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Data-Base 2018:
Por uma real valorização da educação
Mais um ano letivo começa, e junto a ele nos
deparamos com novas e antigas batalhas; além de
todos os desafios pedagógicos, funcionais,
emocionais, estruturais, conjunturais etc., nós,
profissionais da educação de Itaboraí, sejamos
professorxs, auxiliares administrativos, agentes
educativos de creche, porteirxs, merendeirxs etc. –
educadores por ofício – pertencemos à chamada
classe trabalhadora e, como tal, dependemos de
nossos salários para a manutenção de nossas vidas.
Sendo assim, a luta por salários justos é uma
constante em nossas atividades como trabalhadoras e
trabalhadores, por isso é de extrema relevância
frisarmos aqui a importância da data-base.
O que é a data-base?
Antes de discutirmos, propriamente, a questão
da data-base no município de Itaboraí, gostaríamos de
deixar claro que a data-base de uma categoria
profissional diz respeito ao período destinado a
negociações referentes a correções salariais e à
discussão e revisão das condições de trabalho, ou
seja, é o momento em que as trabalhadoras e
trabalhadores, organizados em seus sindicatos,
reivindicam, amparados pela legislação, o reajuste
salarial, manutenção de direitos e a conquista de
outros. Aqui em Itaboraí, nossa data-base inicia-se no
mês de maio, a lei municipal que nos respalda
juridicamente é a Lei Complementar nº 135, de 21 de
dezembro de 2011, e diz que os salários serão
reajustados anualmente em 1º de maio.
Perdas salariais
Agora que vimos, ou revimos, o que é a tão
falada data-base, destacamos aqui alguns dados para
subsidiar nossa campanha de reajuste salarial na
data-base 2018:
Primeiramente, lembremos que, segundo o
DIEESE (Departamento Intersindical de estatística e
estudos socioeconômicos), o poder aquisitivo de
Informativo do
nossos salários em 2017 foi de aproximadamente 56%
em relação ao ano de 1998, ou seja, em um período de
quase 2 décadas tivemos uma perda salarial de
aproximadamente 44%, isso quer dizer que nosso
poder de compra caiu quase pela metade, fato que se
agrava ainda mais neste início de 2018, já que, o ano
de 2017 termina e completamos 4 anos sem nenhum
reajuste salarial. Dessa forma, todo o discurso de
valorização da educação repetido incansavelmente
por todos os governos que já passaram neste
município não passa de falácia, pois, como vimos, em
20 anos, nossos salários, que deveriam estar maiores,
estão reduzidos praticamente à metade. Esse fato
demonstra apenas uma faceta da total desvalorização
profissional e descaso com a educação no município
de Itaboraí.
A luta, mais do que nunca, continua em 2018
Sendo assim, conclamamos, desde já, toda a
categoria a unir-se ainda mais em 2018 por nossa
campanha de reajuste salarial, a data-base 2018. Essa
luta é de todas e de todos; não aceitaremos mais um
ano sem reajuste, acumulando perdas salariais ainda
mais brutais. Nossa valorização começa com nossa
disposição de ir à luta, a única forma de conquistarmos
vitórias e a tão almejada valorização da educação.
Lembramos ainda que o sindicato é uma das formas de
lutarmos e de nos fortalecermos como categoria, por
isso sua filiação é de vital importância para o SEPE,
pois são os filiados que financiam toda estrutura de luta
por nossos direitos, sejam nas ações políticas ou
jurídicas; vale ressaltar que o imposto sindical,
descontado todos os anos em nossos salários, não
tem nenhuma relação com o SEPE, ou seja, nenhum
centavo é direcionado para este sindicato, o que
aumenta ainda mais a importância de sua filiação.
Campanha Salarial 2018: Vamos à Luta!
núcleo Itaboraí
Desafios e lutas para a classe trabalhadora em 2018
Vivemos hoje no Brasil uma verdadeira guerra
aos trabalhadores. Uma guerra movida pelos grandes
empresários, pelos banqueiros e por seus sócios nos
governos. Com o objetivo de garantir seus lucros
diante da forte crise econômica, condenam milhões a
uma exploração muito mais profunda, ao desemprego
e à miséria. Esse é o caráter das reformas que os
governos estão tentando implementar. Na previdência,
“reformar” é nos fazer trabalhar
até morrer; a propaganda da re-
forma trabalhista quer nos con-
vencer que ampliar a exploração
é modernização e que trará benefí-
cios a todos; o rebaixamento bilio-
nário dos investimentos do Estado em
saúde e educação, dizem eles, é a
única forma de acabar com o déficit dos
governos, mas mantém os desvios em
favor de banqueiros através da Lei de Responsabilida-
de Fiscal ou de outros mecanismos legais, como a
desvinculação de verbas públicas e isenções fiscais.
Tais abusos, típicos do sistema capitalista onde
os grandes burgueses dão as cartas e determinam as
regras do jogo, trazem a reação dos trabalhadores na
mesma proporção. Daí que as medidas preventivas
contra essa reação já estão sendo impostas há alguns
anos. A Lei Antiterrorismo, aprovada no governo Dilma,
é hoje uma das armas usadas por Temer para aprovar
tais reformas, dificultando a resistência. Ampliam-se
ainda as limitações impostas pelo sistema judiciário
aos direitos de organização e de greve dos
trabalhadores. Multiplicam-se também as
perseguições aos dirigentes e ativistas.
As medidas de proteção aos interesses dos
ricos e de ampliação da exploração estão em todo
canto. Os governos de Sadinoel em Itaboraí e de
Pezão seguem os mesmos princípios de ajuste fiscal
de Temer. Tanto nas escolas municipais quanto nas da
rede estadual o abandono é evidente. Desvalorização
salarial e condições de trabalho cada vez piores
provocam uma acelerada decadência no serviço de
educação que os filhos dos trabalhadores recebem
nessas escolas. E, paralela-
mente, aumentam também
nos dois casos as denúncias
de assédio moral, constrangi-
mento e perseguição. A própria
corrupção é uma prática para
garantir os interesses dominan-
tes e se amplifica em tempos de
crise econômica.
Não é diferente no resto do
mundo. Os programas de ajuste fiscal - repasse da
crise dos ricos para as costas dos trabalhadores via
políticas de austeridade dos governos - estão também
em todas as nações. As mentiras que ouvimos aqui, a
classe trabalhadora ouve também em diversas outras
línguas. No inglês de Trump ou no grego de Tsipras, no
espanhol da Argentina e no da Espanha, na França ou
nas Filipinas, na grande mídia e entre os “bem
vestidos” economistas e analistas políticos liberais de
qualquer nacionalidade, o discurso é de que todos,
ricos ou pobres, temos que dar nossa dose de
sacrifício para salvar a sociedade. Será que uma
professora aposentada da rede estadual, que não
recebe seu já corroído salário há meses e sabe que
Pezão não cobra impostos de grandes empresas,
pode acreditar nessa lengalenga? E as agentes de
creche das CEMEIs, que tem seus salários atrasados
pela prefeitura por terem sido retiradas da folha
FUNDEB, acreditam? Os terceirizados em geral,
esses botam fé nessas desculpas? Nem esses nem o
conjunto da classe trabalhadora. Isso explica porque
em todo o canto a classe canta, ou grita, a melodia da
insurreição. Na Síria, na Catalunha, na Venezuela e
em Honduras, para lembrar apenas poucos exemplos,
as vozes e os punhos se levantam aos milhões. Os
trabalhadores da Argentina e do Brasil lutaram em
2017 com enorme vigor contra a reforma da
previdência e continuam atentos e mobilizados com
esse fim. Hoje já se começa a discutir a unificação do
calendário de lutas nos dois países. Uma greve geral
colocando na mesma trincheira e na mesma data
trabalhadores brasileiros e argentinos é não apenas
uma necessidade, mas uma possibilidade real.

Os trabalhadores no Brasil impuseram à
grande burguesia nacional um grande recuo em um de
seus principais projetos: a reforma da previdência.
Impuseram também uma de suas maiores crises
políticas. Os partidos dominantes sequer conseguem
se decidir sobre qual o melhor nome na disputa
eleitoral deste ano. De Lula a Bolsonaro, não existe
entre os ricos o mínimo consenso. Isso é resultado da
luta feroz que os de baixo fizeram, da maior greve geral
da história do Brasil, da ocupação de Brasília e de
centenas de mobilizações que estouraram nas
periferias e favelas.
O elemento básico dessa mobilização foi a
vontade de lutar da nossa classe. A CSP-Conlutas
(Central Sindical e Popular - Conlutas), hoje a única
parte da direção do movimento operário no Brasil com
um projeto de real independência em relação aos
ricos, pôde construir tal movimento baseada nessa
disposição. Nós trabalhadoras e trabalhadores, com a
traição que os governos petistas nos empurraram
goela abaixo, sabemos que só podemos confiar nas
nossas próprias forças, na nossa própria organização
para a ação direta. E tal traição tem-se repetido no
Por uma Educação Pública e 100% Estatal Controlada pelos Trabalhadores
Pelo fim da Lei de Responsabilidade Fiscal e Aprovação de uma Lei de Responsabilidade Social
Por um Governo dos Trabalhadores Controlado pelos Conselhos Populares
Por um Brasil e um Mundo Socialistas
Reforma da Previdência
Acabar com privilégios ou manter a desigualdade?
O caráter sistêmico das condições de
multiplicação do capital nos dias de hoje provoca o
conhecido efeito dominó quando uma crise se instala.
Desde a crise dos subprime em 2008 vemos se alastrar
mundo afora os efeitos da queda progressiva dos
lucros dos grandes capitalistas: a produção industrial
em queda, diminuição do PIB em muitos países
centrais, acentuada redução do poder de compra das
camadas médias e principalmente a política perversa
de salvação dos grandes bancos em nome da
“sanidade” do sistema.
Ta l p o l í t i c a s e
expressa mundialmente no
avanço brutal sobre os direitos
sociais conquistados
historicamente pela classe
trabalhadora. Ganha força, tanto nos países
centrais quanto nos periféricos, a ideia de que a
seguridade social é um peso para as economias dos
países na medida que sustenta a parcela improdutiva
da população por muito tempo, porém omitem –
propositalmente – o papel do parasitismo do mercado
financeiro que demanda a reversão de grande parte do
capital nacional em pagamento de juros de dívida
pública.
desmonte que as grandes centrais sindicais, a CUT à
frente, fizeram nas greves gerais do dia 30 de junho e
do dia 5 de dezembro. A do dia 30, inclusive, garantiu a
brecha para a aprovação da reforma trabalhista pelo
congresso de corruptos em Brasília.
Todos nós estamos na luta, e nela vamos
continuar. Não porque gostamos mais ou menos de
mobilizações e de greves, mas porque sabemos que
nosso caminho para a libertação da exploração que
nos é imposta está apenas em nossas mãos. Somos
aqueles que produzem a riqueza, somos a maioria
absoluta, somos mais fortes!
No Brasil, a política econômica instalada no pós
impeachment é a agenda de aprofundamento das
orientações da grande burguesia internacional que, por
sua vez, não pôde ser implementada plenamente pelo
titubeante governo Dilma. O agravamento do
desmonte dos direitos trabalhistas, redução
progressiva dos investimentos nas áreas sociais e a
imposição de um pacote de reformas antipopulares
tem sido os eixos nevrálgicos das políticas
macroeconômicas do governo Temer, mas de todos
eles, sem dúvidas, a
implementação da reforma da
previdência tem importância
capital. Dessa maneira, os
esforços da agenda do governo
nos primeiros dias de 2018 será
centrada em conseguir a maioria
necessária para aprovar a profunda mudança na
constituição que, mais que alterar o tempo de
aposentadoria a custo da parcela mais empobrecida da
população, alterará o próprio sistema de seguridade
social, deslocando a função primária de proteção
universal aos cidadãos para o fortalecimento dos
números do superávit primário e do pagamento dos
juros da dívida pública.
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Com o apoio incondicional da grande mídia, a donas de casa e exclusivamente dependentes dos
reforma da previdência é vendida como a única cônjuges - limitar o benefício desse grupo significa
solução possível para garantir o próprio sistema de expor ainda mais as mulheres aos efeitos brutais da
seguridade social. Porém, ao analisar os principais reforma.
pontos defendidos pela proposta de emenda
constitucional, vemos de que lado o governo se Certamente a oposição a tal conjunto de
posiciona. Destacamos alguns pontos importantes reformas vem crescendo dia a dia, mas ainda de forma
para enriquecer a discussão: insuficiente para fazer com que a população mais
prejudicada com o pacote de reformas se constitua
· O déficit previdenciário não existe como uma força antagônica capaz de barrar
imediatamente tais iniciativas. A complexa realidade
O tão alardeado déficit propagado pelas vivida pela classe trabalhadora que, além de lutar
grandes mídias é fruto de uma fraude contábil, pois a contra os governos, precisa também o fazer contra o
constituição define nos artigos 194 e 195 as regras de peleguismo das grandes centrais sindicais que
funcionamento do Sistema de Seguridade Social o qual sistematicamente vendem os trabalhadores por
é composto por uma cesta de impostos e tributos não esmolas (que garantem o parasitismo burocrático),
tomados em consideração nos cálculos do governo. Os muitas vezes imobiliza a luta. A não tão surpreendente
números propositalmente maquiados tomam em conta traição às últimas chamadas de greve geral denotam
apenas a arrecadação previdenciária (a que é feita por que as direções das grandes centrais são inimigas da
patrões e empregados) que constitui só uma parte da classe trabalhadora, o que não significa que suas
receita constituinte do Sistema de Seguridade Social. bases o sejam. Cada trabalhador é importante no front.
Cada um precisa ser convencido de que apenas a luta
· Fim da aposentadoria por tempo de serviço pode garantir a transformação social que o Brasil tanto
necessita.
Ficará estabelecido que nenhum trabalhador Por isso, a organização dos trabalhadores é
que não complete a idade mínima – 65 anos para fundamental. O governo espera aprovar a reforma em
homens e 62 anos para mulheres – poderá requerer o fevereiro, logo após o carnaval. Apesar disso, não
benefício, ainda que tenha completado o tempo devemos acompanhar a agenda imposta pelo governo
mínimo de trabalho. É preciso destacar que com muita – assim como as centrais sindicais pelegas vêm
pressão dos trabalhadores a idade mínima (ainda alta) fazendo – mas organizarmos nossas fileiras no dia-a-
foi reduzida. A proposta inicial do governo estabelecia dia para que estejamos preparados para engrossar o
os absurdos 75 anos de idade para homens e tom na medida que a realidade assim demandar. O
mulheres, sobrecarregando ainda mais o peso da
jornada de trabalho feminina que acumula a omitida
jornada dupla do trabalho doméstico.
SEPE Itaboraí chama a todas e todos para se
levantarem contra essa cruel reforma. Ocupemos as
ruas e espaços públicos, convençamos nossos
colegas e familiares porque só a união dos
· Reforma trabalhista e lei das terceirizações trabalhadores é capaz de barrar todos os ataques
impostos pelo grande capital.
Esses dois dispositivos legais concederam
aos patrões a possibilidade de comprar a força de
trabalho ainda mais barata e fragilizada, formando
um exército de trabalhadores cada vez mais
desorganizados e desmobilizados na luta pelos
direitos. Esse movimento não é novo, pois
acontece desde a década de 1980 nos países
industrializados e teve grande impacto no poder de
barganha dos sindicatos. Além disso, é preciso
destacar que tanto a reforma trabalhista quanto as
terceirizações aumentam a volatilidade dos postos
de trabalho, ou seja, os trabalhadores
(principalmente os de menor formação escolar) se
mantém menos tempo em cada emprego. Somada
à idade mínima que impõe aos idosos a
permanência no mercado de trabalho, o tempo
fracionado de contribuição dificulta ainda mais a
aposentadoria dos mais pobres.
· Pensão por morte
O assegurado só terá direito a acumular
pensão no limite de dois salários mínimos.
Entendendo que as maiores beneficiadas por esse
tipo de pensão são as mulheres - geralmente
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O projeto de escola integral de Itaboraí:
a ampliação para menos?
A luta pela escola pública obrigatória e gratuita
para toda a população tem sido bandeira constante
entre os educadores brasileiros e constando como
uma das principais bandeiras de luta do SEPE, tendo
sido aprovado em congressos, ainda na década de 80.
Destacam-se como temas principais da escola as
funções sociais e pedagógicas, como a
universalização do acesso e da permanência, o ensino
e a educação de qualidade, o atendimento às
diferenças sociais e culturais, e a formação para a
cidadania crítica. Porém, a dualidade da escola pública
brasileira atual é caracterizada como uma escola do
conhecimento para os ricos e como uma escola do
acolhimento social para os pobres. Esse dualismo,
perverso por reproduzir e manter desigualdades
sociais, tem vínculos evidentes com as reformas
educativas iniciadas na Inglaterra, nos anos 1980, no
contexto das políticas neoliberais; mais
especificamente, ele está em consonância com os
acordos internacionais em torno do movimento
“Educação para Todos”, cujo marco é a Conferência
Mundial sobre Educação para Todos, realizada em
Jomtien, na Tailândia, em 1990, sob a regência do
Banco Mundial, do Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD), do Fundo das Nações
Unidas para a Infância
(UNICEF) e da Organização das
Nações Unidas para a
Educação e Cultura (UNESCO).
Assim, passados mais de
25 anos desses ventos neoliberais, sobre a pressão de
apresentar resultados e cumprir metas impostas pelo
PME, a Secretaria Municipal de Educação de Itaboraí,
sob o comando do secretário Marcos Dias age de
forma atabalhoada e obscura, já que o “projeto” em
nenhum momento foi discutido e debatido com a
comunidade escolar, com os profissionais de
educação ou com a sociedade civil. Apesar de todos os
esforços do SEPE Itaboraí em ter acesso à grade
curricular e às orientações pedagógicas do projeto, em
nenhum momento este nos foi apresentado ou
obtivemos alguma resposta da SEME. Outro
fato que reforça o perfil autoritário e obscuro
do projeto é sua forma de implantação, sem
definir claramente os critérios de escolhas
das unidades escolares e tratando os
profissionais que não podiam atender aos
novos requisitos como entraves, meros
obstáculos à execução da dupla jornada
imposta pelo governo de forma
antidemocrática.
O SEPE Itaboraí não é contra a
ampliação da jornada escolar, muito pelo
contrario: isso é parte de nossas pautas de
lutas históricas, mas é contra a ''ampliação
para menos", prática comum em governos
neoliberais, negando ao filho do trabalhador o
direito ao conhecimento, e ressignificam o papel da
escola pública no Brasil ao de lugar de acolhimento
social da população escolar pobre. Assim, não se trata
mais de manter aquela velha escola assentada no
conhecimento, isto é, no domínio dos conteúdos, mas
de conceber uma escola que valorizará formas de
organização das relações humanas nas quais
prevaleçam a integração social, a convivência entre os
diferentes, o compartilhamento de culturas, o encontro
e a solidariedade entre as pessoas. O SEPE Itaboraí
continua a apostar em uma escola que articule a
formação cultural e científica com as práticas
socioculturais em que se manifestam diferenças,
valores e formas de conhecimento local e cotidiano.
Em síntese, trata-se, por um lado, de uma escola que
visa a formação cultural e científica, isto é, o domínio
do saber sistematizado mediante o qual se promove o
desenvolvimento de capacidades intelectuais, como
condição de assegurar o direito à semelhança, à
igualdade. Por outro, é preciso considerar que essa
função primordial da escola – a formação cultural e
científica – destina-se a sujeitos diferentes, já que a
diferença não é uma excepcionalidade da pessoa
humana, mas condição concreta do ser humano e das
situações educativas.
Compreende-se, pois, que não
há justiça social sem
conhecimento; não há
cidadania se os alunos não
a p r e n d e r e m . To d a s a s
crianças e jovens necessitam de uma base comum de
conhecimentos, junto a ações que contenham o
insucesso e o fracasso escolar. É claro que a escola
pode, por um imperativo social e ético, cumprir
algumas missões sociais e assistenciais (a escola
convive com pobreza, fome, maus tratos, consumo de
drogas, violência etc.), mas isso não pode ser visto
como sua tarefa e função primordiais, mesmo porque a
sociedade também precisa fazer sua parte nessas
missões sociais e assistenciais.
Rede estadual: novos e antigos desaos
A cada início de ano o profissional da rede
estadual de educação do Rio de Janeiro possui,
ao menos, uma única certeza: novos ataques por
parte da SEEDUC estão por vir. Não é preciso bola
de cristal, médium ou ser a própria mãe Diná para
“adivinhar” isso, pois
sabemos há anos que o
governo Pezão tem prazer
de tornar a lida diária de
professores, funcionários e alunos
cada vez pior.
Mal terminadas as férias somos
surpreendidos com o fechamento de turmas (que
o governo denomina eufemisticamente de
“otimização”), com a superlotação de turmas (o
governo impede a formação de uma nova turma
enquanto não tiver 45 alunos matriculados na
turma anterior) e com o retorno antecipado às
aulas marcado para o dia 31 de janeiro.
Diversos diretores de escola, eleitos pela
comunidade escolar, ao lado de outros
profissionais da educação, vêm denunciando e se
mobilizando contra esses ataques, demonstrando
a importância que uma direção escolar eleita
representa para essa comunidade: a luta em
defesa por seus direitos.
Conquistada a duras penas pela greve de
2016, a eleição para diretores de escola
representou uma grande vitória para a categoria,
porém, ela sozinha, não é capaz de barrar os
ataques do governo Pezão à Educação. Para isso
é necessário a mobilização de todos (pais, alunos,
professores, funcionários extraclasse etc.), de
modo que possamos resistir e lutar pelo direito a
uma educação de qualidade.
Em Itaboraí, a maioria das direções eleitas
teve papel ativo na última greve, e a mobilização
dos mesmos neste início de ano, demostra para
que vieram. Porém, como afirmamos acima,
apenas essas, não são capazes
de deter a política de
precarização do trabalho
escolar do governo PMDB.
Portanto, conclamamos a
todos que lutam por uma
educação laica, gratuita e de qualidade a se juntar
nessa luta.
Defenda seu sindicato - é você que o constrói
O Sepe foi criado em 1977, em plena luta
contra a ditadura militar, contra o arroxo salarial e
pelo direito dos servidores se sindicalizarem. Na
Constituição de 1988, os trabalhadores
conquistaram o direito à sindicalização. O Sepe,
desde a sua fundação, sempre sobreviveu da
contribuição voluntária de seus filiados. O nosso
sindicato nunca cobrou o imposto sindical da
categoria e sempre que ele foi cobrado por outros
sindicatos, o Sepe entrou na
Justiça para que os valores fossem devolvidos.
Em 2018, iniciaremos o ano com uma
grande campanha de filiação. Cada filiado e cada
unidadeescolar deverá ser uma lutadora para que
consigamos filiar o maior número de profissionais
e ajudar a fortalecer ainda mais o Sepe.
Não se enganem: muitos desses ataques
que estamos sofrendo esse ano, na rede estadual
e nas redes municipais, visam a destruição do que
foi construído nesses 40 anos. Eles sabem do que
somos capazes juntos. O Sepe somos nós!