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4 CINEMA ELINGUAGEM Alinguagem cnematogifica COscapiulos precedentesapelaram muito pouco para a novo de “linguagem cinematogrsfica” sso pode parecer paradoxal. De fato, ncn nogdo esta na encruziada de todos os problemas que 3 (cidea do cinema se coloca, ess desde sua origem, Servi extra ‘Getmente pare postular a existncia do cinema como meio de ex ‘eo arisen Afi de provar que o cinema ea ce ato wma atc, rapes dot lode wma inguagem especie, diferente dalingua- fem da literatura edo teatro ‘Mas atebuitne uma linguagem era ariscarse a congelar suasesruture, passa doivel dalinguagen da ramstin dee ‘edo, em vitae do carsee muito impreiso da pala, a wtiliza- Tro de Tinguagem" a propésito do cinema deu lugar a nviltiplos| Sei-Stuenaldon Estes tiosBalizama historia da teoria do cinema 2 foje eneonteam sua formalagso nas nostes de “cineing, tramética do cinema, “ine estlistica” erica mica ee 17 © desafio tesco desses debates nad tem de acalémico. Tia ta-se de saber como o cinema funciona cam meio de signiccag com relagio 8s outras linguagens e sistemas expressivess a idea conte sen sr eto ore ue fentavade ‘assilagio da linguagem clnematogrica pela linguagem verb, Porém, seo cinema funciona de maneira muito dierent da lng {gem verbal, constatagzo admitida por todos, seri, por iso, ena Tinguagem da realidade”, de acorda com a expresso cara a Pos ‘Paolo Pasolini? Em outraspalavras,o cinema édesprovido de quel, {quer instncia ce linguagem ou sera possivel preci lassen ela 4 cai ineltavelmente nos caprichos das gramatcas normativas? ‘Uma nosso antiga A expressto“linguagem cinematogrsfca” ni aparece com 8 semiologia do cinema nem mesma cam ivr de Marcel Martin, Publicado com esse tule, em 1955, Vamnos encontréla os esr {os dos primeiros tericos do cinema, Riccotto Cando e Lous Delle, ¢ também entre os formabsias russos em seus eertos sobre cee as me ts Serre SScRiLiginumaabdalo ges decom No cos dvr paras em nos ida contr ‘oem sua verde Os pens nee os engin stars legis Urano verdad span oda plain pron) lngert pon, as or po stent pa esque fe alge tera ands vette doe quan see oon mags dasa carr ems oan enrme das agers do Sienna moles ces nn igus © es Set de cst) Como tg Teal {Vi ser csi dengu opes es uns rns ‘nteracona pars line doit So meralonomeon ee tide itldosr tee pn aon Acari ess de nova lingogem ua iver snidn ier contact eae a i eto rie den “xperntsa "0 a an coety cous Der cn rac Se and mio para os povsdislogaem” Essai da hz cer wus € compendia orton © perme 2a aac dest nde gesge near ecm daclngeas Matpiand o seid fae depres aime 8 Meda queape pitures scala om comerv ate Sao ciara fora une ings verdad une {rvsrceritens and nuspttadas Par, tbe eco ‘eondusir dns “panes ei, 6 par Fees de qualquer eos, procrando a propia vite 5 ‘Sowa, pe movimenta(.) Nov, vem teando, pocua ‘Mas vores sun pave E tana com od nossa comple {depen glia rane Eaguager versa pri Soni int guage ul fora da anise dos ons {Mec Cn, Caen gs 12) ‘Canady, Delluc ¢ Gance so, antes de mae mada, eicos 0 cineastas Sua perspectiva & promocioal. Hes querer provar a Gomplexdade Go cinema, batzam-no de “séima ate” e praticam tum exagero qualitativo © uma politica sstematica de demarcacio ‘Canuclo procama: "Nio busquemes analogias entre o cinema & 0 teat. Nao existe nenfuma” Para ele, 0 cinema éa arte total em tro a qual tclas as outastenderam deste eno, Para Abel Gance, Ya linguagem das imagens uz’ ideogrfia das exttas primitvas ainda no est determinado, porque nossos hos nao sao feitos para elas Em certo sentido, af nfo se tata de uma tentativa real de teorizagho do cinema; aids, as alus6es A Tinguagem, além de se tnviter protétco, sto deliberadamente metafericas. E mais do lado te Bela Balizs« dos tesricos sovidticos que se deve ie buscar as Drimeiias bases de uma eflexso sabre o cinema como ingoagem. 19 “Tedavin se permanecermos na dominio francés, a vontade de tworizagio é muito mais manifesta em Jean Epstein, autor de grande snimero de ensaiosetétios, nos quis nao cessa de afirmar a neces: Sade da constitigao de uma verdadeiea “Filosofia” do cinema: "A flosoia do cinema est toda por fazer” exclama em Bonjo insina 0923), Epstein reloma de Lovis Delica nogio de ftogenis, que serine dessa maneira “Chamana de fotogenia qualquer aspect das ‘ola, dos seresedas alas que aumente soa qualidade moral pela reprodugio cinematogrifia. Qualguer aspecto no majorado pela repreducto Gnematogrifca nfo €fotogenico, no fz parte da are ‘inematogrsica” Ve-seagui que perspectiva normativa ainda rina. flosoia de Epstein também depende als, mais de ima estétia de autor de Juma potica da rag20Himica do que de uma teorizagio eral. ‘Onascimento deta do naman gpoctem uel era mid soda deh mas eer a oe {er demas madame da nage to @ que a (pals set, utd mic) deve alae fas per ta Os mes mds mas “cemangrsio’ se condo ct treet erm ue rescind talent ds ingungem “sleet somo por explo, line grands Se FW. Murua (1928) Os pononagens devia leo ns pose, ‘uelintvaa eta dos nase dyes pm ees Tatatvasmascolota ite mena problemas as os Ietiston de sangunda” Av vet, sbi» eit de "ona po” sees lesen sb, passnaret em at congue (surgmets do cic fala abou mito es sober se purtiha da ages Mas no plano etic orem shed fo Pru po, emo co inc gue ta pcs 0 ‘ster tano plone Charl Chapin SM Ene nos eats quanto pi ec Osprimeites tsrions [Nao & 0 caso aqui de desenvolver uma hisria das eons do Soema, seria necessio wm volume s6 paraiso. Ants de abordar ‘r enctios de Bela Bali e dos sovdticos, que tiveram um papel {feiivo no estabelecimento das concepgoesfundadoras da lings gem cinematogritica¢ procso mencionaro estado de Hugo Mans Etberg Te fA grhangalsedy,picacla em TOI 6.em Nowa York Nele, Miinsterberg,analisa os mecanismos psicoldgcos da percepsio fmica (problemas da. profundidade e do movimento: papel da atengio, da meména, da imaginacio e das emogGes) com Frm acuidade (ver capita 5), Ele se stor também, para deine 3 Cpetfcdade do inema, pela qual 0 mundo exterior perde seu ps liberta-se do espac, do tempo eda causaldade, moli-se "nas {ormas de nossa propria consciéncia” CCabe ao esteta niga Bela Balérs, em sew primeiroersai, publica em 1924, Der Stetane Mensch (O ome Bt), a abord- {gem diota do estude da linguagem cineratogrsfic ia Balicsdeenvave sus pines anes om dis Heros ponies, Oepta do cna (58) O come, a de waa os (945) Em um cpa sntuladd “A fv forma de Ingunge, Bales pre da sunt questo: Comoe quando acest mo ns ae paral qe enpnga modo eect leet dan mitodos do Sooe sft un ting formal dicen deste ¢ aponde ‘uncandosuatopinpon gue caracenizam agg o emote eo cnet tina varie ene expecta ¢ cn ‘eps daa dimen are da cea gue oe ga Inbgund ea compen da rage 1 Simp tal cena ey mare de planoe ‘de deaths pio da ecupagen) exit raring de engunramento nga de so, perp: ‘ea le plano de dete decor esa ea framers operaso da sone que gant seo “dou plans de dts emu equencaodeada, aa 0 18 apenas conse seem, mas também tras do ‘RetRes mas sinion dente cena A cna 8m S60 “oojntog ria daw, ono se or elementos dein ease {emporal fosern jtapsts na emp 0s tericos ¢ os cineasts soviticosagrupados no VGIK (pi ieira ecole de cinema dtigida por Lev Kulechow) vio sistematiar ‘es Fangio da montagem, assim deseria por Pudovkin: elo agrupaments de pin ete, ‘Soo ic dsl gue & Ieirmente cago sua Be ure ‘olin elo epstados gue aves tena sido vests Por clem farts ponies do cspago real de modo rir um Sposa Com ceteza,havers dlivengincias de andlisee até contadigbes tagdnicos entre Pudovkin, Eisenstein, Vero, mas eles continua ‘lo unviaimes em reconhecer o papel prepandeante da moatagem, pois “mostrar algo como dos veer ¢nao ter vealizado estritamente fda”, (Volar as pp. 785, no capitulo 2, para as cancepgses de ‘mantagem de Eisenstein} ‘Mas a hipétese da “cinclinguagem” & mais explitamente formula em Pov Kino coletanea de cinco eneais,publicda em 1927 por cinco membros da OPOIAZ (sociedadede estud da lingua posta) Em set artigo "Dos fundamentos do cinema”, Yari Tyna ov define que "no cinema, 0 mundo visvel é dado no enquanto Tal mas ex su cortelagio semintica; nao fosse iso, «cinema sera apenas uma fotografia viva. Ohomem visivel, a coisa visivel 6 so tm elemento do cinema-arte quando sto dads na qualidade de signosemantico” Essa “comlagio semintca”& dada por melo de uma transi _goragio estilistica "a correlagio dos personagens e das coisas na Imagem a correlagio des peronagens entre si, no todo eem pate “ju fo conrencionad charnar a Somponizioa imagem, 0 Ong lords tomada ea perspectiva em que sto registrados e,hnalmente a ilyminagio tm sma impostanca colossal” E pela mebilizaceo des ses pardmetros formals que o cinema transforma seu material de bse, a imagem do mundo vsivel, em elemento semintico de sua Unguagem propria, 164 1ynianov anunciatambma concep pasoliniana da cinlin | sagem quando exreve que "por mais eanbo que sj se exabe {oR analog treo cnca au artes Go verbo, ic tf serd nde oquca eve ocnena ea post, mas aque existe centre nema ea poesia’ Em *Problemas de cine-estilistica”, Bors Fichenbawm indica que € “impossivel considera o cinema como uma arte totalmente ‘go verbal Os que querem defender o cinema contra a ieraura muita vezesesquecem que, no cinema, & palavra ouvida que se Treluie ndo.o pensamento, isto 6, linguagem interior” Segundo ‘shipotesea letura do filme necesita de um trabalho contempe- ‘anco da percep, sendo ese trabalho o acionamento da lings jum ints que caracteriea qualquer pensament: "A percepcio Enematogrdlica€ um process que vat do objeto, do movimento ‘iaivel em sua interpretago,& constr dalinguager interior.) espectador deve efetnar im trabalho complexo par ligar os pl fos (constugia das cinefrases e dos cneperioos) Isso leva 2 ‘Seguin definigio-”Afnal de contas,o cinema, comotodas a otras fries, um sistema particular de lnguagem figurada” (pois & em {eral usado como "nga". so supe qu, pase cena, 0 ato fe ser ou m0 um sistema signieavo depende das intengbes do ‘Todavia, pra os formalistas rassos, sO existe arte e, conse- quentemente, “lingua cinematografiea”, quando existe transform So atistica do mundo rea Fseatansformacio pode inervirse inculds a0 emprego de certos procedimentos expressivos, qe resulta de uma intend de comuriear um significado, “Cinefrase”,“cine-semantica, “cineestilistica’, “cinemeté- fora, tocos estes termos indicam o movimento geral deextrapola- ‘ho que eractriaa a condita domes todrcos Esse moviment vai Se ampliar com as tontativas de elaboragio das “pramtticas do ‘As “pramalieas” do cinema ‘As “gramitias" do cinema desenvolveram-seessencalmente depois da Liberagio, no momenta em que a promosio asia do ‘nema comesavaaserreconhexida mais globaimente, Ocinema ea, pportanto, uma arte total dotada de uma linguagem. Pata conhecet melhor esa linguagem, pareia nocesstio explora suas prinipais figuras. ssa proiferagio dos manuals didices, semelhantes a ma~ ‘uals escolares, deve ser diretamentevinculadn 3 expansioexpeta- cular dos cineclubes e dos mavimentos de educagto popula. O ‘lems, primeira arte wealmente popular pela amplido de sa at ignca,deveria ser explicado a seu grande price, que asia a0 flmes na maior inocécia sem inti uma Hngsager is movimento crates principlmente a Fangs ein; ‘ofavi eu indor parce fer sido o bre Rayna Spotinvonde, ute de ams Gran de ne pula em {nic em 1885 Spends dramatic ana perspec ‘itn cs aan recente de Hinrcin © Rogar Armin (eat Rat, 188, Tatabelce um qudro de anise ds estat do ie um sundr destntee de vee, dvds oreennos epee Nas tats, pra el de defi cs pinepn eto qe po des sevira na gage nematic come No campo francés, os dois autores certamente mais conhec dos sio André Berthomiew (Esa de grammatre cinénatograpliqu, 1946) e 0 doutor Robert Bataille (Gamomare cinérapigue, 1947), Roger Ouin mosteos bem que 0 metelo dessa gramatcas cena togiins¢ constitute pelos gramétens normativas de uno eaclar ‘Alinguagem cinematografca no &confrantada cam 9 Hingua, mas com literatura: watase de adequar a linguagem do fe a0 costi- me dos “bons autores". O objetivo da gramstin cinematografcs & permit a aquiscto de um “bom estilo cinematografico” ,ent30, fe um “estilo harmenioso", por melo do conhecimento das leis 16 fandamentais ou das regs imutveis que regem a construgo do fine Eos geamaticas do wma lista de incormeges errs graves recanwéin evar an ser que o diets esti tentand crise wen to eslistco” particular: Tocexmpl salad um pla deconintosmino pano vrei tm er wnt gue a aes0 dope ‘Serpeeineprade plo cage vu” (A Beno) Dat, esta efinigio: “A gramética cinematogricaestuda as regras que presidem a arte de tansmitrcorretamente tei por {ima suvessio de imagens animadas,formando um filme” (Robert Bata), Esa gramitcas funciona, portant pti do modo nr- naive ds rama tion da ingusgem verbs. Vea Teal Sitesantopn, ad rancprencia a melon nica € wens e"jedoealsmo a image deve roparconaraserso0 TeSidae’| esas gue esetesttcs treet based “ho vitiae dace desempenampapel de pric piano ‘As anlises da linguagem cinematogrfic, propostas por es «as gramatca,inspiramse ber estetamente nas gramstices de Tinguas naturals. Nelas se inepiram para a terminologia © pare 3 onduta; parem dos planos(palavras),consituem a nomenclatsra {Grescalae de plano), einem « mancira come deve ser esr osem sequéncias (frase cnematogrfia”) enumeram ossinais de pontagio. ‘Mas os autores dessas gramsticasestio bem conscentes do caviter maligico de suas anise, Robert Bataile firma, por exe plo, "que nto existe necesidade de estabelecer um paralelismo preciso entre os sna da pontuagao tpagrfica ea Haye teas, Frecolha de uma deste ligagdes no tea um carter Obrigatrio ‘Como o de um sinal de ponfuacio”. Fle evita assimiar pura e sme Plesmente o plano a palavray decerto, aproxima-os: "Da mesma manera que cada palava evoca tina idea, cada plano mostra uma dela”; mas insist tal em sins dferencas: "A paavra & een 1 clalmente intelectual, © plano &, em compensact, essencialmente material”. Essasoposigbes so muitas verescomentadas em ermos rac" p88) ‘Seaesoe sera orm sigan) Assim, a montagem altemada constitute, progresivamente, de Porter a Grif tratavase de produzira noo de simullanedas de dus ages pela retomada alternada de duas ries de imagens _ojetonarativogerou um esquema de ineligible da denovagh, ois os espectaonssabiam, apart de eno, que na aller de imagens sobre a tela era capaz de significa que, tempore litera da gio, s acontecimentes apreentads erm simltineoe «que mo ea aso dos primetims expectadones de Melon "Exist, portanto, linguagens de material da expresso tnico eautras que combinam meitos mates. As primeiras so homogé- Sens de acon com este criti; a sgundas, heteogeneas. (0 material da expresio da musica € 0 Som nfo fico, de ccgem tet a ds > Sen Hm seer aa copes dapintura compete desigeicartesvnuns sions de origem fin dives, € pode ingrar sigucanes fies. Aeergencitade da inguagem cinematogrifca A linguagen oematogria senor apres um gn de heterogenecade parlicularmente importante, pois combina cl (0s pioneirs da esttica do cinema nto cesavam de reivindi- smaterias diferentes car originalidade do cinema e sa total autonomia como meio de expresso, J insstimos po papel da analog vistalesonoeh no da lingua na leitura dos filmes; as eonfiguragdespropriamentecinems togrficas jamais intervm sazinhas. A imager tampouco total: sade dessa linguagem. Desde que o cinema & sonoro, deve contat ‘tei deiagemcompreende a imagen gros que se se mice oo ers es ss quepedemeubsarssnager alga eee) ou 0 Spor lgendaemene ras rs nage com iia sonora, na qual ndo intervém apenas palate. re enon pple ox xo er também rides eamsca 3 toe Out de Beste (197 cmpree 270 ti prs tim tl de 225 plan apres in etome mamero de A nocto de material de expres, coma Louis Hille a ‘vin aim nl define vat permitir que precsemes o carter compost Ga lingua. Cie cata gy Fb ese pore ee sem cinematogria do pont de vista do sigriinnte, Mas nso & imagers es Omri ea i ih spenas no plano ds instncas "materiie” qu o cinema Chetrog These Drejer (928, ler wn 13 ot de roto tel ingradsspens d prst tam oc de cero mes sono, cmo Cai Kaede ‘rao We (0), onde se eng sn eo ners de lt com lo de oma cartaes este mame toro datogatader por Kane (Otos fms muon, 20 cots, efonamse por eliminar qualquer vest deceit, A teitha sonora veio acescenlar 6s novos materiais da ex _ressio:o som fénico,0 som musical eo som analgico os de). Esses tr materiaisintervém simultaneamente coma imagem, ana simultaneidade que os integra Inguagem cinematografca, ame. didaem que, intervindo soziahs, consti uma outa lingyagerm, Ss linguagem radiofGnica, : Un inc desses materi espectico da Inguagem cinema ‘ogra: tatae,€ dao, da imagem em moviment E por ee mote elas ver ea de» etna de cna sn dingo do cnr pat ds cro nsensi Sepende deus consti empires snp deslane ei limit, mas comport or de sna evolu peta sn tspein do cinema como um sd, capa deft ‘Stine toda a signs dette ns nes © cinema € igualmente heteogéneo em outro sentido, cus consequéncia tedritas si claramente mais decsivas;neleintervém

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