve a carta;
Expedição: o contrato se aperfeiçoa no momento em que a carta ou telegrama é expedido; Art.
434 CC.
Recepção: o contrato só é concluído no momento em que a aceitação chega as mãos do
proponente. (Pablo Stolze, Carlos Roberto Gonçalves).

03 Exceções aceitas pelo CC expedição da aceitação:


●O contrato não se considerará concluído, a despeito de expedida a aceitação, se antes desta ou
com ela chegar ao proponente a retratação; Art.433 CC.
●Se o proponente haver-se comprometido a esperar a resposta (convenção entre as partes –
princípio da recepção); 434 II.
●A aceitação não chegar no prazo convencionado; Sem ela não tem acordo/consenso, não tem
contrato! 434, III.
CONCLUSÃO: Teoria da Recepção!

Lugar da Formação ou Celebração do Contrato


Art. 435 CC – no lugar em que for proposto; Foro/competência/usos e costumes: local
em que a proposta foi feita.
Contratação eletrônica? Art. 9º, § 2º LICC – Direito Internacional: no País em que residir o
proponente a obrigação resultará o contrato;

CONTRATO SOBRE HERANÇA DE PESSOA VIVA

Art. 426 CC: “Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva”

A sucessão de pessoa viva representa apenas perspectiva futura e distante de um bem.


Proibição de pactos sucessórios. Lei: sucessão legítima (1.829 ss) e testamentária (1.857 ss).
Nulo - Impossibilidade jurídica do objeto!

EXCEÇÕES:

Pacto antenupcial para dispor de futura e recíproca sucessão desde que não excedam a
metade dos bens:
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e
futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.

Art. 1.668. São excluídos da comunhão:


I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar II
- os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a
condição suspensiva;
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou
reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de
incomunicabilidade;
Pacto antenupcial para dispor de futura e recíproca sucessão desde que não excedam a
metade dos bens:
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer
pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem
um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento
não se realizar.

Não relacionada ao evento morte, mas ao casamento:


Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.

E valido para pais partilharem o seu patrimônio entre os descendentes, inter vivos:
Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto
que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.

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