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das Cidades

A Política de Informações

CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO


CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
A Política de Informações das Cidades – PIC é orientado-o na direção de uma eficiente
um documento de referência a partir do qual alocação dos escassos recursos públicos. Da
o Ministério pauta suas ações na área de infor- mesma maneira, a PIC sugere meios de moni-
mações. Nesse sentido, a PIC define objetivos, toramento e acompanhamento dos resultados
diretrizes, estratégias e procedimentos para dos programas e projetos implementados, de
implementação de soluções que permitam ao forma a viabilizar que o Ministério consiga ve-
Ministério das Cidades organizar e gerir suas rificar a efetiva resolução dos problemas que
informações de maneira racionalizada. geraram a intervenção.
Este documento foi apresentado e dis- Também caracteriza a PIC a busca de inte-
cutido em abril de 2004, num evento que gração, no âmbito do Ministério das Cidades,
contou com a participação dos membros do das ações e políticas que estão dispersas e
Ministério das Cidades, de representantes de fragmentadas entre os diversos componentes
diversos órgãos do Governo Federal (Gover- da política de desenvolvimento urbano (pla-
no Eletrônico, Ministério do Planejamento, nejamento urbano, habitação, saneamento,
Orçamento e Gestão, Instituto Nacional de transporte e trânsito), por meio da viabilização
Pesquisas Espaciais – Inpe, Ministério da Edu- de uma análise conjunta dos dados e informa-
cação/Instituto Nacional de Estudos e Pes- ções que caracterizam essas áreas temáticas.
quisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep) e Cabe destacar que a PIC faz propostas que
especialistas convidados da Universidade de contribuem para ampliar a transparência das
Brasília – UnB, Pontifícia Universidade Católica ações governamentais frente ao cidadão bra-
de Minas Gerais – PUC-MG e da Comunidade sileiro. O cidadão é o principal interessado em
Software Livre Brasil. conhecer as informações referentes aos pro-
O Ministério das Cidades considera fun- gramas e projetos de interesse de seus muni-
damental a implementação de uma política cípios e estados, a partir dos quais pode esta-
para nortear a construção de um sistema de belecer parâmetros de análise e comparação
informações que subsidie o processo decisó- frente aos demais, melhorando a qualidade de
rio no âmbito da instituição e que seja capaz sua participação na arena pública.
de responder às necessidades do conjunto A Política de Informações das Cidades
da sociedade, priorizando os municípios bra- aponta para soluções que visam principal-
sileiros e os diversos agentes sociais urbanos. mente:
Trata-se de uma orientação que contribui para  apoiar o Governo Federal e em especial

a realização dos objetivos da política nacional o Ministério das Cidades na definição da


de desenvolvimento urbano e para garantir política nacional de desenvolvimento
a transparência e o controle social das ações urbano, possibilitando ainda a avaliação
governamentais, num contexto em que o contínua das políticas e programas imple-
Estado vem reorientando as suas ações para mentados;
a redução das desigualdades e o resgate da  servir como canal de informação para os

justiça social. municípios na definição de suas políticas e


Nesse sentido, a PIC aponta para soluções programas de investimento urbano;
que conduzem ao fornecimento de subsídios  fornecer ao cidadão uma forma de exercer

necessários para que o Ministério desenvolva o controle social das ações governamen-
a sua estratégia de implementação de políti- tais, orientado-as para a redução das desi-
cas, programas e projetos socialmente justos, gualdades e o apoio à justiça social;

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 servir de fonte de informação para dife- parações a partir de indicadores relativos às
rentes atores e instituições da sociedade tendências urbanas e socioeconômicas.
(ONGs, institutos, universidades etc.).
As principais diretrizes que devem balizar a
Mais especificamente, esses objetivos am- implementação da PIC, vinculadas aos princí-
plos se desdobram nos seguintes objetivos pios norteadores da ação político-institucional
específicos: do Ministério das Cidades, são mostradas a
 orientar a construção de um sistema aces-
seguir:
sível e dotado de grande funcionalidade  o direito à cidade, à moradia digna, à redu-

operacional, que contemple as informações ção das desigualdades sociais e à constru-


pertinentes a execução da política nacional ção da cidadania;
de desenvolvimento urbano;  as deliberações da Conferência das Cidades

 institucionalizar a área de informações do


e do Conselho das Cidades para o desen-
Ministério das Cidades, garantindo a sua volvimento urbano;
sustentabilidade;  as definições da política de informações

 organizar uma rede de parceiros (institui- do Governo Federal, tais como a inclusão
ções do setor público federal, estadual e digital, a utilização de software livre e a ar-
municipal, ONGs, universidades, institu- ticulação entre os órgãos federais;
tos de pesquisa, organizações sociais e  o atendimento às necessidades institucio-

organismos internacionais), oferecendo nais do Ministério das Cidades para imple-


instrumentos de disseminação e troca de mentação integrada de sistemas de infor-
informações; mação nos diferentes temas de interesse
 identificar as demandas por informações da política nacional de desenvolvimento
entre diferentes agentes urbanos, definin- urbano;
do as prioridades estratégicas para sua  a permanente articulação com parceiros

aquisição; públicos, privados e agentes sociais;


 formular e agregar, em instrumento ade-  os mecanismos de reforço à transparência

quado, um banco de indicadores para o e ao controle social da gestão pública,


acompanhamento e avaliação das políticas disponibilizando instrumentos de moni-
públicas de desenvolvimento urbano; toramento e avaliação dos programas de
 atuar junto aos órgãos produtores de in- desenvolvimento urbano;
formações, estimulando a produção de  o apoio à institucionalização da política

pesquisas e dados adequados às atividades nacional de desenvolvimento urbano e a


pertinentes ao planejamento urbano e re- consolidação do Ministério das Cidades;
gional;  a maximização da utilização dos sistemas e

 possibilitar o acompanhamento público do suportes de informática existentes no Mi-


orçamento e dos investimentos realizados nistério das Cidades;
a partir da política nacional de desenvolvi-
mento urbano; Considerando os objetivos e diretrizes ex-
 possibilitar análises sócio-territoriais por postos, além do papel estratégico assumido
meio de dados geo-referenciados das pela informação na gestão pública, o principal
diversas áreas temáticas de atuação do encaminhamento para a PIC é a construção de
Ministério das Cidades, viabilizando com- um sistema de informações para utilização no

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Ministério das Cidades e nas próprias cidades. – IBGE. Essa parceria envolve a realização da
Esse sistema deve possibilitar a articulação de Pesquisa Nacional de Saneamento Básico em
temas e atores envolvidos na política urbana, 2005 e a construção de uma agenda de coo-
acompanhar a evolução de indicadores urba- peração, que passa pela discussão sobre con-
nos (segundo a área de atuação do Ministé- ceitos utilizados nas estatísticas do IBGE, pela
rio), viabilizar a análise espacial dos dados e construção de propostas para a Pesquisa de
informações geo-referenciadas, possibilitar o Informações Básicas Municipais de 2005 e pela
monitoramento e a avaliação de programas e elaboração de uma pesquisa sobre imóveis
projetos, garantir a ampla acessibilidade às in- vagos. São também parceiros na relação com
formações, a transparência pública e o avanço o IBGE a Caixa Econômica Federal, a Fundação
na implementação de soluções tecnológicas Nacional de Saúde – Funasa e outros órgãos
baseadas na idéia do software livre. do governo federal.
O sistema a ser implementado deve, prio- Nesse sentido, o projeto BRA/04/022 – Sis-
ritariamente, fundamentar-se na construção tema Nacional de Informações das Cidades
de redes e evitar a configuração de modelos (SNIC) apresenta-se como um dos instrumen-
centralizados e de difícil manutenção. Nesse tos para implantação dos objetivos e diretrizes
sentido, os sistemas existentes devem ser inte- definidos na PIC e será detalhado a seguir.
grados com o maior aproveitamento possível
de seus dados e plataformas, mas subordinan-
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES
do-os às diretrizes governamentais.
DAS CIDADES – SNIC
No âmbito externo, o sistema terá como
premissa favorecer a comunicação e a integra- Conforme mencionado, o Ministério das Cida-
ção entre os agentes envolvidos com a polí- des foi criado em 2003 para promover a inclu-
tica de desenvolvimento urbano, tanto entre são social mediante a articulação e a imple-
os poderes públicos, quanto entre esses e a mentação de programas e ações destinados a
sociedade. Destaca-se aqui a importância da universalizar o acesso da população urbana à
promoção do intercâmbio entre os gestores habitação digna, ao saneamento ambiental e
locais e os demais níveis de governo. Tendo à mobilidade dada pelo trânsito e transporte
em perspectiva que o diálogo e a compatibi- público. Na sua criação, o Ministério das Cida-
lidade técnica e operacional com sistemas de des herdou diferentes sistemas de informação
outras instituições é fundamental para o Mi- que, por terem origens diversas, encontram-se
nistério das Cidades, a possibilidade de utiliza- desarticulados entre si.
ção das informações e dos recursos instalados Entre os sistemas legados, existem vários
em outros órgãos do Governo Federal, ONGs, para controlar dados financeiros de projetos
instituições de pesquisa, organismos munici- gerenciados pelo Ministério, alguns outros
pais e estaduais deve ser um princípio basilar com informações para planejamento (sistemas
do novo sistema a ser implementado. de indicadores), bancos de dados isolados
Outro encaminhamento para a PIC, re- para controles temáticos específicos, além
lacionado ao objetivo específico f, são as de outras fontes de informação. Essa falta de
articulações com os órgãos produtores de integração entre os sistemas limita as possi-
informações. Nesse contexto, cabe destacar bilidades de análises, dificultando a definição
a parceria que está sendo realizada com o de políticas de desenvolvimento urbano
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística unificadas nas áreas de atuação do Ministério.

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Portanto é necessário incrementar e diversifi-  aumentar o intercâmbio de informações
car as informações contidas nesses sistemas, entre o Ministério das Cidades e as Cidades
de forma que possam atender também as (administração e cidadãos) por meio do
demandas dos agentes urbanos locais. Por uso de ferramentas web (internet, intranet e
fim, vale destacar a carência que muitos mu- extranet);
nicípios brasileiros têm na área de geração e  capacitar agentes multiplicadores nos mu-
análise de informações. nicípios, para incentivar a criação de indica-
Para tentar solucionar alguns dos proble- dores intra-urbanos.
mas apresentados, o Ministério iniciou em
agosto de 2004 o projeto BRA/04/022 – Sis- Percebe-se também que os resultados
tema Nacional de Informações das Cidades obtidos com esse projeto se encontram em
– SNIC, em parceria com o Programa das Na- consonância com os Metas do Milênio, pois
ções Unidas para o Desenvolvimento – PNUD facilitarão o acompanhamento da execução
e com a Agência Brasileira de Cooperação das metas definidas pelas Nações Unidas, em
– ABC do Ministério das Relações Exteriores. especial daquelas que compõem o Objetivo 7
Esse projeto apresenta uma proposta para – Garantir a Sustentabilidade Ambiental.
desenvolvimento de um sistema integrado de Para cumprir sua missão institucional com
informações que, além de permitir um melhor eficácia, o Ministério das Cidades deve buscar
planejamento e controle das ações por parte parcerias nas diferentes esferas do poder pú-
do Ministério das Cidades, disponibilize infor- blico e com a sociedade.
mações às administrações municipais e aos
cidadãos, viabilizando o planejamento urbano
Diretrizes e estratégias
local e o controle da aplicação do recurso
público. Acrescente-se que a implementação Uma das estratégias para implementação
desse projeto passa pela disponibilização, do projeto proposto é o atendimento às
via internet, de dados geo-referenciados, por definições da política definida pelo Governo
meio de tecnologias abertas e de uso livre. Em Federal, em especial pelo Comitê Executivo
resumo, os objetivos desse projeto são: do Governo Eletrônico 7, para a área de infor-
 elaborar um índice que reflita a qualidade mações.
de vida urbana das cidades brasileiras; Outra estratégia passa pelo estabelecimen-
 realizar uma caracterização dos espaços to de convênios de cooperação com os princi-
metropolitanos brasileiros, em sua dimen- pais órgãos e instituições federais envolvidos
são sócio-territorial e em seu desempenho com o tema, utilizando a capacidade instalada
institucional; e o conhecimento técnico já acumulado. Nes-
 definir uma tipologia e uma classificação se sentido, negociações preliminares já estão
das cidades; sendo realizadas com o IBGE, Caixa Econômica
 integrar os principais sistemas do Ministério Federal (operador dos recursos geridos pelo
das Cidades, permitindo a análise conjunta Ministério das Cidades), Ministério da Educa-
de diversos dados por meio de ferramentas ção/Inep, Instituto Nacional de Tecnologia da
de geoprocessamento; Informação – ITI, entre outros.
 desenvolver um sistema para monitorar e

avaliar programas e projetos do Ministério 7Decreto de 18 de novembro de 2000; www.go-


das Cidades; vernoeletronico.gov.br

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Deve ser enfatizada a necessidade de ar- DEVE SER ENFATIZADA A NECESSIDADE
ticulação entre o Governo Federal, Estados, DE ARTICULAÇÃO ENTRE O GOVERNO FEDERAL,
Municípios, instituições locais que atuam ESTADOS, MUNICÍPIOS, INSTITUIÇÕES LOCAIS
com informações e sociedade civil organi- QUE ATUAM COM INFORMAÇÕES E SOCIEDADE
zada. Essa iniciativa deve ser implementada CIVIL ORGANIZADA
por meio de consultas e eventos que esti-
mulem a adesão ao sistema de informações
proposto. Destaca-se que para articulação senvolvendo cursos de capacitação para esti-
com parceiros da sociedade deverá ser utili- mular e orientar os atores locais na montagem
zado o fórum privilegiado do Conselho das de índices que permitam uma caracterização
Cidades 8 . interna das cidades. Ainda no intuito de en-
Durante a execução do projeto está-se tender melhor a situação intra-urbana, estão
buscando também o aproveitamento máxi- sendo elaborados estudos nas principais re-
mo dos sistemas informatizados em uso no giões metropolitanas brasileiras.
Ministério das Cidades. Nessa linha, o Sistema Uma outra grande linha a ser seguida
Nacional de Indicadores Urbanos – SNIU 9, o durante a implementação do projeto é a utili-
Sistema Nacional de Informações sobre Sanea- zação de soluções tecnológicas que atendam
mento – SNIS 10, o Sistema de Consulta Ge- aos princípios dos softwares livres e de código
rencial – SISGerencial, o Sistema Nacional de aberto. As principais razões para a adoção
Informações de Transporte e Trânsito Urbano dessa opção tecnológica são: orientação do
– SNTTU, a proposta do Sistema de Monito- Governo Federal; garantia de uma maior inte-
ramento e Avaliação de Programas e Projetos roperabilidade entre os sistemas de informa-
– SMAPP, os Sistemas do Denatran (Renach, ções; possibilidade de auditoria aos códigos
Renavam, Renainf e Sinet) serão integrados fontes dos programas visando preservar a
ao SNIC. segurança e privacidade dos dados; possibili-
Em especial, deve-se buscar a definição de dade real de independência de fornecedores;
indicadores e índices para medir a qualidade redução de custos com licenças de softwares;
de vida urbana nas cidades que, em conjunto entre outros.
com outros indicadores setoriais, propiciará a O uso de ferramentas de análise espa-
demarcação de prioridades para a alocação cial dos dados é outro marco a ser seguido.
de recursos. O Ministério está realizando os Essas ferramentas permitem comparar de
estudos necessários para chegar a um índice maneira mais fácil diferentes tipos de dados
que reflita a situação das cidades como um (sem correlação aparente), por meio de so-
todo. No entanto, principalmente nas cidades breposição de camadas de informações. Por
maiores, um índice único para toda a cidade meio da comparação espacial dos dados e
não reflete as desigualdades intramunicipais informações geo-referenciadas é possível
existentes. Neste caso, o Ministério das Ci- muitas vezes fazer associações e gerar outras
dades, para favorecer o desenvolvimento de informações que a mera análise de tabelas
indicadores em todos os municípios, está de- não permitiria fazer de maneira tão simples.
A título de ilustração, pode-se considerar a
8
possibilidade de ajustar a área de atuação
Decreto nº 5.031 de 2 de abril de 2004
9 www.cidades .gov.br de um determinado programa por meio da
10 idem. comparação entre uma camada de dados de

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déficit habitacional e uma camada de dados Organização Pan-Americana da Saúde (Opas),
de investimento em habitação do Ministério. entre outras com este perfil serão consulta-
Essa comparação permite uma análise geo- dos. No entanto, sabe-se que alguns estados
referenciada de dados de investimentos e de e municípios não dispõem de institutos bem
carêncidas das políticas setoriais e compara- estruturados de pesquisa. Nesses casos, o
ções espacializadas. Ministério trabalhará na capacitação e dis-
seminação de conhecimentos junto a esses
organismos, principalmente no sentido de
Arranjos de implementação
fomentar a construção de índices e indicado-
O Ministério das Cidades é o responsável pela res intra-urbanos. Para essa tarefa, o Instituto
implementação do projeto. Num primeiro de Desenvolvimento Humano Sustentável
momento, estão sendo identificadas as infor- – IDHS da Pontifícia Universidade Católica de
mações prioritárias que deverão compor o Minas Gerais – IDHS-MG aparece como agên-
SNIC. Nesta etapa, é de extrema importância cia implementadora dessa ação.
a participação dos agentes urbanos, comple- Uma outra iniciativa a ser conduzida pelo
mentando as informações identificadas como IDHS e que visa gerar informações é o de-
necessárias dentro do próprio Ministério das senvolvimento e implementação de uma
Cidades. metodologia para definir índices e indicado-
Posteriormente, será preciso buscar entre res intermunicipais que permitam medir a
as diversas fontes de dados e informações qualidade de vida urbana. Nesse caso, estão
existentes, aquelas acessíveis (em termos de sendo avaliadas as experiências acumuladas
disponibilidade e compatibilidade de forma- no âmbito nacional como o IDH-M (Fun-
tos) para compor o banco de dados do SNIC. dação João Pinheiro – FJP & Instituto de
Numa primeira iniciativa de articulação, já em Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea); o
andamento, parceiros como outros Ministé- IQVU/Índice de Qualidade de Vida Urbana
rios, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- de Belo Horizonte; o IVS/ Índice de Vulnera-
tica (IBGE), Instituto Brasileiro de Pesquisa Eco- bilidade Social de Belo Horizonte; o IGQVU/
nômica Aplicada (Ipea), etc. desempenharão Índice Geral de Qualidade de Vida Urbana
um papel fundamental na disponibilização de Belém, entre outras, organizadas num banco
dados e informações relevantes para a ques- de dados de metodologias que está sendo
tão urbana. desenvolvido.
Além das informações de órgãos e insti- A Rede Observatório das Metrópoles (ainda
tuições públicas federais, convem articular-se que parcialmente) também participa como
com instituições de pesquisa de estados, agência implementadora no projeto SNIC. O
municípios e do terceiro setor. Nesse contex- trabalho a ser conduzido por esse grupo visa
to, por exemplo, a Fundação João Pinheiro a identificação e caracterização dos espaços
(FJP), o Instituto de Pesquisa e Planejamento metropolitanos brasileiros, em sua dimensão
Urbano e Regional (Ippur/UFRJ), a Rede do sócio-territorial e em seu desempenho insti-
Observatório das Metrópoles, a Fundação tucional. Também está sendo definida uma
Sistema Estadual de Análise de Dados (Sea- classificação das cidades brasileiras, inclusive
de/SP), Instituto Paranaense de Desenvolvi- fora das regiões metropolitanas identificadas,
mento Econômico e Social (Ipardes), Instituto a partir da seleção e aplicação de indicadores
Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), que dêem consistência à proposta.

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FIGURA 1: DEFINIÇÃO ESQUEMÁTICA DO PROJETO SNIC

Cabe ao Ministério das Cidades a tarefa de buscar-se-á a definição de redes interna (intra-
unificar os dados obtidos. Será adotado o geo- net) para a comunicação dentro da estrutura
referenciamento de dados como a linha a se- organizacional do Ministério das Cidades,
guir, no intuito de permitir uma leitura conjunta externas (extranet) para possibilitar a comuni-
de informações das diversas áreas temáticas de cação com os parceiros, e redes abertas, que
atuação do Ministério (habitação, saneamento, permitirão o intercâmbio de informações com
planejamento urbano, transporte e trânsito). todos os atores da sociedade. Destaca-se que,
Nessa área, assim como nas demais soluções apesar de buscar a maximização na utilização
tecnológicas a adotar, estão sendo seguidos os da rede mundial, não serão descartadas as
padrões definidos pelo Comitê Executivo do formas tradicionais de disseminação de infor-
Governo Eletrônico e seus Comitês Técnicos. mações por meios não-digitais.
Outra ação a ser empreendida pelo Minis- Por fim, deve-se assegurar quer todo o
tério das Cidades é a disponibilização de infor- trabalho realizado possa ser utilizado pelos
mações para as administrações locais e para públicos-alvo aos quais se destinam. Nesse
os cidadãos. O meio a ser explorado, não so- sentido, a capacitação interna e externa, bem
mente para disseminação dessas informações, como a divulgação dos resultados do trabalho
ou seja, informações do Ministério para as serão ações a serem realizadas.
cidades, mas também para servir de canal de O diagrama apresentado na figura 1 mostra
comunicação das cidades com o Ministério, é o escopo do projeto e suas principais linhas
a rede mundial de computadores. Nesse caso, de desenvolvimento.

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PRINCIPAIS SISTEMAS LEGADOS Secretaria Especial de Desenvolvimento Ur-
bano da Presidência da República – Sedu/PR
O Ministério das Cidades se estruturou a partir
só dispunha de informações obtidas a partir
de órgãos do Governo Federal que trabalha-
dos relatórios produzidos pela Caixa Econô-
vam com autonomia e de forma desarticulada
mica Federal, de algumas informações básicas
nas áreas de habitação, saneamento, transpor-
conseguidas junto ao Instituto Brasileiro de
te e trânsito. Atualmente cada área dispõe de
Geografia e Estatística – IBGE e demais infor-
sistemas de informações próprios, que utili-
mações gerenciais pulverizadas nos diferentes
zam base tecnológica proprietária. Essa falta
departamentos e gerências de programas da
de integração dos atuais sistemas não atende
Secretaria. Outro problema que dificultava o
aos requisitos técnicos e institucionais de
acompanhamento das ações dizia respeito
implementação da PIC e às necessidades da
à forma como os dados eram obtidos: em
política nacional de desenvolvimento urbano.
formatos distintos, sem padrões pré-estabele-
cidos e sem periodicidades regulares. Por fim,
Sistema Nacional de Indicadores destaca-se que os relatórios elaborados para
Urbanos – SNIU11 acompanhamento das ações governamentais
não cumpriam adequadamente sua função
As orientações estratégicas da Presidência da
devido à falta de padronização.
República que introduziam o Plano Plurianual
Por todos os motivos expostos, foi propos-
de Investimentos para 2000-2003 apontavam
ta a concepção e desenvolvimento do Siste-
para a necessidade de melhorar a gestão da
ma Nacional de Indicadores Urbanos – SNIU e
Política de Desenvolvimento Urbano. Para
do Sistema de Monitoramento e Avaliação de
que os macro-objetivos dessa política fossem
Programas e Projetos – SMAPP, incluídos entre
atingidos, em especial a sustentabilidade das
as ações que compunham o Programa de
cidades brasileiras, era preciso garantir ao po-
Gestão Política de Desenvolvimento Urbano,
der público os meios necessários à gestão das
parte do Plano Plurianual 2000-2003.
atividades urbanas, bem como alcançar níveis
A Assistência Preparatória do Projeto
de produtividade e qualidade na produção
BRA/00/024 – Sistema Nacional de Indicado-
dos insumos e serviços relacionados a essas
res Urbanos – foi firmada em 2001 entre Sedu/
atividades.
PR e o Programa das Nações Unidas para o
Diante deste cenário, era de fundamental
Desenvolvimento (PNUD), com o objetivo
importância o acompanhamento sistemático
geral de conceber os sistemas informatizados
da implementação dos programas federais
que dariam suporte à Sedu/PR no acompa-
direcionados ao desenvolvimento urbano de
nhamento e na medição dos resultados de
forma qualificada e quantificada, por meio
programas e projetos sob sua responsabili-
de indicadores de resultado que pudessem
dade, no campo do desenvolvimento urbano,
medir a eficiência, eficácia e efetividade das
criando uma sistemática de análise periódica
ações em curso.
do conjunto de indicadores gerado por esses
Para acompanhar ações componentes da
sistemas, com o objetivo de aprimorar conti-
Política de Desenvolvimento Urbano, a extinta
nuamente sua composição. Especificamente
11
a fase de assistência preparatória tinha como
Desenvolvido pela Secretaria Especial de Desen-
volvimento Urbano da Presidência da República objetivos (i) a concepção do SMAPP e (ii) a
– Sedu/PR. concepção do redesenho do SNIU. A assis-

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CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
tência preparatória é uma etapa pré-projeto O SISTEMA NACIONAL DE INDICADORES URBANOS
adotada pelo PNUD para a definição dos ele- É UM PROGRAMA BASTANTE AMIGÁVEL, PODENDO
mentos básicos fundamentais para início do SER UTILIZADO POR LEIGOS EM INFORMÁTICA;
projeto propriamente dito. O SOFTWARE PERMITE A INTEGRAÇÃO DE ALGUMAS
A fase de assistência preparatória do pro- FUNÇÕES DE SISTEMAS GERENCIADORES DE BANCOS
grama alcançou resultados, por vezes além do DE DADOS, PLANILHAS ELETRÔNICAS, CRIAÇÃO DE
previsto. No que se refere ao SNIU, foi possível
RELATÓRIOS E GRÁFICOS, FUNÇÕES ESTATÍSTICAS
promover o lançamento oficial do protótipo
EM UM ÚNICO SISTEMA, POSSIBILITANDO
inicial do sistema na Rede Mundial de Compu-
A VISUALIZAÇÃO DOS DADOS E RESULTADOS
tadores, em 2002 (figura 2). O acesso ilimitado
EM FORMA DE TABELAS, GRÁFICOS OU MAPAS
às informações de forma amigável possibilitou
o uso do sistema aos diversos agentes que atu-
am no meio urbano. O SNIU se encontra atual- tica, sem nenhum conhecimento de Sistemas
mente disponível em www.cidades.gov.br. Gerenciadores de Bancos de Dados (SGBD)
ou de ferramentas de Sistemas de Informa-
FIGURA 2: TELA INICIAL DO SNIU ções Geográficas (SIG). O software permite
a integração de algumas funções de SGBD,
planilhas eletrônicas, criação de relatórios e
gráficos, funções estatísticas em um único sis-
tema, possibilitando a visualização dos dados
e resultados em forma de tabelas, gráficos ou
mapas. Os dados alfanuméricos, assim como
os mapas temáticos e gráficos, podem ser ex-
portados para outros formatos, possibilitando
sua utilização em editores de texto e planilhas
eletrônicas.
O sistema possui banco de dados Oracle e
Com relação ao SMAPP foi possível, na fase arquitetura cliente-servidor em três camadas;
da assistência preparatória, delinear somente o cliente foi desenvolvido usando Borland
as demandas dos gestores com relação às in- Delphi, com auto-atualização; e o acesso do
formações necessárias ao acompanhamento, usuário é feito via web.
monitoramento e avaliação de programas na
área do desenvolvimento urbano geridos pela RECURSOS PRINCIPAIS
antiga Sedu/PR. Foi selecionado um elenco Na consulta simples o usuário seleciona as
expressivo de indicadores que, se construídos, unidades espaciais para as quais deseja obter
possibilitariam o acompanhamento e monito- os dados (todos os municípios do Brasil, muni-
ramento na implantação de programas. cípios de uma determinada UF, microrregião,
etc.), escolhe o tema e a variável que deseja
consultar. A resposta é dada em forma de
Características do Sistema
tabela, da qual é possível escolher uma única
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS variável e mostrá-la em mapas temáticos (fi-
O SNIU é um programa bastante amigável, gura 3). Os mapas podem ser editados com
podendo ser utilizado por leigos em informá- relação às cores, intervalos de classe, exibição

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ou não de legendas, etc. É possível ainda sal- os 100 municípios do estado de Minas Gerais
vá-los em disco no formato bitmap (bmp). com o pior acesso à rede geral de esgoto?”.
Como nas demais consultas apresentadas, os
FIGURA 3: RESULTADOS DE UMA CONSULTA resultados podem ser exibidos em mapas.
SIMPLES – MAPA TEMÁTICO
Vale ainda destacar que o SNIU oferece as
ferramentas estatísticas, diagrama de disper-
são e histograma, conforme mostrado nas
figuras 5 e 6.

FIGURA 5: FERRAMENTAS DE ANÁLISE ESTATÍSTICA


– DIAGRAMA DE DISPERSÃO

No modo de consulta avançada, o usuário


não seleciona tabelas pré-definidas, mas sim
variáveis, ou seja, constrói suas próprias ta-
belas. Além disso, podem ser estabelecidos
critérios de seleção, como, por exemplo, se a
população de determinada cidade no ano de
2000 era maior que a registrada em 1991.
Os resultados da consulta também podem FIGURA 6: FERRAMENTAS DE ANÁLISE ESTATÍSTICA
ser exibidos em mapas temáticos. Nesse caso, – HISTOGRAMA

o mapa mostra na cor desejada os municípios


que satisfazem às condições especificadas na
consulta (figura 4) .

FIGURA 4: RESULTADOS DE UMA CONSULTA


AVANÇADA – MAPA

Limitações e futuro do sistema

O processo de construção do SNIU mostrou


caminhos e possibilidades ainda não explora-
dos: apontou para a necessidade de fomen-
A consulta maiores e menores permite obter tar as atividades relacionadas à produção de
respostas a perguntas como “Quais são os 10 informação em áreas ainda carentes de pes-
municípios com maior IDH?”, ou “Ou quais quisa. O planejamento da ação pública, em

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CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
especial nas administrações municipais, ain- informações de caráter operacional, gerencial,
da recente de critérios racionais e parâmetros financeiro e de qualidade, sobre a prestação
que embasem a elaboração de políticas e de serviços de água e de esgotos, e sobre os
programas urbanos. Foi também observada serviços de manejo de resíduos sólidos urba-
a necessidades de avançar nas ferramentas nos. No caso dos serviços de água e de esgo-
de geoprocessamento de dados e informa- tos, os dados são atualizados anualmente para
ções, pois a versão atual o SNIU não permite, uma amostra de prestadores de serviços do
por exemplo, comparar espacialmente duas Brasil e já contempla oito anos de atualização
variáveis. Também foi identificada a neces- consecutiva – de 1995 a 2002 –, estando atual-
sidade de ampliar as variáveis disponíveis mente em finalização o processo de atualiza-
para análise: investimento realizados em ção com dados do ano de 2003. Em relação
habitação, saneamento, transporte e trânsito; aos serviços de manejo de resíduos sólidos, os
dados de transporte e trânsito; etc. Outro dados são também atualizados anualmente
ponto importante a destacar é que o SNIU foi para uma amostra de municípios brasileiros,
desenvolvido com tecnologias proprietárias, contendo atualmente dados do ano de 2002,
indo contra as definições atuais do Governo estando em processo de atualização com os
Eletrônico. dados do ano de 2003.
De forma a suplantar essas limitações, o Ao longo de todo esse período, o SNIS
projeto BRA/00/024 teve seu escopo revisto, transformou-se no maior e mais importante
surgindo assim o Projeto BRA/04/022 – Sis- banco de dados do setor saneamento bra-
tema Nacional de Informações das Cidades, sileiro. No âmbito federal, seus dados desti-
mostrado anteriormente. nam-se ao planejamento e à execução de po-
líticas públicas, visando a orientar a aplicação
de investimentos, incorporação das áreas de
Sistema Nacional de Informações
habitação, saneamento, transporte, trânsito,
sobre Saneamento – SNIS
indicadores intra-urbanos, entre outros.. Nas
A criação de um sistema de informações esferas estadual e municipal esses dados con-
sobre saneamento e a disseminação de seu tribuem para a regulação e a fiscalização da
conteúdo constituem-se em atividades essen- prestação dos serviços e para a elevação dos
ciais à consecução dos objetivos da política níveis de eficiência e eficácia na gestão das
nacional de desenvolvimento urbano e, em entidades prestadoras dos serviços, por meio
particular, da política nacional de saneamento. do conhecimento de sua realidade, orientan-
Nesse sentido, em 1996 foi criado pelo Go- do investimentos, custos e tarifas, bem como
verno Federal o Sistema Nacional de Informa- incentivando a participação da sociedade no
ções sobre Saneamento – SNIS, por meio do controle social, monitorando e avaliando os
Programa de Modernização do Setor Sanea- efeitos das políticas públicas.
mento – PMSS. Na estrutura atual do Governo Em síntese, o SNIS tem como objetivos:
Federal, o SNIS desenvolve-se no âmbito do  planejamento e execução de políticas pú-

Ministério das Cidades, na Secretaria Nacional blicas;


de Saneamento Ambiental, ainda por intermé-  orientação da aplicação de recursos;

dio do PMSS.  avaliação de desempenho dos serviços;

O SNIS apóia-se em um banco de dados  aperfeiçoamento da gestão, elevando os

administrado na esfera federal, que contém níveis de eficiência e eficácia;

Capacitação e informação 69
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
 orientação de atividades regulatórias; e O SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES
 benchmarking e guia de referência para SOBRE SANEAMENTO APÓIA-SE EM UM BANCO
medição de desempenho. DE DADOS ADMINISTRADO NA ESFERA FEDERAL,
QUE CONTÉM INFORMAÇÕES DE CARÁTER
Para a divulgação das informações coleta- OPERACIONAL, GERENCIAL, FINANCEIRO E
das e tratadas no SNIS criou-se o Diagnóstico DE QUALIDADE, SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
dos Serviços de Água e Esgotos e o Diagnóstico
DE ÁGUA E DE ESGOTOS, E SOBRE OS SERVIÇOS
dos Serviços de Manejo de Resíduos Sólidos que,
DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
além de apresentarem as informações coleta-
das e os indicadores calculados a partir delas,
mostram ainda uma análise do setor baseada nistrado na esfera federal, integrando uma
nessas informações, uma síntese da metodo- rede descentralizada e articulada, destinada
logia empregada, um glossário de termos e a viabilizar o tratamento da questão sob o
uma relação de indicadores com suas respec- enfoque mais abrangente do saneamento
tivas fórmulas de cálculo. O Diagnóstico dos ambiental. O conteúdo do sistema engloba
Serviços de Água e Esgotos vem sendo publi- informações de caráter operacional, finan-
cado em edições anuais consecutivas desde ceiro e gerencial, coletadas junto aos presta-
1996, iniciadas com dados do ano de referên- dores de serviços, de forma agregada para
cia de 1995, enquanto que o Diagnóstico dos cada prestador e de forma desagregada por
Serviços de Manejo de Resíduos Sólidos teve sua município. Em se tratando de resíduos sólidos
primeira publicação no ano de 2004, com da- os dados são coletados diretamente junto aos
dos de 2002. municípios.
Além dos diagnósticos, são também pro- A articulação com outros sistemas, propos-
dutos do SNIS a série “Visão Geral da Presta- ta na concepção original, visava a integração
ção de Serviços de Água e Esgotos”; o “Aplica- com as áreas de recursos hídricos, meio
tivo da Série Histórica de Dados do Sistema”, ambiente e saúde, além de outros ramos do
publicado em CD-ROM, em que a base de setor saneamento. No entanto, como estra-
dados pode ser consultada, gerando tabelas, tégia de implementação, optou-se, desde o
gráficos e mapas; o “Glossário” com defini- primeiro ano do sistema, pelo distanciamento
ções de termos e grandezas das informações dessa proposta, tanto pela indisponibilidade
que compõem o banco de dados; a “Relação de sistemas de informações em algumas áre-
de Indicadores” com respectivas expressões as citadas, quanto pelas dificuldades institu-
de cálculo; e o sítio na internet (www.snis.gov. cionais da integração nas áreas em que esses
br), no qual além de acessar os produtos cita- sistemas existiam.
dos pode-se consultar toda a base de dados A articulação do conjunto de informações
do sistema. do SNIS com outras bases de dados, tempo-
rariamente adiada até que haja condições
para tanto, requereu, desde o início, uma pre-
Concepção do sistema
ocupação com a compatibilização das bases
A concepção original do SNIS baseia-se na espaciais. Nesse sentido, foram adotados a
implementação de um sistema de abrangên- divisão territorial e os códigos de identificação
cia nacional, constituído por um banco de dos municípios utilizados pelo Instituto Brasi-
dados sobre saneamento ambiental admi- leiro de Geografia e Estatísticas – IBGE.

70
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
Atualmente, encontra-se em fase de estu- Contudo, para afastar a possibilidade de
do a forma de integração do SNIS ao Sistema estagnação, tem-se o compromisso de que a
Nacional de Informações das Cidades – SNIC. cada ano o sistema apresente algum salto de
Essa integração, quando realizada, possibilita- qualidade, quer tecnológico, de organização,
rá uma leitura conjunta de dados do setor de de abrangência, de porte.
saneamento com outras variáveis intervenien-
tes no ambiente urbano.
O histórico do SNIS (componente água
A definição inicial do conjunto de infor-
e esgotos)12
mações e indicadores foi feita a partir de
proposta elaborada no âmbito do PMSS, com A implantação do SNIS (AE) iniciou-se em
base nos citados sistemas pré-existentes, 1996, com a coleta de informações de siste-
enfatizando os aspectos considerados impor- mas de abastecimento de água e de esgota-
tantes para os objetivos do sistema que se mento sanitário, fornecidas pelos prestadores
estava implantando. Essa proposta inicial foi de serviços, referentes ao ano base de 1995.
discutida com diversos agentes do setor sane- Desde então, o SNIS (AE) sistematicamente
amento, sobretudo os operadores de serviços coleta informações atualizadas de cada ano,
de água e esgotos. amplia a amostra e efetua revisões na meto-
Embora tenha sido proposta, desde a dologia de coleta e tratamento dos dados, no
concepção do sistema, a inclusão de infor- glossário de termos e na relação de indicado-
mações sobre resíduos sólidos, essa área res, além de incluir novas informações e indi-
somente foi contemplada em 2004, com da- cadores e de aprimorar o banco de dados.
dos do ano de 2002, em face das diferenças A filosofia empregada na construção e na
entre as práticas de gestão e prestação de implementação do sistema tem levado em
serviços de água e esgotos e as dos serviços conta alguns aspectos importantes, dentre os
municipais e agentes privados encarregados quais merecem destaque:
da coleta, tratamento e destinação dos resí-  o crescimento gradual do sistema, de acor-

duos sólidos. O maior grau de dispersão no do com a disponibilidade de recursos e


universo dos gerenciadores e prestadores de o aprofundamento do conhecimento do
serviços relativos a resíduos sólidos implicaria setor e das amostras;
num esforço extra de coleta de dados e uma  o compromisso de chegar, a cada ano, a

abordagem metodológica distinta para o um novo patamar, implantando sempre


tratamento das informações relativas a algum avanço tecnológico, desde uma revi-
esse tema. são no glossário de termos até um sistema
Já aqui se estabelecia o princípio básico da de coleta de dados informatizado;
evolução do sistema, que tem sido uma das  a participação crescente dos prestadores

principais razões da sua continuidade: o siste- de serviços responsáveis pelo fornecimen-


ma aumenta em tamanho e complexidade na to das informações, incluindo: a consulta e
medida em que o incremento não prejudique discussão para a definição do conjunto de
a sua existência e permanência em ação. No informações e indicadores a serem obtidos
lugar de buscar concepções, ferramentas e e apresentados; a discussão e alteração da
práticas as mais avançadas, a cada momento
preferiu-se sempre ter um sistema sem inter- 12Para designar o SNIS, em seu componente água
rupção no seu funcionamento. e esgotos, será utilizado a sigla SNIS (AE).

Capacitação e informação 71
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
FIGURA 7: VISUALIZAÇÃO ESPACIAL DA DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA AMOSTRA DO SNIS (AE) EM 2002

versão preliminar de todos os Diagnósticos referentes a uma amostra de municípios por


anuais; discussão e alteração de conceitos elas operados. Contempla ainda uma amostra
das informações e dos indicadores, bem de prestadores de serviços municipais – autar-
como das expressões de cálculo desses quias, departamentos e empresas – e, a partir
últimos; de 1998, os serviços microrregionais, recen-
 o respeito à condição dos prestadores de temente implantados no Brasil. A ampliação
serviços de serem participantes voluntários progressiva da amostra de prestadores de
do sistema, implicando um crescimento serviços tem-se pautado pela busca de repre-
lento da amostra de prestadores de ser- sentatividade, ainda que não estatisticamente
viços municipais, assim como da amostra garantida.
de municípios operados pelas companhias
estaduais; e AMOSTRA ATUAL
 o cuidado extremado com a qualidade dos A figura 7 apresenta a visualização espacial da
dados publicados, para os quais são feitas distribuição dos municípios da amostra. Esses
análises de consistência tanto pelo progra- números, quando comparados com os valores
ma de coleta como por analistas do PMSS. da população urbana e com a quantidade de
municípios do país, respectivamente 141,9
HISTÓRICO DA AMOSTRA milhões de habitantes 13 e 5.561 municípios 14,
O SNIS (AE) contempla uma amostra de pres- configuram a representatividade da amostra,
tadores de serviços, incluindo, desde a sua
13 Estimativa baseada na população total projeta-
criação, todas as companhias estaduais de
da pelo IBGE para 2002 e nos índices de urbaniza-
saneamento, que fornecem os seus dados
ção do Censo 2000.
globais referentes à companhia e, a partir do 14 Quantidade de municípios presentes na estima-

ano base de 1996, também os desagregados tiva de população para 2002 do IBGE.

72
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
que, embora dirigida, é altamente significa- Os dados sobre qualidade dos serviços
tiva. De fato, o conjunto de serviços de água constam do SNIS (AE), desde o ano de referên-
integrante do sistema correspondeu a 75,3% cia de 1998, distribuídos em quatro grupos:
do total de municípios do Brasil e a 94,3% da (i) sobre paralisações nos sistemas de água,
população urbana nacional. Em termos dos (ii) sobre intermitências nos sistemas de água,
serviços de esgotos, os percentuais foram de (iii) sobre extravasamentos de esgotos, e (iv)
17,4% e 71,0%, respectivamente. sobre a qualidade da água distribuída. A falta
de uma rotina padronizada, dos prestadores
de serviços, para obter e sistematizar as infor-
Dados, informações e indicadores do SNIS
mações sobre qualidade dos serviços –abas-
ESTOQUE DE DADOS tecimento de água e esgotamentos sanitário
As atualizações anuais do SNIS (AE), além da – exige cautela no seu tratamento e evidencia
coleta dos dados, contemplam também a a necessidade da consolidação de uma lin-
revisão de conceitos e de fórmulas de cálculo, guagem uniforme, motivo pelo qual os dados
quando necessária, além da inclusão de novas ainda são tratados no sistema em caráter
informações e indicadores, importantes para experimental. No que diz respeito à qualidade
a melhor compreensão das características do da água distribuída, a situação é diferente,
setor. Na figura 8 apresenta-se o gráfico com a pois o Ministério da Saúde possui regulamen-
evolução dessas quantidades de informações. tos, de cumprimento obrigatório por parte
Trata-se aqui exclusivamente das informações dos prestadores de serviços, que estabelecem
dos prestadores de serviços e características normas e padrões de potabilidade a serem
do seu funcionamento, não tendo sido consi- observados em todo o território nacional, o
deradas informações de apoio, cadastrais, de que contribui para a obtenção de dados em
populações, etc. quantidade e qualidade mais expressivas.
Cabe destacar que esses dados têm como
CARACTERÍSTICAS DOS DADOS base o município, ou seja, não faz sentido a
QUE COMPÕEM O SNIS (AE) sua agregação por prestador de serviços. De
Embora a concepção do SNIS (AE) considere fato, quando as informações são agregadas
que a base geográfica dos dados seja o mu- para todo o prestador de serviços (de abran-
nicípio, as dificuldades operacionais das com-
panhias estaduais para fornecerem os dados
FIGURA 8 – EVOLUÇÃO DE INFORMAÇÕES
de cada um dos municípios por elas operados
PRESENTES NO BANCO DE DADOS DO SNIS
fizeram com que se optasse por coletar os
dados de forma agregada, por prestador de
serviços. Complementarmente, coleta-se os
dados de forma desagregada para uma amos-
tra de municípios operados por cada um dos
prestadores de serviços regionais e para todos
os municípios operados por prestadores mi-
crorregionais. Já em relação aos prestadores
de serviços locais, por atenderem a um único
município, seus dados agregados e desagre-
gados são os mesmos.

Capacitação e informação 73
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
O CONJUNTO DE SERVIÇOS DE ÁGUA INTEGRANTE daqueles efetivamente realizados no ano
DO SISTEMA CORRESPONDE A 75,3% DO TOTAL de referência;
DE MUNICÍPIOS DO BRASIL E A 94,3% DA POPULAÇÃO  informações operacionais – esgoto (có-
URBANA NACIONAL. EM TERMOS DOS SERVIÇOS digo iniciado pela letra E): quantidade de
DE ESGOTOS, OS PERCENTUAIS SÃO DE 17,4% ligações, economias, volumes, extensão de
E 71,0%, RESPECTIVAMENTE
rede e outros similares;
 informações financeiras (código iniciado
pela letra F): correspondem a dados de
gência regional ou microrregional), os dados receita, despesas e investimentos efeti-
de um grande sistema, quando somados ao vamente realizados no ano de referência
restante dos dados da companhia, podem – compatível com a legislação contábil que
mascarar os resultados dos pequenos e mé- rege cada tipo de prestador de serviços
dios sistemas. No caso de municípios que são (Lei nº 6.404/76 e Lei nº 4.320/64);
atendidos por mais de um sistema, as informa-  informações gerais (código iniciado pela
ções dos diversos sistemas são somadas. Para letra G): situação dos contratos de conces-
os prestadores de serviços regionais e micror- são, o número de municípios e localidades
regionais os dados constam no banco para a atendidas, a população total e urbana, e a
mesma amostra de municípios para os quais quantidade de empregados do prestador
existem dados desagregados, enquanto que, de serviços; e
para os prestadores de serviços locais, como  informações sobre a qualidade dos serviços
os dados do município confundem-se com os (código iniciado pela letra Q): quantidade
do prestador de serviços, não há diferença de de paralisações dos sistemas de água, de
tratamento no banco de dados. extravasamentos de esgotos, de qualidade
da água distribuída e de intermitências pro-
INFORMAÇÕES PRIMÁRIAS longadas nos sistemas de água.
No SNIS (AE), as informações de mesma na-
tureza constituem famílias e dessa forma são INDICADORES
apresentadas no Diagnóstico dos Serviços de Os indicadores calculados a partir das infor-
Água e Esgotos. As informações são identifi- mações primárias são apresentados no Diag-
cadas por códigos alfanuméricos, nos quais nóstico dos Serviços de Água e Esgotos também
as letras indicam as famílias e os números, a agrupados por famílias de mesma natureza.
informação primária. Dessa forma tem-se: As famílias de mesma natureza são:
 informações operacionais – água (código  indicadores econômico-financeiros e admi-

iniciado pela letra A): quantidade de liga- nistrativos;


ções, economias, volumes, extensão de  indicadores operacionais – água;

rede e outros similares;  indicadores operacionais – esgoto;

 informações econômico-financeiras, ex-  indicadores de balanço contábil;

traídas dos balanços contábeis (código  indicadores sobre qualidade dos serviços.

iniciado pela letra B): correspondem a da-


dos extraídos do balanço patrimonial das A adequada definição de indicadores tem
empresas. Diferem dos dados financeiros, importância estratégica para a análise de de-
descritos abaixo, por se tratarem dos valo- sempenho do setor saneamento, devendo ser
res contabilizados, muitas vezes diferentes suficientes para destacar aspectos relevantes

74
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
da oferta, da demanda, das receitas e dos em que se procura obter dados consisten-
custos dos serviços prestados. tes de todos os prestadores de serviços
da amostra e todos os dados de cada um
deles, que o trabalho é mais intenso. A
Apectos metodológicos
análise de cada arquivo recebido, a busca
A metodologia de administração e manuten- da completeza e da consistência dos da-
ção do SNIS (AE) vem-se consolidando a cada dos, os contatos com os encarregados de
ano, com tendência a tornar-se mais estável fornecer as informações para completá-las,
na medida em que as diversas atividades en- o esclarecimento das particularidades ou
volvidas no processo já passaram pelas fases a correção dos erros exigem esforço muito
naturais de críticas e revisões, além de evolu- grande, desproporcional à dimensão da
ções tecnológicas importantes. equipe permanente, exigindo acréscimo
O conjunto de atividades necessárias para momentâneo de reforço;
a permanência e o desenvolvimento do sis-  produção do Diagnóstico, envolvendo o
tema está hoje já claramente estabelecido. cálculo dos indicadores, a extração de ma-
Dada a periodicidade admitida pelo sistema terial (tabelas e gráficos) para a elaboração
e refletida nos Diagnósticos, as macrotarefas das análises, a produção dos textos e das
realizam-se em um ciclo anual, compondo-se peças gráficas (tabelas e gráficos) para a
o seu conjunto de: versão preliminar. Essa versão é remetida
 planejamento, quando são discutidos os aos prestadores de serviços participantes,
rumos do sistema para o ano que inicia: que enviam críticas e sugestões. Proces-
estabelecimento de metas e adequação sadas todas as alterações, segue-se para
aos recursos, evolução da amostra, do con- a versão definitiva, com a preparação da
junto de dados, do programa de coleta, das publicação, atualização e melhoramentos
análises a produzir para o Diagnóstico, das na interface para utilização do CD-ROM de
características da publicação e divulgação resultados, preparação das matrizes para as
do mesmo; versões impressa e em CD-ROM, e reprodu-
 preparação da coleta, quando são realizadas ção das mesmas; e
atualizações cadastrais, cadastramento de  divulgação, compreendendo atualizações
novos participantes da amostra, correções e cadastrais dos destinatários, preparação e
evoluções no programa de coleta de dados, expedição dos lotes de material.
manutenções no banco de dados, correções
atualizações e melhoramentos no Manual COLETA DAS INFORMAÇÕES
de coleta, gravação dos CDs e reprodução As informações para o SNIS são coletadas e
dos manuais e expedição do material; tratadas preliminarmente em um programa
 coleta de dados, estando incluídos aqui os específico desenvolvido para esta finalidade.
trabalhos de confirmação do recebimento O programa é elaborado a partir do aplica-
do material pelos prestadores de serviços tivo Microsoft Access, em sua linguagem de
e reenvio de novos conjuntos, recepção programação Visual Basic for Applications, “em-
dos dados, controle do andamento do pacotado”, com tabelas de apoio e help, em
cronograma, prestação de esclarecimentos uma versão executável, a qual é enviada em
e retirada de dúvidas, controle e busca da CD-ROM para ser instalada no equipamento
qualidade das informações. É nesta fase, do prestador das informações.

Capacitação e informação 75
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
Os formulários apresentados dizem respei- e a relação das verificações de erros e avisos
to, cada um, a uma família de dados permitin- realizadas pelo software.
do aos usuários “navegar” tanto pelos campos
a serem preenchidos num formulário, como TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES OBTIDAS
entre os formulários. Sempre que iniciado o O tratamento dado às informações, após seu
programa, ou ao comando do usuário, o pro- recebimento pelo SNIS (AE), consiste em duas
grama realiza testes de consistência nos dados etapas: uma de arquivamento e outra de
fornecidos, identificando com cores os cam- análise. A fase de arquivamento compreende
pos em que há dados questionáveis, porém os procedimentos relativos à organização e
possíveis de ocorrer (cor amarela), e os cam- armazenamento das informações recebidas.
pos em que há dados inconsistentes ou in- As informações são recebidas de várias manei-
corretos (cor vermelha). Além dessa indicação ras (planilhas impressas enviadas por fax ou
cromática em cada campo, pode-se extrair correio; disquete; e-mail via internet). Adota-se
relatório que apresenta os erros detectados. uma padronização de procedimento, que ob-
O programa está apto a realizar cerca de 500 jetiva gerar, para todas as situações, o arquiva-
testes de consistência nas informações. mento uniforme e seguro do material.
Após preenchidos os formulários de coleta Em seguida, os dados são submetidos a
de dados, caso não persista nenhum erro uma análise, realizada nas seguintes fases:
(cor vermelha), é gravado um arquivo com as  verificação de eventuais problemas nas

informações, o qual é remetido, usualmente informações, com o intuito de observar o


via correio eletrônico, para a Coordenação completo preenchimento e detectar possí-
do Sistema. Após a recepção, verificação da veis inconsistências nos dados fornecidos;
consistência e correção dos dados, estes são  envio de fax ou e-mail aos prestadores de

tabulados e submetidos aos prestadores de serviços solicitando esclarecimentos, com-


serviços para análise, críticas e sugestões, para plementações ou correções de eventuais
posterior publicação. inconsistências verificadas;
Uma vez que o conjunto de prestadores de  recebimento das complementações e

serviços de saneamento participantes do SNIS eventuais correções encaminhadas pelos


(AE) é amplo e diversificado, incluindo desde prestadores de serviços; e
empresas com alto grau de desenvolvimento  lançamento das correções diretamente na

tecnológico e institucional até instituições de cópia inserida no banco de dados.


pequeno porte e desenvolvimento incipiente,
mantém-se a possibilidade de preenchimento ARMAZENAMENTO DAS INFORMAÇÕES
dos formulários em papel. E CÁLCULO DOS INDICADORES
No conjunto enviado aos prestadores de Após a consolidação de todas as informações,
serviço, além do CD-ROM, é incluído um Ma- estas são armazenadas na base de dados defi-
nual de Fornecimento das Informações, com nitiva e liberadas para o cálculo dos indicado-
instruções para o preenchimento dos formu- res e extração de tabelas.
lários por meio do programa ou das planilhas Tanto a apresentação dos dados primários
impressas; um Glossário de Termos que define como dos indicadores é compartimentada por
o significado das informações e a unidade em região geográfica, assim como as totalizações.
que devem ser expressas; em alguns casos O cálculo de cada um dos indicadores
uma listagem extra de planilhas impressas; totais (por região e para a amostra) conside-

76
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
ra somente os prestadores de serviços que Análises e aplicações
apresentam as informações necessárias para dos dados do SNIS
a montagem do mesmo, ou seja, havendo
Os dados presentes no SNIS permitem o
campos em branco (dados não disponíveis),
desenvolvimento de análises de desempe-
exclui-se o prestador de serviços da totaliza-
nho das entidades prestadoras de serviços,
ção do indicador.
fundamentadas nas informações primárias
Para os indicadores que utilizam informa-
coletadas e nos indicadores calculados a par-
ções médias anuais em itens como quantida-
tir delas. O potencial de análises possíveis é
de de ligações e economias ativas, extensão
extenso e pode ser ilustrado pelas avaliações,
de rede de água e de esgotos, quantidade de
até então, apresentadas nos Diagnósticos dos
empregados próprios, população atendida
Serviços de Água e Esgotos e também no Diag-
com água e esgotos (exceto o indicador do
nóstico do Manejo de Resíduos Sólidos.
nível de atendimento), adota-se no cálculo a
Dentre outras, podem ser desenvolvidas
média aritmética dos valores do final do ano
análises que utilizem dados do seguinte tipo:
anterior ao ano de referência e do final do ano
 níveis de atendimento/cobertura;
de referência.
 características físicas dos sistemas, tais

como extensões de rede e quantidades de


DISPONIBILIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
ligações e economias;
Uma versão preliminar do Diagnóstico, incluin-
 produção e consumo;
do as informações primárias, os indicadores
 empregos, receitas e despesas;
calculados e o texto correspondente, é, então,
 tarifas e custos médios;
elaborada e distribuída para os municípios
 investimentos;
e prestadores de serviços que forneceram
 qualidade dos serviços ofertados;
informações, para críticas e sugestões. Após o
 desempenho dos prestadores de serviços,
recebimento dos comentários à versão preli-
enfocando aspectos financeiros, produtivi-
minar, os mesmos são analisados e inseridos
dade e custo de pessoal e perdas de fatura-
no banco de dados, quando considerados
mento; e
pertinentes.
 avaliação econômico-financeira a partir de
Novo conjunto de tabelas e gráficos é
dados extraídos dos balanços contábeis.
produzido, as análises revisadas e as peças
gráficas refeitas. Os conjuntos de textos e
Além das análises citadas, os dados permi-
gráficos que serão distribuídos no CD são
tem ainda obter uma visão geral da prestação
preparados.
de serviços, em cada ano pesquisado, ou uma
Concluída essa fase, o Diagnóstico é fi-
avaliação da evolução dos serviços, desde o
nalizado e são enviadas para a gráfica as
primeiro ano de referência, ou seja 1995, até o
matrizes para a impressão e a montagem da
último ano de coleta dos dados.
versão final. Simultaneamente são liberadas
Enfim, o SNIS configura-se, hoje, na prin-
as matrizes para a gravadora de CDs e dispo-
cipal ferramenta para acompanhar e super-
nibilizados os arquivos correspondentes para
visionar o desempenho dos prestadores de
transferência, no sítio do SNIS na internet (www.
serviços de saneamento no país.
snis.gov.br).
Recebido o diagnóstico impresso e os CDs
gravados, procede-se à sua distribuição.

Capacitação e informação 77
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
FIGURA 9: EXEMPLO DE ANÁLISE UTILIZANDO DADOS FINANCEIROS DO SNIS (AE)
PARA CONTROLE DA SOCIEDADE

FIGURA 10: EXEMPLO DE ANÁLISE UTILIZANDO DADOS FINANCEIROS DO SNIS (AE)


PARA CONTRIBUIR NA PRIORIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS

O componente resíduos sólidos Dessa forma, foi criado o componente resí-


urbanos do SNIS duos sólidos urbanos do SNIS e o seu respec-
tivo Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos
A carência de informações sobre a situação do
manejo dos resíduos sólidos no Brasil sempre Urbanos, cuja primeira versão publicada em
dificultou o estabelecimento de políticas na- 2004 refere-se aos dados do ano de 2002. De
cionais e de planejamento adequado sobre o forma similar à área de água e esgotos, tal
assunto. componente contempla conjunto de infor-
Apesar do mérito intrínseco das iniciativas mações e indicadores, cujas análises retratam
ora em curso no sentido de aprofundar o as características e a situação do manejo dos
conhecimento da situação do manejo dos resíduos sólidos urbanos nos municípios pes-
resíduos sólidos urbanos no Brasil, é necessá- quisados.
rio, antes de tudo, configurar-se uma estrutura Também aqui, as informações e indicadores
sistemática de coleta, processamento e verifi- estão agrupadas em famílias que caracterizam
cação da consistência dessas informações. o tipo de serviço, a saber:

78
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
Famílias de informações primárias do saneamento ambiental em todo o País.
 Ge – Informações gerais do município e do Será também fundamental que esses diversos
órgão responsável; parceiros não se restrinjam a fornecer as in-
 Co – Informações sobre o serviço de coleta; formações solicitadas, mas que se disponham
 Cs – Informações sobre coleta seletiva; também a comentar, criticar e propor as me-
 Rs – Informações sobre resíduos dos servi- lhorias e/ou simplificações que lhes pareçam
ços de saúde; pertinentes nos instrumentos utilizados na
 Va – Informações sobre o serviço de varrição; coleta de dados, assim como na estrutura do
 Cp – Informações sobre o serviço de capina Diagnóstico e dos demais produtos que o se-
e roçado; guirão, a cada ano.
 Ca – Informações sobre catadores;
 Os – Informações específicas sobre outros
Futuro do sistema
serviços de manejo;
 Up – Informações sobre unidades de pro- No curto prazo, o SNIS planeja a utilização das
cessamento; ferramentas de geo-processamento, associan-
do dados do sistema às bases espaciais aplicá-
Famílias de indicadores calculados veis, tais como a divisão territorial do IBGE e a
 Indicadores sobre o manejo de resíduos divisão por bacias hidrográficas.
sólidos urbanos; A médio e longo prazos o SNIS deverá
 Indicadores sobre o serviços de coleta de retomar um dos aspectos da sua concepção
resíduos sólidos domiciliares e públicos; original, até então não implementado, corres-
 Indicadores sobre os serviços de coleta se- pondente à articulação com outros sistemas,
letiva de resíduos domiciliares; vertical e horizontalmente. Destinada a viabi-
 Indicadores sobre os serviços de coleta de lizar o tratamento da questão sob o enfoque
resíduos de serviços de atenção à saúde; mais abrangente do saneamento ambiental,
 Indicadores sobre o serviços de varrição de a articulação horizontal deverá ocorrer por
logradouros públicos; e meio da integração do SNIS a outros sistemas
 Indicadores sobre o serviços de capina e de informação relativos a desenvolvimento
roçada. urbano, a habitação, a infra-estrutura e servi-
ços, a saúde e ao meio ambiente, com ênfase
Tal qual ocorreu com o SNIS (AE), a con- na gestão de recursos hídricos. Para isso, a
solidação, ampliação e confiabilidade desse integração com o SNIC será um caminho a
banco de dados irá depender essencialmente ser seguido.
da disposição dos municípios convidados A articulação vertical dar-se-á por meio
a integrá-lo – de forma sistemática e ano a da integração do banco de dados do SNIS
ano – para coletar e registrar também sis- em uma rede de sistemas locais e regionais
tematicamente as informações solicitadas, (situados fisicamente nos municípios, nas enti-
procedimento esse que, sem dúvida, irá por dades prestadoras de serviços e nas entidades
si só resultar numa importante melhoria de reguladoras dos níveis estadual e municipal,
qualidade de sua gestão das diversas ativida- que contarão com informações certificadas).
des do manejo de resíduos sólidos urbanos, Por meio de bancos de dados informatizados,
na escala local, além de contribuir para o compatíveis e articulados entre si, poderá ser
aperfeiçoamento desse segmento específico construída uma rede nacional, contendo o

Capacitação e informação 79
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
universo de informações e indicadores ade- NOVOS SISTEMAS EM FASE
quados às necessidades específicas de cada DE IMPLANTAÇÃO
nível de gestão.
A existência de bancos de dados em dis- Sistema de Consulta Gerencial –
tintos níveis e instâncias permitirá atender SISGerencial
às necessidades específicas e peculiares de
O SISGerencial será também um dos compo-
cada um dos componentes da rede, divul-
nentes do SNIC desenvolvido pelo Ministério
gando-se sistematicamente as informações e
das Cidades para atender às necessidades
suprindo-se as solicitações específicas, sem
de informação gerenciais típicas do papel de
que seja necessário duplicar bancos e bases.
Serão assim atendidos demandas e objetivos gestor.
distintos, com informações e indicadores ex- As informações gerenciais têm um perfil
clusivos para cada nível – federal, estadual e preponderantemente administrativo-físico-
municipal. financeiro, sendo utilizadas para acompanhar
Por fim, vale sintetizar alguns aspectos im- investimentos, processos de contratação
portantes sobre o SNIS e o processo de cons- e desembolso de operações gerenciadas
trução do sistema: pelo Ministério das Cidades com recursos
 apesar da construção ser coletiva, é neces- advindos de diferentes fontes. O quadro da
sária uma liderança e coordenação; informação gerencial no Ministério das Ci-
 a construção de um sistema de informa- dades se configura a partir de um conjunto
ções nacional leva tempo; de fatores condicionantes, entre os quais
 mesmo com o fornecimento voluntário dos pode-se destacar: o grande número de atores
dados funcionando relativamente bem, externos ao Ministério envolvidos na geração
incentivos e obrigações para melhorar a e no processamento de informação, incluindo
responsabilidade e a precisão dos dados instâncias internas à Caixa Econômica Federal,
são importantes; principal agente operador dos programas do
 o sistema tem se tornado, de fato, o guia Ministério, além de outros órgãos da adminis-
natural de medição do desempenho do tração pública direta, como os Ministérios da
setor no Brasil; Fazenda, da Saúde, e da Integração Nacional,
 o SNIS permite ao Brasil ter seu próprio e indireta, como o BNDES; a amplitude e a
benchmarking, inclusive no nível interna- capilaridade territorial da atuação do Minis-
cional; tério (por meio da rede bancária da Caixa
 uma vez que o sistema esteja estabeleci- Econômica Federal), que alcança quase todos
do, ele torna-se auto-sustentável (resistên- os municípios brasileiros; o histórico de ins-
cias momentâneas tornam-se contra-pro- tabilidade institucional que marcou a política
ducentes); e habitacional e de saneamento no país até a
 as informações do SNIS são de domínio criação do Ministério das Cidades, contribuin-
público para quaisquer usos e análises. do para a inexistência de práticas e estruturas
consolidadas de acompanhamento pela ad-
ministração direta das obras contratadas pelo
governo federal no setor.
No início de 2004, o conjunto das infor-
mações gerenciais pertinentes ao Ministério

80
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
O HISTÓRICO DE INSTABILIDADE INSTITUCIONAL cesso de desenvolvimento do SISGerencial
QUE MARCOU A POLÍTICA HABITACIONAL E envolveu a intensificação do diálogo entre o
DE SANEAMENTO NO PAÍS ATÉ A CRIAÇÃO DO Ministério e a Caixa a respeito da produção e
MINISTÉRIO DAS CIDADES, CONTRIBUIU PARA transferência de informação, diálogo inicia-
A INEXISTÊNCIA DE PRÁTICAS E ESTRUTURAS do desde o começo de 2003, e exigiu uma
CONSOLIDADAS DE ACOMPANHAMENTO, PELA
série de ações relativas a compatibilização
de parâmetros técnicos, revisão de procedi-
ADMINISTRAÇÃO DIRETA, DAS OBRAS CONTRATADAS
mentos e peridiocidade da alimentação de
PELO GOVERNO FEDERAL NO SETOR
bancos de dados, ampliação do conjunto
das informações enviadas, etc. No final de
das Cidades se distribuía em quatro bases de agosto de 2004, o SISGerencial foi disponibi-
dados distintas: Base de Dados FGTS-Caixa/ lizado para todas as Secretarias Nacionais do
OGO-Caixa – Sissedu; Sistema de Acompa- Ministério das Cidades, inclusive a Secretaria
nhamento Financeiro e Orçamentário – Sisafo; Executiva, tendo início uma fase extensiva
Sistema de Informações Gerenciais do Habitar- de uso e avaliação do sistema.
Brasil BID – SIG-HBB; Canal do FGTS e Sistema
de Pleitos – Sispleitos; além de planilhas e
Objetivo
bancos de dados avulsos, enviados ao Minis-
tério de forma não sistematizada. Além do O SISGerencial tem por objetivo reunir e dis-
problema da dispersão excessiva das fontes ponibilizar as informações básicas relativas
de informação, verificava-se também um nível ao processo de contratação, desembolso
elevado de inconsistência de dados e pro- e execução das operações financiadas ou
blemas quanto à padronização dos métodos apoiadas no âmbito do Ministério das Ci-
de obtenção de alguns tipos de informação dades. O sistema permite consultas rápidas
como, por exemplo, o número de famílias – simples ou estruturadas – de acordo com
beneficiadas por um dado projeto. Nesse inúmeros recortes, ajustáveis às necessidades
contexto, a tarefa de consolidação de dados e específicas dos usuários, facilitando todo o
correção de inconsistências vinha demandan- processo de monitoramento e avaliação de
do esforço demasiado e reduzindo o tempo seus programas. O sistema visa, no âmbito do
disponível para a análise da informação, que Ministério das Cidades, potencializar o uso da
deixava de cumprir plenamente seu papel informação enquanto conhecimento capaz de
enquanto conhecimento capaz de aperfeiçoar subsidiar a tomada de decisões e aperfeiçoar
a ação gerencial. a ação governamental. O SISGerencial tem
Com o objetivo de reverter esse quadro, também por objetivo democratizar a infor-
o Ministério das Cidades firmou contrato mação, a partir de sua disponibilização futura
em abril de 2004 para desenvolver o SISGe- a usuários externos ao Ministério, incluindo
rencial, sistema de informações que viria a administrações estaduais e municipais, asso-
consolidar em um único ambiente as infor- ciações de moradores, organizações sociais e
mações gerenciais do Ministério das Cida- a sociedade em geral.
des, dispersas em diferentes bases de dados
e documentos avulsos. Além das atividades
de concepção e programação do ambiente
computacional propriamente dito, o pro-

Capacitação e informação 81
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
Características O SISGERENCIAL FOI PLANEJADO PARA RESPONDER
COM FLEXIBILIDADE À DINÂMICA DOS FLUXOS
O SISGerencial foi programado em linguagem
DE INFORMAÇÃO GERENCIAL DO MINISTÉRIO,
Delphi, contando, em outubro de 2004 com
ESTANDO ABERTO PERMANENTEMENTE À INCLUSÃO
mais de 50 tabelas de dados e mais de 2,5
DE NOVAS MODALIDADES DE INFORMAÇÃO
milhões de registros. O sistema é hospedado
no servidor de banco de dados USDMCida-
des, que conta com previsão de expansão. O
programas de edição de planilhas e de texto.
SISGerencial é alimentado por seis bases de O projeto SISGerencial prevê também um mó-
dados distintas: dulo de acesso público, a ser disponibilizado
 Sisafo/BDCidades (Access), administrado via internet no sítio do Ministério das Cidades.
pela SPOA/CGOF MCidades;
 Sispleitos/ BD Pleitos (Sql Server), alimenta-
do pelas Secretarias Nacionais do MCidades Estágio de implementação/
e administrado pela SPOA/CGMI Mcidades; limitações atuais
 SIGHBB (Sql Server), administrado pela Ge- O SISGerencial encontra-se desde o começo
coa/Caixa; de setembro de 2004 em fase de uso e avalia-
 FGTS (Documento txt), administrado pela ção extensivos por parte de técnicos indica-
Difub/Caixa; dos pelas Secretarias Nacionais do Ministério
 OGU (Arquivo TXT), administrado pela Ge- das Cidades.
nac/Caixa; Após uma primeira etapa de identificação e
 Siafi (Arquivo TXT), administrado pela STN/ solução de problemas relativos à operação do
Ministério da Fazenda; sistema, as limitações atuais que se colocam
a sua operacionalidade plena dizem respeito,
A unidade básica de organização da infor- principalmente, à ocorrência de inconsistência
mação no SISGerencial é a Operação Contra- de dados e, para alguns tipos de pesquisa, à
tada. Em outubro de 2004, o sistema dispo- forma de agregação dos dados, uma vez que
nibilizava cerca de 30 atributos pertinentes a Caixa, na qual é gerada a maior parte dos
à operações contratadas pelo Ministério das dados gerenciais do MCidades, ainda não
Cidades, como valor contratado, valor liberado, incorporou a seus sistemas de informação a
percentual executado da obra e data da última lógica programática do PPA vigente. Apesar
vistoria. O SISGerencial foi planejado, no entan- dos resultados positivos alcançados, a solução
to, para responder com flexibilidade à dinâmica definitiva para a questão é um novo sistema
dos fluxos de informação gerencial do Ministé- de informação que está sendo desenvolvido
rio, estando aberto permanentemente à inclu- pela Caixa em substituição ao seu Sistema
são de novas modalidades de informação. APF. Esse novo sistema de informação tem
O banco de dados do SISGerencial abrange implementação prevista para o ano de 2005,
as operações contratadas pelo Ministério em segundo informação da Caixa.
todo o território nacional, tendo sido já acres-
cido dos dados históricos, quando disponíveis,
Próximas etapas
desde o exercício orçamentário de 1995. O
sistema tem interface de fácil operação e per- A próxima etapa na implementação do SIS-
mite a exportação dos resultados gerados para Gerencial, uma vez solucionada a questão

82
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
da inconsistência dos dados recebidos pelo transporte público, considerando os principais
MCidades, é sua disponibilização aos usuários modos disponíveis nos municípios brasileiros
externos ao Ministério, via internet. Também e sua inserção em um contexto nacional.
é estudada a possibilidade desse sistema ser- Para embasar o Perfil dos Sistemas de
vir de base para o desenvolvimento do SMAP, Transporte Público consolidado, são conside-
bem como a integração do SISGerencial ao radas as informações relativas a cada um dos
SNIC permitindo a leitura georeferenciada seguintes temas: oferta, frota, tarifação, re-
dos dados. gulamentação, recursos humanos, demanda,
custos e receitas.
O Ministério das Cidades promoverá a atu-
Sistema Nacional de Informações em
alização periódica e a ampla divulgação das
Transporte e Trânsito Urbano – SNTTU
informações às municipalidades e à popula-
O Ministério das Cidades, o Banco Nacional ção de maneira geral, por meio da internet.
de Desenvolvimento Econômico e Social
– BNDES e a Associação Nacional dos Trans-
Características básicas do Sistema
portes Públicos – ANTP estão implantando
o Sistema de Informações de Transporte e O SNTTU é caracterizado por duas naturezas
Trânsito Urbano – SNTTU, que se constitui principais de informações: uma se refere aos
em banco de dados especialmente dese- módulos para coleta, controle e registro dos
nhado para permitir aos Setores Públicos dados básicos, levantados junto aos órgãos
Federal, Estaduais e Municipais o adequado gestores dos transportes nos Municípios e re-
acompanhamento das várias facetas de giões metropolitanas, e um segundo módulo
caráter econômico e social envolvidas na di- voltado ao tratamento dos dados coletados,
nâmica do transporte urbano no Brasil, com que é distribuído em três vertentes:
a finalidade de aperfeiçoar os processos de  informações estruturais, definidas pela

planejamento, gestão e tomada de decisão composição de custos dos sistemas, esti-


sobre os investimentos no setor. mados a partir da associação dos dados
O SNTTU agrega, no estágio atual, infor- coletados com parâmetros diversos;
mações de 437 Municípios, incluindo todas as  informações contextuais, por meio de indi-

cidades pertencentes às Regiões Metropoli- cadores operacionais, organizacionais e de


tanas e aquelas com populações acima de 60 infra-estrutura, considerando os contextos
mil habitantes, com base no pressuposto da socioeconômicos, que possibilitam o pro-
sua significância no elenco dos sistemas de cessamento de análises comparativas entre
transportes estruturados. Abrange um con- os diversos municípios; e
junto de 150 dados básicos relacionados aos  análise temática, relacionada aos indicado-

temas tarifação, regulamentação, demanda, res associados às áreas temáticas, determi-


custos, receitas, frota, oferta e recursos huma- nados a partir das informações estruturais e
nos, segmentados segundo os sistemas de contextuais.
ônibus municipais, sistemas de ônibus metro-
politanos e sistemas metroferroviários.
Abrangência
A estrutura do SNTTU permite a elabora-
ção de relatórios, destacando-se o do perfil A abrangência espacial considerada nos pro-
municipal e metropolitano dos sistemas de cedimentos de coleta pela ANTP contempla

Capacitação e informação 83
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
FIGURA 11: ESTIMATIVAS DA ANTP dos, consolidados em decorrência de pe-
ríodos crescimento econômico anteriores,
mas hoje pouco atualizados (c);
 cidades com população intermediária, com
alto PIB e sistemas de transporte bem es-
truturados (d);
 cidades modestas, com população inter-
mediária, renda per capta reduzida e sis-
temas de transportes pouco evoluídos ou
estruturados (e).

No que se refere às estimativas das infor-


mações para os municípios com mais de 60
mil habitantes que ainda não aderiram ao pro-
cesso, são desenvolvidas análises estatísticas
no sentido de determinar estimadores signifi-
cativos para os diversos temas abordados, os
quais, associados a dados sócio econômicos
correlatos e disponíveis, permitem a estima-
tiva de estrutura de serviços, recursos huma-
a participação dos municípios brasileiros com nos, demanda e arrecadação para municípios
mais de 60 mil habitantes, com base no pres- considerados similares, segundo uma tipolo-
suposto de sua significância no elenco dos gia definida, adequada ao sistema.
sistemas de transportes estruturados. Ainda, face à não disponibilidade de alguns
A tipologia adotada para a categorização dados no sistema, situação inerente a todo o
dos municípios foi definida a partir de caracte- processo de coleta de dados, algumas infor-
rísticas demográficas, econômicas (PIB) e por- mações são estimadas a partir de dados dis-
te/estrutura de sistema de transporte público poníveis em anos anteriores, estando, nessas
disponível, identificando-se cinco classes: situações, indicada a estimativa adotada para
 grandes cidades, com renda per capita o caso de relatórios nacionais.
alta e sistemas de transporte público im- Essas considerações foram feitas parti-
portantes (a) cularmente no que se refere aos sistemas
 cidades com população intermediária, pro- metroferroviários e de ônibus metropoli-
dução econômica ligada aos setores da in- tanos, cujo elenco de sistemas caracteriza
dústria de maneira geral e siderurgias, com um conjunto pequeno de informações, em
alto PIB em relação aos demais municípios, relação aos diversos municípios considerados
mas que apresentam modestos sistemas de para a caracterização dos sistemas de ônibus
transporte público (b); municipais.
 cidades com população intermediária, as- As estimativas são produzidas pela ANTP
sim como o atual PIB, estável ou com leve com base nos dados disponíveis no SNTTU.
queda, com a economia voltada às mine- A fim de se desenvolver a análise temática
rações e exploração agropecuária, dotadas especificada para o SNTTU, definiram-se os
de sistemas de transporte bem estrutura- dados necessários para caracterizar o siste-

84
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
ma de transporte e trânsito urbanos sob as comissões temáticas da ANTP, resultando nos
seguintes óticas: uso do solo, meio ambiente, seguintes conjuntos:
energia, economia, eqüidade, inclusão social,  Estatísticas Gerais Existentes;

e qualidade e imagem.  Dados sobre Recursos Humanos;

Foram levantadas, ainda, as características  Dados sobre Meio Ambiente;

socioeconômicas, de geografia urbana, de  Dados da Área de Pesquisa de Opinião;

infra-estrutura viária geral e específica para o  Dados da Área de Circulação e Urbanismo;

transporte público, estatísticas gerais de trân-  Dados da Área de Qualidade;

sito e dados de receita e custo dos transportes  Dados da Área de Ônibus Municipal e Me-

individuais e públicos, que fossem relaciona- tropolitano;


das aos temas específicos.  Regulamento do Sistema convencional.

Os dados de infra-estrutura viária geral,


de transporte público, transporte individual,
Premissas adotadas para a formação
estatísticas de trânsito e dados de custo são
da base de dados
coletados a partir de instrumento de coleta
enviados aos órgãos gestores de transporte O conjunto de dados selecionados resultou
público e trânsito, e os dados socioeconô- dos encaminhamentos das comissões temáti-
micos e geográficos são obtidos a partir de cas da ANTP e do aproveitamento dos dados
levantamentos em fontes secundárias. já coletados para transporte público. Tendo
em vista que os dados que se propõe que
sejam coletados por intermédio do SNTTU
Procedimento para coleta
se destinam à produção futura de indicado-
de dados
res, foram considerados aspectos inerentes
Os dados definidos para coleta fornecem sub- à caracterização de sistemas de transportes:
sídios para a caracterização da estrutura física as quantidades de serviço fornecidos, a con-
e funcional de transporte público e privado fiabilidade, a segurança, as externalidades, as
de uma determinada cidade ou região metro- transferências na apropriação de custos de
politana, bem como proporciona o estabeleci- transportes, entre outras.
mento do perfil socioeconômico destas áreas
de levantamento. Assim sendo, foi determina-
Definição de informações contextuais
do um conjunto de dados e indicadores que
para os sistemas de transporte
são geralmente utilizados para formulação de
políticas e proporcionam a comparabilidade Os principais dados que possibilitarão o pro-
entre os sistemas de transporte público e de cessamento de análises comparativas entre os
trânsito urbano das cidades brasileiras com diversos municípios caracterizados no SNTTU
população acima de 60 mil habitantes. Esse consistem em indicadores do tipo contextual.
procedimento é monitorado e os resultados Cobrem as condições socioeconômicas básicas
são posteriormente submetidos a tratamentos das atividades, em que estão inseridas as estru-
seletivos necessários à tradução de aspectos turas de transporte que terão seus dados levan-
qualitativos e quantitativos de desempenho tados por intermédio do SNTTU. Esses dados
dos sistemas em análise. Como resultado contextuais devem ser levantados a fim de se
foram recolhidos os dados considerados estabelecer o controle das influências externas
básicos para as análises desenvolvidas pelas no desempenho dos sistemas de transportes.

Capacitação e informação 85
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
Normalmente, a maior parte destas infor- turais dos sistemas de transporte e os dados
mações contextuais deve ter como fulcro os contextuais. Esses indicadores resultantes do
parâmetros no âmbito setorial e no âmbito processo associativo deverão estar relaciona-
econômico geral. Os parâmetros pertinentes dos a um aspecto temático, sendo que cada
ao nível setorial incluem dados tais como taxa índice deverá refletir um aspecto individual da
de motorização (veículos per capita) e tribu- atividade de transporte. O processo associa-
tação sobre combustível. Dados pertencentes tivo deverá obedecer aos conteúdos e níveis
ao âmbito geral da economia incluem infor- de informação expostos a seguir.
mações como PIB per capita, grau de urbani- No primeiro nível são quantificados os
zação, nível de atividade industrial e estrutura atributos característicos dos itens de custo e
espacial urbana. os instrumentos para coleta consistem basi-
Para fornecer algum grau de normalização camente dos anuários de transporte público
para comparação as informações contextuais e trânsito urbanos, produzidos pela ANTP. O
devem incluir descritores chaves, tais como: objetivo dessa etapa é endereçar de forma ra-
 Grau de sustentabilidade do setor por in- cional os elementos do sistema de transporte,
termédio de remuneração dos serviços e de forma a associar quantidades a categorias
dotações orçamentárias; de custos internos e externos de forma a eli-
 Tamanho da produção do setor focalizando minar duplicidade de levantamento e permitir
desempenho da oferta e atendimento da a representação desses itens em unidades
demanda; monetárias.
 Grau de organização do setor por intermé-

dio de regulamentação da atividade para DADOS ESTRUTURAIS


acesso e fiscalização dos serviços e interfa- 1. Propriedade de veículo
ces institucionais existentes; 2. Operação do veículo
 Tamanho do ambiente econômico e seu 3. Subsídios operacionais
crescimento, envolvendo os aspectos ter- 4. Tempo de viagem
ritoriais e socioeconômicos dos sistemas 5. Acidente Interno
de atividades, para os quais os sistemas de 6. Acidente Externo
transporte estão dedicados; 7. Estacionamento interno
 Tamanho da infra-estrutura de transporte 8. Estacionamento externo
caracterizando os elementos de via, veícu- 9. Congestionamento
lo, terminais e sistemas operacionais dedi- 10. Infra-estrutura viária
cados a transporte. 11. Ocupação do solo pelo viário
12. Serviços municipais
13. Eqüidade e escolha
Processo de seleção de indicadores
14. Poluição do ar
para a definição do perfil da atividade
15. Poluição sonora
de transporte
16. Consumo de recursos
Uma vez estabelecidos os dados a serem cole- 17. Efeito de barreira
tados e os respectivos instrumentos de coleta 18. Impactos no uso do solo
e cálculo, definiu-se o processo de construção
de índices da atividade de transporte, por in- No segundo nível são quantificados os
termédio da associação entre os dados estru- atributos característicos dos contextos dos

86
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
sistemas de transporte e respectivos gularização fundiária em assentamentos pre-
elementos. cários, foi criado um sistema informatizado.
O objetivo do sistema é o de unificar em
DADOS CONTEXTUAIS um único banco de dados as informações
1. Sustentabilidade pertinentes aos processos de regularização
2. Produtividade fundiária a fim de facilitar o monitoramento
3. Institucional dos mesmos.
4. Territorial
5. Socioeconômico CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
6. Físico-funcional O sistema começou a ser construído no início
de 2004 por técnicos da Secretaria Nacional
Finalmente, os dados são sistematizados de de Programas Urbanos em conjunto com a
acordo com os seguintes temas: equipe de informática do próprio Ministério.
Os dados estão armazenados no PostgreSQL
ANÁLISES TEMÁTICAS em servidor localizado no Ministério. Cabe
Uso do solo destacar que se trata de um software livre, o
Mobilidade/acessibilidade que demonstra obediência a esta diretriz ge-
Energia ral do governo federal.
Eqüidade/inclusão social Cada registro no sistema corresponde a
Meio ambiente um assentamento irregular com processo
Qualidade / imagem de regularização fundiária e está localizado
Economia de transporte por Estado e por Município, sendo nacional
Recursos humanos a abrangência do sistema. Dentre as infor-
mações que compõem cada registro
destacam-se:
Sistemas da Secretaria Nacional
 a situação fundiária do assentamento;
de Programas Urbanos – SNPU
 o órgão proprietário (no caso de imóveis

públicos);
Sistema de Monitoramento de Processos
 o tipo de ocupação;
de Regularização Fundiária
 a área do assentamento;

Dentre as ações do Ministério das Cidades,  o número de famílias; e

uma de grande importância em termos  o estágio do processo de regularização.

sociais é a de regularização fundiária. Isso


porque a titulação de áreas irregulares além Nesta etapa de desenvolvimento o sistema
de dar tranqüilidade aos moradores quanto encontra-se disponível apenas para os técni-
à posse dos terrenos, permite a inclusão cos do Ministério das Cidades.
dos assentamentos precários na chamada
“cidade formal”. Entretanto, os processos de LIMITAÇÕES ATUAIS E FUTURO DO SISTEMA
regularização, em geral, são complexos, uma O sistema já está em funcionamento, ainda
vez que tramitam em várias instâncias e, com que em caráter experimental. Há algumas
freqüência, enfrentam diversas pendências limitações em relação à geração de relatórios
jurídicas. Tendo em vista a necessidade de se e à totalização (soma) de dados segundo atri-
ter um controle melhor dos processos de re- butos definidos pelo usuário.

Capacitação e informação 87
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
O próximo passo é a melhoria quanto à dentes, terceiro módulo, apresenta campos re-
interface e à geração de relatórios e totali- lacionados à ocorrência de acidentes (número
zações segundo diferentes níveis territoriais de vítimas, desabrigados, domicílios atingidos,
(Estado, Região Metropolitana, Município). datas etc.). O quarto módulo trata do registro
Em um segundo momento serão consolida- de projetos selecionados pelo Ministério das
das integrações com: a) as planilhas e demais Cidades. Por fim, o último módulo consiste
dados da equipe de planejamento e gestão em um acompanhamento físico-financeiro
orçamentária da Secretaria Nacional de Pro- dos projetos mencionados. O sistema encon-
gramas Urbanos; e b) o Banco de Dados da tra-se em plena funcionalidade.
Ação de Apoio à Prevenção e Erradicação de
Riscos em Assentamentos Precários. Final-
Sistema de Informação, Monitoramento
mente, pretende-se incorporar as informa-
e Avaliação do Setor da Habitação
ções pertinentes para os demais programas
(Simahab)
da Secretaria – de Reabilitação de Áreas Cen-
trais e de Fortalecimento da Gestão Municipal A complexidade do acelerado processo de
Urbana – com o intuito de se ter um sistema urbanização do país, aliada aos elevados ní-
de informação único para a Secretaria Nacio- veis de pobreza e desigualdade, à escassez
nal de Programas Urbanos. de serviços urbanos, à ocupação de áreas de
risco e ambientalmente frágeis, tem dificulta-
do o alcance das metas estabelecidas pelas
Banco de dados – Ação de apoio
políticas públicas na área de habitação, no
à prevenção e erradicação de riscos
sentido de garantir o direito à moradia digna
em assentamentos precários
para todos e a sustentabilidade ambiental dos
O presente banco de dados surgiu em função assentamentos humanos brasileiros.
da necessidade de se cadastrar, de forma Coloca-se, assim, a necessidade de se criar
organizada, os contatos nos municípios que instrumentos que permitam, em tempo ágil
apresentam riscos de deslizamentos de terra e de forma simples e segura, diagnosticar,
e inundações, para dar suporte à Gerência de acompanhar e avaliar os diversos programas
Risco do Ministério das Cidades. Em seguida, e projetos habitacionais, como forma de di-
o banco de dados foi ampliado com outros recionar uma eficiente alocação dos recursos
módulos de conteúdo específico relaciona- públicos, garantindo a transparência e o con-
dos ao tema. trole social das ações governamentais.
Embora a questão habitacional deva ser
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS sempre analisada de forma integrada dentro
A versão atual contém 5 módulos que operam do escopo de uma política de desenvolvi-
em seqüência. O primeiro módulo consiste mento urbano mais ampla, as informações e
no cadastro de um município, sendo a chave indicadores relativos ao setor habitacional me-
principal o código do IBGE. Nesse módulo, recem uma abordagem própria pela sua com-
estão os dados geográficos do município e plexidade e pela magnitude das necessidades
um campo para os dados da pessoa de conta- habitacionais ainda não satisfeitas, especial-
to (lotação, fone, e-mail, função). O segundo, mente aquelas relacionadas com a população
por sua vez, é um sistema de busca das infor- urbana residente em assentamentos precários
mações do módulo anterior. O registro de aci- e em áreas de moradia informal.

88
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
Nesse sentido, a Política Nacional de Habi- COLOCA-SE A NECESSIDADE DE SE CRIAR
tação tem como um de seus componentes a INSTRUMENTOS QUE PERMITAM, EM TEMPO ÁGIL
construção e a consolidação de um Sistema E DE FORMA SIMPLES E SEGURA, DIAGNOSTICAR,
de Informação, Monitoramento e Avaliação do ACOMPANHAR E AVALIAR OS DIVERSOS PROGRAMAS
Setor Habitacional – Simahab, que será parte E PROJETOS HABITACIONAIS, COMO FORMA
integrante do Sistema Nacional de Informa- DE DIRECIONAR UMA EFICIENTE ALOCAÇÃO
ções das Cidades – SNIC, no âmbito geral da
DOS RECURSOS PÚBLICOS, GARANTINDO A
Política de Informações – PIC do Ministério
TRANSPARÊNCIA E O CONTROLE SOCIAL DAS AÇÕES
das Cidades.
GOVERNAMENTAIS
As informações disponíveis sobre habita-
ção no Brasil, além de insuficientes, encon-
tram-se dispersas entre inúmeras institui- leiras, em suas diferentes dimensões (social,
ções e não estão disponíveis com os níveis econômica, administrativa, jurídica, financeira
de desagregação necessários para caracte- e funcional), considerando diversos níveis de
rizar as desigualdades regionais e socioeco- desagregação espacial e socioeconômica; 2)
nômicas que ainda prevalecem no país no a formulação, a implementação, o monitora-
que diz respeito às condições de moradia. mento e a avaliação das políticas públicas na
Os poucos dados existentes e os indicadores área de habitação, qualificando os obstácu-
produzidos sobre o setor habitacional care- los que se interpõem ao alcance das metas
cem de uma maior sistematização e análise programáticas e avaliando os impactos dessas
e/ou não se encontram geo-referenciados, políticas para a solução dos problemas habita-
de modo que possam servir como instru- cionais brasileiros.
mentos de auxílio à tomada de decisões e à Um passo importante em direção a esse
formulação, monitoramento e avaliação das objetivo foi a contratação, pela Secretaria
políticas públicas habitacionais nos diferen- Nacional de Habitação, do estudo Déficit Ha-
tes níveis de governo. bitacional no Brasil – Municípios Selecionados
No que diz respeito às políticas habita- e Microrregiões Geográficas – 2000
cionais voltadas para a população de baixa Esse estudo tem como objetivo captar a
renda, não existe no Brasil uma mensuração problemática habitacional no país, fornecen-
especifica do número de moradores em as- do informações que retratem mais fielmente
sentamentos precários, dos residentes em a realidade do setor. Essas informações visam
áreas de risco, nem sobre os domicílios com subsidiar a formulação de políticas e progra-
segurança da posse da moradia ou sobre o mas de habitação nas várias instâncias de
tamanho e a capacidade de pagamento do governo e em vários setores do desenvolvi-
público-alvo dos programas de habitação de mento urbano.
interesse social, dificultando a condução das Os estudos disponíveis sobre o déficit e a
políticas habitacionais voltadas para o seg- inadequação habitacional até o presente ano
mento popular. (2004) eram calculados para o Brasil, unida-
Portanto, o objetivo geral é implantar um des da Federação e regiões metropolitanas
Sistema de Informações Habitacionais (geo- selecionadas. A lacuna no que se referia ao
referenciado) que sirva de instrumento para: conhecimento das necessidades do setor no
1) a quantificação, qualificação e avaliação âmbito municipal e das microrregiões será
das condições de moradia nas cidades brasi- preenchida a partir da presente data, com o

Capacitação e informação 89
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
estudo Déficit Habitacional no Brasil – Muni- brasileiros. Os dados sobre o déficit estão
cípios Selecionados e Microrregiões Geográfi- cruzados com as seguintes variáveis: grupos
cas. Esse estudo parte dos dados do Censo de renda familiar, categorias de município
Demográfico 2000, que só no final de 2002 (metropolitanos x não-metropolitanos, com
começaram a ser liberados pelo IBGE, o que população maior que 500 mil habitantes e
possibilitou, somente agora, a publicação do demais municípios, etc), microrregiões e tipo
estudo da Fundação João Pinheiro pelo Cen- de necessidade habitacional (por exemplo,
tro de Estatística e Informações, por meio de construção nova, instalação de unidade sani-
parceria com o Programa das Nações Unidas tária interna, coabitação, ônus excessivo com
para o Desenvolvimento (PNUD), o Banco aluguel, etc.).
Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Em 2000, existiam no Brasil 5.507 municí-
Ministério das Cidades. pios, divididos em vários estratos de tama-
Dentro do conceito mais amplo de ne- nho de população, a maioria com menos
cessidades habitacionais, a metodologia de 20 mil habitantes, que equivalem a 4.018
desenvolvida trabalha com dois segmentos municípios, 73% do total. Para o cálculo do
distintos: o déficit habitacional e a inadequa- déficit habitacional foi necessária a seleção
ção de moradias. Como déficit habitacional de um universo de municípios a serem es-
entende-se a noção mais imediata e intuitiva tudados, e o tamanho da população foi um
de necessidade de construção de novas mo- dos fatores determinantes nessa escolha. Se-
radias para a solução de problemas sociais e gundo os procedimentos estabelecidos para
específicos de habitação, detectados em um a definição das estimativas, a população ur-
certo momento. O conceito de inadequação bana das sedes municipais foi tomada como
de moradias reflete problemas na qualidade básica para a definição do tamanho mínimo
de vida dos moradores que não se relacionam de município para os quais o déficit habita-
ao dimensionamento do estoque de habita- cional foi calculado.
ções, e sim a especificidades internas desse Com base nos dados do Censo Demo-
estoque. Seu dimensionamento visa delinear gráfico 2000, foi considerado o limite de 20
políticas complementares à construção de mil habitantes para cálculo do déficit. Para
moradias, voltadas à melhoria do estoque já os municípios com população inferior a este
existente. Com a preocupação de identificar limite, foi feito um agrupamento segundo as
as carências, principalmente da população microrregiões geográficas definidas pelo IBGE.
de baixa renda, os números, tanto do déficit Segundo o critério adotado, os municípios
quanto da inadequação dos domicílios, foram brasileiros foram assim subdivididos:
explicitados para diversas faixas de renda fa-  regiões metropolitanas – 308 municípios

miliar. O enfoque principal foi dado a famílias pertencentes a 23 regiões metropolitanas,


com até três salários mínimos de renda, limite definidas legalmente em 2000, inclusive
superior para o ingresso em grande número 108 municípios com população da sede in-
de programas habitacionais. ferior a 20 mil habitantes, mas para os quais
O Déficit Habitacional no Brasil – Municí- o déficit habitacional foi calculado e posto
pios Selecionados e Microrregiões Geográficas à disposição em virtude de pertencerem a
identifica o perfil quantitativo e qualitativo regiões metropolitanas;
do déficit habitacional (novas unidades mais  municípios selecionados – 673 municípios

melhorias nas existentes) dos municípios com população da sede igual ou superior a

90
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
20 mil habitantes (excluídos os das regiões Sistema de Registro Nacional de Carteiras
metropolitanas), para os quais o déficit habi- de Habilitação – Renach
tacional foi calculado e posto à disposição;
HISTÓRICO
 demais municípios – 4.526 municípios com
O Sistema Renach foi criado para organizar
população da sede inferior a 20 mil habi-
e manter o Registro Nacional de Carteiras de
tantes, para os quais o déficit habitacional
Habilitação – Renach. A implantação desse
foi calculado e agregado nos totais das
sistema foi iniciada em 1993 no Maranhão e
microrregiões a que pertencem.
seguiu até 1999, quando passou a integrar
todos os estados do Brasil.
Os números do déficit habitacional e da
inadequação de domicílios foram calculados,
PERFIL TÉCNICO
portanto, para 673 municípios com mais de 20
O sistema foi concebido para abranger todo
mil habitantes urbanos nas sedes em 2000, 23
o território nacional. Ele agrega todas as infor-
regiões metropolitanas com 308 municípios
mações em tempo real, possibilitando assim
(desses, 108 com população inferior a 20 mil
uma unicidade e padronização de procedi-
habitantes) e 558 microrregiões geográficas,
mentos para os órgãos e entidades compo-
segundo definição do IBGE.
nentes do Sistema Nacional de Trânsito – SNT
O estudo está disponível sob a forma de
e os cidadãos.
um kit:
 publicação impressa, contendo os aspectos
FUNÇÕES E UTILIDADES
conceituais e metodológicos do estudo,
O sistema tem como principal objetivo registrar
bem como uma síntese dos principais
e acompanhar o histórico da habilitação dos
resultados obtidos, e com projeto gráfico
cidadãos, candidatos e condutores inseridos no
(conteúdo, créditos e layout) a ser definido
contexto do trânsito brasileiro, frente ao cum-
de comum acordo entre a SNH e a FJP;
primento do código de trânsito em vigor. Con-
 CD-ROM contendo os resultados do estu-
trola também impedimentos e transferências
do, incluindo as tabelas e gráficos corres-
dos cidadãos, candidatos e condutores visando,
pondentes;
além do cumprimento do código, à segurança
 página institucional do MCidades na inter-
no trânsito. Esse sistema também controla
net: www.cidades.gov.br.
a emissão das Carteiras de Habilitação, que
vigoram por um ano, as ACC – Autorizações
Sistemas do Denatran – Renach, para Conduzir Ciclomotores e a habilitação
Renavam, Renainf e Sinet dos estrangeiros que residem no país ou que
estão com visto de turistas. O SISTEMA Renach
Para que o Denatran possa exercer suas obri-
fornece informações a respeito de execução de
gações, conforme o artigo 19 do Código de
programas de reciclagem e qualidade da for-
Trânsito Brasileiro – CTB, e fazer cumprir obri-
mação dos condutores habilitados e mantém
gações e direitos do cidadão, expressa nos
o acesso às informações do sistema aos órgãos
artigos 1º, 2º e 3º do CTB, ele vem se organi-
competentes e para os cidadãos.
zando e se modernizando tecnologicamente
dentro de uma perspectiva municipalizada
que atenda aos órgãos governamentais e
ao cidadão.

Capacitação e informação 91
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
PERIODICIDADE DE ATUALIZAÇÃO co de imagens dos condutores para o Renach
DAS INFORMAÇÕES – atualmente as imagens ficam guardadas
O sistema é alimentado em tempo real, no com segurança em cada uma das empresas
momento em que as ocorrências são regis- que emitem o documento, não havendo um
tradas em cada estado. No entanto, algumas banco de dados único.
transações são enviadas via lotes, transações Está sendo implementado o Renach Esta-
estas de baixa prioridade para o sistema. tísticas, uma ferramenta web que disponibiliza
os dados gerenciais estatísticos. Atualmente,
UNIDADE TERRITORIAL DE COLETA conta com usuários apenas do próprio De-
Todos os órgãos componentes do Sistema natran e usuários do Detran que estão em
Nacional de Trânsito – SNT participam de treinamento. Assim que estiver homologado,
forma direta ou indireta no Renach, sendo os estará disponível para consultas pelos cida-
Detrans os órgãos que centralizam as informa- dãos pela internet.
ções em cada Estado.

Registro Nacional Veículos Automotores


BASE TECNOLÓGICA DO SISTEMA
– Renavam
A base hoje utilizada é locada no Serpro em
equipamento IBM com tecnologia SNA (Syste- HISTÓRICO
ms Network Architeture) e protocolo TCP/IP. O Para organizar e manter o Registro Nacional
Sistema foi desenvolvido na linguagem Natu- Veículos Automotores – Renavam foi criado o
ral e Cobol. Sistema Renavam. Esse sistema começou a ser
implantado em 1990, no Paraná, e seguiu sua
FORMA DE ACESSO ÀS INFORMAÇÕES implantação até 1998, quando integrou todos
DO SISTEMA os estados do Brasil.
A disponibilização das informações para os
órgãos integrantes é feita através de ferra- PERFIL TÉCNICO
menta OLTP e banco de dados Adabas. O O sistema foi concebido para abranger todo
cidadão pode conseguir informações no sitio o território nacional. Ele agrega todas as
do Denatran, www.denatran.gov.br, no link informações em tempo real, possibilitando
de consultas on-line. Quanto a utilização do assim uma unicidade e padronização de
software livre, o sistema está preparado para procedimentos para os cidadãos e órgãos
disponibilizar acesso via emulação de terminal componentes do Sistema Nacional de Trân-
IBM 3270. sito – SNT.

ÓRGÃOS INTEGRANTES NO PROCESSO FUNÇÕES E UTILIDADES


Os Detrans, os Centros de Formação de Con- O sistema tem como principal objetivo re-
dutores – CFC e Gráficas homologadas que gistrar e acompanhar os veículos licenciados
emitem a Carteira Nacional Habilitação. nos municípios, disponibilizando a todos os
órgãos integrados ao Renavam: as transferên-
PLANO DE MODERNIZAÇÃO E ADEQUAÇÕES cias, idade da frota, multas, registro de roubos,
As atividades futuras envolvendo esse sistema gravames, entre outros.
englobam: a melhoria do controle dos CFCs e
dos próprios condutores; a migração do ban-

92
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
PERIODICIDADE DE ATUALIZAÇÃO define a implementação de novos programas
DAS INFORMAÇÕES que poderão ser incorporados aos aplicativos
O sistema Renavam é alimentado em tempo analisados, tais como:
real, no momento em que as ocorrências são  Rede Nacional de Formação de Condutores

registradas em cada Estado. – Renfor;


 Sistema de Informações de Veículos e Con-

UNIDADE TERRITORIAL DE COLETA dutores para o Mercosul;


Todos os órgãos componentes do SNT partici-  Controle de Fronteiras;

pam de forma direta ou indireta no Renavam,  Gestão de Multas de Trânsito;

sendo o Detran o órgão que centraliza as in-  Registro de Inspeção Veicular;

formações em cada Estado.  Relacionamento entre BIN – Base Índice Na-

cional, Binco – Base Índice de Condutores e


BASE TECNOLÓGICA DO SISTEMA Base de Dados Estaduais;
A base hoje utilizada é locada no Serpro, em  Informações estatísticas e gerenciais.

equipamento IBM, com tecnologia SNA e pro-


tocolo TCP/IP. O sistema foi desenvolvido na Como esses sistemas foram projetados há
linguagem Natural e Cobol. mais de dez anos, seus ciclos de vida come-
çam a se expirar. Mas, como sua operação é
FORMA DE ACESSO ÀS INFORMAÇÕES essencial para o Sistema Nacional de Trânsito,
DO SISTEMA é necessário que os mesmos sejam revitali-
A disponibilização das informações para os zados para que possamos dentro do período
órgãos integrantes é feita pela ferramenta de sobre-vida especificar, desenvolver e im-
OLTP e banco de dados Adabas. O cidadão plantar um novo sistema que agregue uma
pode conseguir informações pessoais no sitio nova Tecnologia de Informação, funções de
do Denatran, www.denatran.gov.br, no link controle, funções operacionais e funções
de consultas on-line. Quanto à utilização do gerenciais.
software livre, o sistema está preparado para
disponibilizar acesso via emulação de terminal
Registro Nacional de Infrações de Trânsito
IBM 3270.
– Renainf

ÓRGÃOS INTEGRANTES NO PROCESSO HISTÓRICO


Os Detrans, Polícia Rodoviária Federal, Po- Para organizar e manter o Registro Nacional
lícia Federal, Secretaria da Receita Federal, de Infrações de Trânsito – Renainf, foi criado
Montadoras/Fabricantes, Justiça Federal, o Sistema Renainf. Esse sistema começou a
Secretaria de Segurança Pública, seguradoras ser implantado em 2003 e ainda se encontra
ligadas ao Sistema Nacional de Gravames em fase de implantação. Em outubro de 2004,
– SNG e empresas conveniadas. encontra-se em plena produção nos Estados
da Bahia, Goiás, Pernambuco, Mato Grosso do
PLANO DE MODERNIZAÇÃO Sul e Pará, com um total de 131.107 infrações
E ADEQUAÇÕES cadastradas. Os outros Estados ainda estão
O Denatran possui um Plano de Informatiza- em processo de conclusão de adequação de
ção regulador das ações da sua área de infor- seus sistemas.
mática para os próximos dois anos. Esse plano

Capacitação e informação 93
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
PROJETO INICIAL – INTERCÂMBIO FORMA DE ACESSO ÀS INFORMAÇÕES
DE INFORMAÇÕES DO SISTEMA
O sistema Renainf foi concebido para viabilizar A disponibilização das informações é feita
o intercâmbio de informações entre os órgãos pela ferramenta OLTP e banco de dados Ada-
executivos de trânsito, buscando dados de bas. Quanto à utilização do software livre, o
veículos e condutores de outras Unidades da sistema está preparado para disponibilizar
Federação e enviando as informações relati- acesso via emulação de terminal IBM 3270.
vas aos autos de infrações de trânsito para o
estado de registro do veículo para cobrança ÓRGÃOS INTEGRANTES NO PROCESSO
da multa. Os Detrans e órgãos autuadores são os princi-
pais integrantes do processo do Renainf.
FORMAÇÃO DE UMA BASE NACIONAL
Tendo em vista a importância das informa- PLANO DE MODERNIZAÇÃO E ADEQUAÇÕES
ções do Renainf, foi prevista a formação de Como o sistema está em plena fase de im-
uma base nacional de dados de multas de plantação ainda está sofrendo ajustes que são
trânsito, sendo necessário para isso consolidar demandados freqüentemente.
o fluxo das informações e obter os dados ge- Com o objetivo de manter uma base de
renciais e estatísticos. dados efetivamente completa e que possa
subsidiar outras ações relativas à área de
FUNÇÕES E UTILIDADES trânsito (como definição de programas e
O sistema tem como principal objetivo o campanhas destinadas à melhoria do trân-
intercâmbio das informações e a formação sito, etc.), poderá ser demandado um his-
de uma base nacional de dados de autos de tórico sobre uma determinada infração de
infrações. trânsito até que se encerre todas as ações
relativas à mesma. Foi definido que fatos
PERIODICIDADE DE ATUALIZAÇÃO ocorridos após a liquidação da multa devem
DAS INFORMAÇÕES ser registrados, como por exemplo recursos
O sistema é alimentado por meio de transa- surgidos após o pagamento da multa. Essa
ções efetuadas concomitantemente com os visão deriva da conclusão de que a manuten-
fatos, conforme as ocorrências registradas ção na base de todos os registros relativos à
nos Estados. multa (como defesa, recursos, deferimentos e
indeferimento etc.), mesmo que por si só não
UNIDADE TERRITORIAL DE COLETA alterem a situação da mesma, é de interesse
Todos os órgãos autuadores componentes do histórico e estatístico.
SNT participam de forma direta ou indireta
com o Renainf, sendo os Detrans os órgãos
Sistema Nacional de Estatísticas
centralizadores em cada estado.
de Trânsito – Sinet

BASE TECNOLÓGICA DO SISTEMA HISTÓRICO


A base hoje utilizada é locada no Serpro em O Sistema Nacional de Estatísticas de Trânsito
equipamento IBM com tecnologia SNA e pro- – Sinet foi instituído pela portaria nº 2 de 28
tocolo TCP/IP. O sistema foi desenvolvido na de janeiro de 1994 e tem por finalidade as-
linguagem Natural e Cobol. segurar a organização e o funcionamento da

94
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
estatística geral do trânsito no território nacio- PLANO DE MODERNIZAÇÃO E ADEQUAÇÕES
nal, disponibilizando-nas aos interessados. Para que os dados estatísticos se tornem
confiáveis, necessário se torna mais precisão
PERFIL TÉCNICO na coleta dos mesmos. A coleta confiável dos
A coordenação do Sinet é do Denatran, com dados de acidentes de trânsito ensejará uma
a participação dos órgãos integrantes do SNT. adequada realização de análises técnicas,
A coleta, organização e encaminhamento constituindo bases sólidas para a preparação
das informações sobre acidentes de trânsito de projetos e programas de segurança de
seguem orientações publicadas no Manual de trânsito.
Procedimentos 2000/2001 do Sinet, implanta- Nos últimos dois anos, o Denatran já vem
do pela portaria 59/00, de 15 de setembro de fazendo estudos sobre como implementar
2000. Os dados são enviados pelos Detrans esse sistema. A curto prazo irá adequar os da-
em planilhas eletrônicas padronizadas. dos de 2003 e 2004 dentro da realidade exis-
tente. A médio prazo promoverá esforços jun-
FUNÇÕES E UTILIDADES to aos órgãos envolvidos, para uma mudança
Este sistema viabiliza análises técnicas que de paradigma do sistema, na adequação e
subsidiam tomadas de decisões quanto à polí- aproveitamento das experiências exitosas dos
tica e ao planejamento da segurança no trân- órgãos ou de parcerias celebradas no intui-
sito, possibilitam obter relatórios gerenciais de to de incrementar as estatísticas de trânsito
estatísticas de trânsito de uma maneira geral, como ferramenta de apoio gestor do trânsito.
em todo o território nacional. Outra ação futura será a centralização de
todas as estatísticas referentes ao trânsito em
PERIODICIDADE DE ATUALIZAÇÃO banco de dados próprio a ser desenvolvido e
DAS INFORMAÇÕES a posterior divulgação de seus resultados.
Atualmente as informações são defasadas em
virtude da dificuldade de coleta da informa-
TEXTOS DE REFERÊNCIA
ção, principalmente em alguns municípios do
interior dos Estados.
Indicadores sociais como instrumentos
para formulação de políticas públicas
UNIDADE TERRITORIAL DE COLETA
e monitoramento da qualidade de vida
Deveria abranger todas as cidades brasileiras,
urbana nas cidades brasileiras15
no entanto, há dificuldades de acesso a estes
dados nos órgãos parceiros. O uso de indicadores pelo planejamento pú-
blico não é novo. Os romanos usavam núme-
BASE TECNOLÓGICA DO SISTEMA ros para acompanhar o desenvolvimento de
Não há nenhuma base em uso atualmente governos e políticas, interesse que foi revitali-
para este sistema.
15Texto elaborado pela consultora do Ministério
ÓRGÃOS INTEGRANTES NO PROCESSO das Cidades profa. dra. Maria Inês Pedrosa Nahas.
Os Detrans, Órgãos de Segurança, Polícia Mili- Professora e pesquisadora do IDHS/Instituto de
Desenvolvimento Humano Sustentável da PUC
tar, Polícia Rodoviária Federal, Guarda Munici-
Minas, Belo Horizonte/MG. Doutora em Ecologia/
pal e Instituto Médico Legal são os principais UFSCar.Contatos: ines.idhs@virtual.pucminas.br
participantes do processo. – minahas.bhz@terra.com.br.

Capacitação e informação 95
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
zado com o advento do iluminismo e cresceu ambientais globais. Nesse contexto se inicia
amplamente auxiliado pelo desenvolvimento também a produção de indicadores ambien-
do cálculo por Descartes e Leibnitz. tais, vistos como instrumentos a serem inse-
O conceito de indicadores sociais e o movi- ridos nos processos de tomada de decisões
mento que levou esse nome tiveram origem na esfera do planejamento público. Essa ten-
nos anos 1960, quando os primeiros trabalhos dência se aprofunda nos anos 1980, gerando
na linha de indicadores sociais ganharam inúmeros debates e proposições teórico-me-
forma, inicialmente nos Estados Unidos. O todológicas para formulação de indicadores
movimento dos indicadores sociais, que então ambientais, por parte de órgãos internacionais
emergiu, representou uma tentativa gover- de estatísticas.
namental de enfrentar a situação social do Ao final dos anos 1980 e início dos 1990 é
país, já que dominava o descontentamento notório, mundialmente, o aumento da crimina-
cívico. A situação evidenciou o fato de que o lidade, exclusão social e pobreza, aliados aos
progresso econômico, por ele mesmo, não grandes problemas de habitação, transporte,
era capaz de gerar o que era então chamado infra-estrutura urbana e acesso a serviços, além
de “bem-estar social”. Tornava-se necessário da degradação ambiental crescente nas cida-
enfocar novos ângulos e buscar novos indi- des. Observa-se que, ao contrário do início do
cadores – indicadores sociais – para revelar século, quando as grandes cidades do mundo
aspectos que não podiam ser captados pela pertenciam a países que se industrializaram ra-
abordagem estritamente econômica domi- pidamente, ao final deste século, são os países
nante na concepção de desenvolvimento. pobres, com grande quantidade de problemas,
Condições e pressões sociais análogas que abrigam a maior parte das grandes cida-
acompanharam, na Europa e na América Lati- des, provocando o rompimento da conexão
na, a emergência dos trabalhos de indicadores histórica entre tamanho de cidade e desenvol-
sociais. Muitos esforços foram empreendidos vimento econômico ou poder político.
pela Comunidade Econômica Européia, Orga- Esse cenário marca a tendência mundial
nização de Cooperação e Desenvolvimento de fortalecer os governos no nível local e
Econômico, e posteriormente, pelo Programa remetem para a necessidade de desenvolver
das Nações Unidas para o Desenvolvimento sistemas para monitorar o desenvolvimento
(PNUD), visando dimensionar os impactos das cidades, gerando também um novo olhar
sociais do desenvolvimento, bem como a para os indicadores.
proposição de programas de estudos e temas Assim, ao longo dos anos 1990, multiplica-
para construção de indicadores na área social. ram-se as iniciativas locais de desenvolvimen-
Assim, os primeiros anos da década de to dos denominados “indicadores de susten-
1970 marcaram a tendência de difusão de in- tabilidade” usando novas tecnologias da rede
dicadores sociais que, ao final da década, já se mundial de computadores (internet) e estra-
havia consolidado em grande parte dos países tégias de mensuração menos acadêmicas,
ocidentais. visando dotar as cidades de capacidade para
Também na década de 1970, ganha força a conceber, desenhar e implementar projetos
preocupação com a qualidade ambiental, es- para aumentar a sustentabilidade local.
pecialmente devido ao acelerado processo de Ao mesmo tempo, se dá a criação do IDH/
urbanização e ao conseqüente agravamento Índice de Desenvolvimento Humano, elabo-
da degradação ambiental e dos problemas rado inicialmente para comparar o nível de

96
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
O CONCEITO DE INDICADORES SOCIAIS E A partir de então, cresce a produção de
O MOVIMENTO QUE LEVOU ESSE NOME TIVERAM indicadores sociais como iniciativas de órgãos
ORIGEM NOS ANOS 1960, QUANDO OS PRIMEIROS de planejamento público, visando mensurar
TRABALHOS NESTA LINHA GANHARAM FORMA, conceitos como: condições de vida, qualidade
INICIALMENTE NOS ESTADOS UNIDOS. O MOVIMENTO de vida, desenvolvimento humano, pobreza,
DOS INDICADORES SOCIAIS, QUE ENTÃO EMERGIU,
qualidade de vida urbana, vulnerabilidade so-
cial e/ou desenvolvimento sustentável.
REPRESENTOU UMA TENTATIVA GOVERNAMENTAL
Em 1991, foi produzido o Índice de Desen-
DE ENFRENTAR A SITUAÇÃO SOCIAL DO PAÍS, JÁ QUE
volvimento Social, próximo ao IDH na concep-
DOMINAVA O DESCONTENTAMENTO CÍVICO
ção teórica e na metodologia de cálculo, vi-
sando comparar as grandes regiões brasileiras
desenvolvimento entre países. A elaboração (RODRIGUES, 1991).
desse índice pelo PNUD reflete e reforça esse A partir de 1996 registra-se a elaboração
novo olhar para os indicadores, estimulando do IDH-M, ou seja, o IDH ajustado ao nível
iniciativas semelhantes por parte de governos municipal, calculado para dimensionar o
e instituições. Estes passaram a buscar méto- desenvolvimento humano na totalidade dos
dos para mensurar o desenvolvimento huma- municípios brasileiros. Atualizado periodica-
no, as condições de vida e/ou a qualidade de mente, esse é o índice mais amplamente re-
vida, em áreas espaciais distintas – estados, conhecido para avaliar, comparativamente, o
regiões e cidades – impulsionando de manei- conjunto dos municípios no Brasil (PNUD; Ipea
ra fundamental a elaboração e uso de indica- & FJP, 2000).
dores para avaliar o meio urbano. Entretanto, desde 1995 já se produziram
Esse “novo movimento de indicadores” outros índices que permitem também compa-
(NAHAS, 2002) centra-se particularmente no rar as condições de vida de municípios, como
espaço urbano, representando a busca por é o caso do Índice Social, que permite compa-
instrumentos para auxiliar as cidades na tarefa rar 187 grandes municípios brasileiros e Índice
de monitorar seu desenvolvimento, incluindo Social Municipal, para comparar os maiores
iniciativas governamentais e não governa- municípios do Estado de São Paulo, ambos
mentais, além de cidadãos ativistas. produzidos pelo Instituto Pólis (SOUTO et al,
No plano teórico, fortalecem-se os vínculos 1995). Também se podem citar os indicadores
entre desenvolvimento sustentável, justiça urbanos propostos pelo Habitat II e tomados
social e qualidade ambiental e, nesse contex- para Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília e Recife
to, os indicadores sociais passam a ser vistos (MPO, 1996), além do ICV/Índice de Condi-
como parte de um sistema holístico para mo- ções de Vida, calculado para a totalidade dos
nitorar o progresso das cidades. municípios do Estado de Minas Gerais (FJP &
Ipea,1996).
Mais recentemente, governos de diversas
SISTEMAS DE INDICADORES
Unidades da Federação criaram sistemas de
MUNICIPAIS NO BRASIL
indicadores para avaliar o conjunto dos muni-
A construção de indicadores sociais como cípios de sua área de abrangência, alguns dos
subsídio ao planejamento público é tendência quais citados abaixo:
crescente no Brasil, desde 1990, quando se  Índice Social Municipal Ampliado, do Rio

desenvolveu o IDH. Grande do Sul (FEE, 1997), substituído, em

Capacitação e informação 97
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
2004, pelo Índice de Desenvolvimento So- Nesse contexto, é fundamental o emprego
cioeconômico (FEE, 2004) de indicadores geo-referenciados no espa-
 Índice de Desenvolvimento dos Municípios ço intra-urbano, visando retratar o mosaico
do Espírito Santo (Ipes, 2000) espacial de serviços, equipamentos, padrões
 Índice de Qualidade dos Municípios do Rio de ocupação, condições ambientais e, natu-
de Janeiro (Cide, 2002) ralmente, de condições sociais, existentes no
 IDS/Índice de Desenvolvimento Social de interior dessas cidades.
Resultados e o IDS/de Oferta dos municí- Nessa linha, as experiências brasileiras mais
pios do Ceará (Seplan & Ipece, 2003) consolidadas são:
 Índice Sintético de Satisfação da Qualidade

Paralelamente, foram também produzidos de Vida de Curitiba (Ippuc, 2001)


outros índices de abrangência nacional como  Índice de Qualidade de Vida Urbana de

o Índice de Exclusão Social (AMORIM & POCH- Belo Horizonte (PBH, 1996; NAHAS et al,
MANN, 2003) e o Índice de Desenvolvimento 1997)
Infantil (Unicef, 2003), este calculado para a  Índice de Exclusão/ Inclusão Social da cida-

população até 6 anos de idade, em cada mu- de de São Paulo (SPOSATI, 1996)
nicípio.  Mapa da Pobreza de Curitiba (UFPR; Ipardes

Todos esses índices e respectivos sistemas & Ippuc, 1997)


de indicadores se mostram úteis para instru-  Índice de Vulnerabilidade Social de Belo

mentalizar o planejamento urbano em nível Horizonte (NAHAS et al, 2000)


estadual, regional ou federal.  Índice de Vulnerabilidade Juvenil (Seade,

A partir de 1996, observa-se no Brasil o de- 2000)


senvolvimento de uma segunda linha de indi-  Índice Geral de Qualidade de Vida Urbana

cadores, voltados para o planejamento local Belém (CORRÊA et al, 2001)


de cidades de maior porte (grandes e médias)
e/ou Regiões Metropolitanas, para possibilitar a Entretanto, enquanto se aprofundam nas
identificação e dimensionamento das desigual- administrações públicas a necessidade de
dades no interior destas cidades ou regiões. se trabalhar com o uso de indicadores e re-
É importante lembrar que as cidades lati- finam-se metodologias e recursos para pro-
no-americanas, principalmente as metrópoles, dução dos mesmos, o Ministério das Cidades
mostram quase completa dualidade social (MCidades) ainda não dispõe de um sistema
e espacial. De um lado, vive uma minoria de indicadores municipais adequado à sua
da população que concentra volumes cres- linha de intervenção nas cidades, que sirva
centes da riqueza (em vários países 10% da como referência para o estabelecimento de
população concentra 40% da renda nacional) prioridades e definição de seus programas e
e constituem uma cidade legal, amparada e projetos.
protegida por leis e mecanismos econômicos.
De outro, uma maioria empobrecida, com
UM SISTEMA DE INDICADORES
escassas oportunidades de informação e pro-
PARA O MINISTÉRIO DAS CIDADES
gresso social que conforma, juntamente com
a primeira, a cidade real. Em resumo, trata-se Como explicitado nas resoluções da Conferên-
de pequeno grupo de ‘ilhas’ de bem-estar, cia Nacional das Cidades, a missão do Ministé-
rodeadas por um ‘mar de pobreza’. rio das Cidades é:

98
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
Garantir o direito à cidade a todos os seus habitan- miciliares), ou seja, informações centradas nas
tes, promovendo a universalização do acesso à ter- pessoas, na população.
ra urbanizada e à moradia digna, ao saneamento Tais índices, entretanto, não enfocam a
ambiental, à água potável, ao trânsito e à mobili- dimensão física do espaço urbano e, menos
dade com segurança, e ao ambiente saudável, por ainda, a questão da localização de recursos
meio da gestão democrática. O direito à cidade urbanos e nem foram desenvolvidos com este
implica na formulação e implementação de uma objetivo. Tais metodologias não se destinam
política de desenvolvimento urbano e regional, a avaliar, por exemplo, a qualidade ambiental
com a garantia de respeito aos direitos humanos urbana ou a eqüidade na oferta de recursos
relacionados à vida urbana, de forma sustentável urbanos habitacionais e de saneamento.
para as gerações presentes e futuras. (Ministério Assim, para o cálculo dos indicadores não se
das Cidades, 2003. p. 2) utilizam dados que reflitam aspectos físicos
– naturais ou construídos – dos municípios e
Pode-se contatar que o interesse do
que criariam condições para avaliar a oferta
MCidades é focado fundamentalmente no
de recursos urbanos e a qualidade ambiental
espaço urbano, na dimensão física desse
nesses municípios.
espaço, incluindo-se aí a localização de
Por essa razão, o Ministério das Cidades
serviços e equipamentos urbanos. Portanto,
pretende desenvolver um índice que atenda a
um sistema de indicadores adequado à sua
esta necessidade e, para tanto, optou por ado-
missão deve possibilitar o dimensionamento
tar o conceito contemporâneo de “qualidade
das desigualdades sócio-espaciais existentes de vida urbana” como referência teórica para
entre as cidades brasileiras, a partir dessa elaboração desse índice.
abordagem.
No entanto, não é este o foco das me-
todologias de abrangência nacional hoje O ÍNDICE DE QUALIDADE DE VIDA
existentes no Brasil, ou seja, o IDH Municipal, URBANA DAS CIDADES BRASILEIRAS
o Índice de Exclusão Social (IES) e o Índice O conceito de “qualidade de vida urbana”
de Desenvolvimento Infantil (IDI), já mencio- vem se construindo, historicamente, a partir
nados. Resguardada a relevância do desen- dos conceitos de bem-estar social, qualidade
volvimento de cada um desses índices, é im- de vida, qualidade ambiental, pobreza, desi-
portante observar que, independentemente gualdades sociais, exclusão social, vulnerabi-
dos indicadores que os compõem, todos têm lidade social, desenvolvimento sustentável e
o mesmo objetivo: dimensionar o acesso da sustentabilidade, e, desta maneira, sua história
população – acesso social – aos bens e servi- encontra-se estreitamente vinculada à história
ços oferecidos nos municípios. Assim, o IDH dos indicadores formulados com base nesses
enfoca educação, renda e saúde, e o IES, além enfoques (NAHAS, 2002).
dessas dimensões, inclui aspectos demográ- De fato, o conceito tomou forma prin-
ficos, acesso ao trabalho e violência, temática cipalmente nos anos 1970 e 1980, face ao
vinculada ao processo de exclusão social, da crescimento e expansão das cidades em todo
mesma forma que o IDI, porém com recor- o mundo, particularmente nos países em
te na população infantil. Para a formulação desenvolvimento. Como se sabe, o processo
desses sistemas de indicadores utilizaram-se de urbanização foi uma das características
essencialmente dados demográficos (ou do- marcantes do último século, fazendo com

Capacitação e informação 99
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
que, em nossos dias, mais de 50% da popula- materiais/físicas, oferecidas nos lugares,
ção mundial viva em cidades. O emprego da que possibilitam (ou não) o acesso da po-
expressão “qualidade de vida urbana” resulta, pulação aos bens e serviços urbanos;
assim, do enfoque nas conseqüências do de-  A avaliação da qualidade ambiental, a partir
senvolvimento e expansão das cidades e seus de aspectos socioambientais e aspectos
problemas socioambientais e da necessidade ambientais stricto sensu, relacionados ao
de monitorar esse desenvolvimento no nível meio urbano;
local. Por essa razão, esta foi a tendência mar-  A produção de elementos teórico-metodo-
cante da formulação de indicadores sociais e lógicos para a discussão da sustentabilidade
ambientais na década de 1990. do desenvolvimento humano.
Nesse quadro de complexidade crescente,
o dimensionamento da qualidade de vida Esse é o referencial teórico no qual será ba-
urbana também cresce em complexidade, seada a construção do Índice de Qualidade de
revestindo-se de dificuldade adicional quan- Vida Urbana das cidades brasileiras (IQVU/BR).
do o objetivo da mensuração é embasar polí- Para elaboração desse índice, o Ministério
ticas públicas que promovam a eqüidade no das Cidades desenvolverá um processo de con-
acesso da população aos benefícios da vida sultas de abrangência nacional. A aplicação de
nas cidades. um processo dessa natureza para construção
De fato, pode-se afirmar que, em nossos do IQVU/BR se baseia na constatação de que,
dias, o conceito de qualidade de vida urbana para se tornar útil à formulação de políticas
reporta-se ao meio urbano e às cidades, e sua públicas, como aqui se pretende, o sistema de
mensuração requer a inclusão de três elemen- indicadores deve contar com a validação polí-
tos fundamentais: tica e institucional da sociedade.
 O dimensionamento da eqüidade na dis- Em outras palavras, pouco adianta promo-
tribuição espacial e no acesso da popu- ver melhorias na qualidade de vida nas cida-
lação a determinados serviços e recursos des com determinados critérios, se tais me-
urbanos, ou seja, a mensuração do acesso lhorias e critérios não são reconhecidas como
espacial a serviços (ou seja, da possibilida- legítimos e válidos pela sociedade. Considera-
de espacial de acesso) e do acesso social. se fundamental que as decisões tomadas a
Esse é um aspecto fundamental, espe- partir do índice e as melhorias decorrentes de
cialmente em se tratando de municípios tais decisões sejam reconhecidas como justas
de médio porte e Regiões Metropolitanas e adequadas à solução dos problemas.
– alvos prioritários do MCidades. É es- Naturalmente, esse é um objetivo difícil de
sencial considerar que o acesso aos bens ser alcançado, mas o Ministério das Cidades
de cidadania implica no deslocamento parte do princípio de que tal validação pode
até os mesmos, já que estes podem estar ser alcançada, ao menos em parte, por meio
próximos ou muito distantes do local de da participação direta de atores sociais na
moradia, exigindo tempo e recursos para definição dos aspectos a serem considerados
acessá-los. Portanto, para definir priorida- na mensuração do conceito e em outros mo-
des de investimentos, não basta dimen- mentos do processo de construção do índice.
sionar as condições em que se encontra A consulta será desenvolvida tomando-se
a população desta ou daquela cidade: é o Método Delphi como referência, técnica
indispensável saber também as condições de dinâmica de grupo que promove um de-

100
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
bate entre diversos participantes, buscando NESSE QUADRO DE COMPLEXIDADE CRESCENTE,
estabelecer um consenso entre os mesmos O DIMENSIONAMENTO DA QUALIDADE DE VIDA URBANA
acerca das questões em discussão. Pretende- TAMBÉM CRESCE EM COMPLEXIDADE, REVESTINDO-SE
se incluir cerca de 100 colaboradores, origi- DE DIFICULDADE ADICIONAL QUANDO O OBJETIVO
nários de universidades, centros de pesquisa, DA MENSURAÇÃO É EMBASAR POLÍTICAS PÚBLICAS
administração pública (municipal, estadual e QUE PROMOVAM A EQÜIDADE NO ACESSO DA POPULAÇÃO
federal), além de organizações da sociedade
AOS BENEFÍCIOS DA VIDA NAS CIDADES
civil (ONGs e outras). A composição do grupo
de colaboradores contempla também o cri-
tério espacial, incluindo-se colaboradores das O quadro I adiante apresenta a relação de
diversas regiões do país. temas considerados nos sistemas de indicado-
Os participantes responderão a uma pri- res elaborados para comparar os municípios
meira questão que deverá dar origem às de algumas Unidades da Federação de todo o
perguntas subseqüentes, até se alcançar o Brasil. Os temas estão organizados segundo a
consenso. As respostas às questões serão freqüência em que aparecem nas experiências
emitidas de forma anônima e por escrito, pela consideradas: os temas “educação” e “renda”,
internet. Encerradas as consultas será iniciada por exemplo, foram contemplados em todas
a elaboração do índice propriamente. as experiências.
Essa estratégia foi adotada, em Belo Hori- Como se pode observar, tais metodologias
zonte, na construção do Índice de Qualidade não se centram no espaço urbano e algumas
de Vida Urbana e do Índice de Vulnerabilidade delas nem abordam a temática da habitação,
Social, desenvolvidos com a participação de saneamento, transporte e/ou a qualidade am-
gestores públicos municipais e representantes biental urbana.
de segmentos sociais diversos (universidades Além disso, em sua maior parte, tais sis-
e organizações da sociedade civil). Tais índices temas consideram apenas o acesso social,
gozam de amplo reconhecimento na cidade, enfocando somente a população. Algumas
em seus diversos segmentos – sociedade civil, das metodologias abrangem também a
academia e administração municipal – e são questão espacial, embora parcialmente. Para
intensamente utilizados pela administração ilustrar essa análise, o Quadro II apresenta
municipal na distribuição de recursos, na for- os indicadores mais freqüentes e seu enfo-
mulação de projetos e para definir a localiza- que, dentre os temas presentes em todas as
ção de investimentos. experiências.
Outro aspecto importante a ser assinalado Cabe ainda assinalar que índices intermu-
é que para o desenvolvimento do IQVU/BR nicipais desenvolvidos mais recentemente
serão consideradas as metodologias existen- incorporam, ao menos em parte, a questão da
tes no Brasil para comparar municípios, além oferta de serviços e equipamentos. A tentativa
das experiências de indicadores intra-urbanos. mais recente é o Índice de Desenvolvimento
Entretanto, é fundamental assinalar que tais Social dos municípios do Ceará, composto
experiências não foram desenvolvidas para por um bloco de resultados (IDS-R) e outro de
mensurar a qualidade de vida urbana, da for- oferta (IDS-O). Embora boa parte dos temas
ma como aqui conceituada, e nem tão pouco ainda não tenha sido efetivamente incluída na
tiveram como objetivo enfatizar a temática mensuração (devido à inexistência de informa-
prioritária do Ministério das Cidades. ções), sua concepção geral é um dos caminhos

Capacitação e informação 101


CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
QUADRO I: FREQÜÊNCIA DOS TEMAS NOS QUADRO II: ENFOQUE DOS INDICADORES INTERMUNICIPAIS,
SISTEMAS DE INDICADORES INTERMUNICIPAIS MAIS FREQÜENTEMENTE EMPREGADOS PARA DIMENSIONAR
DE ABRANGÊNCIA NACIONAL E DE ALGUMAS OS TEMAS “EDUCAÇÃO” E “RENDA”
UNIDADES DA FEDERAÇÃO*

ORDEM DE TEMAS TEMAS ORDEM DE ENFOQUE INDICADORES


FREQÜÊNCIA FREQÜÊNCIA
I Educação EDUCAÇÃO I Escolarização Taxa de
Renda (população) escolaridade
II Saúde Anos de estudo
Saneamento Matrículas

III Pobreza II Qualidade Aproveitamento


do ensino escolar
Habitação
(população) Evasão escolar
Energia elétrica
Recursos humanos
Transportes
III Equipamentos Oferta de vagas
Telecomunicações
(lugar)
Trabalho
IV Acesso Analfabetismo
Violência
à escola
IV Governo municipal (população)
V Agropecuária
RENDA I Gastos e PIB per capita
Comércio consumo
Demografia familiar
(população)
Esportes
II Renda familiar
Infra-estrutura para per capita
empreendimentos
Meio ambiente stricto sensu III Desigualdade
(de renda)
Serviços urbanos
Controle do uso do solo IV Consumo
de energia
* Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Ceará

a ser considerado na construção do sistema de Da mesma forma que ocorre com os


indicadores do Ministério das Cidades. sistemas intermunicipais, tais experiências
No que tange aos sistemas de indicadores privilegiam, na escolha dos indicadores, a
intra-urbanos, a maior parte das experiências abordagem do acesso social aos serviços, por
também inclui somente o acesso social aos intermédio de indicadores populacionais e
bens e recursos considerados, embora, dife- domiciliares. O Quadro IV apresenta os indi-
rentemente dos sistemas intermunicipais, a cadores e o enfoque considerado na mensu-
temática do MCidades seja enfocada de forma ração dos temas mais freqüentes, dentre as
mais abrangente. experiências contempladas na análise.
O Quadro III mostra a distribuição dos te- Cabe ainda assinalar que, dentre os siste-
mas, de acordo com a freqüência em que apa- mas de indicadores intra-urbanos, a experiên-
recem nas experiências de grandes cidades cia que mais se aproxima da conceituação de
brasileiras aqui consideradas. Observa-se que “qualidade de vida urbana” adotada pelo Mi-
os temas “educação” e “saúde” são contem- nistério das Cidades é o denominado “Sistema
plados em todos os sistemas. de Indicadores Intra-urbanos de Belo Horizon-

102
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
QUADRO III: FREQÜÊNCIA DOS TEMAS QUADRO IV: ENFOQUE DOS INDICADORES MAIS FREQÜENTES NOS
CONSIDERADOS NOS SISTEMAS DE INDICADORES TEMAS “EDUCAÇÃO” E “SAÚDE” NOS SISTEMAS DE INDICADORES
INTRA-URBANOS DE GRANDES CIDADES INTRA-URBANOS DE GRANDES CIDADES BRASILEIRAS*
BRASILEIRAS*

ORDEM DE TEMAS TEMAS ORDEM DE ENFOQUE INDICADORES


FREQÜÊNCIA FREQÜÊNCIA

I Educação EDUCAÇÃO I Nível de Taxas de escolaridade


escolarização
II Taxas de alfabetização
Saúde (população)
III Analfabetismo
II Renda
Escolaridade do chefe
Habitação de família

Saneamento IV Qualidade Aproveitamento


do ensino escolar
III Pobreza (população)
V Defasagem idade/série
Trabalho
VI Qualidade do ensino
Transporte (diversos)
SAÚDE I Mortalidade/ Mortalidade geral
Violência
longevidade
II Longevidade
IV Abastecimento alimentar (população)
III Mortalidade na infância
Assistência social

Cultura IV Doenças Incidência de doenças


(população) transmissíveis
Esportes
V Acesso Oferta de
Serviços urbanos a serviços equipamentos
de saúde de saúde
Justiça (população
VI Peso ao nascer
e lugar)
Meio ambiente VII Segurança alimentar

* Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Belém * Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Belém

te”, composto pelo IQVU/Índice de Qualidade quada ao mercado de trabalho), econômica


de Vida Urbana – indicador da possibilidade (acesso ao trabalho formal e à renda), jurídica
espacial de acesso a recursos e serviços ur- (acesso à assistência jurídica de qualidade) e
banos – e pelo IVS/Índice de Vulnerabilidade segurança de sobrevivência (acesso a servi-
Social, considerado como indicador de acesso ços de saúde, ao alimento e à segurança na
social a tais bens (PBH, 1996 e 2000). velhice). Esses dois índices – tomados como
O IQVU procura dimensionar a oferta de sistema para mensuração da qualidade de vida
serviços e recursos urbanos referentes a 10 urbana – propiciam o dimensionamento das
setores: abastecimento alimentar, cultura, desigualdades intra-urbanas no que se refere à
educação, esportes, habitação, infra-estrutura distribuição espacial e ao acesso, por parte da
urbana, meio ambiente, saúde, segurança ur- população, aos bens considerados. Dessa ma-
bana, serviços urbanos. O IVS visa mensurar o neira, o sistema se torna útil à formulação de
efetivo acesso da população a 5 “Dimensões políticas públicas de promoção da eqüidade.
de Cidadania”: ambiental (acesso à moradia de Além disso, esses índices propiciam im-
qualidade), cultural (acesso à escolaridade ade- portante subsídio para avaliar a qualidade

Capacitação e informação 103


CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
ambiental em Belo Horizonte, permitindo O GOVERNO BRASILEIRO E
identificar os lugares “mais sustentáveis” e A TEMÁTICA DO SOFTWARE LIVRE
“mais insustentáveis” da cidade. Estes últimos
são lugares onde a população vive em situa- Contextualização
ção de risco, em áreas onde se registram, ao
Nas últimas décadas do século XX, a socieda-
mesmo tempo, os maiores valores da cidade
de experimentou uma profunda evolução tec-
para densidade populacional, vulnerabili-
nológica especialmente difundida pela utiliza-
dade social e predisposição do solo ao risco
ção de computadores nas mais diversas áreas
geológico.
de atuação. Essa evolução vem possibilitando
Tal experiência sem dúvida será também
significativas mudanças nos cenários sociais,
um dos caminhos a serem considerados na
políticos, econômicos e culturais em todos os
construção do IQVU-BR, já que, em nossos
países, seja pelo uso intensivo das tecnologias
dias, mostra-se como a experiência mais con-
da informação, seja pelo retardamento de
solidada no Brasil no enfoque do ambiente
aplicação das mesmas. Aplicação esta que
urbano.
delimita o grau de desenvolvimento de uma
Finalmente, cabe discutir a questão do
nação. Nesse contexto, o Governo Brasilei-
monitoramento, que deverá ser um aspecto
ro vem atuando na busca de uma inserção
norteador fundamental na construção do
adequada do país na chamada Sociedade da
IQVU-BR. As experiências de indicadores in-
Informação.
termunicipais e intra-urbanos aqui analisadas
são, em sua maioria, iniciativas pontuais, de-
senvolvidas para um único período de tempo. Sociedade da Informação
É fundamental considerar que a garantia de
Para inserção no novo cenário destacado,
atualização de um índice reside, primeiramen-
cada país desenvolveu estratégias que consi-
te, no desenvolvimento de um modelo formal
deraram o seu grau de desenvolvimento tec-
de cálculo consistente e que se mantenha
nológico conjugado com as suas peculiarida-
estável ao longo do tempo, comportando a
des. No Brasil, o marco inicial desse processo
inclusão e/ou exclusão de novos temas e in-
foi a criação do programa “Sociedade da Infor-
dicadores que se façam necessários à medida
mação”, por meio do decreto 3.294 de 15 de
que se alterem as condições retratadas pelo
Dezembro de 1999, com objetivo de “viabilizar
sistema. Novas questões podem ser incluídas
a nova geração da internet e suas aplicações em
e algumas podem perder o sentido de serem
benefício da Sociedade Brasileira” 16, estruturado
consideradas na avaliação.
em sete linhas de ação:
O outro aspecto básico a ser considerado
 Mercado, trabalho e oportunidades;
para garantir o uso do IQVU-BR enquanto
ferramenta de monitoramento é a seleção das
16O objetivo do Programa Sociedade da Informa-
fontes de dados empregadas. Além da consis-
ção é integrar, coordenar e fomentar ações para a
tência metodológica na coleta dos dados e do utilização de tecnologias de informação e comuni-
alcance geográfico, será necessário considerar cação, de forma a contribuir para que a economia
a temporalidade de atualização das informa- do país tenha condições de competir no mercado
global e, ao mesmo tempo, contribuir para a in-
ções, já que o índice deverá ser atualizado a
clusão social de todos os brasileiros na nova so-
intervalos de tempo que atendam aos interes- ciedade – disponível em http://www.socinfo.org.
ses e objetivos do Ministério das Cidades. br/sobre/programa.htm.

104
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
 Universalização e serviços para a cidadania; dade brasileira, estabelecendo diretrizes e
 Educação na sociedade da informação; parâmetros para a criação de uma sociedade
 Conteúdos e identidade cultural; digital.
 Governo ao alcance de todos; Com o passar do tempo, a chamada So-
 P&D, tecnologias-chave e aplicáves; ciedade da Informação apresentou novos
 Infra-estrutura avançada e novos serviços. paradigmas que mereceriam igualmente a
atenção do Governo Eletrônico. As questões
Essa iniciativa buscou oferecer “subsídios relativas à inclusão digital, que ampliam a
para definição de uma estratégia para conceber dimensão da participação do cidadão nas re-
a inserção adequada da sociedade brasileira na lações com Governo, outras entidades e seus
Sociedade da Informação” 17. pares, e expandem os mercados na economia
Com tal esforço, em setembro de 2000, o virtual, apresentaram novas vertentes relacio-
Governo Brasileiro produziu, entre outros do- nadas 19 :
cumentos, o chamado “Livro Verde”, que iden-  Inclusão digital voltada para cidadania

tificou o conjunto das ações estabelecidas – com base no direito de interação e de


para impulsionar a Sociedade da Informação comunicação dos indivíduos por meio das
no Brasil, contemplando: ampliação do acesso redes informacionais;
à internet, meios de conectividade, formação  Inserção das camadas mais pobres no mer-

de recursos humanos, incentivo à pesquisa e cado de trabalho – com base na profissio-


desenvolvimento, comércio eletrônico e de- nalização e capacitação;
senvolvimento de novas aplicações.  Inclusão digital voltada para educação

– com base na formação sociocultural dos


jovens e no fomento de uma inteligência
Governo Eletrônico Brasileiro
coletiva capaz de assegurar inserção autô-
Após a produção do “Livro Verde”, foi criado noma do país na sociedade informacional.
no âmbito do Governo Federal, por meio de
decreto de 18 de outubro de 2000, o Comitê Dessa forma, tornou-se necessária uma
Executivo de Governo Eletrônico, com objeti- rearticulação das ações inicialmente determi-
vo de formular políticas, estabelecer diretrizes, nadas para uma melhor adequação do país
coordenar e articular as ações de implantação nesse cenário. Com essa preocupação, foram
do Governo Eletrônico, voltado para a presta- criados, por meio do decreto de 29 de ou-
ção de serviços e informações ao cidadão 18. tubro de 2003, comitês técnicos específicos
O Governo Eletrônico foi concebido como no âmbito do Comitê Executivo do Governo
um instrumento de transformação da socie- Eletrônico: Implementação do Software Li-
vre, Inclusão Digital, Integração de Sistemas,
Sistemas Legados e Licenças de Software,
17 Ministério da Ciência e Tecnologia. Sociedade
Gestão de Sítios e Serviços On-Line, Infra-
da Informação no Brasil: livro verde. Organizado
por Tadao Takahashi. Brasília, 2000 pág. 5.
18 Decreto de 18 de outubro de 2000. Cria no âm- 19Uma discussão aprofundada sobre essas verten-
bito do Conselho de Governo, o Comitê Executivo tes é apresentada em: SILVEIRA, Sérgio Amadeu
do Governo Eletrônico e dá outras providências. da. Inclusão Digital, Software Livre e Globalização
Maiores detalhes sobre Governo Eletrônico podem Contra-Hegemônica, in SILVEIRA, Sérgio Amadeu
ser obtidos em http://www.governoeletronico. da; CASSINO, João (org.) Software livre e inclusão
gov.br. digital. São Paulo, Conrad Livros, 2003. pp 17-47.

Capacitação e informação 105


CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
Estrutura de Rede, Governo para Governo Nesse novo contexto, a atuação do Gover-
(G2G), Gestão de Conhecimento e Informa- no Eletrônico objetiva a melhoria da presta-
ção Estratégica. ção de serviços aos cidadãos, com aumento
Com essa medida, o atual governo apro- da transparência e diminuição da burocracia,
fundou e deu novos focos de atuação ao Go- contribuindo para democratização do proces-
verno Eletrônico, com especial atenção para so decisório, maior efetividade das ações go-
Inclusão Digital e incentivo ao uso de Software vernamentais e promoção da inclusão digital.
Livre. A questão do Software Livre apresentou
enfoque na sua popularização e utilização, Padrões de Interoperabilidade
com previsões de migração gradativa dos de Governo Eletrônico
sistemas proprietários com garantia de inte-
roperabilidade, em ações dos Comitês de Im- Na intenção de criar mecanismos capazes de
plementação do Software Livre e de Sistemas promover a ciência da Administração Pública
Legados e Licenças de Software. no contexto da Sociedade da Informação,
articulada às ações estabelecidas para im-
plantação do Governo Eletrônico, o governo
Diretrizes do Governo Eletrônico brasileiro elaborou um conjunto de premissas,
Brasileiro políticas e especificações técnicas regulamen-
tadoras para utilização de Tecnologia da Infor-
Por força do decreto de 29 de outubro de
mação e Comunicação, denominada arquite-
2003, a implementação do Governo Eletrônico
tura e-PING – Padrões de Interoperabilidade 21
passou a ser realizada segundo sete princí-
de Governo Eletrônico.
pios, que foram concebidos “como referência
A arquitetura e-PING define um conjunto
geral para estruturar as estratégias de interven-
mínimo de premissas, políticas e especifica-
ção, adotadas como orientações para todas as
ções técnicas que regulamentam a utilização
ações de Governo Eletrônico, gestão do conheci-
da Tecnologia de Informação e Comunicação
mento e gestão da TI no governo federal”:
 Promoção da cidadania como prioridade;
(TIC) no Governo Federal, estabelecendo as
 Indissociabilidade entre inclusão digital e o
condições de interação com os demais pode-
res e esferas de governo e com a sociedade
governo eletrônico;
 Utilização do software livre como recurso
em geral, como demonstrado na figura 12.
estratégico; A e-PING apresenta, em cada um dos seus
 Gestão do Conhecimento como instrumen-
segmentos, políticas técnicas norteadoras
para estabelecimento das especificações dos
to estratégico de articulação e gestão das
seus componentes. Em especial, e-PING de-
políticas públicas;
 Racionalização dos recursos;
fine adoção preferencial de padrões abertos,
 Adoção de políticas, normas e padrões co-
conforme especificado 22:

muns; 21 Os conceitos de interoperabilidade adotados nes-


 ”Integração com outros níveis de governo e
ta arquitetura estão evidenciados no Documento
com os demais poderes” 20. de Referência, disponível em www.eping.e.gov.br.
22 e-PING. Padrões de interoperabilidade de

Governo Eletrônico. Documento de Referência


20Oficinas de Planejamento Estratégico. Relatório – Versão 0 – pág 9. disponível para download em
consolidado. Comitê Executivo do Governo Eletrô- http://www.governoeletronico.e.gov.br/governoe-
nico. Maio de 2004. p. 8. letronico/index.html.

106
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
(...) a e-PING define que, sempre que possível, FIGURA 12: RELACIONAMENTOS DO GOVERNO
serão adotados padrões abertos nas especifica- FEDERAL SEGUNDO A E-PING
ções técnicas. Padrões proprietários são aceitos,
de forma transitória, mantendo-se as perspecti-
vas de substituição assim que houver condições
de migração. Sem prejuízo dessas metas, ser o
respeitadas as situações em que haja necessida-
de de consideração de requisitos de segurança
e integridade de informações. Quando disponí-
veis, soluções em Software Livre ser o conside-
radas preferenciais.

Com essa visão, tornou-se necessário à


elaboração do Guia Livre: um documento de
referência para servir de auxílio nos processos
de migração para Software Livre do Governo
Federal, de acordo com as orientações da e-
PING.
Além da preocupação em garantir os pa- confundir software livre com software grátis
drões de interoperabilidade previstos, existem porque a liberdade associada ao software livre
outras argumentações para adoção de Sof- de copiar, modificar e redistribuir, independe de
tware Livre na adminstração pública, como gratuidade. Existem programas que podem ser
será destacado a seguir. obtidos gratuitamente mas que não podem ser
modificados, nem redistribuídos” 24.
Outro fator relevante refere-se à socializa-
Software Livre
ção do conhecimento. O acesso ao código
na Administração Pública
fonte permite que a Administração Pública
tenha domínio sobre a tecnologia aplicada.
Definições
Essa é uma preocupação recorrente, que já
Software Livre é o software disponibilizado, fora evidenciada no “Livro Verde”:
gratuitamente ou comercializado, com as pre-
O conhecimento tornou-se, hoje mais do que no
missas de liberdade de instalação; plena utili-
passado, um dos principais fatores de superação
zação; acesso ao código fonte”; possibilidade
de desigualdades, de agregação de valor, criação
de modificações/aperfeiçoamentos para ne-
de emprego qualificado e de propagação do bem-
cessidades específicas; distribuição da forma
estar. A nova situação tem reflexos no sistema eco-
original ou modificada, com ou sem custos23.
nômico e político. A soberania e a autonomia dos
Essa definição salienta que é importante “não
países passam mundialmente por uma nova leitu-
ra, e sua manutenção – que é essencial – depende
23Definição adaptada de RIBEIRO, Daniel Darlen
Corrêa. Software livre na administração pública. 24HEXSEL, Roberto André. Propostas de ações
Estudo de caso sobre adoção do Samba na Auditoria de governo para incentivar o uso de software livre.
Geral do Estado de Minas Gerais. Lavras, UFLA, 2004. Curitiba, UFPR 2002. Relatório Técnico RT-DINF
Monografia de conclusão do curso de Especializa- 004/2002. Disponível em http://www.inf.ufpr.
ção em Administração de Redes Linux. br/~roberto.

Capacitação e informação 107


CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
nitidamente do conhecimento, da educação e do Esses benefícios, agregados ao fato de que
conhecimento científico e tecnológico. 25 despesas referentes a licenças de uso não são
aplicáveis a soluções baseadas em software
Dessa forma, o uso e o domínio da tecno-
livre, resultam em economia progressiva para
logia são essenciais para a integração do país
seus usuários, cujos valores podem ser reapli-
nas diretrizes da Sociedade da Informação e
cados em investimentos na área Tecnologia
apropriação soberana do conhecimento.
da Informação.
Nesse cenário a filosofia do Software Livre
Dessa forma, a adoção de Software Livre
surge como uma oportunidade para dissemi-
por parte do Estado é amparada principal-
nação do conhecimento e uma nova moda-
mente pelos princípios da impessoalidade,
lidade de desenvolvimento tecnológico, em
eficiência e razoabilidade 26, visando a me-
função do novo paradigma que se estabelece
lhoria na qualidade dos serviços prestados e
na relação de quem produz o software (sejam
promoção de desenvolvimento tecnológico
empresas ou programadores autônomos)
e social.
com a tecnologia propriamente dita. O Sof-
Portanto, o Estado se beneficia diretamente
tware Livre cumpre, ainda, as determinações
com a adoção de Software Livre tanto no as-
do Governo Eletrônico, bem como os padrões
pecto de sua estruturação para atendimento
estabelecidos pela e-PING.
às demandas sociais como no seu papel de
promover desenvolvimento. Dessa forma,
Razões para adoção torna-se possível, a integração das políticas
de Software Livre de modernização administrativa, de inclusão
social baseadas em tecnologia da informação
Neste capítulo são apresentadas, em vários
e de desenvolvimento industrial.
momentos, razões para que as instituições
A questão do Software Livre está inserida
públicas estabeleçam programas de migração
em um amplo cenário integrado, composto
para Software Livre, em especial:
por ações de desenvolvimento tecnológico,
 necessidade de adoção de padrões abertos
inserção adequada do país na chamada
para o Governo Eletrônico (e-Gov);
Sociedade da Informação, promoção da ci-
 nível de segurança proporcionado pelo
dadania, inclusão digital e racionalização de
software livre;
recursos.
 eliminação de mudanças compulsórias que

os modelos proprietários impõem periodi-


camente a seus usuários, face à desconti- 26 O artigo 37 da Constituição da República apre-
nuidade de suporte a versões; independên- senta os Princípios Basilares da Administração
cia tecnológica; Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e ciência. O princípio da razoabilidade
 desenvolvimento de conhecimento local;
possui fundamentação implícita, sendo eviden-
 possibilidade de auditabilidade dos siste- ciado em algumas Constituições Estaduais. Mais
mas; informações sobre os princípios constitucionais
 independência de fornecedor único. relacionados com a adoção de Software Livre po-
dem ser obtidas em: RIBEIRO, Daniel Darlen Corrêa.
Software livre na administração pública. Estudo de
caso sobre adoção do Samba na Auditoria Geral do
25TAKAHASHI, Tadao (org.). Sociedade da Infor- Estado de Minas Gerais. Lavras, UFLA, 2004. Mono-
mação no Brasil. Livro Verde. Brasília, Ministério da grafia de conclusão do curso de Especialização em
Ciência e Tecnologia. 2000. Administração de Redes Linux.

108
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
Diante do contexto apresentado, tornou- perabilidade e inserção do Software Livre na
se fundamental a criação de um documento Política Nacional de Tecnologia da Informa-
com propósito de nortear as ações de mi- ção. Nesses termos, são previstas ações para
gração para Software Livre da Administração elaboração de documentação das migrações
Pública Federal, cuja iniciativa de elaboração de serviços de rede, sistemas operacionais e
está consolidada neste Guia Livre. ferramentas de automação de escritório.
Por sua vez, o Planejamento Estratégico do
Comitê Técnico Sistemas Legados e Licenças
Base de Elaboração do Guia Livre
de Software, também sinaliza a necessidade
No ano de 2003 os Comitês Técnicos de Im- documentacional como garantia da interope-
plementação do Software Livre e de Sistemas rabilidade dos sistemas, base de referências
Legados e Licenças de Software apresentaram técnicas e de gestão durante os processos de
seus planejamentos estratégicos para o exercí- migração.
cios 2003-2004. Diante desse contexto, por deliberação
O Planejamento Estratégico do Comitê conjunta dos dois comitês, foi criado o Grupo
Técnico de Implementação do Software Livre de Trabalho Migração para Software Livre 28,
apresentou 18 diretrizes para implementa- com objetivo prioritário de formular orienta-
ção do Software Livre no Governo Federal 27, ções para migração das entidades da Admi-
com enfoque na otimização de recursos e nistração Pública Federal. Entre suas ações, o
investimentos em tecnologia da informação, GT-MSL iniciou o projeto de elaboração do
popularização e utilização do Software Livre Guia Livre – Referência das Migrações para
como base dos programas de inclusão digital, Software Livre, cujo resultado consolida-se
migração gradativa dos sistemas proprietários neste documento 29.
para Software Livre com garantia de intero-

28 Grupo de trabalho interinstitucional menciona-


do no início deste documento (página 4??).
29 O documento “Guia Livre” completo pode ser

27 Documento disponível em http://www.softwa- encontrado em www.governoeletronico.gov.


relivre.gov.br/diretrizes. br/guialivre.

Capacitação e informação 109


CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS de construção de um instrumento de gestão
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FJP & IPEA – Fundação João Pinheiro & Instituto de
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do Samba na Auditoria Geral do Estado de Minas
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Gerais. Lavras, UFLA, 2004. Monografia de con-
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SEPLAN & IPECE – Secretaria do Planejamento e Co-
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ordenação & Instituto de Pesquisa e Estratégia

110
CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
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SILVEIRA, S. A. “Inclusão Digital, software livre e Cetran – Conselho Estadual de Trânsito
globalização contra-hegemônica “. In: SILVEIRA, CMP – Central de Movimentos Populares
S. A.; CASSINO, J. (org). Software livre e inclusão Compesa – Companhia Pernambucana de Sanea-
digital. São Paulo: Conrad Livros, 2003. mento
SOUTO, A. S. e outros. Como reconhecer um bom Conam – Confederação Nacional de Associações
governo? O papel das administrações municipais de Moradores
na melhoria da qualidade de vida. São Paulo: Pu- Cosama – Companhia de Saneamento do Amazo-
blicações Pólis, nº. 21, 1995. nas
SPOSATI, A. Mapa da inclusão/exclusão social da CTBT – Curso Técnico Básico de Trânsito
cidade de São Paulo. São Paulo: Educ, 1996. Denatran – Departamento Nacional de Trânsito;
TAKAHASHI, Tadao (org.). Sociedade da informação Detran – Departamento Estadual de Trânsito;
no Brasil. Livro verde. Brasília, Ministério da Ciên- FDS – Fundo de Desenvolvimento Social
cia e Tecnologia. 2000 FNRU – Fórum Nacional de Reforma Urbana
UNICEF. O Índice de Desenvolvimento Infantil. 2003 Funasa – Fundação Nacional de Saúde;
UFPR; IPARDES; IPPUC – Universidade Federal do Gidur – Gerência de Filial de Apoio ao Desenvolvi-
Paraná; Instituto Paranaense de Desenvolvimen- mento Urbano da Caixa Econômica Federal
to Econômico e Social; Instituto de Pesquisa GTPA – Grupo de Trabalho sobre Perdas
e Planejamento Urbano de Curitiba. Mapa da HBB – Programa Habitar Brasil BID
pobreza de Curitiba. Curitiba, 1997. Ibam – Instituto Brasileiro de Administração Muni-
cipal;
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
SIGLAS UTILIZADAS
Ipardes – Instituto Paranaense de Desenvolvimen-
AGR – Agência Reguladora dos Serviços Públicos to Econômico e Social;
Delegados do Estado de Goiás Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Apliacada;
AMD – Acordo de Melhoria de Desempenho IPMF – Imposto Provisório sobre Movimentação
ANTP – Associação Nacional dos Transportes Pú- Financeira
blicos; Jari – Junta de Administração de Recursos a Infra-
Arce – Agência Reguladora dos Serviços Públicos ções
Delegados do Estado do Ceará MCidades – Ministério das Cidades
Arpe – Agência de Regulação de Pernambuco MME – Ministério de Minas e Energia
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento MNLM – Movimento Nacional de Luta pela Mora-
BIRD – Banco Internacional para a Reconstrução e dia
o Desenvolvimento (Banco Mundial) MUS – Mobilidade Urbana Sustentável
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Eco- OGU – Orçamento Geral da União
nômico e Social; ONG – Organização Não-Governamental
Caerd – Companhia de Águas e Esgotos de Ron- Opas – Organização Pan-Americana da Saúde
dônia PASS – Programa de Ação Social em Saneamento
Cagece – Companhia de Água e Esgoto do Ceará Prosanear – Programa de Saneamento Integrado
Caixa – Caixa Econômica Federal para População de Baixa Renda
CapMob – Programa de Capacitação da Secretaria PBQP-H – Programa Brasileiro de Qualidade e Pro-
Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana dutividade do Habitat

Capacitação e informação 111


CADERNOS MCIDADES CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO
PDLI – Plano de Desenvolvimento Local Integrado SeMob – Secretaria Nacional de Transporte e Mobi-
PDTU – Plano Diretor de Transporte Urbano lidade Urbana
Pemas – Plano Estratégico Municipal par Assenta- Serpro – Serviço Federal de Processamento de
mentos Subnormais Dados
PIC – Política de Informações das Cidades SIG-HBB – Sistema de Informações Gerenciais do
PMSS – Programa de Modernização do Setor Sane- Habitar-Brasil BID
amento Sisafo – Sistema de Acompanhamento Financeiro e
PNAFM – Programa Nacional de Apoio à Gestão Orçamentário
Administrativa e Fiscal dos Municípios Brasilei- SISGerencial – Sistema de Consulta Gerencial
ros SISPleitos – Sistema de Pleitos
PNCC – Programa Nacional de Capacitação das Sissedu – Base de Dados FGTS-Caixa/OGO-Caixa
Cidades SMAPP – Sistema de Monitoramento e Avaliação
PNCDA- Programa Nacional de Combate ao Des- de Programas e Projetos
perdício de Água SNA – Systems Network Architeture
PNUD – Programa das Nações Unidas pra o Desen- SNG – Sistema Nacional de Gravames
volvimento SNH – Secretaria Nacional de Habitação
Procel – Programa Nacional de Conservação de SNIC – Sistema Nacional de Informações das Cida-
Energia Elétrica des;
Procel Sanear – Programa de Eficiência Energética SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Sa-
em Saneamento Ambiental do Procel neamento;
PSI – Projeto de Saneamento Integrado SNIU – Sistema Nacional de Indicadores Urbanos
Renach – Registro Nacional de Carteiras de Habi- SNPU – Secretaria Nacional de Programas Urbanos
litação SNSA – Secretaria Nacional de Saneamento
Renainf – Registro Nacional de Infrações SNT – Sistema Nacional de Trânsito
Renavam – Registro Nacional de Veículos SNTTU – Sistema Nacional de Informações de
Automotores Transporte e Trânsito Urbano
Saae – Serviço Autônomo de Água e Esgoto UAS – Programa Habitar Brasil BID, Subprograma
Saneago – Saneamento de Goiás S.A. de Urbanização de Assentamentos Subnormais
SE – Secretaria Executiva UCP – Unidade de Coordenação do Programa
Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de UEM – Unidade Executora Municipal
Dados UNMP – União Nacional por Moradia Popular.

112
Coordenação geral dos Cadernos MCidades COMITÊ GESTOR DE INFORMAÇÕES – CGI

Secretaria Executiva
ERMÍNIA MARICATO
KELSON VIEIRA SENRA, HELENO FRANCO MESQUITA e
Ministra Adjunta e Secretária-Executiva
TITO LIVIO PEREIRA QUEIROZ E SILVA
KELSON VIEIRA SENRA
Gabinete do Ministro das Cidades
Diretor de Desenvolvimento Institucional
HELMO KOLBERG FIGUEIRA e PAULO ROGÉRIO ROLVERÉ
FABRÍCIO LEAL DE OLIVEIRA DA SILVA
Gerente de Capacitação
Secretaria Nacional de Habitação
ROBERTO SAMPAIO PEDREIRA JUNIA MARIA BARROSO SANTA ROSA, MIRNA QUINDERÉ
Assessor Técnico BELMINO CHAVES e LUDMILA AZALIM RODRIGUES DA
COSTA

Secretaria Nacional de Programas Urbanos


Coordenação, elaboração e revisão de textos
TAIGUARA RAIOL ALENCAR e LUIS GUSTAVO VIEIRA
PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DAS CIDADES MARTINS

Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental


Secretaria Executiva ERNANI CIRÍACO DE MIRANDA e VALDEMAR FERREIRA
FABRÍCIO LEAL DE OLIVEIRA (coordenador) e EGLAÍSA DE ARAÚJO
MICHELINE PONTES CUNHA
Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana
Secretaria Nacional de Habitação LÚCIA MALNATI e EUNICE ROSSI
JUNIA SANTA ROSA e ARI MARTINS ALVES FILHO
Departamento Nacional de Trânsito – Denatran
Secretaria Nacional de Programas Urbanos DANIEL CÂNDIDO e CLÁUDIA CRISTINA CARVALHO
OTILIE MACEDO PINHEIRO e SIMONE GUERESI
Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental SÉRGIO LUÍS DA SILVA TELLES e LEVI FIENSTEIN
JOÃO CARLOS MACHADO e SÉRGIO BUENO DA FONSECA
Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre – Trensurb
Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana MARIA REGINA BURTET VIDAL e PAULO ROBERTO
MÁRCIA HELENA MACÊDO CARDOSO THIMÓTEO

Secretaria Executiva Do Conselho Das Cidades Consultoria para Indicadores Urbanos


GRAZIA DE GRAZIA MARIA INES PEDROZA NAHAS

Departamento Nacional de Trânsito – Denatran Responsável pelo SNIU até fevereiro de 2004
FRANCISCA DE LOURDES BARROS ALMEIDA VERA LUCIA RIBEIRO
Colaboradores Colaboradores
ARLETE MOYSÉS RODRIGUES, BENNY SCHASBERG, EDNA KARLA DIAS DOS PASSOS, RENATO NUNES BALBIM,
CLÉBER LAGO DO VALLE MELLO FILHO (colaborou MARIA INÊS PEDROSA NAHAS e GOVERNO ELETRÔNICO
no item Programa Habitar Brasil BID – Subprograma de
Desenvolvimento Institucional de Municípios), CLÓVIS
GRANADO, ERNANI MIRANDA, GERVÁSIO DE OLIVEIRA
FILHO e GONÇALO GUIMARÃES (colaboraram nos itens
Introdução e Referências gerais, da primeira versão deste
documento)
Contatos Programa Habitar Brasil BID – Subprograma de
INFORMAÇÃO DAS CIDADES Desenvolvimento Institucional de Municípios (DI/HBB)
Gerente CLÉBER LAGO DO VALLE MELLO FILHO (SNH)
Sistema Nacional de Informações das Cidades – SNIC cleber.filho@cidades.gov.br Tel (61) 411-4649
Diretor do Projeto KELSON VIEIRA SENRA (SE)
snic@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1094/1693 Programa de Modernização do Setor de Saneamento
– PMSS
Sistema Nacional de Indicadores Urbanos – SNIU Gerente ERNANI MIRANDA (SNSA)
Diretor KELSON VIEIRA SENRA (SE) emiranda@ipea.gov.br Tel (61) 315-5329
snic@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1094/1693
Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – PNCDA
– SNIS Gerente CLAUDIA MUNIQUE (SNSA)
Coordenador ERNANI CIRÍACO DE MIRANDA (SNSA) claudiamfa@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1965
snis@ipea.gov.br Tel (61) 322-7170 / 315-5329
Projeto de Assistência Técnica ao Programa de
Sistema de Consulta Gerencial – SISGerencial Saneamento Integrado para População de Baixa Renda
Diretor HELENO FRANCO MESQUITA (SE) – Prosanear
helenofm@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1697 Gerente CEZAR EDUARDO SCHERER (SNSA)
cezar.scherer@cidades.gov.br Tel (61) 411-4932 /
Sistema Nacional de Informações de Transpote e Trânsito
322-9444
Urbano – SNTTU
Coordenadora LÚCIA MALNATI (SNTMU) Programa de Treinamento e Capacitação à Distância em
lucia.malnati@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1148 Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
Gerente Nadja Limeria Araújo (SNSA)
Sistemas da Secretaria Nacional de Programas Urbanos nadjalc@cidades.gov.br Tel (61) 411-4971
Coordenador TAIGUARA RAIOL ALENCAR (SNPU)
taiguara.alencar@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1646 Programa de Saneamento Integrado em Pequenos
Municípios – PASS/BIRD
Sistemas Denatran – Renach, Renavam, Renainf, Sinet Gerente HEITOR COLLET DE A. LIMA (SNSA)
Cordenador DANIEL CÂNDIDO (CGIE-Denatran) hcollet@cidades.gov.br Tel (61) 411-4653
denatran.cgie@mj.gov.br Tel (61) 429-3566
Programa de Ação Social em Saneamento – PASS/BID
Programa Nacional de Capacitação das Cidades – PNCC Gerente ERROL T. K. SEIDLER (SNSA)
Coordenação erroltk@cidades.gov.br Tel 61) 411-4686
GRUPO DE TRABALHO DE CAPACITAÇÃO
capacitacao@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1677 /1693 Programa de Capacitação da Secretaria Nacional
de Transporte e Mobilidade Urbana (CapMob)
Apoio à Capacitação de Municípios e Agentes Sociais Gerente MÁRCIA HELENA MACÊDO (SeMob)
para o Desenvolvimento Urbano marcia.macedo@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1133
Gerente FABRICIO LEAL DE OLIVEIRA (SE)
fabricio.oliveira@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1677 Programa de Capacitação do Denatran
Coordenadora MARIA HELENA PENA MATA MACHADO
Programa de Capacitação para Elaboração de Planos (Denatran)
Diretores Participativos e Ações de Regularização mariahelena.machado@mj.gov.br Tel (61) 429-3969
Fundiária Sustentável
Diretora OTILIE MACÊDO PINHEIRO (SNPU) Capacitação para Construção de Índices de Qualidade
otiliemp@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1947 de Vida Intra-urbanos
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES DAS CIDADES
Capacitação de Equipes Municipais para Prevenção (SNIC)
de Riscos em Assentamentos Precários snic@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1094 / 1693
Gerente CELSO SANTOS CARVALHO (SNPU)
celso.carvalho@cidades.gov.br Tel (61) 2108-1947
Ministério Ministro de Estado
OLÍVIO DUTRA
das Cidades cidades@cidades.gov.br

Chefe de Gabinete
DIRCEU SILVA LOPES
cidades@cidades.gov.br

Consultora Jurídica
EULÁLIA MARIA DE CARVALHO GUIMARÃES
conjur@cidades.gov.br

Assessor de Comunicação
ÊNIO TANIGUTI
enio.taniguti@cidades.gov.br

Assessora Especial de Relações com a Comunidade


IRIA CHARÃO RODRIGUES
iriaacr@cidades.gov.br

Assessor Parlamentar
SÍLVIO ARTUR PEREIRA
aspar@cidades.gov.br

Conselho Nacional de Trânsito


Presidente
AILTON BRASILIENSE PIRES
denatran@mj.gov.br

Conselho das Cidades


Coordenadora da Secretaria Executiva do ConCidades
IRIA CHARÃO RODRIGUES
conselho@cidades.gov.br

Ministra Adjunta e Secretária-Executiva


ERMÍNIA MARICATO
erminiatmm@cidades.gov.br

Subsecretário de Planejamento, Orçamento


e Administração
LAERTE DORNELES MELIGA
laerte.meliga@cidades.gov.br

Diretor de Desenvolvimento Institucional


KELSON VIEIRA SENRA
kelson.senra@cidades.gov.br

Diretor de Integração, Ampliação e Controle Técnico


HELENO FRANCO MESQUITA
helenofm@cidades.gov.br
Assessora de Relações Internacionais Departamento de Água e Esgotos
ANA BENEVIDES Diretor
abenevides@cidades.gov.br CLOVIS FRANCISCO DO NASCIMENTO FILHO
clovisfn@cidades.gov.br
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran)
Diretor Departamento de Desenvolvimento e Cooperação
AILTON BRASILIENSE PIRES Técnica
denatran@mj.gov.br Diretor
MARCOS MONTENEGRO
Secretário Nacional de Habitação marcos.montenegro@cidades.gov.br
JORGE HEREDA
snh@cidades.gov.br Departamento de Articulação Institucional
Diretor
Departamento de Desenvolvimento Institucional SERGIO ANTONIO GONÇALVES
e Cooperação Técnica sergioag@cidades.gov.br
Diretora
LAILA NAZEM MOURAD Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade
laila.mourad@cidades.gov.br Urbana
JOSÉ CARLOS XAVIER
Departamento de Produção Habitacional josecx@cidades.gov.br
Diretora
EMILIA CORREIA LIMA Departamento de Cidadania e Inclusão Social
emilia.lima@cidades.gov.br Diretor
LUIZ CARLOS BERTOTTO
Departamento de Urbanização e Assentamentos luiz.bertotto@cidades.gov.br
Precários
Diretora Departamento de Mobilidade Urbana
INÊS DA SILVA MAGALHÃES Diretor
imagalhaes@cidades.gov.br RENATO BOARETO
renato.boareto@cidades.gov.br
Secretária Nacional de Programas Urbanos
RAQUEL ROLNIK Departamento de Regulação e Gestão
programasurbanos@cidades.gov.br Diretor
ALEXANDRE DE AVILA GOMIDE
Departamento de Planejamento Urbano alexandre.gomide@cidades.gov.br
Diretor
BENNY SCHASBERG Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU )
planodiretor@cidades.gov.br Diretor-presidente
JOÃO LUIZ DA SILVA DIAS
Departamento de Apoio à Gestão Municipal Territorial dir.p@cbtu.gov.br
Diretora
OTILIE PINHEIRO Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.
olitiemp@cidades.gov.br (Trensurb)
Diretor-presidente
Departamento de Assuntos Fundiários Urbanos MARCO ARILDO PRATES DA CUNHA
Diretor trensurb@trensurb.com.br
SÉRGIO ANDRÉA
regularizacao@cidades.gov.br

Secretário Nacional de Saneamento Ambiental


ABELARDO DE OLIVEIRA FILHO
sanearbrasil@cidades.gov.br
EDIÇÃO E PRODUÇÃO
Espalhafato

PROJETO GRÁFICO
Anita Slade
Sonia Goulart

FOTOS
Arquivo MCidades

DIAGRAMAÇÃO E ARTE FINAL


Anita Slade

REVISÃO
Ricardo Peixoto

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