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Dados

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Nenhum estado cumpre meta de qualidade no ensino médio, mostra Ideb 2017
Guilherme Azevedo
Do UOL, em São Paulo* 03/09/2018 - 11h00 > Atualizada 04/09/2018 - 17h51
Reprodução

Os dados do Ideb 2017 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), divulgados pelo


Ministério da Educação nesta segunda-feira (3), revelam que o ensino médio continua
apresentando o pior desempenho da educação de base brasileira.

Segundo o Ideb, nenhuma das 27 unidades federativas do Brasil (os 26 estados e o Distrito
Federal) cumpriu as metas estabelecidas para o ensino médio. Em cinco estados (Amazonas,
Roraima, Amapá, Bahia e Rio de Janeiro), o Ideb 2017 foi ainda pior, ficando abaixo do índice
da pesquisa anterior, de 2015.

O Ideb do ensino médio geral do Brasil foi de 3,8, abaixo da meta, fixada em 4,7. O Ideb do
ensino médio dos últimos três estudos (2011, 2013 e 2015) tinha estacionado em 3,7. Para
2019, a meta é de 5,0; e para 2021, de 5,2.

"Não só não estamos cumprindo a meta do Ideb, como estamos nos afastando dela. [...] A
chance de cumprirmos as metas estabelecidas hoje é nula no ensino médio. Neste ritmo, neste
formato, não cumpriremos as metas para 2021. Me atrevo a dizer que, se continuar assim, não
cumpriremos por décadas", afirmou o ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, em
entrevista coletiva. "O ensino médio está estagnado."

Divulgado a cada dois anos (o primeiro foi relativo a 2005), o Ideb traz uma radiografia do nível
de qualidade dos ensinos fundamental 1 (1º ao 5º ano, anos iniciais) e 2 (6º ao 9º ano, anos
finais) e médio (3º ano) e estabelece metas.

Baseia-se no desempenho de alunos das redes privada e pública das 27 unidades federativas
em provas oficiais e padronizadas de português e matemática (que compõem o Saeb, Sistema
de Avaliação da Educação Básica) e no rendimento escolar (taxa de aprovação, ou seja, o
porcentual de estudantes que passaram de ano, fornecido pelas escolas e constante do Censo
Escolar).

O Ideb tem uma escala de 0 a 10 e quanto mais alto o número, melhor o resultado. Na prática,
permite observar como os alunos estão aprendendo, em perspectiva com a quantidade de
estudantes aprovados. Quer dizer, para ter uma avaliação melhor, é preciso aumentar o
número de alunos com boas notas nas provas que compõem o Saeb e também o de alunos
aprovados anualmente.
O quadro preocupante em relação ao ensino médio brasileiro já fora em parte antecipado pelos
resultados do Saeb 2017, componente do Ideb e divulgado na semana passada pelo Inep
(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do Ministério
da Educação também responsável pelo Ideb.

Os dados tinham mostrado que apenas 1,62% dos estudantes da última série do ensino médio
alcançaram níveis de aprendizagem de língua portuguesa adequados. Em matemática, embora
o índice tenha melhorado ligeiramente, foi o segundo pior da série histórica, iniciada em 1995.

Esse foi o primeiro ano do Ideb em que todas as escolas públicas brasileiras foram avaliadas
no 3º ano do ensino médio.

Calculou-se o Ideb 2017 para 9.597 escolas de ensino médio, pertencentes a 5.295 municípios
de todas as unidades federativas.

O cálculo do Ideb também alcançou 41.515 estabelecimentos dos anos iniciais do ensino
fundamental, de 5.479 municípios. Ainda participaram 25.530 escolas dos anos finais do
fundamental, de 5.486 municípios.

Os dados do Ideb 2017 para o ensino médio mostram que os avanços esperados para esse
estágio de aprendizagem ainda não se efetivaram.

Foi em parte por esse desempenho insuficiente, repetido a cada avaliação, que o governo
Michel Temer (MDB) propôs a reforma dessa etapa de ensino, tornando a grade de disciplinas
mais flexível para o aluno, que poderá escolher mais segundo suas competências e interesses.
Entretanto a proposta, que foi aprovada no ano passado, motivou críticas de especialistas, que
apontaram descontinuidade do ensino médio em relação ao modelo das etapas anteriores.

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o ensino médio mais desigual do Brasil entre ricos e pobres
Alunos mais ricos do DF lideram ranking do país. Mais pobres, porém, ficam atrás de
estudantes de 12 estados na mesma situação, aponta Ministério da Educação.
Por Braitner Moreira e Flavia Foreque, G1 DF e TV Globo

30/08/2018 11h08 Atualizado há um mês

Estudantes fazem prova, em imagem de arquivo — Foto: Luciano Calafiori/G1


Estudantes fazem prova, em imagem de arquivo — Foto: Luciano Calafiori/G1

Os alunos de ensino médio mais ricos do Distrito Federal são os que mais dominam o
português e a matemática em todo o Brasil. Os mais pobres, entretanto, estão abaixo da média
nacional.
A desigualdade na aprendizagem na capital é um dos retratos dos resultados dos testes do
Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), divulgados nesta quinta-feira (30), no
Ministério da Educação.

A nota média entre os alunos mais ricos do DF é de 329 pontos em português e de 357 em
matemática.

Entre os mais pobres, o índice cai para 255 e 256 pontos, respectivamente. Tanto em
português quanto em matemática, entre estudantes na mesma situação, há 12 estados
melhores que Brasília (clique nos gráficos abaixo para ampliar).

Português no ensino médio: desigualdades educacionais considerando nível socioeconômico.


Clique para ampliar — Foto: Inep/MEC
Português no ensino médio: desigualdades educacionais considerando nível socioeconômico.
Clique para ampliar — Foto: Inep/MEC
Matemática no ensino médio: desigualdades educacionais considerando nível socioeconômico.
Clique para ampliar — Foto: Inep/MEC
Matemática no ensino médio: desigualdades educacionais considerando nível socioeconômico.
Clique para ampliar — Foto: Inep/MEC

Para fazer a comparação, o Ministério da Educação considera as escolas que estejam nos 20%
mais altos e nos 20% mais baixos do Indicador de Nível Socioeconômico (INSE).

Segundo o MEC, esse indicador separa as escolas pelos estratos socioeconômicos dos
estudantes. Isso é definido pela "posse de bens domésticos, renda e contratação de serviços"
da família dos alunos e pelo nível de escolaridade de seus pais.

No pódio
Levando em consideração todas as escolas, o Distrito Federal está em terceiro lugar na
proficiência média dos estudantes de português no ensino médio, com 278,3 pontos, atrás
apenas de Espírito Santo (283,7) e Rio Grande do Sul (278,5).

As notas do DF, porém, regrediram em português – a média em 2015 era de 284 pontos, a
melhor do país. A queda foi de 2%.

Em matemática, a capital ocupa a segunda posição entre as 27 unidades da federação, com


286,2 pontos, atrás de Espírito Santo (291,6). Houve avanço de 2,2%.

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