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CONCEITOS:
Maria Helena Diniz
É o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a
estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir,
modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.
Beviláqua
Acordo de vontades para fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos.
Caio Mário
Um acordo de vontades, na conformidade da lei, e com a finalidade de adquirir,
transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos.
Contrato (espécie) é a fonte de Obrigação (genêro).
M ODIFICAR
ADQUIRIR
RESGUARDAR
TRANSFERIR
EXTINGUIR
REQUESITOS MÍNIMOS DE TODO NEGÓCIO JURÍDICO
Pressupostos de existência, validade e eficácia do Negócio Jurídico-Contrato:
●Observância dos requisitos do art. 104 CC:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou
administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que
estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da
justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem,
ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
Art. 107 CC: Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão
quando a lei expressamente a exigir.
Podendo ser:
FORMAS: ESCRITURA PÚBLICA (art.108 CC) ou INSTRUMENTO PARTICULAR,
VERBAL OU TÁCITO (ex: na doação - demonstra a aceitação).
CONTRATO
●É a espécie mais importante de negócio jurídico.
●É um instrumento de conciliação de interesses contrapostos (consentimento), com vistas à
pacificação social e ao desenvolvimento econômico.
●É forma de realização e não de opressão, observando-se a função social, respeitando a
dignidade da pessoa humana, a igualdade entre os contratantes, a boa-fé objetiva (lealdade,
confiança, confidencialidade recíprocas), o meio ambiente, o valor social do trabalho, etc.
Liberdade de contratar;
Liberdade de com quem contratar;
Liberdade do conteúdo do contrato;
EQUILÍBRIO-ECONÔMICO:
Exemplo: a violação de regras de ordem pública e interesse social, como no caso da
declaração de nulidade de cláusula contratual abusiva, em atuação judicial do Ministério
Público, na defesa dos consumidores (CDC, art. 51, § 4º). Tem como objetvo evitar o
empobrecimento injustificado da parte contratante. Tal princípio deve ser aplicado em casos
excepcionais e com cautela, quando demonstrados os seguintes requisitos:
1.Vigência de contrato comutativo, bilateral/obrigações recíprocas;
2.Ocorrência de fato superveniente e imprevisível;
3.Considerável alteração da situação de fato existente no momento da execução;
4.Onerosidade excessiva para um e vantagens exagerada para outro;
f) Principio da Boa-fé Objetiva
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua
celebração.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
O princípio da boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só durante
as tratativas, como também durante a formação e o cumprimento do contrato.Consiste em uma
verdadeira regra de comportamento, de fundo ético e exigibilidade jurídica. A boa-fé
objetiva impõe ao contratante um padrão de conduta, de agir com retidão, com probidade,
honestidade, lealdade e respeito que se espera do homem comum.
RELAÇÃO OBRIGACIONAL
a) Dever jurídico principal: prestações positivas ou negativas.
b) Dever jurídico acessório/anexo: boa-fé objetiva: lealdade, confiança, sigilo, etc.
●Responsabilidade pré e pós-contratual, garantia de pré e pós eficácia dos contratos.
MANIFESTAÇÃO DA VONTADE:
O contrato é ato bilateral e só se aperfeiçoa pela manifestação harmônica da vontade dos
contratantes. Podendo ser expressa ou tácita (Art.107 CC: A validade da declaração de vontade
não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir) .
Ex: Revista enviada para a residência – silêncio como subscrição de assinatura. Não vincula o
destinatário da proposta! (Art. 111 CC: Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as
circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa).
Art. 427 CC: A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos
dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
É uma declaração de vontade, dirigida por uma pessoa à outra, por força da qual a
primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar.
CARACTERÍSTICAS:
●Declaração unilateral de vontade, por parte do proponente;
●Reveste-se de força vinculante para aquele que a formulou, salvo exceções (art. 428);
●Deve conter todos os elementos do negócio jurídico
●É elemento inicial do contrato. A proposta deve ser séria, completa, precisa;
AtosPreparatóriosXContrato Preliminar
CONTRATO PRELIMINAR
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao
contrato a ser celebrado.
II) Resultar da natureza do negócio: propostas abertas ao público, ex: venda de produtos
enquanto durar o estoque, promoções em rádio (Art.429 CC: A oferta ao público equivale a
proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das
circunstâncias ou dos usos. Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua
divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada).
III) Resultar das circunstâncias do caso: Juiz analisará o caso concreto respeitado o princípio
da razoabilidade. (Art. 428 CC).
OBRIGATORIEDADE DA PROPOSTA
A proposta impõe ao proponente um ônus, de um revogar por certo tempo a partir de
sua existência, sob pena de ressarcir perdas e danos. Porém sua força vinculante não é absoluta.
(art. 427 e 428 CC).
●Difere entre presentes e ausentes;
●Consumidor: art.35, I e 84, § 1º CDC: execução específica - cumprimento forçado, aceitar
outro produto equivalente ou rescisão do contrato com direito à restituição + perdas e danos.
HIPÓTESES DE PERDA DA EFICÁCIA DA PROPOSTA
Momento: PRAZO DA PROPOSTA (Art.428 CC).
a) Se feita sem prazo à pessoa presente, não foi imediatamente aceita;
b) Se feita sem prazo à pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta
ao conhecimento do proponente (prazo moral/razoabilidade);
c) Se feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
d) Se antes dela ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do
proponente. O oblato recebe a proposta e a retração, ou seja, não se cria a expectativa –
arrependimento lícito!
PESSOA PRESENTE: transmissão imediata da vontade.
A Proposta deixa de ser obrigatória, quando feita sem prazo, não for imediatamente
aceita. O que vale dizer que, se prazo foi concedido para a resposta, o promitente só se
desvincula de sua oferta após o transcurso desse prazo, sem aceitação.
PESSOA AUSENTE: sem contato direto
A Proposta deixa de ser obrigatória quando:
●Formulada sem prazo, houver decorrido tempo suficiente para chegar a aceitação ao
conhecimento do proponente;
●Formulada com prazo para a resposta, o período se esgotar sem que a aceitação seja expedida;
●Antes da proposta, ou simultaneamente com ela, chegar ao conhecimento da outra parte a
retratação do proponente;
ACEITAÇÃO
A proposta representa o reflexo da vontade de uma das partes, a aceitação é o reflexo
da vontade da outra parte. É a manifestação da vontade, expressa ou tácita, da parte do
destinatário de uma proposta, feita dentro do prazo, aderindo a esta em todos os seus termos,
tornando o contrato definitivamente concluído. Consiste na formulação da vontade concordante
do aceitante/oblato, feita dentro do prazo e envolvendo adesão integral à proposta recebida.
Requisitos:
●Se formulada dentro do prazo da proposta -
●Adesão integral da proposta;
Caso a manifestação da vontade do aceitante não se submeta a tais requisitos
necessários, não se tratará de aceitação, mas de nova proposta (contra-proposta) de iniciativa
do oblato, que não gerará os efeitos daquela, pois o primeiro proponente ficará desvinculado da
obrigação de contratar. Art. 431 CC.
A Aceitação pode ser:
Expressa, em regra;
Tácita (art.432 CC);
O principal efeito da aceitação é não apenas vincular o aceitante, como também prender
o proponente, que a partir desse momento se encontra ligado a um contrato.
Aceitação deixará de aperfeiçoar o contrato, quando:
●Aceitação embora expedida a tempo, por motivos imprevistos chegar tarde ao conhecimento
do policitante – A lei impõe ao proponente de comunicar o aceitante, sob pena de perdas e
danos – culpa. (art. 430 CC);Dever de informar!
●Se antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante (art. 433
CC).
Aceitação entre presentes:
●Se não houver prazo para a aceitação, deve ser manifestada imediatamente;
●Se, houver prazo, deverá ser pronunciada, dentro do mesmo;
Art. 426 CC: “Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva”
EXCEÇÕES:
Pacto antenupcial para dispor de futura e recíproca sucessão desde que não excedam a
metade dos bens:
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e
futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
E valido para pais partilharem o seu patrimônio entre os descendentes, inter vivos:
Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto
que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.