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DE MUSICA ELETRONICA
ou tudo aquilo que você queria saber,
mas nunca perguntou porque o som estava muito alto.
Sumário
Tudo aquilo que você queria saber, mas nunca perguntou porque o som estava muito alto 03
Mas afinal, o que é Música Eletrônica? 04
Pré-História 05
Rock 05
Black Music 07
Disco Music 08
House 10
Techno 12
Trance 14
Drum&Bass 15
Subgêneros 16
Deep House 16
Future House 18
Tech House 19
Minimal Techno 20
Progressive Trance 21
Full On Trance 22
UK Garage 23
Dubstep 24
Sobre o autor 26
Pra começar, é importante deixar claro uma coisa: a história da música eletrônica começa antes
dela. Acompanhe a gente nessa montanha russa!
Pré-História
Calma, essa não tem nada a ver com as suas aulas de cursinho. Pra entender como a Música Eletrônica
surgiu, a gente precisa passar por outros estilos musicais - é rapidinho.
Rock
Sim, você leu certo. Pode não parecer,
mas algumas bandas do Rock foram
importantes para a Música Eletrônica.
Mais precisamente, as bandas de Rock
Eletrônico ou Synthrock, do começo
dos anos 60, que usavam sintetizadores
para compor o seu som. Grupos como
Kraftwerk, Can, Tangerine Dream e Silver
Apples deram uma mãozinha para que
os sintetizadores se popularizassem e
ganhassem destaque na música pop. A
Can (banda alemã fundada em 1968) mesma coisa aconteceu com a...
Pré-História
Black Music
Tem como pensar em Soul, Funk, Rhythm & Blues e Rap sem pensar em música pra dançar? Como
você vai ver, toda essa galera aí em cima deu sua contribuição. Você deve estar pensando que
esquecemos um gênero importante, mas é que não dá pra falar de Música Eletrônica sem falar de...
James Brown
Disco Music
Se os gêneros anteriores são a pré-história, a
Disco é a Idade Média. Arranjos orquestrados
e melodiosos com cordas, vocais vindos
da Soul e do Rhythm & Blues, percussão
latina, guitarras com wah-wah e andamento
4/4 são alguns dos elementos da Disco. O
gênero nasceu inf luenciado pela Motown, um
importante selo de black music, e pequenos
selos independentes na Philadelphia. Foi com a
Disco que o vinil de 12 polegadas específico
para DJs surgiu (obrigado, Tom Moulton),
provocando uma mudança fundamental nas
técnicas de mixagem - a contagem de BPM veio
junto - e artistas como Donna Summer (e seu
produtor Giorgio Moroder) ou bandas como
Chic dominaram completamente as pistas, de
1975 até o início dos anos 80. E foi justamente
no período de saturação e declínio, na primeira
metade da década que surgiu a... Donna Summer (acima) e Giorgio Moroder (abaixo)
House
Aqui a gente entra na Era Contemporânea e explica um pouco dos
principais gêneros. Como é derivada da Disco, a House music
manteve algumas das suas características, ao mesmo tempo em
que adicionava novos elementos - pense nela como uma atualização.
Synth Pop, Jazz Latino, Rap, ritmos jamaicanos como Reggae e
Dub entraram na brincadeira, junto com timbres de bateria e baixo
eletrônicos, que podiam ser trechos de outras músicas - os samples
- ou gerados pelos então novos TB-303, TB-808 e TR-909 da
Roland, instrumentos icônicos dessa geração. O nome veio do club
onde o lendário DJ Frankie Knuckles tocava, o Warehouse, em
Chicago. Knuckles misturava trechos de clássicos da disco com
loops que ele mesmo produzia, em fitas, ou simplesmente repetindo
determinados trechos de uma mesma música, usando dois discos
iguais. A técnica se difundiu e os frequentadores do club começaram
a pedir nas lojas de disco locais “o som da House”. Daí para
ganhar as rádios, e mais tarde a Europa, foi uma questão de tempo
- bem pouco tempo, aliás. Mas antes mesmo de chegar lá, a House
já tinha gerado seu filhote - o Techno - e variações começaram a
Warehouse (Chiago - EUA)
surgir. Funky House e Deep House são algumas delas.
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Frankie Knuckles
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Techno
Aqui a família se divide, mas sem traumas.
Enquanto a House mantém sua proximidade
orgânica com a Disco, o Techno é um gênero
estritamente mecânico. Mais rápido e intenso,
abusa das linhas pesadas de bateria e baixo
e do uso de timbres de sintetizadores. O
gênero surgiu em Detroit, e sua ideia central
é a harmonia entre homem e máquina. Quem
começou a história foram os produtores Juan
Atkins e Richard Davies, com o projeto
Cybotron, em 1981. Com um leque amplo
de inf luências, de Afrika Bambaataa e
Kraftwerk a P-Funk e o escritor Alvin
Toff ler, o Cybotron criou a música que definiu
o estilo, “Techno City”, em 1984. No ano
seguinte, Derrick May e Kevin Saunderson
se juntam a Atkins e gravam com inúmeros
pseudônimos. Assim como a House, também
se desdobrou em variações. Juan Atkins
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Trance
Irmão caçula da turma, o Trance surgiu na Alemanha no começo dos anos 90. Como o nome entrega,
a ideia é provocar um estado de libertação espiritual, pelo transe ou hipnose no ouvinte, através de
faixas longas e progressivas, com uso de sintetizadores, mas de forma mais melódica que o Techno,
podendo ou não incorporar elementos deste, ou mesmo da House. Os fundamentos do Trance são
antigos - a humanidade usa a música para fins espirituais há séculos. As variantes mais conhecidas
são Psy Trance e Full On - falaremos sobre eles daqui a pouco.
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Drum&Bass
Lembra quando dissemos que esta não era uma história, e sim várias? O Drum&Bass é o exemplo
perfeito disso. Nasceu na periferia com o nome de Jungle, mas mudou de nome, pois o termo era
considerado pejorativo. Você reconhece uma faixa de DNB pela bateria e baixo pesados e rápidos,
numa batida bem quebrada e que incorpora Jazz, Dub e Reggae, além do uso intenso de vocais,
herança dos soundsystems jamaicanos. É comum o uso de instrumentos orgânicos no estilo,
principalmente ao vivo. Foi um dos gêneros mais populares no Brasil - alguns dos maiores nomes
do DNB no mundo são brasileiros, como Marky e Patife. E pra não fugir à regra, tem dezenas de
variações - uma das mais recentes é o Dubstep. E por falar nisso, é bom dar uma passadinha nos...
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Subgêneros
São os filhotes dos principais gêneros, uma espécie de evolução deles. À medida em que foram
ganhando popularidade, cada dos estilos foi incorporando elementos, a ponto de já não serem mais
tão parecidos com o original. Alguns deles são bem recentes, outros nem tanto, mas vale a pena
conferir. Vamos lá?
Deep House
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Detroit Swindle
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Future House
Surgiu em 2010 e é uma
improvável fusão do Deep
House atual com - olha só
- EDM. O produtor francês
Tchami diz que a autoria do
termo é dele, e que começou
como uma piada que fez
em 2013 para descrever as
faixas que ele publicava no
Soundcloud, mas que alguns
fãs e a mídia se encarregaram
de levar a sério. Pode ir de 120
a 128 BPM e tem um timbre
metálico bem característico.
Outra figurinha bacana do
gênero é o duo Kayliox.
Juan Atkins
Tchami (acima) e Kayliox (abaixo)
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Tech House
Como o nome entrega, é um meio termo entre os dois gêneros - um House mais mecânico, ou, se
você preferir, um Techno com a estrutura rítmica da House. Pode pegar emprestado alguma coisa
de House Progressivo às vezes. Vale a pena dar uma conferida em Kolsch e Rene Amesz.
Juan Atkins
Kolsch (esquerda) e Rene Amesz (direita)
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Minimal Techno
Surgiu no começo dos anos 90 e
é tido por muitos como a segunda
onda do Techno, uma resposta
à massificação do gênero nas
raves. Como manda a cartilha
do minimalismo, menos é mais
aqui. Poucos elementos, repetidos
durante toda a faixa. Pra fechar em
dois exemplos novos, confira Look-
Alike e Detroit People Mover.
Juan Atkins
Logo do selo alemão M-nus, criado por Richie Hawtin em 1998
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Prog Trance
O Prog Trance tem algumas diferenças em relação ao Trance clássico - em geral ele é mais lento
- 137 BPM em média - tem mais groove e melodia, e menos elementos, que vão sendo colocados na
música progressivamente - daí o nome do gênero. Pode ser um pouco mais linear que o clássico
também. Dos nomes novos, pode ir em Loud e Symbolic sem medo.
Juan Atkins
Symbolic
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Full On Trance
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UK Garage
Veio da Inglaterra, no começo
dos anos 90, como uma fusão
entre o Drum&Bass e a House.
Começou rápido e quebrado como
o primeiro, mas foi tão fragmentado
que, se você não contextualizar
um local e data específicos, o
termo não quer dizer mais nada -
em outras palavras: UK Garage
pode tanto ser próximo do DNB,
rápido, quebrado e pesado, quanto
da House, mais linear e com BPM
mais lento. A presença de graves
gordos e forte inf luência de black
music, principalmente de música
jamaicana, é o ponto em comum
entre os dois extremos. Ouça
Skapes e SPX e você vai entender.
Juan Atkins
Skapes
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Dubstep
Por fim, o filhote mais famoso
do Drum&Bass. O curioso
é que, apesar do sucesso
relativamente recente do
gênero, ele nasceu no fim dos
anos 90. Bastante sincopado e
com graves pesados, resgata
as origens do som de subúrbio
em Londres, que tem suas
raízes nos soundsystems
jamaicanos. Uma faixa de
Dubstep pode variar bastante
seu BPM. O gênero cresceu
principalmente pela aceitação
do estilo nos EUA, embora o
Dubstep norte americano seja
bem diferente do produzido
na Europa. Duas referências
legais são Rusko e Datsik. Juan Atkins
Rusko (acima) e Datsik (abaixo)
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E chegamos ao fim - do guia, mas não da história. Como dissemos, isso é só um pedacinho da
coisa toda, e esperamos que tenha sido tão divertido pra você ler este material, quanto foi pra
nós produzi-lo. Obrigado e até a próxima!
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/YELLOW.ART.BR
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