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TOLEDO – PR
2017
GABRIEL ARIENTI BARBIERI
Oeste do Paraná.
TOLEDO – PR
2017
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SUMÁRIO
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O CONCEITO “DEUS” E A SUA EXISTÊNCIA EM ANSELMO
Importante é, seguir a ordem do próprio autor, via biografia, dado que existe
certa “cronologia” em suas publicações. Desta forma, a obra Monológio atua como
provas a posteriori 3 (mediante a própria natureza de tudo). Logo, o autor elenca quatro
provas da existência de Deus: Sumo Bem é a primeira.
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Ao português: “Creio para entender”.
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A obra intitulada Monológio foi antecedente à Proslógio. A primeira é uma transcrição de certas reflexões
feitas e exercidas em convívio do próprio Anselmo. Logo após sua publicação, à futuros pedidos, surge a obra
Proslógio.
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Ao português: “Seguinte”, “Posterior”.
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A terceira prova da existência de Deus é a criação. Na medida que nada criado
advém do nada, ou seja, um filho tem como causa seu pai e mãe. Um pai tem como
causa seu pai e sua mãe, e assim por diante, mas, se regredimos ao infinito, além de
irracionais, chegaríamos em um grande impasse, e por isso, deve existir algo que, por
mais que não conseguimos observar ao fim da cadeia, habita o começo dela, algo que
cria sem “mover-se”.
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A CONTROVÉRSIA DOS “UNIVERSAIS”: REALISMO EXAGERADO,
NOMINALISMO, CONCEPTUALISMO E REALISMO MODERADO
Uma das perguntas mais pertinentes que houveram durante muito tempo,
principalmente na filosofia medieval, foi acerca dos chamados “Universais”, ou seja,
daquilo que se expressa e o quanto é capaz de “universalizar” o expressado. Em
outras palavras, podemos nos perguntar o quanto o conhecimento e linguagem
humana são capazes de representar da realidade em si? Os universais se plasmam
por serem assuntos metafísicos acerca daquilo que unifica certas ideias expressadas
por nós, por exemplo, quando mediante a linguagem falamos sobre um cavalo, de
crinas brancas, e posteriormente, de um mesmo animal de crinas pretas, algo nos
remete entre ambos, isto é, existe uma sintonia, uma ideai em que ambos participam:
a ideia de cavalo. De certa forma, todos os cavalos – dados suas particularidades,
participam desta ideia universal. Os Medievais em especial debruçaram-se frente a
esta polêmica, ao qual até mesmo Platão buscou resolver, mas deixou
inevitavelmente grandes lacunas.
Por fim, após Guilherme de Champeaux, advém Pedro Abelardo que apresenta
o Realismo Moderado. O principal ponto está em considerar e elencar a substância
como o próprio indivíduo, e logo, as ideias universais seriam uma espécie de ponte
entre o próprio Ser das coisas e a mente e seu pensamento (os quais a ideia se insere
“visível” a nós). E assim como Tomás apresenta (posteriormente explicitado neste
trabalho), liga-se ao princípio de individuação (a combinação de forma e matéria/corpo
e alma).
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O CONCEITO DE “ENTE”, “ESSÊNCIA” E ESSÊNCIA DAS SUBSTÂNCIAS
COMPOSTAS E SEPARADAS EM TOMÁS DE AQUINO.
Inicialmente o Ente pode ser dito de duas formas, sendo a primeira aquilo que
corresponde a algo inserido dentro da própria realidade, já a segunda forma abarca o
âmbito proposicional (da verdade inserida em uma proposição, isto é, em uma
enunciação de uma sentença, que pode ser verdadeira ou não). Existe uma
particularidade na segunda forma, enquanto em si mesmo, o ente é possível de
sentenciar em uma proposição algo afirmativo, mesmo que ele (inserido em uma
sentença) não tenha correspondência com a realidade.
Nisto, Tomás exemplifica no Capítulo primeiro, parte um, do livro acima citado,
acerca do entendimento sobre os entes, os dois tipos acima citados. Se analisarmos
a cegueira, quando dizemos que ela (a enfermidade) está na vista, estamos
incorrendo em afirmar algo que, no caso do primeiro tipo de ente (ao qual depende da
correspondência com a realidade), não é um ente, pois se insere no ente da própria
visão, e que logo, por depender dele, não existe em uma realidade externa a ele;
depende dele e de condições inerentes a ele (visão), e por isso, não é um ente
deslocado e independente. Por fim, neste exemplo, a cegueira é ausência de visão, e
não uma realidade empírica em fatos.
Desta forma, a essência das coisas não poderia se vincular a algo que
estivesse desvinculado à realidade empírica, pois logo, a essência não representaria
nada perceptível do ente, e mais ainda, se assim fosse, a essência não corresponderia
a ente algum, pois trataria apenas a ausências inerente aos próprios entes. Desta
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Traduzido ao português como “O Ente e a Essência”.
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Obra “De Caelo et Mundo” ou do português “O Céu e o Mundo”.
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“Liber de philosophia prima” ou do português “Livro da filosofia primeira”.
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forma, nos resta apenas concluir que a essência esteja vinculada ao primeiro tipo de
divisão do ente (inserido à realidade). Portanto, Tomás diz em sua obra De ente et
Essentia, no capítulo um, parte segunda:
Devemos compreender que Tomás afirma que a essência, enquanto aquilo que
é próprio e verdadeiro perante o ente, se encontra nas substâncias, e de certo modo
(relativamente) nos acidentes. Isto quer dizer que a substância, ou seja, aquilo que se
fala e se atribui acerca de um ente, tem íntima relação com a essência, enquanto a
essência mesma está na substância. Assim, Tomás vai além e nos apresenta a
qualidade de certas substâncias, sendo simples e outras compostas.
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à simples. Sendo assim, Tomás angaria suas reflexões sob a substância composta
dando início ao capítulo II de sua obra, cumprindo o que havia dito no prólogo7 da obra
Inicia Tomás com um axioma (que origina o título da primeira parte do capítulo
II): “Nas substâncias compostas conhece-se a forma e a matéria, como no Homem a
alma e o corpo. ” (p.8). Isto é, forma e matéria constituem a substância composta, e
unicamente forma (alma), ou matéria (corpo), não são capazes de explicitar a
essência do ente. No caso da matéria, Tomás afirma a evidência de sua incapacidade
sozinha de postular a essência, pois está não gera as classificações, e no caso da
forma, por mais que seja confundível, a forma sozinha não é capaz de dizer sobre a
essência, pois perante as substâncias naturais, se não houvesse matéria, se
confundiria com as definições matemáticas.
Logo, por mais que exista a matéria e a forma inerentes à substância composta,
deve-se surgir algo que seja exterior à ambas coisas citadas, pois, do contrário, se
assim fossem referidas, seria atribuir ao acidente de ambas o posto de essência, o
que por si só, constitui um equívoco (tratando-se de algo parcial e relativo). Além do
mais, este sentido relativo do acidente é algo particular à matéria, e moldável. Tomás
exemplifica:
“[...] por exemplo, a brancura faz com que uma coisa seja
branca em acto. E assim, quando se recebe uma tal forma,
não se diz, simplesmente, que há uma geração, mas
apenas em sentido relativo. ” (TOMÁS DE AQUINO, 2008,
p.9)
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Parte 2, intitulada “Método da exposição”
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Quando termos em mente o princípio de individuação (singularidade, aquilo que
confere individualidade), a essência será exclusivamente particular, ao invés do
universal, tornar-se-ia, mediante a definição da própria, o significado intrínseco na
mesma, desta forma, a matéria enquanto determinada, torna-se o próprio princípio de
individuação, enquanto confere certos aspectos particulares (individuais). Porém,
além disto, a matéria designa o aspecto “individuativo” (gênero), enquanto a forma
determina a espécie em que este mesmo se insere. Nisto, estando na espécie se
determina o gênero. (TOMÁS DE AQUINO, 2008, p. 11, 12 e 17)
E por fim, a abordagem por hora deve introduzir-se nas substâncias separadas
(p. 26). Deste modo, inicialmente veremos que a essência, observadas e localizadas
nas substâncias separadas, exemplificada pela Alma, Inteligência e na primeira causa
(embora simples, introduz-se sua composição em ambas citadas) ou imateriais e
inteligíveis (as quais se tornam mediante a substância intelectiva), não possuem
relações à matéria:
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“De facto, vemos que as formas não são inteligíveis em
acto senão na medida em que se separam da matéria e
dos seus condicionamentos.
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REFERÊNCIAS
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