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INTRODUÇÃO

Do início até meados do século passado os geneticistas e químicos se


questionaram sobre a natureza química do material genético. Das
pesquisas desenvolvidas, surgiu a conclusão de que o DNA era a
molécula que armazenava a informação genética e, em 1953, sua
estrutura química foi desvendada no clássico trabalho de Watson e
Crick. Com a posterior descoberta do código genético e do fluxo da
informação biológica, dos ácidos nucléicos para as proteínas, tais
polímeros passaram a constituir os principais objetos de estudo de uma
nova ciência, a Biologia Molecular. Logo surgiram métodos de
seqüenciamento desses polímeros, principalmente do DNA, que
permitiam a investigação de suas seqüências monoméricas
constituintes. Desde então, mais de 18 bilhões dessas seqüências já
foram produzidas e estão disponíveis nos bancos de dados públicos.

Na segunda metade da década de 90, com o surgimento dos


seqüenciadores automáticos de DNA, houve uma explosão na
quantidade de seqüências a serem armazenadas, exigindo recursos
computacionais cada vez mais eficientes. Além do armazenamento
ocorria, paralelamente, a necessidade de análise desses dados, o que
tornava indispensável a utilização de plataformas computacionais
eficientes para a interpretação dos resultados obtidos.

Assim nascia a bioinformática. Essa nova ciência envolveria a união de


diversas linhas de conhecimento - a engenharia de softwares, a
matemática, a estatística, a ciência da computação e a biologia
molecular. Os primeiros projetos na área eram compostos por
profissionais de diferentes áreas da biologia e informática e percebia-
se uma certa dificuldade de comunicação: enquanto o biólogo
procurava uma solução que levasse em consideração as incertezas e
erros que ocorrem na prática, o cientista da computação procurava uma
solução eficiente para um problema bem definido. Assim, surgiu a
necessidade de um novo profissional, que entendesse bem ambas as
áreas e fizesse a ponte entre elas: o Bioinformata. Esse profissional
deveria ter o conhecimento suficiente para saber quais eram os
problemas biológicos reais e quais seriam as opções viáveis de
desenvolvimento e abordagem computacional dos problemas em
questão.

Parece-nos que cada vez mais a bioinformática vai ser necessária para
a análise de dados em biologia molecular e, nesse sentido, o presente
artigo foi escrito com o intuito de conter as informações mais relevantes
para quem deseja começar a trabalhar na área. Assim, tentamos
apresentar os principais conceitos relacionados à biologia e à
computação, os softwares mais utilizados, os sites mais freqüentados e
as principais áreas de interesse.

BIOINFORMÁTICA O QUE É?
O DNA foi, há 50 anos atrás, a última grande e revolucionária
descoberta científica da humanidade, abrindo novos caminhos para o
desenvolvimento das ciências da vida e para o nascimento de áreas
multidisciplinares de estudo e pesquisa antes desconhecidas.

A bioinformática é uma nova disciplina científica com raízes nas


ciências da computação, na estatística e na biologia molecular. A
bioinformática desenvolveu-se para enfrentar os resultados das
iniciativas de sequênciamento de genes, que produzem uma
quantidade cada vez maior de dados sobre proteínas, DNA e RNA.
Desse modo, os biólogos moleculares passaram a utilizar métodos
estatísticos capazes de analisar grandes quantidades de dados
biológicos, a predizer funções dos genes e a demonstrar relações entre
genes e proteínas.

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