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Direito do Trabalho
Rafael Tonassi
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CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 3. ed.
Niterói: Impetus, 2009, p. 43.
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fraca da relação. Pouco importará, portanto, a escritos, estes poderão ser considerados
hierarquia formal das normas em colisão. inidôneos pelo magistrado, por se convencer
O referido princípio pode ser aplicado que não condizem com a verdade real dos
com base na teoria do conglobamento ou na fatos.
teoria da acumulação. Importante dispositivo legal utilizado pela
A primeira, adotada pacificamente pela Justiça do Trabalho, nesse sentido, consta do
doutrina e jurisprudência pátria, determina a artigo 9º da CLT, o qual considera nulos os
aplicação da norma mais favorável como um atos que tenham o intuito de fraudar ou impedir
todo, respeitado o seu conjunto, não se a aplicação de seus preceitos legais.
admitindo o seu fracionamento.
A teoria da acumulação, também Art. 9.º Serão nulos de pleno direito os
chamada de atomista, considera os benefícios atos praticados com o objetivo de
concedidos nas normas, extraindo de cada desvirtuar, impedir ou fraudar a
uma delas aquilo que for mais favorável ao aplicação dos preceitos contidos na
trabalhador, aglutinando-os. Formar-se-ia, com presente Consolidação.
isso, uma norma jurídica inexistente, fruto de
parcelas de distintos dispositivos legais, o que Deve-se ressaltar, todavia, que o
faz com que esta teoria seja muito criticada presente princípio não é sempre aplicável a
pela doutrina. favor do empregado, havendo também
situações em que este dissimula documentos,
4.1.2 Princípio da primazia da realidade tal como ocorre nos casos em que
trabalhadores, de má-fé, destroem os controles
A prática nos revela que, na maioria das de frequência, tendo por objetivo pleitear na
vezes, é o empregador quem fornece e Justiça do Trabalho horas extraordinárias que
manipula os documentos comprovadores do não foram, na realidade, prestadas.
vínculo empregatício. Assim sendo, objetivando Neste caso, incumbirá ao empregador
escapar ao campo de incidência das leis trazer ao processo outros meios de prova,
trabalhistas, muitos são os casos em que se capazes de mostrar ao julgador a real carga
dissimulam as reais condições de trabalho, horária desempenhada pelo obreiro.
forjando-se a caracterização de contratos de Ainda no tocante ao tema de controle de
direito comum. frequência e do ônus de sua prova, importante
É nesse momento, pois, que o princípio é a leitura da Súmula 338 do TST. Os
da primazia da realidade desempenha chamados controles de frequência britânicos
importante função de proteção ao empregado, (que marcam a entrada e a saída de todos os
ao determinar que, em caso de conflito entre as empregados da empresa no mesmo minuto,
provas documentais trazidas aos autos do todos os dias), por exemplo, é presumidamente
processo e as reais condições de trabalho, inidôneo, em razão de seu caráter obviamente
estas deverão prevalecer. infactível.
Destaca-se, aqui, como corolário lógico
desse princípio, o que a doutrina chama de Súmula 338. JORNADA DE
contrato-realidade, vale dizer, haverá relação TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA
jurídica de trabalho independentemente de PROVA.
convenção previamente firmada entre as I – É ônus do empregador que conta
partes, sendo relevante a forma pela qual o com mais de 10 (dez) empregados o
serviço tenha efetivamente sido prestado. registro da jornada de trabalho na
A aplicação do princípio da primazia da forma do art. 74, § 2.º, da CLT. A não
realidade não significa dizer, por óbvio, que as apresentação injustificada dos
provas documentais perdem completamente controles de frequência gera
seu valor probatório no processo trabalhista. presunção relativa de veracidade da
Ocorre que, caso sejam trazidos aos autos jornada de trabalho, a qual pode ser
outros meios idôneos de prova (por exemplo, elidida por prova em contrário.
testemunhas), contradizendo II – A presunção de veracidade da
o disposto nos documentos jornada de trabalho, ainda que
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