Você está na página 1de 3

A violação de um dever jurídico configura o ilícito causando dano a outrem e

configura outro dever jurídico: reparar o dano.

A OBRIGAÇÃO é um DEVER JURÍDICO ORIGINÁRIO:


1. comportamento imposto pelo legislador, uma regra de conduta.

Exemplos:
- não matar
- não lesar
- pagar o aluguel

São regras de comportamento.

Se ocorrer uma conduta que se distancia da conduta determinada pelo legislador,


surge o DEVER SECUNDÁRIO, o DEVER DE REPARAR.

DEVER JURÍDICO
ORIGINÁRIO – PRIMÁRIO – regra de conduta

DEVER JURÍDICO
SUCESSIVO – SECUNDÁRIO – dever de reparar

Loja de perfumes: emito um cheque.


Banco – pago (sacado)
Sacador – pague
Avalistas – garanto
O RESPONSÁVEL é:
A pessoa que pode ter o seu patrimônio invadido por parte do credor, do titular

O dever jurídico extracontratual - obrigação aquiliana - tem por origem uma norma
jurídica. O dano em um veículo, por exemplo, provocado por um abalroamento, gera
direito e dever para as partes envolvidas. positivo e negativo - o positivo impõe ao
sujeito uma obrigação de dar ou fazer, e o negativo exige omissão.

Responsabilidade Civil
Obrigação – Obrigação é o dever jurídico originário.
“É um vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa pode exigir de
outra uma prestação economicamente apreciada.” (Caio Mário)
Toda e qualquer obrigação já nasce para morrer, ou seja, tem como
característica a transitoriedade. Ex: Quem deve não vai ficar devendo
por toda a eternidade, se ela não morre ela prescreve.

Fontes da Obrigação
A obrigação pode surgir do ato bilateral de vontade ar. 395 do CC, ex:
negócios jurídicos;
ato ilícito, ex. indivíduo que arranca o sinal, adquire responsabilidade;
ato unilateral de vontade, ex: testamento-ato revogável, vontade do
testamentário, que produzirá efeitos só depois de sua morte.
A obrigação morre pelo pagamento (termo técnico), qualquer modo de
adimplemento da obrigação.

Responsabilidade é o dever jurídico sucessivo. Só respondo civilmente


se eu causar dano a outrem. Decorre do descumprimento de um dever
jurídico originário. Logo, quando violada a obrigação, surge o dever
jurídico sucessivo.
Toda vez que uma obrigação é violada, surge à responsabilidade,
sendo ela um dever jurídico sucessivo (o agente irá responder pelo seu
ato).
No âmbito civil o agente responde civilmente com uma indenização á
vítima, tornando-a indine. Só se vai responder civilmente por um dano
quando for o causador deste.
OBS: Indenizar significa tornar a pessoa indene, mas nem sempre vai
suprir tudo. Ex.: a vida.
OBS: Responsabilidade civil independe da criminal Art. 935 do CC.
“A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o autor,
quando essas questões se acharem decididas no juízo criminal.”

No Penal quando juiz tem dúvida usa princípio indubio pro réu (juiz não
pune sem certeza),
no civil é indubio pro vítima (vítima sem supremacia), portanto, se for
absolvido no criminal nada impede que seja condenado no civil.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS

Dano – sem dano não existe dever de indenizar(indene). O dano tem


que ser real, efetivo. Ele jamais poderá ser hipotético.
Ex.: quando você quase morreu, você morreu? Então, se você quase
sofreu dano, não o sofreu, se podia ter ocorrido, não ocorreu.
Tem alguns danos que se provam por ele mesmo, in re ipsa (quando o
dano basta por si mesmo, não precisa provar).

O dano pode ser:


a-Patrimonial ou material – pode ser dano emergente ou lucro
cessante, que juntos formam as perdas e danos. Art. 402 do CC perda e
danos.
“Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu e o
que razoavelmente deixou de lucrar.”

-Dano Emergente – o que efetivamente perdeu.

-Lucro Cessante – o que razoavelmente deixou de lucrar.

b-Não patrimonial ou não material – imaterial ex: dano moral, não


consegue aferir com critérios objetivos.
OBS: Só vai existir o dever de indenizar quando existir um dano, e este
tem que ser real, não pode ser hipotético. Logo, sem dano não há dever
de indenizar. O juiz vai buscar a autoria. O QUE QUASE FOI DANO, NÃO
É DANO.
Conduta do Agente – Art. 186 do CC. Pode ser:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Conduta Comissiva – por uma ação, conduta positiva.


Conduta Omissiva – por uma omissão, conduta negativa.

OBS: A conduta tem que ser voluntária. Se não for, NÃO HAVERÁ
OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR. Ato Fortuito. (Art. 186 do CC). AMBAS
DEVEM SER VOLUNTÁRIAS.
Ex.: A pessoa que tem um ataque epilético e destrói o seu óculos, ele
causou o dano, mas não há de se falar em responsabilidade civil.

Nexo Causal – é o nexo de causalidade entre a conduta do agente e o


dano sofrido pela vítima, é o elo que vai unir a conduta do agente ao
dano sofrido.
Só vai existir o dever de indenizar quando existir um dano, este dano
tem que ser real, nunca hipotético, tem que ser efetivo, mesmo que
seja moral.
Se não houver nexo causal entre a conduta do agente e o dano sofrido,
não haverá o dever de indenizar.

“Art.393 do CC o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de


caso fortuito ou força maior, se expressamente n’ao se houver por ele
responsabilizado. §Único o caso fortuito ou de força maior se verifica
no fato necessário cujos refeito não eram possíveis evitar ou impedir.

Caso fortuito. É o evento proveniente de ato humano, imprevisível e inevitável, que


impede o cumprimento de uma obrigação, tais como: a greve, a guerra etc. Não se
confunde com força maior, que é um evento previsível ou imprevisível, porém
inevitável, decorrente das forças da natureza, como o raio, a tempestade etc.

A semelhança entre os dois institutos é apenas aparente, senão vejamos:

Obrigação propter rem - é aquela vinculada à propriedade e existente em razão do exercício do


domínio. Ex: obrigações do condômino e direitos de vizinhança. Encerram somente obrigações
de fazer e de não fazer (obrigação de não modificar áreas comuns do condomínio; não
construir; não passar, etc.)

Ônus real - ônus é todo encargo apto a gerar uma vantagem. Ex: ônus da prova. O ônus real é
aquele que limita a fruição e a disposição da propriedade. Ex: rendas constituídas sobre
imóveis, obrigação de pagar impostos e obrigação de pagar o condomínio. Encerram somente
obrigações de dar.

Você também pode gostar