Você está na página 1de 11

Alim. Nutr.

, Araraquara ISSN 0103-4235


v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011 ISSN 2179-4448 on line

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DA DIFUSÃO


MULTICOMPONENTE DURANTE A DESIDRATAÇÃO
OSMÓTICA EM PEDAÇOS DE MELÃO

Dionísio BORSATO*
Célia Guadalupe Tardeli de Jesus ANDRADE**
Pedro Paulo de Almeida PACCOLA***
Marcos Vinicios Roberto PINA***
Juliane Resges ORIVES***
Kelly Roberta SPACINO***

RESUMO: A perda de água e o ganho de açúcar foram vez, atraindo a atenção dos consumidores, que atualmente
modelados durante o processo de desidratação osmótica de desejam produtos de qualidade superior, fazendo com que
pedaços de melão. A transferência de soluto para a fruta e estes melões alcancem boas cotações no mercado nacional
de água para a solução, foi modelada com base na 2ª Lei ge- e internacional. 37 Os frutos maduros, em diversas cultiva-
neralizada de Fick para difusão simultânea e resolvida por res, desprendem-se facilmente das plantas e são sensíveis
meio do método de elementos finitos utilizando o softwa- ao manejo pós-colheita quando comparados aos melões do
re COMSOL Multiphysics 3.2. Os coeficientes de difusão grupo Inodorus. 11
principais e cruzados, a relação entre o coeficiente de trans- O consumo de melão rendilhado está relacionado
ferência de massa e o de condutividade mássica, bem como ao teor de sólidos solúveis, responsável pelo sabor e o seu
o número de Biot foram determinados na simulação com aspecto visual, que o diferencia dos outros tipos de melões
a aplicação do método de otimização simplex por meio da existentes no mercado. Sua qualidade nutricional também
minimização dos desvios percentuais. O valor dos desvios tem contribuído favoravelmente para o seu consumo, pois é
entre os dados experimentais e simulados foi de 4,71% para considerado pouco calórico e boa fonte de sódio, potássio,
a sacarose e 4,51% para a água e a simulação indicou que vitaminas A e C e beta-caroteno. A preferência dos con-
a resistência externa pode ser desprezada no fenômeno de sumidores para esses frutos é, portanto, determinada em
grande parte pela doçura, sabor, aroma, textura, e, mais
transferência de massa estudado. O resultado da simulação
recentemente, a sua reputação como fontes ricas de fitonu-
apresentou bom ajuste dos coeficientes de difusão aos va-
trientes. 23,24
lores experimentais validando a capacidade preditiva do
A qualidade em frutos de melão envolve atributos
modelo empregado. O sistema desenvolvido para simular a
relacionados às características da polpa, como sólidos so-
difusão da água e do soluto permitirá o controle e a modu-
lúveis, aparência interna e externa do fruto, 31 espessura de
lação do conteúdo de açúcar nos pedaços de melão.
polpa e aroma, indicando a aceitabilidade do consumidor.
PALAVRAS-CHAVE: Difusão multicomponente; desi- O teor de sólidos solúveis é usado como índice de classifi-
dratação osmótica; método de elementos finitos. cação de melões de acordo com seu grau de doçura, sendo
este influenciado principalmente pelo conteúdo de sacarose
e, segundo Vargas et al. 45 eles só devem ser comercializa-
INTRODUÇÃO dos quando o teor de sólidos estiver acima de 9 %.
Frutas e vegetais são fontes importantes de nutrien-
Conhecido na região Nordeste como melão japo- tes essenciais, como vitaminas, minerais e fibras. Como o
nês ou cantaloupe, o melão rendilhado (Cucumis melo var. teor de umidade de frutas e legumes frescos é maior que
reticulatus Naud.), do grupo Cantalupensis, caracteriza-se 80%, eles são classificados como produtos altamente pere-
por apresentar plantas de porte rasteiro, caule herbáceo cíveis. Manter o produto fresco é a melhor alternativa para
muito ramificado. Os melões desse grupo são considera- conservar seu valor nutricional, mas a maioria das técnicas
dos nobres, por possuírem frutos com aroma caracterís- de armazenamento exige baixas temperaturas, dificultando
tico, polpa bastante doce com sabor mais acentuado que com isso a distribuição. Por outro lado, a secagem é uma
os melões do grupo inodorus, além de apresentarem a su- alternativa adequada para a conservação pós-colheita. 40
perfície externa da casca toda rendilhada, constituindo-se A maioria dos países nas regiões tropicais tem abun-
em mais um atrativo. Essas características acabam, por sua dância de frutas frescas devido ao excesso de produção, e

* Departamento de Química – UEL – 86051-990 – Londrina – PR – Brasil. E-mail: dborsato@uel.br.


** Laboratório de Microscopia Eletrônica e Microanálise – UEL – 86055-990 – Londrina – PR – Brasil.
*** Curso de Graduação em Química – UEL – 86055-990 – Londrina – PR – Brasil.

379
BORSATO, D.; ANDRADE, C. G. T. J.; PACCOLA, P. P. A.; PINA, M. V. R.; ORIVES, J. R.; SPACINO, K. R. Modelagem e simulação da difusão
multicomponente durante a desidratação osmótica em pedaços de melão. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011.

apenas uma fração do fruto produzido é comercializada. Vários estudos de difusão em alimentos, utilizando
Melões têm alto preço comercial e são apreciados devido às as leis de Fick para sistemas binários e ternários, vêm sendo
suas características sensoriais, mas têm uma pequena vida desenvolvidos como na desidratação osmótica de pedaços
pós-colheita, em temperatura ambiente. Esta vida curta di- de carne, de tecidos biológicos de plantas, de abóboras, de
ficulta a comercialização e o transporte de melões para lu- tomates, de abacaxis e de cubos de melão. 6
gares distantes do centro de produção, contribuindo assim Modelos de perda de água e ganho de soluto estão
para aumentar as perdas de frutas. 44 baseados na hipótese que a transferência de massa pode ser
Uma das principais causas da deterioração de ali- descrita pela equação de difusão de Fick (2a lei) em regime
mentos frescos e também conservados é a quantidade de não estacionário. A equação de Fick estabelece uma relação
água livre presente. 30 A pesquisa e desenvolvimento dos entre o fluxo dos componentes e os gradientes de concentra-
métodos de preservação de alimentos concentram-se nos ção. 18, 38 Uma variedade de soluções para a 2a lei de Fick é
processos durante os quais a estrutura do produto não é al- apresentada de forma compreensiva por Crank. 12 Soluções
terada e o seu valor nutricional é mantido. 17 análogas, para problemas de transferência de calor, que, via
A aplicação da desidratação osmótica de frutas e em de regra, são rapidamente convertidas em soluções para a 2a
menor escala de vegetais, tem recebido atenção nos últimos lei de Fick, podem ser encontradas no clássico de Carslaw
anos como uma técnica para a produção de alimentos de & Jaeger. 7 Soluções particulares dependem de condições
umidade intermediária ou como um pré-tratamento antes iniciais e das condições de contorno.
de secagem a fim de reduzir o consumo de energia ou danos Schwartzberg & Chao 41 revisaram a literatura a
causados pelo calor. 40 respeito da difusividade de solutos em sólidos, particular-
A desidratação osmótica, uma técnica bastante útil mente em alimentos e géis. Biossólidos alimentares con-
na conservação de frutas e vegetais, consiste em subme- têm uma matriz insolúvel onde uma solução está ocluída. A
difusão ocorre, primeiramente, através da solução ocluída.
ter o alimento sólido, inteiro ou em pedaços, a soluções
Entretanto, a modelagem matemática da difusão conside-
aquosas (sais ou açúcares) de alta pressão osmótica para
ra a concentração do soluto em sólidos homogêneos. Esta
promover a remoção da água disponível presente no ali-
concentração geralmente pode ser avaliada através da 2a lei
mento. No caso de frutas tem-se utilizado soluções de sa-
de Fick, utilizando-se um coeficiente aparente de difusão
carose, com concentrações de 50 a 70ºBrix. 43 Neste pro-
do soluto no líquido ocluído. A transferência de substân-
cesso há no mínimo dois fluxos simultâneos: a penetração
cia da superfície para o centro de um alimento sólido com
dos sólidos da solução no material e o fluxo de água do
estrutura celular pode ser acompanhada tanto no espaço
material para a solução. 47 Além do mais, a desidratação extracelular como pelo intercâmbio através da parede e
osmótica pode ser usada como um pré-tratamento ante- membranas celulares. 47
cedendo o congelamento, liofilização, secagem a vácuo e Os coeficientes aparentes ou efetivos de difusão são
secagem com ar. 15, 20, 32, 36 determinados experimentalmente. 49 A difusividade de so-
A desidratação osmótica caracteriza-se como um lutos nos processos de extração ou infusão foi apresentada
processo complexo de transferência de massa contracor- por Schwartzberg & Chao. 41
rente entre o tecido vegetal e a solução hipertônica. O fluxo Vários autores investigaram a transferência de ca-
da substância osmoativa penetrando no tecido modifica sua lor e/ou massa em alimentos aplicando a formulação de
composição química. Há também um fluxo de substâncias elementos finitos. 9, 26, 48 O método de elementos finitos
nativas, no caso água, deixando o tecido. 25 A força mo- (MEF), um conjunto de técnicas eficientes que obtém so-
triz para a remoção da água é criada devido à diferença de luções numéricas de equações diferenciais, aparece nos va-
pressão osmótica entre o alimento e o meio. A complexa riados campos das ciências e em particular nos problemas
estrutura celular dos alimentos age como uma membrana de engenharia, física e química. 10 O método é geral, no que
semipermeável. 44 A influência das principais variáveis do diz respeito à geometria e às propriedades dos materiais.
processo, como concentração e composição da solução Corpos mais complexos e irregulares, compostos por dife-
osmótica, temperatura, tempo de imersão, procedimentos rentes materiais, são facilmente representados, pois formas
realizados como pré-tratamentos, agitação, natureza do ali- irregulares podem ser aproximadas em razão de cada ele-
mento e sua geometria, relação solução e amostra no meca- mento finito poder ser diferente. 10
nismo de transferência de massa na qualidade do produto A confiabilidade da solução obtida usando o MEF
tem sido estudados. 1 está diretamente relacionada com a discretização do mode-
Este processo tem atraído atenção, devido as suas lo, que deve representar o problema físico considerado. 29
vantagens, incluindo a retenção de cor e sabor; manutenção A função de conveniência, uma técnica analítica
na seletividade da parede celular; a necessidade de menos para otimização de sistemas com várias respostas, é uma
energia quando comparado com a secagem convectiva com técnica fácil de ser aplicada, permitindo a avaliação subje-
ar quente e menores danos térmicos, já que temperaturas tiva da importância das respostas. 14 Métodos de busca dire-
mais baixas são utilizadas permitindo a retenção de nu- ta, tais como otimização simplex, oferecem uma alternativa
trientes. Apesar de todas essas vantagens, suas aplicações simples para otimização de respostas combinadas, necessi-
comerciais ainda são muito limitadas. 22, 38, 40 tando, para isso, da definição do espaço experimental para

380
BORSATO, D.; ANDRADE, C. G. T. J.; PACCOLA, P. P. A.; PINA, M. V. R.; ORIVES, J. R.; SPACINO, K. R. Modelagem e simulação da difusão
multicomponente durante a desidratação osmótica em pedaços de melão. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011.

a combinação dos fatores, além da função de compromisso na forma de tronco de pirâmide de base retangular, com
de Derringer & Suich. 14 dimensões médias mostradas na Figura 1.
O simplex é uma figura regular que se desloca sobre
uma superfície de modo a evitar regiões de resposta não Preparo da solução osmótica
satisfatórias. No espaço n-dimensional o simplex represen-
ta um poliedro com faces planas contendo n+1 vértices, A solução osmótica foi preparada com uma concen-
sendo n o número de variáveis independentes. O método tração de açúcar de, aproximadamente, 60ºBrix. Foi utiliza-
como procedimento recorrente, tende a levar o simplex a do como agente osmótico uma sacarose comercial da marca
um valor ótimo pela reflexão de pontos específicos. Nas Alto Alegre refinado. Para garantir que a concentração da
vizinhanças do ótimo, o simplex pode apresentar contração solução osmótica permanecesse constante e, também, a sua
com o objetivo de determinar uma posição mais precisa. 3 homogeneidade durante todo o processo de desidratação o
O método simplex é de fácil implantação nos processos au- volume de solução utilizado foi 20 vezes maior do que o
tomatizados. Sua aplicação é relativamente fácil, rápida, e volume ocupado pelos pedaços de melão. 13, 21,42 Antes do
permite com uma boa margem de segurança, localizar a re- início e no término do processo de desidratação foi retira-
gião ótima, apesar de não oferecer informações claras com da uma amostra da solução para quantificação do açúcar
respeito ao comportamento das variáveis. 16 presente.
O objetivo deste trabalho foi determinar os coefi- Como a solução de sacarose apresentou densidade
cientes de difusão e o número de Biot, usando a desidra- maior que os pedaços de melão, foi utilizado um suporte
tação osmótica de pedaços de melão como modelo expe- reticulado de polietileno para garantir que as amostras per-
rimental, simulando o processo por meio do método de manecessem imersas durante todo o processo de desidrata-
elementos finitos acoplado a otimização simplex. ção permitindo, com isso, manter as mesmas condições de
contorno em todas as faces. O estudo da desidratação os-
mótica foi feito em solução estática mantida à temperatura
MATERIAL E MÉTODOS de 20 ±1ºC, durante todo o processo, em recipiente fechado
para evitar sujidades e evaporação.
Preparo das amostras
Amostragem
Foram utilizados melões rendilhados (Cucumis
melo L.) adquiridos em um supermercado local na região As amostras dos troncos de pirâmide de melão fo-
de Londrina - PR. Os melões foram cortados em fatias na ram coletadas em intervalos compreendidos nas 40 horas
região onde o diâmetro não variasse de maneira conside- de experimento. As amostras foram removidas da solução
rável, de modo a se obter pedaços com maior semelhança osmótica, colocadas em uma bandeja plástica e passadas
possível. Além disso, como há uma grande variação no teor rapidamente em papel poroso para remover o excesso de
de açúcar entre a base e o topo da fruta apenas a região solução superficial. As medidas das dimensões de cada uma
central foi usada para obter amostra mais homogênea. 24 O das 11 amostras, tomadas em triplicata, foram feitas utili-
centro e a casca da fatia foram retirados e, posteriormente, zando um paquímetro e a massa determinada em balança
para melhor aproveitamento, os elementos foram cortados analítica.

FIGURA 1 – Malha tetraédrica, convenção adotada para os


eixos imaginários na identificação da simetria e dimensões
médias do tronco de pirâmide do pedaço de melão submeti-
do à solução osmótica

381
BORSATO, D.; ANDRADE, C. G. T. J.; PACCOLA, P. P. A.; PINA, M. V. R.; ORIVES, J. R.; SPACINO, K. R. Modelagem e simulação da difusão
multicomponente durante a desidratação osmótica em pedaços de melão. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011.

Determinação da umidade ∂C1 (± R, t ) hm


= [C1 − C1, s ]
∂η λm
A porcentagem de umidade das amostras de me- com x, y, z ∈ ∂Ω, t > 0 Equação 3
∂C2 (± R, t ) hm
lão foi determinada por secagem das amostras em estufa a = [C2 − C2, s ]
100ºC até peso constante. 2, 39 ∂η λm
onde, hm (kg/m2.s) é o coeficiente de transferência de mas-
Determinação dos sólidos solúveis. sa, λm (kg/m.s) a condutividade mássica; ∂Ω o conjunto de
pontos da superfície que contorna o tronco de pirâmide de
Os sólidos solúveis foram determinados em um re- melão; C1,s e C2,s, as concentrações dos solutos que banham
fratômetro de ABBE. 6, 35 o pedaço de melão e ∂/∂η o operador da derivada normal.
Os coeficientes hm e λm estão relacionados com o número
Formulação em elementos finitos aplicada ao processo de de Biot pela equação
desidratação osmótica
hm .Ri
Bi = ; i = 1,2,3. Equação 4
Para a formulação da difusão simultânea em ele- λm
mentos finitos foram feitas as seguintes considerações ou
O processo de desidratação foi simulado utilizando
hipóteses simplificadoras: uma malha contendo elementos tetraédricos e assumiu-se
1. Modelou-se a difusão de um soluto em um peda- como constante o volume da amostra em todo o processo.
ço de melão tridimensional que ocupa o volume Ω ⊂ R3,
associado a um sistema de coordenadas cartesianas x, y, z. Teste estatístico
2. O coeficiente de difusão ou difusividade mássica
A comparação entre dados teóricos e experimentais
foi considerado constante em relação à concentração (inde- do teor de sacarose e de água foi feita por meio do desvio
pendente do tempo e posição). percentual, 5 como forma de avaliar a qualidade do ajusta-
3. Assumiu-se que a difusão é o mecanismo predo- mento.
minante, que o processo ocorre em condições aproximada-
2
mente isotérmicas e a contração da amostra durante todo o ⎡⎛ C calc − C exp
N ⎞ ⎤ 1
processo foi desprezível. %desvio = 100 ∑ ⎢⎜ ⎟ ⎥ Equação 5

i =1 ⎢⎝ C exp ⎟ ⎥ N
⎣ ⎠i ⎦
Nessas condições, analisou-se o processo de desi-
dratação osmótica de pedaços de melão, considerando-o onde: C calc = concentração média estimada pela solução
imerso numa solução aquosa estática contendo sacarose na numérica;
proporção em massa de 60%. A concentração C1(x, y, z, t) C exp = concentração experimental média;
do soluto utilizado e a concentração C2(x, y, z, t) de água N = número de observações consideradas.
num ponto P(x, y, z) ∈ Ω e num instante t, podem ser des-
critas a partir das equações de Onsager 33 para as concen- Método de otimização simplex
trações dos solutos:
O simplex no espaço n-dimensional é um sólido com
∂C1 faces planas contendo (n+1) vértices, onde n é o número de
= D11∇ 2C1 + D12 ∇ 2C 2 variáveis independentes. O método é um procedimento re-
∂t Equação 1 corrente, que tende a levar o simplex a um valor ótimo com
∂C 2 a reflexão de pontos específicos. Uma vez nas vizinhanças
= D21∇ 2C1 + D22 ∇ 2C 2
∂t do ótimo, o simplex pode apresentar contração com objeti-
vo de determinar uma posição mais precisa. 3
onde Dii, são os coeficientes principais, Dij são os coeficien-
tes cruzados, que acoplam os fluxos e ∇2(.) = ∇.∇(.) é o Ajuste dos coeficientes de difusão e do número de Biot
operador laplaciano.
No processo de desidratação, as condições iniciais Os coeficientes de difusão e o número de Biot fo-
são dadas por: ram ajustados através do método de otimização simplex 46
associado às funções de desejabilidade. 14 Um algoritmo
C1 ( x, y, z,0) = C1,0 de otimização 4 propôs combinações para os coeficientes
Equação 2 de difusão e número de Biot. Estes valores foram avalia-
C 2 ( x, y, z ,0) = C 2,0 x, y , z ∈ Ω dos através do MEF. As concentrações de sacarose e água
onde C1,0 e C2,0 são conhecidas. As condições de contorno simuladas foram então comparadas aos resultados experi-
para o processo de difusão sem agitação ficam sendo. 28 mentais mediante teste de avaliação estatística (Equação
4). Os desvios percentuais encontrados foram reavaliados

382
BORSATO, D.; ANDRADE, C. G. T. J.; PACCOLA, P. P. A.; PINA, M. V. R.; ORIVES, J. R.; SPACINO, K. R. Modelagem e simulação da difusão
multicomponente durante a desidratação osmótica em pedaços de melão. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011.

pelo método de otimização, que forneceu novas combi- durante todo o processo. A Tabela 2 mostra as característi-
nações de valores com o objetivo de minimizar o desvio cas iniciais da solução osmótica utilizada.
entre os valores estimados e os experimentais. O procedi- Os valores correspondentes ao teor de umidade, de
mento foi repetido até a estabilização dos valores calcula- sólidos totais e do volume médio dos pedaços de melão,
dos para os desvios, coeficientes de difusão e número de antes de iniciar o processo experimental de desidratação
Biot. A Tabela 1 a seguir mostra os limites das variáveis osmótica foram de 86,53% (±0,01), 13,50% (±0,01) e
independentes utilizados na otimização simplex que fo- 4,299x10-6 m3 (±0,1) respectivamente.
ram obtidos a partir de ensaios preliminares e consulta na A malha tetraédrica utilizada na simulação foi gera-
literatura especializada. 6, 15, 21 da automaticamente, sendo composta por 4690 elementos
com 14574 graus de liberdade.
Microscopia de luz. Com a malha fornecida pelo programa computacio-
nal, foi obtida a estimativa dos coeficientes de difusão e
Realizou-se esfregaço de fragmentos da polpa do número de Biot pelo método de otimização simplex. 4 O
melão, que foram transferidos para lâminas histológicas método simplex inicializou a busca com 6 conjuntos de va-
e recobertos com solução de sacarose a 60%. As lâminas lores isto é n+1 utilizando as restrições mostradas na Tabela
foram cobertas com lamínulas e analisadas ao fotomicros- 1. Cada conjunto foi utilizado na simulação pelo programa
cópio Zeiss Axiophot. O processo foi observado durante 33 COMSOL Multiphisics e os valores obtidos foram com-
minutos, com captura sucessiva de imagens utilizando o parados com os valores experimentais por meio do desvio
programa AxioVision 4.7.2 com objetiva de 10X. percentual (Equação 5). Os dois valores dos desvios (res-
postas) foram codificados de zero a um e transformados
Programação computacional por meio de uma função de desejabilidade representada por
uma média geométrica dos dois valores obtidos. 8 O con-
Para simulação do processo de desidratação osmó- junto que apresentou o maior desvio calculado foi substitu-
tica foi utilizado o software COMSOL Multiphysics, e foi ído por um novo conjunto de valores gerados pelo simplex
processado em um computador Core 2 Duo com 2 Ghz de e, o sistema recorrente, através de reflexões e/ou contrações
memória. levou o sistema ao valor ótimo. 4 A estabilização dos va-
lores dos desvios, em relação aos dados experimentais e
simulados, pode ser observado na Figura 2.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Figura 2 mostra que os desvios foram estabiliza-
A desidratação osmótica foi realizada utilizando dos, após 34 interações para a sacarose e para a água.
uma solução estática. A solução foi mantida sob refrigera- A estabilização dos valores dos coeficientes de di-
ção para controle e manutenção da temperatura (20±1ºC) fusão e do número de Biot, após 40 interações, pode ser
observada na Figura 3.

Tabela 1 – Limite inferior e superior das variáveis independentes utilizados na


otimização simplex.
Variável independente Limite inferior Limite superior
D11x 10 -11
(m /s)
2
5,7870 17,361
D22x 10-11 (m2/s) 2,3148 11,574
D12x 10 -11
(m /s)
2
1,1574 5,7870
D21x 10 -11
(m /s)
2
1,1574 5,7870
Número de Biot (adimensional) 1 100

Tabela 2 – Características iniciais da solução osmótica*.

Temperatura durante a desidratação 20 ± 1ºC


Densidade (g/cm3) 1,2394
Sacarose (g / 100g sacarose + água) 60,5
Água (g / 100g sacarose + água) 39,5
Volume de melão: volume de solução 1:20
* as características iniciais e finais da solução são as mesmas.

383
BORSATO, D.; ANDRADE, C. G. T. J.; PACCOLA, P. P. A.; PINA, M. V. R.; ORIVES, J. R.; SPACINO, K. R. Modelagem e simulação da difusão
multicomponente durante a desidratação osmótica em pedaços de melão. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011.

FIGURA 2 – Estabilização dos desvios da sacarose (I) e da água (II) durante a aplicação do mé-
todo simplex.

FIGURA 3 – Estabilização dos parâmetros estimados através do método simplex.

As estimativas dos valores dos coeficientes de difu- Os coeficientes cruzados apresentaram uma ordem
são, da relação entre os coeficientes de filme e da condutivi- de grandeza inferior aos coeficientes principais indicando,
dade mássica bem como o número de Biot, otimizadas pelo como era esperado, que a difusão em relação ao próprio
método simplex, encontram-se na Tabela 3. gradiente é mais importante do que a difusão devido à in-
Os pedaços de melão se caracterizam por apresenta- teração entre o soluto e o solvente. 27, 49 A simulação des-
rem porosidade, tortuosidade com um líquido imobilizado
prezando o número de Biot apresentou desvios de 4,71%
em uma matriz sólida onde a difusão é verificada. Estes
fatores interferem na difusão do soluto resultando em coe- e 4,51%, respectivamente, para a sacarose e água, valores
ficientes de difusão menores. 6 idênticos àqueles obtidos considerando a resistência exter-

384
BORSATO, D.; ANDRADE, C. G. T. J.; PACCOLA, P. P. A.; PINA, M. V. R.; ORIVES, J. R.; SPACINO, K. R. Modelagem e simulação da difusão
multicomponente durante a desidratação osmótica em pedaços de melão. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011.

na. Portanto, o número de Biot estimado indica que a re- SOL Multiphysics 3.2 utilizando os valores dos coeficien-
sistência externa pode ser desconsiderada no fenômeno de tes de difusão, principais e cruzados, da relação hm/λm e do
transferência estudado. 41 número de Biot otimizados no processo de desidratação em
As Figuras 4 e 5 mostram, ao longo do tempo, o per- estudo (Tabela 3).
fil de difusão da sacarose e da água, respectivamente, com As Figuras 4 e 5 mostram que grande perda de água
os valores das concentrações obtidos experimentalmente e e grande ganho de soluto nos tecidos da polpa do melão
com os obtidos por meio da aplicação do programa COM- foram verificados nas primeiras horas do processo de desi-

Tabela 3 – Coeficientes de difusão ajustados para o processo de desidrata-


ção osmótica de pedaços de melão.
Sacarose Água
Coeficientes principais (m2/s) 7,3260x10-11 (D11) 8,4259x10-11 (D22)
Coeficientes cruzados (m2/s) 1,6435x10-11 (D12) 2,6273x10-11 (D21)
Desvios 4,71% 4,51%
-1
hm/λm (m ) 6280,38
Biot 79,13

FIGURA 4 – Perfil de distribuição da concentração de saca-


rose durante a desidratação osmótica de pedaços de melão.
Os pontos representam os dados experimentais e a linha a
simulação.

FIGURA 5 – Perfil de distribuição da concentração de água


durante a desidratação osmótica de pedaços de melão. Os
pontos representam os dados experimentais e a linha a si-
mulação.

385
BORSATO, D.; ANDRADE, C. G. T. J.; PACCOLA, P. P. A.; PINA, M. V. R.; ORIVES, J. R.; SPACINO, K. R. Modelagem e simulação da difusão
multicomponente durante a desidratação osmótica em pedaços de melão. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011.

dratação. A análise dos resultados obtidos (Figura 5) para a com solução contendo 60% de sacarose em água e observa-
desidratação osmótica dos pedaços de melão mostrou que a da nos tempos 0, 2, 9, 12, 16 e 33 minutos. As setas apon-
diminuição esperada do teor de água, ao final das 40 horas tam à parede celulósica e, a sequencia apresentada na figura
de experimento, foi de 92% e ocorreu mais intensamente mostra que a pressão hidrostática dentro da célula diminui
nas 10 primeiras horas do processo de desidratação, mo- devido ao fluxo de água para fora da mesma e, a medida
mento em que já se havia eliminado 45% do conteúdo de que o tempo de desidratação aumenta, ocorre uma contra-
água presente. ção de volume e o protoplasto separa-se e se distancia par-
A Figura 6 apresenta o perfil de distribuição de saca- cialmente da membrana celular, fenômeno característico do
rose (I) e água (II) após 40 horas de simulação do processo processo de plasmólise. 19, 34 Pode-se observar ainda que a
de desidratação osmótica. célula tratada com a solução hipertônica sofreu fragmen-
A Figura 6.I mostra que a concentração da saca- tação do protoplasto formando sub-protoplastos 34 e, em
rose no centro do pedaço de melão (cor negra) atingiu tempos mais avançados (d, e, f) ocorreu a lise permitindo a
0,28g/100g (água +sacarose), correspondendo a apenas ocupação de todos os espaços da célula pelo soluto.
45,62% deste soluto na solução. Do mesmo modo, a Figura
6.II mostra que o centro da amostra ainda apresenta 68% de
água valor distante do conteúdo de água na solução osmó- CONCLUSÃO
tica utilizada indicando, que após 40 horas de desidratação
O método de otimização simplex acoplado às fun-
não temos, ainda, a equalização do conteúdo de sacarose e
ções de desejabilidade mostrou ser uma ferramenta eficaz
de água na amostra.
na busca dos principais parâmetros envolvidos no processo
A Figura 7 mostra, em cortes, o perfil de distribuição
de difusão durante a desidratação osmótica de pedaços de
da sacarose (I) e da água (II) após 140 horas de simula-
melão.
ção onde a concentração prevista no centro do cilindro é de
Com a aplicação do método dos elementos finitos
aproximadamente 95% do conteúdo de sacarose e 5,95%
foi possível simular a desidratação osmótica de melão e os
de água na solução hipertônica utilizada.
dados obtidos mostraram-se coerentes e convergentes com
A Figura 8 mostra uma célula do parênquima da
os resultados experimentais, validando a aplicação do mé-
polpa do melão rendilhado, que foi tratado osmoticamente
todo numérico para a desidratação osmótica.

FIGURA 6 – (I) Perfil de distribuição de sacarose e (II) perfil de distribuição de água após 40 horas
de simulação da difusão multicomponente da desidratação osmótica.

FIGURA 7 – (I) Perfil de distribuição de sacarose e (II) perfil de distribuição de água após 140 horas
de simulação.

386
BORSATO, D.; ANDRADE, C. G. T. J.; PACCOLA, P. P. A.; PINA, M. V. R.; ORIVES, J. R.; SPACINO, K. R. Modelagem e simulação da difusão
multicomponente durante a desidratação osmótica em pedaços de melão. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011.

FIGURA 8 – Seqüência do processo de plasmólise durante a desidratação osmótica. (a) tempo


0 (zero), (b) 2 minutos, (c) 9 minutos, (d) 12 minutos, (e) 16 minutos e (f) 33 minutos. As setas
apontam à parede celulósica.

O método de elementos finitos pode ser adaptado experimental values and validated the predictive capacity of
para o cálculo da concentração média do soluto e água no the model. The system developed to simulate the diffusion
melão, permitindo a estimativa da concentração de equilí- of water and solute allows control and modulation of sugar
brio dos mesmos, informação importante para a modulação content in the pieces of melon.
do tempo de desidratação e, possível, melhoria na produti-
vidade e maior controle da qualidade do processo. KEYWORDS: Multicomponent diffusion; osmotic
dehydration; finite element method.

BORSATO, D.; ANDRADE, C. G. T. J.; PACCOLA, P.


P. A.; PINA, M. V. R.; ORIVES, J. R.; SPACINO, K. R. REFERÊNCIAS
Modeling and simulation of multicomponent diffusion
1. AKTAS, T. et al. Effect of some osmotic pre-drying
during osmotic dehydration of melon pieces. Alim. Nutr.,
treatments on drying kinetics, desorption isotherms
Araraquara, v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011.
and quality of vegetables. In: FARKAS, I. (Ed.).
Proceedings of the 15th international drying
ABSTRACT: Water loss and sugar gain were modeling symposium. Gödöllö, Hungary: Szent István University
during the osmotic dehydration process of pieces of melon. Publ., 2006. p. 877-883.
The transfer of solute to the fruit and the water to the 2. ASSOCIATION OF OFFICIAL AGRICULTURAL
solution was based on a generalization of the 2nd Fick’s law CHEMISTS. Official methods of analysis. 14th ed.
for simultaneous diffusion and solved by the finite element Washington, DC, 1984. 1141 p.
method using the software COMSOL Multiphysics 3.2.
3. BEVERIDGE, G. S. G.; SCHECHTER, R. S.
The main and cross diffusion coefficients, the relationship
Optimization theory and practice. New York: Mac
between the mass transfer and mass conductivity coefficients,
Graw Hill Kogarusha, 1970. 773 p.
as well, the Biot number were determined on the simulation
with the implementation of the simplex optimization 4. BONA, E. et al. Aplicativo para otimização empregando
method through minimization of the percentage deviations. o método simplex seqüencial. Acta Sci., v. 22,
The value of deviation between the experimental and the p. 1201-1206, 2000.
simulated data were 4.71% for sucrose and 4.51% for water 5. BONA, E. et al. Simulation of NaCl and KCl mass
and the simulation indicated that the external resistance transfer during salting of prato cheese in brine with
may be neglected in the mass transfer phenomenon studied. agitation: a numerical solution. Braz. J. Chem. Eng.,
The simulation results presented good agreement with the v. 24, p. 337-349, 2007.

387
BORSATO, D.; ANDRADE, C. G. T. J.; PACCOLA, P. P. A.; PINA, M. V. R.; ORIVES, J. R.; SPACINO, K. R. Modelagem e simulação da difusão
multicomponente durante a desidratação osmótica em pedaços de melão. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011.

6. BORSATO, D. et al. Modelagem e simulação da 23. LESTER, G. Melon (Cucumis melo L.) fruit nutritional
desidratação osmótica em pedaços de abacaxi utilizando quality and health functionality. Hort.Technol., v. 7,
o método de elementos finitos. Quim. Nova, v. 32, p. 222- 227, 1997.
p. 2109-2113, 2009.
24. LESTER, G. E. Antioxidant, sugar, mineral, and
7. CARSLAW, H. S.; JAEGER, J. C. Conduction of heat phytonutrient concentrations across edible fruit tissues
in solids. 2nd ed. London: Oxford University, 1959. of orange-fleshed honeydew melon (Cucumis melo L.)
510 p. J. Agric. Food Chem., v. 56, p. 3694-3698, 2008.
8. CASTRO, I. A. et al. Simultaneous optimization of 25. LEWICKI, P. P.; LENART, A. Osmotic dehydration
response variables in protein mixture formulation: of fruits and vegetables. In: MUJUMDAR, A. S. (Ed.)
constrained simplex method approach. Int. J. Food Sci. Handbook of industrial drying. 3rd ed. Boca Raton,
Technol., v. 38, p. 103-110, 2003. FL: Taylor & Francis, 2007. p. 665-687.
9. CHANDRA, P. K.; SINGH, R. P. Applied numerical 26. LOMAURO, G. L.; BAKSHI, A. S. Finite element
methods for food and agricultural engineers. Boca analysis of moisture diffusion in stored foods. J. Food
Raton: CRC, 1995. 512 p. Sci., v. 50, p. 392-396, 1985.
10. CHUNG, T. J. Finite element analysis in fluid 27. LOMBARDI, A. M.; ZARITZKY, N. E. Simultaneous
dynamics. New York: McGraw-Hill, 1978. 378p. diffusion of citric acid and ascorbic acid in propelled
11. COELHO, E. L. et al. Qualidade do fruto de melão potatoes. J. Food Process Eng., v. 19, p. 27-48, 1996.
rendilhado em função de doses de nitrogênio. Bragantia,
28. LUNA, J. A.; BRESSAN, J. A. Mass transfer during
v. 62, p. 173-178, 2003.
brining of cuartirolo argentino cheese. J. Food Sci.,
12. CRANK, J. The mathematics of diffusion. 2nd ed. v. 51, p. 829-831, 1986.
London: Oxford University, 1975. 414 p.
29. LYRA, P. R. M. Finite elements analysis of parabolic
13. DEROSSI, A. et al. Mass transfer during osmotic problems: combined influence of adaptive mesh
dehydration of apples. J. Food Eng., v. 86, p. 519-528, refinement and automatic time step control. Rev. Bras.
2008. Ciênc. Mec., v. 15, p. 172-198, 1993.
14. DERRINGER, G.; SUICH, R. Simultaneous 30. MANNHEIM, C. H.; LIU, J. X.; GILBERT, S. G.
optimization of several response variables. J. Qual. Control of water in foods during storage. J. Food Eng.,
Technol., v. 12, p. 214-219, 1980. v. 22, p. 509-532, 1994.
15. DIXON, G. M.; JEN, J. J. Changes of sugar and acid 31. MENEZES, J. B. Et al. Armazenamento de dois
of osmotic dried apple slices. J. Food Sci., v. 42, genótipos de melão amarelo sob condições ambiente.
p. 1126-1131, 1977. Horticultura Bras., v. 19, p. 42-49, 2001.
16. EIRAS, S.; ANDRADE, J. C. O uso do simplex 32. NANJUNDASWAMY, A. M. et al. Studies on
modificado como estratégia de otimização em química
development of new categories of dehydrated product
analítica. Quim. Nova, v. 19, p. 25-29, 1996.
from indigenous fruit. Indian Food Packer, v. 22,
17. FITO, P. et al. Vacuum impregnation and osmotic p. 91-93, 1978.
dehydration in matrix engineering. Application in
33. ONSAGER, L. Theories and problems of liquid
functional fresh food development. J. Food Eng., v. 49,
diffusion. Ann. Sci, v. 46, p. 241-265, 1945.
p. 175-183, 2001.
34. OPARKA, K. Plasmolysis: new insights into an old
18. GHEZ, R. A Primer of diffusion problems. New York:
John Wiley & Sons, 1988. 243 p. process. New Phitol., v. 126, p. 571-591, 1994.

19. HANCHEY, P.; WBEELER, H. Pathological changes 35. PANADES, G. et al. Mass transfer mechanisms
in ultrastructure: false plasmolysis. Can. J. Bot., v. 47, occurring in osmotic dehydration of guava. J. Food
p. 675-678, 1969. Eng., v. 87, p. 386-390, 2008.
20. HAWKES, J.; FLINK, J. M. Osmotic concentration of 36. PONTING, J. D. Osmotic dehydration of fruits – recent
fruit slices prior to freeze dehydration. J. Food Process modifications and applications. Process Biochem., v. 8,
Pres., v. 2, p. 265-284, 1978. p. 18-20, 1973.
21. KHIN, M. M.; ZHOU, W.; YEO, S. Y. Mass transfer in 37. PURQUERIO, L.F.V.; CECÍLIO FILHO, A.B.;
the osmotic dehydration of coated apples cubes by using BARBOSA, J.C. Efeito da concentração de nitrogênio
maltodextrin as the coating material and their textural na solução nutritiva e do número de frutos por planta
properties. J. Food Eng., v. 81, p. 514-522, 2007. sobre a produção do meloeiro. Horticultura Bras.,
v. 21, p. 185-190, 2003.
22. LAZARIDES, H. N.; KATSANIDES, E.;
NICOILAIDES, A. Mass transfer kinetics during pre- 38. RAOULT-WACK, A. L. Recent advances in the osmotic
concentration aiming at minimal solute uptake. J. Food dehydration of foods. Trends Food Sci. Technol., v. 5,
Eng., v. 25, p. 151-166, 1995. p. 255-260, 1994.

388
BORSATO, D.; ANDRADE, C. G. T. J.; PACCOLA, P. P. A.; PINA, M. V. R.; ORIVES, J. R.; SPACINO, K. R. Modelagem e simulação da difusão
multicomponente durante a desidratação osmótica em pedaços de melão. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 3, p. 379-389, jul./set. 2011.

39. RICHARDSON, G. H. Standard methods for 46. WALTERS, F. H. et al. Sequential simplex
examination of dairy products. 15 th ed. Washington, optimization. Karskrona, Sweden: Licensed Electronic
DC.: American Public Health Association, 1985. 412 p. Reprint by Multisimplex AB, 1999. 403 p.
40. SAGAR, V. R.; SURESH, K. P. Recent advances 47. YAO, Z.; LE MAGUER, M. Analysis of mass transfer in
in drying and dehydration of fruits and vegetables: a osmotic dehydration based on profiles of concentration,
review. J. Food Sci. Technol., v. 47, p. 15-26, 2010.
shrinkage, transmembrane flux and bulk flow velocity
41. SCHWARTZBERG, H. G.; CHAO, R. Y. Solute in the domain of time and space. J. Food Process Eng.,
diffusivities in leaching processes. Food Technol., v. 20, p. 401-414, 1997.
v. 36, p. 73-86, 1982.
48. ZHANG, T. et al. Finite element analysis of nonlinear
42. SOUSA, P. H. M., et al. Influência da concentração e water diffusion during rice soaking. J. Food Sci., v. 49,
da proporção fruto/xarope na desidratação osmótica de
p. 246-250, 1984.
bananas processadas. Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 23,
p. 126-130, 2003. 49. ZORRILLA, S. E.; RUBIOLO, A. C. A Model for using
43. TORREGGIANI, D. Osmotic dehydration in fruit and the diffusion cell in the determination of multicomponent
vegetable processing. Food Res. Int., v. 26, p. 59-68, diffusion coefficients in gels or foods. Chem. Eng. Sci.,
1993. v. 49, p. 2123-2128, 1994.
44. TELES, U. et al. Optimization of osmotic dehydration
of melons followed by air-drying. Int. J. Food Sci. Recebido em: 31/12/2010
Technol., v. 41, p. 674-680, 2006.
Aprovado em: 12/05/2011
45. VARGAS, P. F. et al. Quality of net melon (Cucumis
melo L.) in function of the culture system. Ciênc.
Agrotec., Lavras, v. 32, p. 137-142, 2008.

389

Você também pode gostar