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REVISÃO DE ANÁLISE TENSORIAL

1.1- Vetores Espaciais

Def.: Para cada par de pontos (a,b) do espaço E, existe um segmento


de linha ab , caracterizado por um comprimento e uma direção.
-Conjunto de vetores espaciais: conjunto de todos os segmentos de
linha direcionados (segmentos paralelos correspondem a um mesmo
elemento.
!
-Operações:
-Adição: v + w = w + v
u + (v + w ) = ( u + v ) + w
v+0=v
Para cada v existe um - v tal que v + ("v) = 0
-Multiplicação por escalar α
Def.: O vetor " v tem comprimento " v e direção de v se " > 0
e direção de - v se " < 0
" (# v ) = ("# )v
1v = v
!
" (v + w ) = " v + " w
(" + # )v = " v + # v
- Produto interno: número real v • w = v w cos "
v v • w = w •v
! u • (v + w ) = u • v + u • w
α
" (v • w ) = (" v ) • w
w v • v # 0 ; v • v = 0 se e só se v = 0
!
-Espaço vetorial: conjunto de objetos tais que as regras de adição e
multiplicação se aplicam
-Espaço produto interno: Espaço vetorial com produto interno
-Conjunto de vetores espaciais é um espaço produto interno
-Abreviações:
v " w # v + ("w)
Comprimento ou magnitude de v :
v # v # v •v

-Vetor posição: qualquer ponto z em E pode ser localizado em


relação a outro ponto O pelo vetor espacial:
!
z " Oz (vetor posição de z em relação a origem O)

!
-Campos escalar: funções de valores numéricos que
dependem da posição. Exs: temperatura, pressão
-Campos de vetores espaciais: funções de vetores espaciais
de dependem da posição. Exs: força, velocidade, vetor
posição (p(z))
-As operações de adição, multiplicação por escalar e
produto interno são similares para os campos de vetores
espaciais.
-Em geral trabalharemos com campos reais escalares e
campos vetoriais espaciais, e integrais destes campos
-Base:
-Os vetores e1, e2 e e3 são linearmente independentes quando
α1e1+α2e2+α3e3=Σαiei=0 só se α1=α2=α3=0
-Geometricamente 3 vetores são LI se eles não estão todos num
mesmo plano
-Uma base M para um espaço vetorial é um conjunto de
χ de vetores LI tal que cada vetor em M pode ser escrito como
uma combinação linear de elementos de χ
-Ex.: Seja (e1, e2, e3) base de todos os vetores espaciais
3
v = v1 e1 + v 2 e 2 + v 3 e 3 = " v i e i
i=1

v1,v 2 ,v 3 - componentes do vetor v com relação a base

-n. elementos da base = dimensão da base


-Espaço
!
de vetores espaciais e de campos de vetores espaciais é 3D
-Base para campos vetoriais espaciais:
-Uma base (m1,m2,m3) para o espaço de campos vetoriais
espaciais é cartesiana se os vetores da base em cada ponto z
são unitários.
m1 (z) • m1 (z) = 1
m 2 (z) • m 2 (z) = 1
m 3 (z) • m 3 (z) = 1

-Base ortogonal: elementos da base são ortogonais aos outros


! m i (z) • m j (z) = 0 p/ i" j

-Base ortonormal: base cartesiana ortogonal


!
-Base cartesiana retangular: base ortonormal e, para cada 2 pontos
x e y em E, mi(x)=mi(y) para i=1,2,3 ⇒comprimento e direção dos
vetores de base em cada ponto independem da posição em E.
Usaremos (e1, e2, e3) para este tipo de base.
-Todo campo de vetores pode ser escrito como CL da BCR (e1, e2, e3):
3
u = u1 e1 + u2 e 2 + u3 e 3 = " ui e i
i=1

u1,u2 ,u3 - componentes cartesianos de u

-Vetor posição:
3
!
p = z1 e1 + z2 e 2 + z3 e 3 = " zi e i
i=1

zi # coordenadas cartesianas com relação a origem O


-Qualquer base para campos de vetores espaciais pode ser usada
para gerar um número infinito de bases para o espaço de vetores:
mi=mi(z) p/ i=1,2,3 e qualquer z pode ser usado como base para
o espaço de vetores.

-A base depende de z, pois a magnitude e direção de mi podem


variar com a posição (ex: sistemas coord. cilíndrica e esférica)

-A magnitude e direção das funções independem da posição em E,


na base cartesiana
CONVENÇÕES

3
u = " ui e i = ui e i
i=1

# v • w = (v i e i ) • (w j e j ) = v i w j (e i • e j ) = v i w j$ij = v i w i
Para sistema de coordenadas cartesianas :
&1 se i = j
(e i • e j ) = $ij = '
(0 se i % j

!
1.2 - Determinantes

$0 quando 2 índices forem iguais


ijk
&
"ijk = " = %+1 quando ijk forem permutação par de 123 (sent. horário)
&#1 quando ijk forem permutação ímpar de 123 (sent. anti - horário)
'

εijk e εijk são completamente anti-simétricas nos índices 123, i.e.,


trocando 1 índice por outro o sinal é invertido.

a11 a12 a13


det(aij ) = a21 a22 a23 = "ijk a1i a2 j a3k = "ijk ai1a j 2 ak 3
14243 14243
a31 a32 a33 (1) (2)

!
-Com a troca de 1 linha por outra, o sinal do determinante muda:

"ijk aim a jn akp = " jik a jm ain akp = #"ijk aim a jn akp

-Podemos escrever as eqs. (1) e (2) como:


! "ijk ami anj a pk = det(ars )"mnp (3)
"ijk aim a jn akp = det(ars )"mnp (4)

-Produto entre 2 determinantes:

! det(ars )det(bxy ) = det(ars )"ijk bi1b j 2bk 3 = "mnp ami anj a pk bi1b j 2bk 3
= "mnp (amibi1 )(anj b j 2 )(a pk bk 3 )
123
ab p 3

= det(ausbsv )
Exercícios

!
1.3 - Gradiente de um Campo Escalar

Def.: O gradiente de um campo escalar α é um campo vetorial ∇α.


O gradiente é especificado a partir do seu produto interno com
um vetor arbitrário, em todos os pontos z de E:
# (z + sa) ' # (z)
"# (z) • a $ lims%&
s
onde a $ zy (y - ponto arbitrário de E)
)# (z) * )# (z) )# (z) )# (z) -
( "# (z) • a = ai , = a1 + a2 + a3 /
)z i + )z1 )z 2 )z 3 .
Escolhendo a = e i :
)# )#
"# • e i = ( "# = ei
)z i )z i

Exercício: Prove que ∇zi=ei


!
1.4 - Tensores de Segunda Ordem
T é uma transformação ou mapeamento que leva para cada
campo vetorial v um outro campo vetorial T•v tal que as
seguintes regras são satisfeitas:
T • (v + w ) = T • v + T • w
T • (" v) = " (T • v)
(T + S ) • v # T • v + S • v
(" T ) • v # " (T • v )

-Tensor
! Zero: 0•v=0 para todo campo vetorial v
-Todo Campo Tensorial constitui um espaço vetorial
-Produto tensorial ou produto diático entre 2 vetores: T=ab
-Componentes de campos tensoriais de segunda ordem:

T - tensor de segunda ordem


ej (j=1,2,3) - base cartesiana retangular para o espaço de campos
vetoriais
⇒ T• ej =Tij ei

"T11 T12 T13 %


$ '
[ ij ] $ 21 22 23'
T = T T T
$#T31 T32 T33 '&

Seja v um campo vetorial, então:


! T • v = T • (v j e j ) = v j T • e j = v j Tij ei

Notação: T=Tij ei ej

!
-Tensor Identidade: I•ej=Iijei=ej=δijei ⇒ (Iij- δij)ei =0
como a base cartesiana retangular é L.I.: Iij = δij
-ei ej: base para o espaço de campos tensoriais de segunda ordem
(dimensão 9)
-Transposta de um campo tensorial de segunda ordem:

(
Def.: (T • u) • v " u • T • v
T
)
u = ei v =ej
# T ji = TijT
ou T T = Tnm e m e n
T
Def.: w • T = T • w
- Tensor simétrico: T = TT
- Tensor anti-simétrico: T = - TT
- Campo tensorial ortogonal: preserva comprimentos e ângulos
(Q • u) • (Q • v ) = u • v
" u • [Q • (Q • v )] = u • [(Q • Q) • v ] = u • v
T T

" QT • Q = I

- Sejam A e B campos tensoriais de Segunda Ordem:

! A • ( B • v ) = ( A • B) • v
onde ( A • B) " ( Aij e i e j ) • ( Bkm e k e m ) = Aij B jm e i e m
T
( A • B) = BT AT
- Inverso de um campo tensorial de 2a ordem:
- Um campo tensorial é inversível se:
a) Se A•u1=A•u2 então u1=u2
b) Para cada campo vetorial v, corresponde pelo menos
um campo vetorial u tal que A•u=v

⇒ A-1: inversa de A
Definindo: A-1•v1=u1 pode-se mostrar que A-1• A= A • A-1=I
- Para uma transformação ortogonal, Q-1= QT
- Obs: Nem o tensor 0 nem um produto tensorial ab são
inversíveis
-Traço de um campo tensorial de segunda ordem:
-Sejam a, b campos vetoriais; α campo escalar; S, T campos
tensoriais de segunda ordem
-A operação tr(T) satisfaz:
- tr(T+S)= tr(T) + tr(S)
-tr(α T)= α tr(T)
-tr(ab)=a•b
-No sistema de coordenadas cartesianas:
-tr(T)=Tij tr(ei ej) = Tij ei •ej= Tij δij= Tii (=soma dos elementos
da diagonal)
1.5 - Gradiente de um campo vetorial
Def.: O gradiente de um campo vetorial v é um campo tensorial de
segunda ordem ∇v.
v(z + sa) & v(z)
"v(z) • a # lims$%
s
onde a # zy (y - ponto arbitrário de E)
( v(z) ) ( v(z) ( v(z) ( v(z) ,
' "v(z) • a = ai + = a1 + a2 + a3 .
(z i * (z1 (z 2 (z 3 -
Escolhendo a = e j :
(v (v
"v • e j = ' "v = i e i e j
(z j (z i
(v i (v
tr("v) = tr(e i e j ) = i = divergente
(zi 123 (zi
/ ij

(v i
' divv # " • v # tr("v) =
(z i
1.6- Produto vetorial e rotacional
e1 e 2 e3
(1a " b) # a1 a2
23
a3 = (a2b3 $ a3b2 )e1 + (a3b1 $ a1b3 )e 2 + (a1b2 $ a2b1 )e
3
em relação
a base cart.
b1 b2 b3
a direção de ( a " b) é dada pela regra da mão direita
(a " b) está no plano perpendicular a a e b
e1 e2 e3
rot v " # /#z1 # /#z2 # /#z3 =
! v1 v2 v3
% #v 3 #v 2 ( % #v1 #v 3 ( % #v 2 #v1 (
' $ *e1 + ' $ *e 2 + ' $ *e 3
& #z 2 #z 3 ) & #z3 #z1 ) & #z1 #z2 )
Notação mais compacta (sist. cartesiano) :
(a + b) = ,ijk a j bk e i
#v k
rot v = ,ijk ei
#z j
1.7- Determinante de um tensor de segunda ordem

Seja gi uma base arbitrária para um sistema de coordenadas


curvilíneas

-Magnitude do
det T=Vol. Paral. Deformado
Vol. g1g2g3
- det T > 0 se T•g1, T•g2 ,T•g3
tem a mesma orientação de
g1,g2,g3

Def.:

det T "
[ (T • g ) # (T • g )] • (T • g )
1 2 3

(g # g ) • g
1 2 3
- Na base cartesiana
det T = det(Tmn ) (= "ijk T1iT 2 jT3k )

- Mostra-se que
!
det(S • T) = det S det T
"1
det(T ) = 1/det T
T
det(T ) = det T

!
1.8 - Integração
-Campos vetoriais:
v(z) + v(y) = v i (z)e i + v i (y)e i = [v i (z) + v i (y)]e i
" # R
v • dR = # R (#
v i e i dR =
R )
v i dR e i
i

- Transformada de Green:
" : escalar, vetor ou tensor
! # "nˆ • dA $ [" (z1 + %z1,z2 ,z3 ) & " (z1,z2 ,z3 )]%z2%z3 e1 +
Sm

[" (z1,z2 + %z2 ,z3 ) & " (z1,z2,z3 )]%z1%z3 e 2 + [" (z1,z2 ,z3 + %z3 ) & " (z1,z2 ,z3 )]%z1%z2 e 3
÷%' = %z1%z 2%z3 e fazendo %z1 ( 0,%z2 ( 0,%z3 ( 0 :
1
%' m
# S m
"nˆ • dA = )"

Mas,
k k

# )"d' = limmax %' m (0 * ()" ) m %' m = * # S "nˆ • dA


R m
m=1 m=1

+ #
)"d' = # "nˆ • dA
R Sm
1444424 444 3
Transformada de Green
-Para ϕ campo vetorial:

# R
"vd$ = # S
v{nˆ dA
produto
tensorial

% # tr("v)d$ = # tr(vnˆ )dA


R S

% # divvd$ = # v • nˆ dA
144424443 R S
Teorema da divergência
ou Teorema de Gauss

-Para ϕ campo tensorial:


!
# R
"Td$ = # S
Tnˆ dA
% # R
divTd$ = # T & nˆdA
S

!
- Mudança de variáveis em integrais de volume

( )
x1 = x1 x , x , x
1 2 3

x = x (x , x , x )
2 2 1 2 3

x = x (x , x , x )
3 3 1 2 3
{
sist.14243
coord . sist.
coord .

Sabe - se que
" F(x1, x 2 , x 3 )dx1dx 2 dx 3 =
R

$ #x i ' 1 2 3
( 1 2
" R F x1(x , x , x ),... det&& # x )) d x d x d x
% j(
3
)
Se um dos sistemas for o sistema cartesiano :
" R
F(z1,z2 ,z3 )dz1dz2 dz3 = " F (z (x , x , x
R 1
1 2 3
),...) gdx1dx 2 dx 3
onde g * det(gij )

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