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Cabala Revelada #1: Visão Geral

Palestra feita para o canal de televisão americano, Shalom TV


Anthony Kosinec
Em 13 de julho de 2006

Olá e bem vindo à Cabala Revelada. Eu sou Tony Kosinec. Eu sou um dos estudantes do Rav Michael Laitman, que é o discípulo
direto do Rav Baruch Shalom HaLevi Ashlag, que é o filho e discípulo direto do Rav Yehuda Ashlag, Baal HaSulam, melhor
conhecido como "O Mestre da Escada" e reconhecido como o Cabalista preeminente do século XX.

Eu dou essas referências porque há algo como uma linhagem de professores em Cabala, e vamos falar sobre Cabala autêntica, e
o faremos de uma perspectiva não de eruditos, mas de praticantes, pessoas que são Cabalistas. Nessas séries você ganhará não
apenas uma visão geral sobre Cabala autêntica mas também os pontos principais, os conceitos básicos, as formas de se
aproximar dessa sabedoria, de forma que ela se abra para você, porquê essa é uma maneira de estudar, uma maneira de pensar
e uma maneira de sentir muito diferente da nossa maneira normal de sentir as coisas. E ela requer, assim como qualquer outra
habilidade, que dominemos o básico. E na nossa série de aproximadamente 15 lições, nós vamos cobrir tudo que for importante
para que você saiba.

Mas vamos começar com uma visão geral da Cabala, porque existe muita confusão sobre ela. Há uma enorme quantidade de
informações sobre Cabala por aí. Existem, eu acho, talvez milhares de livros por ano sendo publicados no assunto, e quase
nenhum deles tem nada a ver com Cabala. Eles são apenas um tipo de mistura da imaginação das pessoas, o que elas acham
que ela pode ser, o que deveria ser, suas intuições, suas imaginações, e não é culpa delas, há uma verdadeira vontade de se
saber o que a Cabala é de verdade, porque há uma sensação de que ela é importante, que é poderosa e que ela tem um pouco
daquilo que está oculto nesse mundo.

É chamada "a ciência oculta" por três razões. 1— Ela foi escondida de propósito, pelos próprios praticantes da Cabala, pelos
Cabalistas. A Cabala começou quatro mil anos atrás, com Abraão, por volta do ano de 1947, 1948 BC, antes da era comum. E
por esse período de tempo - 2 mil anos - até o início da era comum, da destruição do segundo templo, ela não era oculta, ela
era ensinada abertamente. Você conhece as histórias de Abraão sentado à porta de sua tenda, abrindo as portas a viajantes a
entrar, e ele iria mostrar sua hospitalidade. Bem, o que ele estava realmente fazendo é que ele os estava alimentando e os
estava ensinando sobre a sabedoria da Cabala. E o tipo de almas que viviam aquele tempo nesse mundo eram um pouco mais
refinadas que as que vivem agora, e elas entendiam mais naturalmente.

Mas algo aconteceu no início da era comum, na destruição do templo, que tornou impossível para pessoas daquela geração e dos
2 mil anos que se seguiram realmente entender qualquer coisa na Cabala. Esse é o ponto em que as religiões apareceram, esse
é o ponto em que especulações sobre como esse mundo funciona, o que o universo é, o que o Criador é, e assim por diante,
cresceram na imaginação das pessoas, de acordo com um princípio particular que passou ao primeiro plano dentro do ser
humano e seu desenvolvimento. E essa qualidade dentro das pessoas não deixou que a entendessem, então os Cabalistas a
esconderam.

Então se você não tem acesso a alguma coisa, você ainda tem os livros. O problema é que eles também são chamados de
sabedoria oculta porque os livros em si são escritos numa linguagem muito especial, não evidente para as pessoas que os lêem.
Todos os livros de Cabala são escritos numa linguagem chamada "a linguagem das ramificações", em que eles usam palavras do
nosso mundo, objetos, "copo", "livro", "mesa", "família", "viagens", "guerras", todas essas coisas que você vê nos cinco livros de
Moisés, e em todos os outros livros Cabalistas. Mas eles não estão falando de nada nesse mundo. Nem uma única palavra de
nenhum livro Cabalista está referindo a nada nesse mundo. Elas somente se referem às forças Superiores que criaram e
sustentam as coisas que aparecem nesse mundo.

Os Cabalistas usaram uma linguagem especial que iria indicar o que eles estavam realmente falando, e apenas um estudante
que tenha alcançado uma certa sabedoria poderia entender e ouvir dessa maneira. Agora, você tem que entender que o mundo
em que nós vivemos não é um mundo de causas, é um mundo de resultados. Nada que façamos nesse mundo terá qualquer
efeito de qualquer forma no Mundo Superior, de onde nossa origem provém, onde as coisas que vemos nesse mundo tem suas
raízes. Nenhuma ação física tem qualquer efeito nele, e é por isso que qualquer das coisas que fazemos para solucionar nossos
problemas aqui nesse mundo tem qualquer efeito de alguma forma nos seus resultados. Somente uma conexão com as raízes do
nível causal das coisas podem ter qualquer efeito de alguma forma, e é com isso que a Cabala lida.

Nossa realidade como um todo é estruturada de tal forma que há um mundo que existe acima, assim falando, e um mundo que
existe abaixo. A linguagem das ramificações aponta para aquilo que existe no mundo em baixo. Ela fala sobre esse objeto,
digamos, uma família. Você leu sobre isso na Torah, e a Torah parece ser a história do povo Judeu. Bem, "uma família" irá se
mover para um local chamado "uma terra". Mas os Cabalistas não estão falando sobre nada disso. Eles estão falando sobre as
forças abstratas de cima que na verdade criaram essas coisas e as fizeram acontecer. Só um sábio estudante pode entender o
que está acontecendo aqui. [Apontando para o desenho] Esse é o nível da ramificação. E esse é o nível da raiz. Então, a não ser
que uma pessoa aprenda como ler e entender a chave dessa linguagem chamada linguagem das ramificações, ela continuará a
ver as coisas como elas existem nesse mundo.

Então como um resultado desses dois aspectos, da ocultação da Cabala e por causa de uma falta de contato com a linhagem de
professores e com a metodologia real, pessoas ainda tinham a necessidade de saber, mas tiveram que fantasiar, que fazer
misturas de coisas e elas seguiram de acordo com o que elas podiam entender, sem o ensinamento correto e sem certas
propriedades internas que as permitiriam entendê-la.

E então muitos mitos surgiram. Agora, nós lidaremos com isso com mais detalhe quando nós falarmos sobre outros dos
conceitos básicos da Cabala. Mas apenas um pouco das mais importantes confusões são de que Cabala é misticismo judaico.
Bem, ela não é nem uma religião, nem misticismo. A Cabala pré-data religião. Religião é um fenômeno de desconexão da força
Superior, de especulação e um mal entendimento da Cabala, mesmo se ela tiver alguma relação anterior com a Cabala, porque
os Cabalistas criaram Halacha, eles criaram os livros que nós estudamos e consideramos ser livros sagrados. Nossas tradições e
assim por diante, vêm deles, mas seu propósito, o seu significado, o que os livros são de verdade para o quê na verdade foram
escritos e do que eles falam, nós não estamos muito bem ligados a essas coisas. Então a relação com Judaísmo é como Cabala e
amnésia.

Tão longe quanto vai o misticismo, Cabala é uma ciência, não é misticismo. E uma forma de fazer uma conexão direta com
coisas que parecem para nós como mágicas ou incompreensíveis, só porque em nosso estado atual de percepção não
entendemos como funcionam. É o mesmo que se você levar um isqueiro para alguma tribo que vive em uma ilha deserta, e
nunca viram nenhuma tecnologia; você seria o deus do fogo, uma criatura mística que poderia produzir fogo com as mãos. É
simplesmente uma questão do quê está escondido e o que é revelado.

...Que é mágica. Bem, mágica implica no uso de forças superiores ocultas de forma a manipular pessoas para conseguir o que
você quer para causar algum tipo de resultado para seu benefício ou contra outras pessoas e assim por diante. Mas é impossível
fazer qualquer contato com as forças Superiores de qualquer forma, a não ser que as pessoas mudem sua natureza moral
interna. O alcance dentro da Cabala é uma questão da transformação interna, e é impossível estar em contato com as forças
sem isso, então... Isso simplesmente não tem nada a ver com nada, exceto a imaginação vívida de alguém. ...De que somente
algumas pessoas são permitidas de estudar Cabala e que há condições, sendo elas: que você tem que ser Judeu, isso não é
assim. Porque os Cabalistas por toda parte ensinam pessoas que não são Judeus por nascimento. Alguns dos maiores Cabalistas
de fato foram "gentios", pessoas de outras nações. Ancholos, Rabbi Akiva, e a lista prossegue... Todos os Cabalistas escolheram
estudantes de valor, não baseados em alguma forma de atributo físico, mas em um atributo interior que é chamado "Yechud", o
qual explicaremos mais tarde. ...Que você precisa dominar sabedorias preliminares, Gmarrah, Mishnah e assim por diante antes
de estudar Cabala Bem, Se você não entende o que está escrito na Torah ou Gmarrah, Então você não entenderá também
Cabala. Então, não é que você precise desses ensinamentos preliminares, É que você não encontrará espiritualidade nessas
sabedorias preliminares, você deve ir direto aos livros que falam direto sobre espiritualidade, de uma maneira que não podem
ser confundidas com coisas desse mundo, como na linguagem que a Torah é escrita, linguagem das histórias, Haggadah e assim
por diante. ...Amuletos e proteção, e que a manipulação de letras e números para poder criar coisas e para proteger pessoas do
mal... Bom Isso é o completo e total oposto do que a Cabala lida. De fato, isso é completamente proibido, é considerado como
idolatria que alguém possa usar as forças Superiores para alguma razão egoísta/pessoal aqui. Além disso, não há nada do que
se proteger. Então água benta, amuletos, cordões vermelhos e assim por diante coisas psicológicas e não tem absolutamente
nada a ver com Cabala. ...Finalmente, há a mistura de Cabala com religiões orientais. Como nós não sabíamos nada, foram
feitas associações com Budismo, Hinduísmo, que lidam abertamente com espiritualidade. E isso apenas porque a espiritualidade
dos livros dos Cabalistas não era aberta. Contudo, isso mudou. Desde 1995, todos os livros da Cabala foram abertos. O único
requisito para Cabala, para ser aceito como um estudante, é que você deve se sentir seguro e confortável olhando a Cabala e
procurando aquilo que você precisa. O único pré-requisito para ser um estudante de Cabala é que você tenha uma necessidade
por ela. Que suas perguntas sobre o porquê das coisas acontecerem e para o significado da sua vida e seu papel nela, se essas
coisas não puderem ser respondidas em nenhum outro lugar, esse é o requerimento e todos os grandes Cabalistas disseram
assim. Do tempo do Ari em diante, ele disse que o único pré-requisito era esse desejo. Rav Kook, que era em si um grande
Cabalista, e até mesmo o Rabbi chefe de Jerusalém, quando foi perguntado sobre quem poderia estudar Cabala, ele respondeu
todo mundo, então... Não é assim. ...E finalmente, meu favorito é que se você estudar Cabala você ficará louco. É meu favorito
porque... assim como todos os outros, é apenas a forma com que as coisas se parecem Os tipos de mudanças internas que a
pessoa passa, como resultado da obtenção em Cabala, da compreensão e conexão com a realidade. O prazer que ela ganha, a
fonte dos prazeres que ela ganha é muito diferente da maneira normal de se pensar. É o oposto porque é o tipo de pensamento
que existe no mundo espiritual. Então para uma pessoa que tem um objetivo oposto à espiritualidade, uma pessoa pode parecer
insana. ...mas não realmente. ...Então, a terceira razão pela qual a Cabala é chamada "a ciência oculta" é porque ela lida com
com o que é oculto aos nossos cinco sentidos Ela responde uma pergunta que não pode ser respondida de nenhuma outra
maneira. Ela responde, basicamente, "Qual o sentido da vida?" E essa é uma profunda, e... severa pergunta. Porque para a
pessoa que tem essa pergunta, que não consegue encontrar a resposta no que suas tradições as dizem, no que suas ciências as
dizem, no que arte e literatura as dizem, no que a psicologia a diz. Uma pessoa que simplesmente não pode ser satisfeita com
qualquer outra coisa mais com a resposta a essa pergunta: "Qual o sentido da minha vida?" Essa é uma pessoa que está pronta
para sentir além dos cinco sentidos, Os livros da Cabala nos dizem que nós vivemos na completa realidade. Há uma totalidade
de realidade e é nela que nós na verdade existimos. Exceto que não temos sentido disso. Nós temos um sentido completamente
restrito do que nós somos e onde estamos, tanto que não sabemos o que irá acontecer no próximo momento das nossas vidas.
Nós não sabemos porque as coisas acontecem, quando elas acontecem, de onde viemos, onde estamos e para onde estamos
indo. Existe uma completa e total realidade... ...e essa realidade... ...é dividida e reduzida... ...num sistema chamado "mundos".
Por meio de cinco mundos... ...a completa realidade... ...uma luz sem fim... ...se torna reduzida para... ...um brilho que
possamos perceber. Esse primeiro mundo é chamado "o mundo de Adam Kadmon". O próximo mundo é "Atzilut". O próximo é
"Beria". Então, o mundo de "Yetzira". Então o de "Assiya". Você pode pensar nisso como níveis de consciência. Proximidade ou
distância, ao passo que ela descende... ...dessa completa realidade, de conexão e percepção dela. Até que finalmente nós
alcançamos... ...um ponto de desconexão, chamado "Machsom", ... ou "a barreira". Esses são mundos espirituais. E abaixo
dessa barreira... ...é nosso mundo. Aqui, nós não temos... ...absolutamente nenhuma sensação dos mundos espirituais... ...do
lugar que na verdade vivemos e de onde nós viemos. Aqui nós temos sensações limitadas, que são chamadas "corporais" ou
"físicas". Essa completa luz e completa realidade pela qual, se soubéssemos disso e estivéssemos conectados com isso, nós
poderíamos direcionar nosso destino nós cessaríamos de cometer erros, nós entenderíamos as forças que nos guiam, e nós nos
tornaríamos conectados com ela até certo grau em que poderíamos viver a vida em sua totalidade e pelo benefício de todas as
vidas. E assim como a Cabala estava escondida de nós, ...assim estava essa força... ...essa completa realidade... ...sendo
propositalmente... ...escondida de nós. Reduzida, através desses níveis, ... ...por um sistema de 125 passos... nesse mundo. O
que Cabala... ...objetiva, é permitir uma pessoa... ...que trace seus passos... ...da descendência para esse mundo de volta...
...por 125 passos... ...todo o caminho para nossas raízes no mundo espiritual. Nossa fonte e conexão com a totalidade da
realidade. Mas, para que nós possamos conseguir isso, ... ...essa força benevolente a qual chamamos Criador... ...criou
propositalmente... ...um sistema para nós. Em outras palavras, esse mapa da criação... ...não é o fim da criação. É o ponto
médio. É o processo pelo qual nós descendemos das nossas raízes no mundo espiritual para o estado em que estamos agora. De
forma a preencher o próprio plano da criação, de forma a unir novamente essa totalidade da realidade. Todos os livros da
Cabala, incluindo Torah, Mishnah e Gmorrah, falam apenas sobre estados que são encontrados... ...nesses níveis... ...ambos da
redução... ...ao passo que nossa alma caiu... ...dessa completa conexão. E, dos estados que nós encontramos na ascensão, de
volta. E o método da Cabala... ...é o meio pelo qual uma pessoa começa a sentir e entrar no mundo espiritual. Agora, ... ...para
fazer isso, a pessoa precisa ser ensinada... ...do que ela é construída, ... ...o que é que a impede de entrar nesse mundo... ...e
como elas podem ganhar um sentido... ...do espiritual novamente... ...e isso necessita de um especial... ...um material muito
especial. Muito diretamente criado para o propósito de permitir uma pessoa entrar no mundo espiritual. Os livros da Cabala são
escritos na linguagem das ramificações, e é muito difícil para nós os entenderem. Não é à toa que tenhamos tanta dificuldade
em poder usá-los no nível superficial, para aprender qualquer coisa sobre como nós podemos entrar nessa realidade maior. Mas,
a grande dádiva da Cabala é que na nossa geração... ...desde 1995, quando a sabedoria foi aberta ao mundo como um todo, e
para aqueles que realmente precisam dela, livros especiais tem sido preparados para nós, esses livros foram escritos...
comentários escritos por Baal HaSulam... ...e por Rabash, ... ...seu filho e seu discípulo, ... ...que... ...pela primeira vez não
foram escritos para pessoas, Cabalistas já no mundo espiritual, eles foram escritos para pessoas que desejam entrar no mundo
espiritual. Eles foram escritos numa linguagem especial, que permitem a uma pessoa pisar no primeiro degrau da escada. E são
desses livros, nas próximas lições, que nós iremos usar como nossas fontes. Nós veremos... ...qual qualidade é que nos mantém
fora do mundo espiritual, o que é que nos permite entrar no mundo espiritual e o método, revelado, na ciência da Cabala,
através dos trabalhos de Baal HaSulam. frase de Rav Michael Laitman: "A sabedoria da Cabala ensina um método prático de
alcançar o mundo Superior e a fonte de nossa existência. Realizando o nosso verdadeiro propósito na vida, o homem alcança
perfeição, tranquilidade, prazer sem limites, e a habilidade de transcender os limites do tempo e espaço, enquanto ainda está
vivendo nesse mundo." Junte-se a nós semana que vêm, enquanto começamos essa jornada emocionante! Mais informações
em: www.kabbalah.info Tradução: Victor Hugo Schulz
Aula 2
Olá e bem vindo novamente à Cabala Revelada. Eu sou Tony Kosinec.

No nosso primeiro programa, nós mostramos uma visão geral, do que a Cabala trata, o que
ela é e o que não é. E se você se lembra para que a Cabala é, é para a pessoa que faz a
pergunta "Qual é o significado da minha vida?" Então, vamos ver aonde a gente vai a partir
daqui. Vamos começar com uma definição da Cabala e ver qual é essa definição e para onde
ela pode nos levar.

Cabala é uma sabedoria, uma ciência que permite ao homem, uma pessoa, sentir e conhecer
uma realidade superior. É dessa forma que ela trata o propósito da vida, mas claro que isso
traz questionamentos: O que é uma pessoa? O que é um homem? O que é uma realidade
superior? E o que é que permite a uma pessoa sentir, conhecer e entrar em uma realidade
superior?

Se você se lembrar, nós olhamos para esse diagrama antes, em que nós vimos que nós
vivemos nossa existência dentro de uma completa e total realidade, que não depende de
nada, que é irrestrita, em que tudo é completamente interconectado e que é preenchida com
prazer infinito, conhecimento completo e contato com tudo que existe na realidade. E ainda
os Cabalistas nos contam - aqueles que alcançaram esse sistema inteiro - nos contam que
para um certo propósito, nós descemos dessa maneira de existência, dessa maneira de ser,
através de um sistema chamado "mundos". Mundos são "Olamin", da palavra Hebraica
"Olam", que vem da raiz "He'elem", que significa "esconder", "ocultação". Nós descemos
dessa completa conexão com a realidade até que atingimos um lugar, um ponto de
cruzamento chamado "a barreira", e a nossa existência acontece de uma maneira muito,
muito limitada aqui, num lugar chamado "nosso mundo". Nosso mundo é um lugar onde não
tem sensação de forma alguma de nenhum desses outros mundos e esses são Mundos
Espirituais. Todos esses. Isso é o que é considerado ser o mundo físico ou corporalidade.

Se você quer saber o propósito da vida, o significado da sua vida, seria bom se você
soubesse qual é o plano inicial. E parece que isso é uma coisa impossível. É quase uma fonte
de piadas que qualquer um possa responder essa questão sobre o significado e propósito da
vida, mas é aí onde os Cabalistas começam. Aqueles que conseguiram alcançar essa
realidade inteira nos contam que há um plano, um projeto para toda a realidade e para toda
a criação. Eles nos contam que o propósito da vida é de criar uma criatura e preencher essa
criatura com deleite irrestrito. Esse é o completo e total significado, propósito, direção de
tudo que pode acontecer, vai acontecer e só acontece para esse propósito. Nesse
pensamento, nessa intenção, nesse pensamento por trás de toda a criação, todas as regras
para tudo que iria acontecer, foram estabelecidas. Todas as principais leis que governam os
mundos espirituais e físicos, todas estão enraizadas nesse único pensamento. E nada que
acontece nesse mundo, acontece por nenhuma outra razão senão pelo motivo de criar a
criatura e a trazer essa criatura para o deleite irrestrito.

O que é que mantém uma pessoa fora do Mundo Espiritual? O que é uma pessoa? Bem, nós
temos que entender como é nossa percepção dessa realidade; a forma em que nós
percebemos realidade causa uma ocultação para nós.

Isso é uma pessoa. Uma caixa fechada com cinco aberturas. Essas cinco aberturas são
nossos cinco sentidos. Agora, ao redor da pessoa está uma realidade superior, uma realidade
completa, o espiritual, e dessa completa realidade as coisas se aproximam de nós. Isso é o
que parece ser uma realidade exterior de alguma coisa não formada, alguma coisa que se
aproxima da pessoa e através dos cinco sentidos que possuímos, nós determinamos o que
essa coisa é. Em outras palavras, do que a realidade consiste, de acordo com meus sentidos.

Então esse objeto espiritual se aproxima da caixa, mas alguma coisa estranha acontece aqui.
Ela na verdade não entra na caixa. A caixa é um sistema fechado, porque ao invés desse
objeto entrar, ele atinge uma barreira, um tipo de transdutor, como um tímpano, ou uma
retina, ou um nervo na superfície da pele ou numa papila gustativa. Ao invés de pegar a
coisa de fora, essa coisa se torna reduzida e é passada através de um programa. Essa coisa
aqui. E enquanto ela passa por esse programa, ela é interpretada em alguma coisa que nós
possamos entender de acordo com certos princípios dentro do programa. Uma vez que ela
passa através disso, ela deixa nossa caixa ou essa máquina, e o que ela produz é nossa
realidade.

Ao invés de pegar a coisa de fora, essa coisa se torna reduzida e é passada através de um
programa. Essa coisa aqui. E enquanto ela passa por esse programa, ela é interpretada em
alguma coisa que nós possamos entender de acordo com certos princípios dentro do
programa. Uma vez que ela passa através disso, ela deixa nossa caixa ou essa máquina, e o
que ela produz é nossa realidade.

Não importa quão sensível esse sensor seja. Digamos que seja seu olho, ele pode ser o
telescópio Hubble, ou você pode ser completamente míope e incapacitado de ver a coisa
diretamente em sua frente. Não importa o grau de sensitividade, O que importa é o
programa. O que acontece aqui dentro desse sistema subjetivo, na máquina, o que quer que
seja que chegue aqui dentro, só pode ser o que o programa diz que isso é. Não o que isso é,
mas uma redução que pode ser compreendida pelo programa.

Então, o que é este programa que limita isso? Essa é realidade objetiva. E isso é a porção
limitada dela que nós podemos perceber. Esse programa é chamado "egoísmo". É
preocupação própria, "O que há nisso para mim?" "Como isso irá me afetar?" Como
resultado disso, eu estou preso, a pessoa está presa dentro de uma visão subjetiva de todas
essas coisas, somente em relação a como ela sente dentro da caixa. E em nenhum ponto ela
tem qualquer sentido do que realmente existe fora da caixa.

Então nós temos um problema, porque cada um dos nossos cinco sentidos opera exatamente
sob o mesmo programa. Nem um deles pode nos dizer nada sobre o que existe fora daquele
programa. Então, para que possamos saber o que nos circunda, o que a realidade maior é,
nós precisamos desenvolver um sentido adicional, que os Cabalistas chamam de "um sexto
sentido". Não o sexto sentido da mulher que diz sua sorte, mas um sentido que na verdade
possa fazer contato com o que existe fora, que não é limitado por esse tipo de programação.

E para que possamos fazer isso, bem, nós teremos que precisar fazê-lo. Não é possível
trabalhar fora, construir alguma coisa fora dessa caixa enquanto estivermos satisfeitos com
"O que há nisso para mim?". Mas o Pensamento da Criação construiu nela leis que trazem
uma pessoa para esse preenchimento completo. Há uma força motivadora que nos permite
chegar ao ponto em que nós precisaremos sair da caixa. E, se nós compreendermos tanto o
que somos, o que é a "Vontade de Receber", "O que há nisso para mim?", que nós somos
construídos como egoístas, isso é o que na verdade nós precisamos para alcançar esse
preenchimento. Não há nada errado com isso. Nós só temos que aprender como usá-lo,
como nos aproveitarmos dele, e como aproveitar a força de desenvolvimento que o
Pensamento da Criação nos providenciou.

Então, o que é que move coisas na realidade? O que faz coisas acontecerem? Ninguém faz
nada nesse mundo, quer seja isso uma coisa interna ou quer seja isso uma coisa espiritual,
que está além desse mundo. Tudo o que acontece, acontece somente como resultado de,...
bem, vamos olhar pra isso: Você está sentado aí. Você está talvez se mexendo na cadeira,
para onde seus olhos estão se movimentando, talvez você tenha pegado alguma coisa para
beber. Qualquer movimento em que você está agora envolvido está acontecendo somente
como resultado de um cálculo. Que você se tornou inconfortável onde você está, que uma
necessidade surgiu em você, apareceu, e você se moveu para uma nova posição, ou uma
nova situação que você acreditou traria a você mais prazer que aquela em que você estava
antes.

A falta e o preenchimento de prazer e a força do desejo é o que motiva tudo na realidade, e


isso irá eventualmente liberar uma pessoa do mundo corpóreo, da nossa percepção do
mundo físico, das limitações que nós experimentamos, e o sofrimento que vem junto com
elas. E isso irá trazer a pessoa, se usado corretamente, através da barreira e dentro do
Mundo Espiritual desse jeito.

Nós todos sentimos desejos e nós sentimos eles mudarem mas nós não prestamos
realmente atenção à esse sistema, que é colocado em nós pela natureza, bem o bastante de
forma que possamos entender o que ele está fazendo para nós. Nós todos entendemos que
nosso primeiro tipo de compreensão do que é o prazer, são apenas prazeres do tipo
sobrevivência. Na primeira categoria nós requeremos sexo, comida, e abrigo. Todos os
nossos esforços, nosso trabalho, o que percebemos ao nosso redor, o objetivo completo das
nossas vidas tem a ver com encontrar e conseguir essas coisas. E isso é um desejo que nós
temos em comum com os animais. Isso não requer outras pessoas, nós apenas precisamos
disso para sobreviver.

Mas uma vez que tenhamos isso preenchido, nós percebemos que a vida vai muito mais
além disso, e que nós não podemos estar satisfeitos com ela, uma segunda categoria de
desejos aparece. Esse é um desejo por riqueza. É a acumulação da primeira categoria, de
uma forma que eu nunca mais precisarei me preocupar com ela novamente, eu poderei
controlá-la, e uma vez que nós preenchamos esse desejo por riqueza, nós chegamos ao
sentimento que "É isso tudo o que existe?", alguma coisa a mais cresce em nós. Perceba que
não é apenas um outro desejo que está crescendo, mas um desejo maior: um que abrange o
que veio antes dele. Em outras palavras, aqui nós temos um desejo pequeno e um
preenchimento pequeno. E aqui nós temos um desejo que cresceu, e ele requer um
preenchimento maior. E esse aqui é incorporado nesse daqui.

Agora, se eu não posso estar satisfeito com a riqueza, há um novo desejo que surge em mim
e esse é um desejo por poder. Isso não acontece apenas para o indivíduo em suas vidas,
mas acontece para a humanidade como um todo, através da história. A abrangência da
história tem sido a evolução desses desejos. Poder é a habilidade de controlar tanto isso
quanto isso, todos os sistemas que me trarão a maior coleção daquilo. Agora, esse é poder
político, esse é o império, isso é o controle no meu trabalho. Uma vez que eu tenha isso, eu
não mais estarei satisfeito com isso. Eu me torno vazio.

Eu sinto uma falta, e um quarto desejo é colocado dentro de mim: Um desejo maior
expandido por alguma coisa que abranja todos esses, e isso é conhecimento. Conhecimento
é a barreira, em um sentido, do que é que nós definimos como o mundo físico. Esses
desejos: um, dois, três e quatro, todos tem a ver com o que percebemos como prazer. Isso
é, com o que estamos sendo preenchidos e o que nós queremos. O que irá nos satisfazer.

Bem, conhecimento é ciência, ele é religião, é arte, é o ápice do que nós consideramos ser o
que a humanidade pode possivelmente alcançar. Entretanto qualquer pessoa que seriamente
se aprofunde nesse desejo bem grande e tenta preenchê-lo, eventualmente descobre que êle
também está vazio; que não há respostas na ciência para a real causa das coisas. Isso é
porque não há resposta para o propósito, só há respostas mecânicas. E as respostas
somente tem a ver com esses desejos. Religião, embora nos dê crenças, não consegue nos
dar acesso ao que nós realmente queremos: um conhecimento direto.

E então uma vez que uma pessoa se torne vazia, como resultado de ter isso preenchido, algo
muito diferente e muito especial acontece. Um novo desejo surge. Mas esse desejo não é um
desejo desse mundo. Esse é um desejo colocado dentro de nosso coração, o qual é a soma
de todos os desejos que temos. Tanto para esse mundo quanto para o que está além dele.
Um desejo é colocado em nós, de um nível de desenvolvimento completamente diferente: da
realidade maior. E o que aparece dentro de nossos corações é um "ponto no coração" que é
como os Cabalistas o chamam. Esse ponto é uma parte da realidade maior. Isso é, ele tem
um aspecto da espiritualidade de que se esse desejo é preenchido, diferente ddos anteriores,
ele cresce continuamente, até que ele preenche toda nossa experiência, toda nossa
existência, e pode nos trazer para dentro do Mundo Espiritual.

Então o que é uma realidade superior? Bem, os Cabalistas que alcançaram a totalidade da
realidade, nos contam que isso consiste numa qualidade particular. Eles nos contam que nós
fomos criados numa fase exatamente oposta à qualidade que existe nos Mundos Superiores,
e é por isso que nós não percebemos o que está lá. Parece como se não houvesse nada lá.
Nós sabemos, do desenho, do que somos constituídos, do que o homem ou a pessoa ou a
criatura consiste, é egoísmo. É isso que existe dentro da caixa.

O que está dentro da caixa é chamado "a vontade de receber". E essa vontade de receber
nos faz experimentar existência limitada, nos faz experimentar sofrimento, isolação, e todas
as coisas que nós achamos difíceis sobre a vida. E o que existe fora disso, na condição não
subjetiva do egoísmo, é uma realidade objetiva que os Cabalistas nos contam ser "a vontade
de doar". A vontade de doar é altruísmo incondicional. Em outras palavras, a experiência
aqui fora é existência ilimitada, prazer sem limites, e deleite. E ainda, nós não podemos
sentir isso porque nós não temos meios de chegar lá. Ou temos?
Há uma qualidade do Mundo Espiritual que difere também em sua qualidade do mundo físico.
No mundo físico, o movimento, que nos levará de um lugar a outro é puramente mecânico.
Isso é, eu posso pegar dois objetos que são completamente diferentes em suas formas, até
mesmo em seu propósito, e eu posso aproximá-los juntos mecanicamente, e eu posso dizer:
"Nós temos proximidade aqui!" Mas, no Mundo Espiritual, coisas podem somente ser
consideradas como estando próximas sobre condições muito diferentes, porque não há
tempo e não há espaço. Não há nada mecânico lá.

Os Cabalistas nos dizem que o Mundo Espiritual é feito somente de estados de sentimentos,
de esferas de influência que tem a ver com certos atributos, qualidades: qualidades internas.
E que todo movimento na espiritualidade consiste em similaridade ou dissimilaridade entre
dois estados de sentimento ou duas qualidades. Em outras palavras, nós podemos ver isso
na amizade. Se meu amigo sente um certo deleite em comédia, e eu não me importo com
comédia, eu sou somente uma pessoa séria, então não é tão provável que sejamos amigos
muito próximos. Se eu odeio comédia, então nós somos considerados como sendo distantes.
Mas se eu amo comédia, e eu amo os mesmos comediantes e os mesmos filmes que ele,
então a esse respeito do amor por comédia, meu amigo e eu somos estamos próximos nesse
sentimento. Em outras palavras, na espiritualidade, se dois atributos, dois sentimentos são
similares, eles são considerados como sendo próximos. Se eles são diferentes, eles são
considerados como sendo distantes. Mas e isso é a mais bela e mais preciosa coisa para nós,
aquilo que pode de fato nos mover do físico para o espiritual. E isso é que se eles tem
exatamente as mesmas qualidades, e propósito e intenção, então eles são a mesma coisa.
Eles são amarrados, conectados. E é essa lei chamada "a lei da equivalência de forma" que
pode nos levar de nosso estado egoísta de separação para termos a habilidade de construir
um sentido adicional, que possa sentir o que está fora.

O que nós precisamos fazer é construir dentro de nós uma freqüência similar, uma qualidade
similar, um sentido adicional que tenha uma qualidade de doar, dentro dele. Embora nós não
somos ainda capazes de perceber isso nessa simplicidade, os Cabalistas nos contam que só
há duas coisas que existem na realidade. Há somente o Criador e a criatura.

Tudo o que nós percebemos são simplesmente as qualidades do Criador e as qualidades da


criatura. O criador é o mundo superior, e a criatura é o mundo inferior. A qualidade do
Criador é a vontade de doar. A qualidade da criatura é a vontade de receber. Isso é tudo o
que existe. E sair da caixa significa que o que precisamos fazer é mover em espaço
espiritual. E mover em espaço espiritual significa mudar essa qualidade, a vontade de
receber, da qualidade da criatura, para a tornar mais e mais similar à qualidade do Criador.
A forma com que toda a realidade foi oculta de nós ocorreu pela descida por esses mundos;
bem esses mundos são somente feitos de taxas da vontade de receber contra a vontade de
doar.

A escada completa, pela qual descemos nesse mundo pode ser escalada simplesmente
mudando nossas qualidades internas de recepção, egoísmo, o desejo de receber para mim
mesmo, para cada vez maiores taxas da vontade de doar ao invés da vontade de receber.
Então cada um desses estados, degraus da escada, são taxas cada vez maiores da vontade
de doar sobre a vontade de receber. E por esse aumento na similaridade, para poder sentir o
que a qualidade de doar realmente é e que significa amar e dar suporte a tudo o que existe e
construir essa similaridade em mim mesmo, é com isso que a Cabala lida. É um método de
tornar possível sentirmos a vontade de doar e de criar uma similaridade interna à essa
qualidade. E isso é o que continuaremos a investigar enquanto nós olhamos as chaves para a
sabedoria oculta.

Junte-se a nós de novo!


Aula 3
Olá e bem vindo novamente à Cabala Revelada. Eu sou Tony Kosinec.

No nosso primeiro programa, nós mostramos uma visão geral, do que a Cabala trata, o que
ela é e o que não é. E se você se lembra para que a Cabala é, é para a pessoa que faz a
pergunta "Qual é o significado da minha vida?" Então, vamos ver aonde a gente vai a partir
daqui. Vamos começar com uma definição da Cabala e ver qual é essa definição e para onde
ela pode nos levar.

Cabala é uma sabedoria, uma ciência que permite ao homem, uma pessoa, sentir e conhecer
uma realidade superior. É dessa forma que ela trata o propósito da vida, mas claro que isso
traz questionamentos: O que é uma pessoa? O que é um homem? O que é uma realidade
superior? E o que é que permite a uma pessoa sentir, conhecer e entrar em uma realidade
superior?

Se você se lembrar, nós olhamos para esse diagrama antes, em que nós vimos que nós
vivemos nossa existência dentro de uma completa e total realidade, que não depende de
nada, que é irrestrita, em que tudo é completamente interconectado e que é preenchida com
prazer infinito, conhecimento completo e contato com tudo que existe na realidade. E ainda
os Cabalistas nos contam - aqueles que alcançaram esse sistema inteiro - nos contam que
para um certo propósito, nós descemos dessa maneira de existência, dessa maneira de ser,
através de um sistema chamado "mundos". Mundos são "Olamin", da palavra Hebraica
"Olam", que vem da raiz "He'elem", que significa "esconder", "ocultação". Nós descemos
dessa completa conexão com a realidade até que atingimos um lugar, um ponto de
cruzamento chamado "a barreira", e a nossa existência acontece de uma maneira muito,
muito limitada aqui, num lugar chamado "nosso mundo". Nosso mundo é um lugar onde não
tem sensação de forma alguma de nenhum desses outros mundos e esses são Mundos
Espirituais. Todos esses. Isso é o que é considerado ser o mundo físico ou corporalidade.

Se você quer saber o propósito da vida, o significado da sua vida, seria bom se você
soubesse qual é o plano inicial. E parece que isso é uma coisa impossível. É quase uma fonte
de piadas que qualquer um possa responder essa questão sobre o significado e propósito da
vida, mas é aí onde os Cabalistas começam. Aqueles que conseguiram alcançar essa
realidade inteira nos contam que há um plano, um projeto para toda a realidade e para toda
a criação. Eles nos contam que o propósito da vida é de criar uma criatura e preencher essa
criatura com deleite irrestrito. Esse é o completo e total significado, propósito, direção de
tudo que pode acontecer, vai acontecer e só acontece para esse propósito. Nesse
pensamento, nessa intenção, nesse pensamento por trás de toda a criação, todas as regras
para tudo que iria acontecer, foram estabelecidas. Todas as principais leis que governam os
mundos espirituais e físicos, todas estão enraizadas nesse único pensamento. E nada que
acontece nesse mundo, acontece por nenhuma outra razão senão pelo motivo de criar a
criatura e a trazer essa criatura para o deleite irrestrito.

O que é que mantém uma pessoa fora do Mundo Espiritual? O que é uma pessoa? Bem, nós
temos que entender como é nossa percepção dessa realidade; a forma em que nós
percebemos realidade causa uma ocultação para nós.

Isso é uma pessoa. Uma caixa fechada com cinco aberturas. Essas cinco aberturas são
nossos cinco sentidos. Agora, ao redor da pessoa está uma realidade superior, uma realidade
completa, o espiritual, e dessa completa realidade as coisas se aproximam de nós. Isso é o
que parece ser uma realidade exterior de alguma coisa não formada, alguma coisa que se
aproxima da pessoa e através dos cinco sentidos que possuímos, nós determinamos o que
essa coisa é. Em outras palavras, do que a realidade consiste, de acordo com meus sentidos.

Então esse objeto espiritual se aproxima da caixa, mas alguma coisa estranha acontece aqui.
Ela na verdade não entra na caixa. A caixa é um sistema fechado, porque ao invés desse
objeto entrar, ele atinge uma barreira, um tipo de transdutor, como um tímpano, ou uma
retina, ou um nervo na superfície da pele ou numa papila gustativa. Ao invés de pegar a
coisa de fora, essa coisa se torna reduzida e é passada através de um programa. Essa coisa
aqui. E enquanto ela passa por esse programa, ela é interpretada em alguma coisa que nós
possamos entender de acordo com certos princípios dentro do programa. Uma vez que ela
passa através disso, ela deixa nossa caixa ou essa máquina, e o que ela produz é nossa
realidade.

Ao invés de pegar a coisa de fora, essa coisa se torna reduzida e é passada através de um
programa. Essa coisa aqui. E enquanto ela passa por esse programa, ela é interpretada em
alguma coisa que nós possamos entender de acordo com certos princípios dentro do
programa. Uma vez que ela passa através disso, ela deixa nossa caixa ou essa máquina, e o
que ela produz é nossa realidade.

Não importa quão sensível esse sensor seja. Digamos que seja seu olho, ele pode ser o
telescópio Hubble, ou você pode ser completamente míope e incapacitado de ver a coisa
diretamente em sua frente. Não importa o grau de sensitividade, O que importa é o
programa. O que acontece aqui dentro desse sistema subjetivo, na máquina, o que quer que
seja que chegue aqui dentro, só pode ser o que o programa diz que isso é. Não o que isso é,
mas uma redução que pode ser compreendida pelo programa.

Então, o que é este programa que limita isso? Essa é realidade objetiva. E isso é a porção
limitada dela que nós podemos perceber. Esse programa é chamado "egoísmo". É
preocupação própria, "O que há nisso para mim?" "Como isso irá me afetar?" Como
resultado disso, eu estou preso, a pessoa está presa dentro de uma visão subjetiva de todas
essas coisas, somente em relação a como ela sente dentro da caixa. E em nenhum ponto ela
tem qualquer sentido do que realmente existe fora da caixa.

Então nós temos um problema, porque cada um dos nossos cinco sentidos opera exatamente
sob o mesmo programa. Nem um deles pode nos dizer nada sobre o que existe fora daquele
programa. Então, para que possamos saber o que nos circunda, o que a realidade maior é,
nós precisamos desenvolver um sentido adicional, que os Cabalistas chamam de "um sexto
sentido". Não o sexto sentido da mulher que diz sua sorte, mas um sentido que na verdade
possa fazer contato com o que existe fora, que não é limitado por esse tipo de programação.

E para que possamos fazer isso, bem, nós teremos que precisar fazê-lo. Não é possível
trabalhar fora, construir alguma coisa fora dessa caixa enquanto estivermos satisfeitos com
"O que há nisso para mim?". Mas o Pensamento da Criação construiu nela leis que trazem
uma pessoa para esse preenchimento completo. Há uma força motivadora que nos permite
chegar ao ponto em que nós precisaremos sair da caixa. E, se nós compreendermos tanto o
que somos, o que é a "Vontade de Receber", "O que há nisso para mim?", que nós somos
construídos como egoístas, isso é o que na verdade nós precisamos para alcançar esse
preenchimento. Não há nada errado com isso. Nós só temos que aprender como usá-lo,
como nos aproveitarmos dele, e como aproveitar a força de desenvolvimento que o
Pensamento da Criação nos providenciou.

Então, o que é que move coisas na realidade? O que faz coisas acontecerem? Ninguém faz
nada nesse mundo, quer seja isso uma coisa interna ou quer seja isso uma coisa espiritual,
que está além desse mundo. Tudo o que acontece, acontece somente como resultado de,...
bem, vamos olhar pra isso: Você está sentado aí. Você está talvez se mexendo na cadeira,
para onde seus olhos estão se movimentando, talvez você tenha pegado alguma coisa para
beber. Qualquer movimento em que você está agora envolvido está acontecendo somente
como resultado de um cálculo. Que você se tornou inconfortável onde você está, que uma
necessidade surgiu em você, apareceu, e você se moveu para uma nova posição, ou uma
nova situação que você acreditou traria a você mais prazer que aquela em que você estava
antes.

A falta e o preenchimento de prazer e a força do desejo é o que motiva tudo na realidade, e


isso irá eventualmente liberar uma pessoa do mundo corpóreo, da nossa percepção do
mundo físico, das limitações que nós experimentamos, e o sofrimento que vem junto com
elas. E isso irá trazer a pessoa, se usado corretamente, através da barreira e dentro do
Mundo Espiritual desse jeito.

Nós todos sentimos desejos e nós sentimos eles mudarem mas nós não prestamos
realmente atenção à esse sistema, que é colocado em nós pela natureza, bem o bastante de
forma que possamos entender o que ele está fazendo para nós. Nós todos entendemos que
nosso primeiro tipo de compreensão do que é o prazer, são apenas prazeres do tipo
sobrevivência. Na primeira categoria nós requeremos sexo, comida, e abrigo. Todos os
nossos esforços, nosso trabalho, o que percebemos ao nosso redor, o objetivo completo das
nossas vidas tem a ver com encontrar e conseguir essas coisas. E isso é um desejo que nós
temos em comum com os animais. Isso não requer outras pessoas, nós apenas precisamos
disso para sobreviver.

Mas uma vez que tenhamos isso preenchido, nós percebemos que a vida vai muito mais
além disso, e que nós não podemos estar satisfeitos com ela, uma segunda categoria de
desejos aparece. Esse é um desejo por riqueza. É a acumulação da primeira categoria, de
uma forma que eu nunca mais precisarei me preocupar com ela novamente, eu poderei
controlá-la, e uma vez que nós preenchamos esse desejo por riqueza, nós chegamos ao
sentimento que "É isso tudo o que existe?", alguma coisa a mais cresce em nós. Perceba que
não é apenas um outro desejo que está crescendo, mas um desejo maior: um que abrange o
que veio antes dele. Em outras palavras, aqui nós temos um desejo pequeno e um
preenchimento pequeno. E aqui nós temos um desejo que cresceu, e ele requer um
preenchimento maior. E esse aqui é incorporado nesse daqui.

Agora, se eu não posso estar satisfeito com a riqueza, há um novo desejo que surge em mim
e esse é um desejo por poder. Isso não acontece apenas para o indivíduo em suas vidas,
mas acontece para a humanidade como um todo, através da história. A abrangência da
história tem sido a evolução desses desejos. Poder é a habilidade de controlar tanto isso
quanto isso, todos os sistemas que me trarão a maior coleção daquilo. Agora, esse é poder
político, esse é o império, isso é o controle no meu trabalho. Uma vez que eu tenha isso, eu
não mais estarei satisfeito com isso. Eu me torno vazio.

Eu sinto uma falta, e um quarto desejo é colocado dentro de mim: Um desejo maior
expandido por alguma coisa que abranja todos esses, e isso é conhecimento. Conhecimento
é a barreira, em um sentido, do que é que nós definimos como o mundo físico. Esses
desejos: um, dois, três e quatro, todos tem a ver com o que percebemos como prazer. Isso
é, com o que estamos sendo preenchidos e o que nós queremos. O que irá nos satisfazer.

Bem, conhecimento é ciência, ele é religião, é arte, é o ápice do que nós consideramos ser o
que a humanidade pode possivelmente alcançar. Entretanto qualquer pessoa que seriamente
se aprofunde nesse desejo bem grande e tenta preenchê-lo, eventualmente descobre que êle
também está vazio; que não há respostas na ciência para a real causa das coisas. Isso é
porque não há resposta para o propósito, só há respostas mecânicas. E as respostas
somente tem a ver com esses desejos. Religião, embora nos dê crenças, não consegue nos
dar acesso ao que nós realmente queremos: um conhecimento direto.

E então uma vez que uma pessoa se torne vazia, como resultado de ter isso preenchido, algo
muito diferente e muito especial acontece. Um novo desejo surge. Mas esse desejo não é um
desejo desse mundo. Esse é um desejo colocado dentro de nosso coração, o qual é a soma
de todos os desejos que temos. Tanto para esse mundo quanto para o que está além dele.
Um desejo é colocado em nós, de um nível de desenvolvimento completamente diferente: da
realidade maior. E o que aparece dentro de nossos corações é um "ponto no coração" que é
como os Cabalistas o chamam. Esse ponto é uma parte da realidade maior. Isso é, ele tem
um aspecto da espiritualidade de que se esse desejo é preenchido, diferente ddos anteriores,
ele cresce continuamente, até que ele preenche toda nossa experiência, toda nossa
existência, e pode nos trazer para dentro do Mundo Espiritual.

Então o que é uma realidade superior? Bem, os Cabalistas que alcançaram a totalidade da
realidade, nos contam que isso consiste numa qualidade particular. Eles nos contam que nós
fomos criados numa fase exatamente oposta à qualidade que existe nos Mundos Superiores,
e é por isso que nós não percebemos o que está lá. Parece como se não houvesse nada lá.
Nós sabemos, do desenho, do que somos constituídos, do que o homem ou a pessoa ou a
criatura consiste, é egoísmo. É isso que existe dentro da caixa.

O que está dentro da caixa é chamado "a vontade de receber". E essa vontade de receber
nos faz experimentar existência limitada, nos faz experimentar sofrimento, isolação, e todas
as coisas que nós achamos difíceis sobre a vida. E o que existe fora disso, na condição não
subjetiva do egoísmo, é uma realidade objetiva que os Cabalistas nos contam ser "a vontade
de doar". A vontade de doar é altruísmo incondicional. Em outras palavras, a experiência
aqui fora é existência ilimitada, prazer sem limites, e deleite. E ainda, nós não podemos
sentir isso porque nós não temos meios de chegar lá. Ou temos?

Há uma qualidade do Mundo Espiritual que difere também em sua qualidade do mundo físico.
No mundo físico, o movimento, que nos levará de um lugar a outro é puramente mecânico.
Isso é, eu posso pegar dois objetos que são completamente diferentes em suas formas, até
mesmo em seu propósito, e eu posso aproximá-los juntos mecanicamente, e eu posso dizer:
"Nós temos proximidade aqui!" Mas, no Mundo Espiritual, coisas podem somente ser
consideradas como estando próximas sobre condições muito diferentes, porque não há
tempo e não há espaço. Não há nada mecânico lá.

Os Cabalistas nos dizem que o Mundo Espiritual é feito somente de estados de sentimentos,
de esferas de influência que tem a ver com certos atributos, qualidades: qualidades internas.
E que todo movimento na espiritualidade consiste em similaridade ou dissimilaridade entre
dois estados de sentimento ou duas qualidades. Em outras palavras, nós podemos ver isso
na amizade. Se meu amigo sente um certo deleite em comédia, e eu não me importo com
comédia, eu sou somente uma pessoa séria, então não é tão provável que sejamos amigos
muito próximos. Se eu odeio comédia, então nós somos considerados como sendo distantes.
Mas se eu amo comédia, e eu amo os mesmos comediantes e os mesmos filmes que ele,
então a esse respeito do amor por comédia, meu amigo e eu somos estamos próximos nesse
sentimento. Em outras palavras, na espiritualidade, se dois atributos, dois sentimentos são
similares, eles são considerados como sendo próximos. Se eles são diferentes, eles são
considerados como sendo distantes. Mas e isso é a mais bela e mais preciosa coisa para nós,
aquilo que pode de fato nos mover do físico para o espiritual. E isso é que se eles tem
exatamente as mesmas qualidades, e propósito e intenção, então eles são a mesma coisa.
Eles são amarrados, conectados. E é essa lei chamada "a lei da equivalência de forma" que
pode nos levar de nosso estado egoísta de separação para termos a habilidade de construir
um sentido adicional, que possa sentir o que está fora.

O que nós precisamos fazer é construir dentro de nós uma freqüência similar, uma qualidade
similar, um sentido adicional que tenha uma qualidade de doar, dentro dele. Embora nós não
somos ainda capazes de perceber isso nessa simplicidade, os Cabalistas nos contam que só
há duas coisas que existem na realidade. Há somente o Criador e a criatura.

Tudo o que nós percebemos são simplesmente as qualidades do Criador e as qualidades da


criatura. O criador é o mundo superior, e a criatura é o mundo inferior. A qualidade do
Criador é a vontade de doar. A qualidade da criatura é a vontade de receber. Isso é tudo o
que existe. E sair da caixa significa que o que precisamos fazer é mover em espaço
espiritual. E mover em espaço espiritual significa mudar essa qualidade, a vontade de
receber, da qualidade da criatura, para a tornar mais e mais similar à qualidade do Criador.
A forma com que toda a realidade foi oculta de nós ocorreu pela descida por esses mundos;
bem esses mundos são somente feitos de taxas da vontade de receber contra a vontade de
doar.

A escada completa, pela qual descemos nesse mundo pode ser escalada simplesmente
mudando nossas qualidades internas de recepção, egoísmo, o desejo de receber para mim
mesmo, para cada vez maiores taxas da vontade de doar ao invés da vontade de receber.
Então cada um desses estados, degraus da escada, são taxas cada vez maiores da vontade
de doar sobre a vontade de receber. E por esse aumento na similaridade, para poder sentir o
que a qualidade de doar realmente é e que significa amar e dar suporte a tudo o que existe e
construir essa similaridade em mim mesmo, é com isso que a Cabala lida. É um método de
tornar possível sentirmos a vontade de doar e de criar uma similaridade interna à essa
qualidade. E isso é o que continuaremos a investigar enquanto nós olhamos as chaves para a
sabedoria oculta.

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Aula 4
A Força do Desenvolvimento e o Significado do Sofrimento

Olá novamente e bem-vindo à Cabala Revelada. Eu sou Tony Kosinec.

Previamente, nós aprendemos sobre o projeto para a realidade, o Pensamento da Criação, a ação do Criador, a qualidade do Mundo Superior, o que é
espiritualidade.

Esse Pensamento da Criação, o qual é de criar uma criatura e encher essa criatura com deleite sem limites, é a única razão pela qual tudo acontece, e
tudo que aparece na nossa vida é como um resultado disso; tanto é que essas coisas vêm dele e que estão em seu caminho para o preenchimento
disso, quer nós possamos perceber aquela qualidade ou não. E esse é o problema que nós temos porque pensamos — e a mais profunda pergunta que
nós temos sobre nossa vida, e nossa inabilidade de sentir onde nós estamos e para onde estamos indo vem do fato de que nós precisamos perguntar,
"Se o Criador é completamente bom, e só faz o bem, então por que é que vemos o mal? Por que existem maus eventos?"

Para que possamos investigar essa pergunta, os Cabalistas definiram para nós um limite de como nós devemos investigar, para que possamos obter
uma resposta real e não nos confundirmos.

Baal HaSulam nos conta que há uma regra na Cabala e que ela é "O que não pode ser alcançado não pode ser nomeado." O que isso significa?

O objetivo que queremos alcançar é uma sensação direta do Criador, não uma idéia, não um tipo de intelectualização porque não há resposta real em
uma intelectualização. Você não pode se sentir confiante sobre uma idéia. Você precisa poder sentir isso dentro de você do mesmo jeito que você sente
onde estão seus pés, ou como você vê algo que está a sua frente. Ela precisa ser tangível. Somente aí há uma real mudança na percepção, não só
idéias ou abstrações.

O homem não pode verdadeiramente entender os eventos em sua vida porque o homem rejeita metade de toda realidade. Metade de tudo que acontece
que é considerado por ele como sendo mau, o homem rejeita. E isso acontece por causa de um programa interno que nós temos, que é "a vontade de
receber". Essa vontade de receber funciona como um sistema de orientação, isso é, nós somos completamente controlados por ele, e tudo que ele está
fazendo é que está tanto atraindo-nos para algo que achamos prazeroso que nós achamos como prazer, e que nós consideramos como sendo bom, ou
nós estamos fugindo de alguma coisa que não nos dá prazer, que nos dá um vazio, então nós fugimos daquilo.

Nós estamos constantemente procurando somente por aquelas coisas que são consideradas como boas. Então, nossa percepção de qual o propósito de
ambos o que esses eventos são, é imperfeita porque nossa atenção nunca está na imagem completa. Está sempre somente numa pequena parte da
imagem porque nós estamos olhando para ela no nível no problema em si. E esse é um problema enorme para nós porque toda percepção, como nós
podemos ver apenas em natureza simples, vem apenas como um resultado de contraste.

Nós somente conhecemos frio pelo seu oposto, calor. Nós só conhecemos o em cima quando nós o relacionamos com o em baixo. Se nós olharmos
somente para a qualidade do calor em si—se não existisse nada oposto a ele, não tivesse nenhuma qualidade oposta—ele seria uma essência; nós não
teríamos como sentir nada nele. Se não houvesse nenhum movimento, nenhuma maneira de medir nada, o que nós poderíamos saber sobre calor? Não
haveria nada lá; não haveria simplesmente nenhuma sensação. Então essa comparação entre o que nós consideramos como sendo bom e por que
consideramos isso como sendo bom, e o que nós consideramos como sendo mau e porque consideramos isso como mau essa é a coisa que precisa ser
medida.

Nós precisamos ter uma coisa que não seja uma escala deslizante. E isso pode não parecer assim para nós, porque nós somos cegados pela inabilidade
de incorporar a maior finalidade da realidade, mas toda nossa avaliação do bem e do mal de dentro da vontade de receber é completamente subjetiva;
é totalmente uma escala deslizante. Isso é, nós podemos dizer que certos eventos que nós vemos são considerados como sendo maus. Mas se você
realmente olhar para ele profundamente, se você olhar quais suas verdadeiras respostas são (e aqui, isso é o que foi dito por "somente o que pode ser
alcançado pode ser nomeado"), você tem que olhar para a verdadeira experiência.

Pegue como exemplo o desastre do Tsunami. Foram mortas 400.000 pessoas naquele desastre, e todo mundo, se você interrogá-las, elas dirão "isso é
horrível". A perda da vida foi terrível; o sofrimento dos outros foi terrível. É quase inimaginável o alcance disso. Alcance bíblico de destruição. Mas o que
acontece se você fosse um dos proprietários das companhias que reconstruirão os resorts naquelas áreas? É a melhor coisa que aconteceu com você em
cinco anos. Então o que você realmente experimentou? Você pode dizer de acordo com a sua idéia que "oh, eu devo me sentir dessa maneira sobre
ela", e portanto a idéia do que é bom nisso, e a idéia do que é mal nisso. Não, você deve ir pelo que você realmente sentiu. Se você mede outra coisa,
você está medindo alguma coisa imaginária. Agora, as vezes nós podemos ver esse fato que alguma coisa que nós não iríamos primeiramente
considerar como uma má experiência nós podemos compreender como uma boa experiência quando nós observamos os níveis de vida abaixo de nós.

Se nós olhássemos para alguma coisa como um incêndio na floresta, e víssemos uma tremenda quantidade de danos feitos, nós poderíamos dizer,
"bem, você sabe, ele foi mau para as árvores", mas numa finalidade maior das coisas, o que irá acontecer é que havia um propósito para isso; haverá
um crescimento mais denso; nós iremos ter, você sabe, talvez haverá uma maior diversidade na floresta, uma floresta mais densa, e as coisas que
estavam impedindo seu crescimento com sucesso estão agora mudadas. E a única razão pela qual podemos ver um desastre como uma boa coisa é
porque nós o vemos como um processo; nós vemos o maior arco de desenvolvimento nos níveis de vida abaixo de nós.

Abaixo de nós existem níveis parados ou inanimados, existe o nível vegetativo, existe o nível animal e existe o nível humano em que nós vivemos.
Infelizmente este nível é somente um animal complexo. Para que possamos ver o que está acontecendo com nós, e a programação e o nível instintivo, e
a finalidade maior do que está acontecendo para nós em nossas vidas. Não para ver apenas uma única secção de corte onde nós não entendemos o
plano ou o vetor, a maneira com que as coisas estão progredindo em direção do objetivo. Quando nós olhamos para isso no nível humano, nós não
podemos entender; nós não podemos nos puxar pelo nosso próprio cabelo para algum nível superior. Nós temos que poder vê-la de um nível maior, o
qual os Cabalistas chamam "o nível falante".

O nível falante do homem é onde ele começa a ser parte do Sistema Superior e vê que o sistema inteiro de orientação providenciado pelo criador,
aquela Força única que nos move pelas duas presas através da vontade de receber, que nos move, nos atrai para alguma coisa boa, e nos repele de
alguma coisa ruim. Se nós pudermos vê-lo desse nível superior, nós paramos de ver os eventos em nossas vidas como pedaços isolados e tentaríamos
nomeá-los em lugares no tempo e espaço onde nós na verdade não temos nenhuma percepção da razão por qualquer coisa.

Então o que nós fazemos para que possamos chegar nesse Estado Maior? Como nós vemos a partir desse ponto de vista maior? Bem, nós não podemos
fazer isso nós mesmos. Nós só podemos fazer isso com a ajuda do que já está lá, nós temos que poder sentir o que está lá, e então nós podemos nos
tornar como aquilo.

Então o que nós fazemos para que possamos chegar nesse Estado Maior? Como nós vemos a partir desse ponto de vista maior? Bem, nós não podemos
fazer isso nós mesmos. Nós só podemos fazer isso com a ajuda do que já está lá, nós temos que poder sentir o que está lá, e então nós podemos nos
tornar como aquilo.

O despertar é organizado por esses eventos que nós chamamos "bons e maus". Em outras palavras, nossos desejos continuam a ser desenvolvidos e
mudam para que nossa pergunta se torne maior. E cada um desses, o que nós consideramos como sendo golpes nos fazem perguntar num nível cada
vez mais profundo: Qual é a real causa do sofrimento? Por que eu estou sofrendo e como eu posso parar de sofrer? Essa força de desenvolvimento nos
move para frente inconscientemente até que nós não iremos nos acalmar por nada mais mas a resposta a essa pergunta, porque a resposta para essa
pergunta só pode vir do Nível Maior que guia o sistema, que nos faz sentir como se existissem bons e maus eventos

Então agora que essa necessidade consciente e tangível aconteceu dentro da sensação da pessoa que nenhum outro desejo pode substituir, somente a
resposta para essa pergunta, essa necessidade consciente e tangível—agora a resposta tem um lugar para ir, a pessoa pode recebê-la. Mas para que
saibamos por que estamos sofrendo, nós temos que saber o que é bom e o que é mau e nós sabemos que não podemos sentir ou medir isso de acordo
com a escala deslizante. Isso não pode vir da vontade de receber. Isso tem que ser contra algo que não muda. Isso nós sabemos é a qualidade do
Criador, que sempre e somente dá. É doação incondicional, e a qualidade da criatura é de receber a vontade de receber para si sozinha. É a medida do
contraste entre estas duas qualidades que começa a nos dar um senso de onde nós estamos, porque a única coisa que há para sentir e perceber é o
Criador. A questão é como eu O sinto? O que eu sinto como Ele?

Nós vivemos num mar de Luz. Isso significa que nós estamos sempre recebendo deleite dentro de nosso vaso, nosso Kli. Isso é nossa vontade de
receber. E a Luz Superior está constantemente nos enchendo com deleite, isso é, com a sensação que é na verdade uma sensação da luz em si. É
sempre o Criador, exceto que ele depende do que nós dizemos que ele é; ele depende de qual a vestimenta, do que chamamos a coisa que está
acontecendo.

Todos os eventos da nossa vida são enviados para nós de uma maneira que nós os sentimos diretamente, como Luz Direta. Mas se nós os sentimos
dessa forma, isso significa que nós os sentimos pela vontade de receber, e nós não sabemos porque eles estão sendo dados. O que nós procuramos
fazer é sentir o pensamento dentro dele, isso é: Qual é a qualidade aqui? Qual é a qualidade de doação que é a intenção do Criador por trás de nos dar
nesse evento? Como isso é conectado com a força de desenvolvimento que está nos trazendo para o preenchimento?

Se nós pudermos entender e ter uma sensação disso, então nós entenderemos o evento e nós também nos elevaremos para aquele nível. E tudo que
nós buscamos fazer nos eventos da vida é justificar o Criador. Isso é o que é um homem justo, o que é um Tzadik. É aquele que, independentemente
dos eventos da vida, sente o Pensamento por trás da entrega evento, a força benevolente da orientação do Criador. E somente a diferença entre o que
nós sentimos em nosso Kli, e qual é o pensamento do Criador, isso é, qual é nosso pensamento comparado com qual é o pensamento do Criador, essa é
a fonte do sofrimento.

Esse contraste entre minha natureza—minha intenção de recepção da Luz, e a intenção do Criador de doação da Luz—essa discrepância me causa
desconforto, sofrimento e assim por diante. Essa qualidade de doação, a qualidade de dar da Luz Superior é a lei geral do universo, e tudo dentro do
universo segue disso. Todas as leis. E é necessário em toda vida encontrar um equilíbrio, uma homeostase entre o que está fora e o que está dentro.
Então de acordo com o grau com que nós não mantemos essa lei da vida, isso é nos tornarmos como ela, nosso mundo e todos os aspectos dele
sofrem; não apenas o homem, mas seus arredores—seu mundo, seu país, sua família, toda a realidade.

Uma das maneiras de atrair a Luz Superior, que nos permitirá nos elevarmos a um nível onde possamos começar a compreender e sentir o Criador, é
pelo estudo de textos Cabalísticos. A única razão para estudar um texto Cabalístico é para atrair a Luz que reforma; não para nenhum conhecimento
intelectual, mas para a transformação que ocorre no interior.

Enquanto nós começamos a ler esse texto, traga sua pergunta, a coisa que você mais precisa saber, lembre-se dela e traga-a para a leitura, não
importa o que você entende intelectualmente, só importa o que você precisa e o que você sente.

Esse artigo é chamado “Não há Ninguém Mais Além Dele”, e foi dito por Baal HaSulam e foi registrado por seu filho, Rabash.
É escrito que “não há ninguém além Dele”, significando que não há outro poder no mundo que tenha a habilidade de fazer nada contra Ele. E o que o
homem vê, isto é, que há coisas no mundo, que negam o domínio do alto, é porque ele assim o quer.

Em outras palavras, é construído propositalmente que nós vejamos um sistema em que sentimos que há bons e maus eventos. E nós sentimos que há
uma força se opondo ao nosso bem, que há alguma coisa que nos impede de nos sentirmos bem. E a razão disso acontecer é porque a Força Superior
em si quer que isso aconteça; há um propósito, ela quer assim, porque não há outra força que possa na verdade fazer isso acontecer.

E é considerada uma correção, chamada “a esquerda rejeita e a direita aproxima”, significando que o que a esquerda rejeita é considerado correção.
Isso significa que há coisas nesse mundo, que desde o início almejam a desviar uma pessoa do caminho certo, e elas a rejeitam da santidade.

Ele está dizendo aqui que essa experiência de não poder sentir o Criador diretamente, desse sentimento dessa Força nos impedindo, isso é chamado “a
correção”. Essa é uma Força pela qual alguma coisa acontece que nos permite transformar; é parte desse sistema de orientação, e é chamado que “a
esquerda rejeita [isso é, nos afasta] e a direita aproxima” [aproxima ao Criador].

Nós estamos falando aqui sobre uma pessoa que deseja sentir o Criador, não apenas os eventos normais da vida, ainda que eles sejam estruturados do
mesmo jeito, porque todos os níveis da natureza funcionam por exatamente o mesmo princípio.

Mas “isso significa que há coisas nesse mundo, que desde o início almejam desviar uma pessoa do caminho certo, e elas a rejeitam da santidade.” Isso
significa, quando uma pessoa deseja sentir uma sensação do Criador, saber as leis que governam sua vida, experimentar santidade, que é Kedusha,
que significa estar separado, estar à parte; essa qualidade de Kedusha é a qualidade da vontade de Doar. Ela é completamente separada desse mundo;
ela é completamente superior a ele. Então há coisas que estão propositalmente nesse sistema que causam uma pessoa a não poder sentir essa
santidade.

Mas “isso significa que há coisas nesse mundo, que desde o início almejam desviar uma pessoa do caminho certo, e elas a rejeitam da santidade.” Isso
significa, quando uma pessoa deseja sentir uma sensação do Criador, saber as leis que governam sua vida, experimentar santidade, que é Kedusha,
que significa estar separado, estar à parte; essa qualidade de Kedusha é a qualidade da vontade de Doar. Ela é completamente separada desse mundo;
ela é completamente superior a ele. Então há coisas que estão propositalmente nesse sistema que causam uma pessoa a não poder sentir essa
santidade.

Esse impedimento—uma vez que há um desejo, uma vez que há uma intenção de conhecer o Criador—esse impedimento faz o que nós vimos no
completo sistema da natureza: ele causa uma necessidade. Isso significa que há uma necessidade específica que está sendo construída. Não uma
necessidade por isso ou por aquilo, por carros, por dinheiro, por comida, por sexo, por conhecimento, por poder, não: ele está construindo um desejo
particular.

O benefício dessas rejeições é que através delas uma pessoa recebe uma necessidade e um completo desejo por Deus para ajudá-la...

O desejo que está sendo construído é o desejo diretamente para Deus, diretamente para Deus (em Hebraico, Yashar Kel), o desejo diretamente para o
que está acima.

Uma vez que ela vê que de outra forma ela está perdida. [Em outras palavras, elas precisam de uma conexão com a Força Maior que guia tudo]. Não
somente ela não progride em seu trabalho, mas ela vê que ela regride...

Isso é, quanto mais alguém precisa disso, mais a Luz mostra a diferença entre sua condição interior e o estado da Luz. Isso é chamado “a revelação do
mal”. Para que precisamos disso? Nós precisamos disso porque esse é nosso meio de medida. É por esse contraste que nós sabemos alguma coisa.

Nós medimos a alcance do amor, o Pensamento da Criação completo, contra a barreira em que nós começamos a sentir nossa própria natureza. Então
não somente a natureza do Criador e dos Mundos Superiores é revelada para nós através desse processo de contraste, nossa própria natureza é
revelada. E quanto mais o desejo de receber cresce, especificamente com esse desejo de receber contato com o Criador, maior é a quantidade de
sensação do Criador que pode preenchê-la.
Não somente ela não progride em seu trabalho, mas ela vê que ela regride... [Em outras palavras, ela vê a diferença entre ela e o Criador] e para ela
falta a força para observar Torah e Mitzvot, mesmo se não for para Seu nome. [Isto é, a pessoa sente que não apenas ela não sente o Criador
diretamente, mas ela não pode nem mesmo enganar a si própria que ela está fazendo isso por qualquer razão em ordem de alcançar o Criador. Ela
sente o maior grau da diferença, mas isso é uma bênção, porque é pela expansão da vontade de receber e sua correção que nós na verdade
progredimos) Que somente superando todos os obstáculos genuinamente, acima da razão, ela pode observar Torah e Mitzvot. [Isso é, não por sua
força, não por seu conhecimento, não por qualquer tipo de idéias ou teorias, mas somente pela recepção tangível da Luz, que tinha que ser acima da
sua razão; essa conexão é acima da vontade de receber e todos os pensamentos conectados em como conseguir aquelas coisas que nós queremos.]

Essa força, que nós experimentamos como bons e maus eventos é a mão esquerda e direita do Criador, que nos guia por meio de altos e baixos através
dos eventos normais de nossas vidas se corretamente entendidos uma vez que nós tivermos esse desejo de ir direto a Deus. Não importa o que é que
aconteça em nossa vida com esse desejo, então essa necessidade particular única precisa crescer até que ela possa eventualmente abranger e engula o
mundo imaginário inteiro e nos traga para o completo contato com a realidade.

Isso é somente um gostinho da beleza desses artigos. Nós vamos continuar nossa descoberta do que existe dentro desses artigos e dentro da Cabala.
Junte-se a nós novamente!

Aula 5
Olá outra vez e bem vindo à Cabala Revelada. Eu sou Tony Kosinec.
Vamos iniciar lendo uma citação do Baal HaSulam, da Introdução ao
Talmud Eser Sefirot (O Estudo dos Dez Sefirot) Ele disse: Então
devemos perguntar: por que os Cabalistas obrigam cada pessoa a
estudar a sabedoria da Cabala? Certamente há uma grande coisa
nisso, digno de ser publicado: Existe um maravilhoso e valioso
remédio para aqueles que se envolvem na sabedoria da Cabala.
Embora não entendam o que estão aprendendo, através da ânsia e
do grande desejo de entender o que eles estão aprendendo, eles
despertam sobre si as Luzes que circundam suas almas.
Enquanto eles não tiverem alcançado a perfeição, estas Luzes que
são destinadas a alcançá-los são consideradas Luzes Circundantes. O
que significa é que elas ficam prontas, e esperam até que o seu vaso
de recepção seja purificado. Nesta hora estas Luzes irão revestir os
vasos capazes.
Daí, mesmo quando uma pessoa não tem os vasos, quando ela se
engaja nesta sabedoria, mencionando os nomes das Luzes e dos
vasos relacionados à sua alma, as Luzes imediatamente brilham
sobre ela de uma certa forma. Entretanto, elas brilham para a pessoa
sem revestir o interior da sua alma por falta dos vasos capazes de
recebê-las. Apesar disso, a iluminação que uma pessoa recebe
durante o envolvimento atrai para ela a graça do Alto, doando
abundância, santidade e pureza, o que a leva muito mais perto de
atingir a perfeição.
Nesta lição iremos olhar para as quatro fases de criação de uma
criatura. Este é um macro-padrão para tudo que existe na criação: o
modo pelo qual a criação passou a existir; o modo pelo qual a
criatura foi criada; e o modo pelo qual tudo o que brota disso é criado
em todos os aspectos da criação.
Aqui o que os Cabalistas nos contam. [Tony desenha] Primeiro de
tudo necessitamos saber que existem segredos da Torá, mas não
iremos falar sobre estes segredos e eles estão acima da nossa
capacidade de absorvê-los. Nenhum livro Cabalístico fala sobre os
segredos da Torá, apenas sobre os sabores da Torá.
Estes segredos são chamados Sua Essência, or Atzmuto. É proibido
falar sobre isso. O que proibido significa é que é impossível. Não
existem palavras para isso. Nós não temos Kelim(vasos) para isso.
Isso pode apenas ser conhecido por atingimento.
Nós começamos aqui [Tony desenha o símbolo para infinito]. Nós
começamos com o Criador. Os Cabalistas nos ensinam que o
Pensamento inicial do Criador, aqueles que alcançaram esse nível,
nos dizem que tudo começou com uma intenção, e que esta intenção
foi de criar a criatura e de trazer prazer para ela. Isto é o que é
chamado Behina Shoresh. Esta é a raiz de toda realidade.
Agora já que este desejo de criar a criatura e de dar a ela o prazer é
o impulso inicial da criação, imediatamente o que ocorreu é que havia
um desejo de receber este prazer. Então este pensamento é o que
agora nós chamamos de “Luz”, e isso é um desejo de receber. Este é
o nosso vaso. Esta é a criatura inicial. Esta fase é uma na qual a Luz
total da criação enche um vaso capaz de suportar a Luz inteira, mas
este vaso é quase nulificado contra isso, ele é tão incorporado com
ela que realmente estas coisas passam a existir na mesma hora e
dependem uma da outra completamente.
Você tem aqui uma força de dar, um desejo de dar, que pressiona em
uma recepção e cria um desejo oposto, o desejo de receber. Estas
coisas estão unidas. Elas são uma espécie de parte e parcela da
mesma idéia, mas oposta. Isso é chamado o segundo discernimento,
o qual é Behina Aleph. Aleph é a primeira letra do alfabeto Hebreu e
ela tem o valor 1, e este é o primeiro discernimento.
O que acontece quando a Luz entra neste primeiro Kli, o desejo de
receber é que sente o prazer, mas a Luz também dá alguma coisa
sobre sua própria natureza dentro do Kli, e alguma coisa acontece
como resultado desta sensação.

Quando esta Luz caminha para baixo e alcança o preenchimento total


dentro deste desejo de receber, o vaso começa sentir algo sobre a
natureza da Luz.
Como isso é apenas o desejo de receber, ele faz um movimento
baseado no seu programa, e percebe que existe um Doador, logo o
primeiro discernimento é “existe um Doador”; em outras palavras,
esta é a primeira coisa que não é o Criador. Ele tem a sensação que
existe um modo de dar e um modo de receber. Ele existe, em relação
a alguma coisa.

Vamos olhar para a primeira e segunda parte em termos de Sefirot.


O primeiro discernimento é chamado “Keter” ou “coroa”. O segundo
discernimento é chamado “Hochma”. Hochma significa sabedoria.
Então esta Luz que é sentida pela primeira criatura aqui, esta
primeira fase da criatura, é um prazer que é uma resposta às
qualidades do Criador, e esta Luz que ele sente, que o penetra, é
chamada “a Luz da Sabedoria” (em Hebraico, “Ohr Hochma”). Então
sempre que você escutar a palavra “sabedoria” em textos
Cabalísticos, ela esta falando sobre a qualidade desta Fase.

Agora alguma coisa acontece aqui, e como resultado de sentir que há


um Doador, ele também sente o prazer do desejo de dar, e ele quer
este prazer porque é um desejo de receber. Então neste desejo um
novo discernimento aparece. Para conseguir chegar a isso – pois ele
sentiu esta falta dentro de si (primeiro estava completamente cheio,
depois sentiu uma falta pelo que ele sentiu na qualidade da Luz) -
para alcançar isso, para tentar alcançar isso para si mesmo, ele
realiza que ele não quer receber. O que ele quer é o prazer de dar,
então ele faz um movimento para ser capaz de experimentar esse
prazer de dar, mas como ele foi construído unicamente para receber,
a única coisa que ele pode fazer é não receber. Em outras palavras,
ele rejeita a Luz. Esta fase e chamada “Behina Bet”. Bet é também a
segunda letra do alfabeto Hebreu e a percepção que ele tem é que
dar é melhor do que receber. É o desejo de dar.

Agora aqui temos uma coisa muito interessante ocorrendo. Temos


duas fases que mudaram (Fase 1 movendo para Fase 2) para o seu
completo oposto. Fase 1 é o desejo de receber e Fase 2 é o desejo de
dar. Esta Sefira (Fase 2) é chamada “Bina”. Bina vem da palavra
Hitbonenut que significa “observar”. E o que ele realmente observa e
o que ele discerne é uma qualidade do Criador, que a qualidade do
Criador é dar. Então esta é a qualidade de dar, nesta Sefira Bina,
esta Behina Bet, esta Fase 2.

Neste estado de vazio existe outro discernimento que vem para o


vaso. Agora eu quero que você perceba o que está sendo falado
sobre cada um destes Behinot, em cada um destes discernimentos,
não é sobre a ação da Luz. Esta ação da Luz é sempre a mesma. Ela
sempre usa esta Lei primária – o desejo de criar uma criatura e
completá-la. Esta é a única coisa que a Luz faz. O que estamos
falando é sobre mudanças de discernimentos dentro do Kli, dentro do
desejo, dentro da criatura. Então aqui dentro de Behina Bet, na falta
da Luz, existe um discernimento que acontece que sua natureza é
atualmente receber, e que ele não pode existir sem a Luz da
Sabedoria.

Esta rejeição da Luz, este retorno da Luz, é chamado, “a Luz da


Misericórdia” (em Hebraico, “Ohr Hassadim”), então ela sabe que ela
não pode existir assim, ela deve receber. Mas ela não quer ser um
receptor, então ela tem que encontrar um jeito no qual sua recepção
seja atualmente uma forma de doação. E isto nos leva ao próximo
discernimento.

Este é Behina Gimel – a terceita letra do alfabeto Hebraico. Este


discernimento nos leva para a fase dualista. Esta fase incorpora estes
dois opostos, tanto a recepção de Ohr Hochma, como também a de
Ohr Hassadim. Então estes dois desejos opostos estão incluídos aqui
nesta fase mista. Por quê? O que está acontecendo aqui? Neste modo
de recepção, Behima Gimel encontrou o caminho para transformar
sua recepção em uma maneira de dar.

A única coisa que existe na criação é a criatura e o Criador – A Luz e


o vaso – só isso. E mesmo se a criatura sente que esta fazendo o ato
de dar somente dentro de si mesmo, realmente o único que existe
para dar do ponto de vista da criatura é o Criador. Behina Gimel
decide que ele irá copiar o ato do Criador, que ele entende que o
Criador quer que ele seja preenchido com prazer, que ele deve
receber este prazer, e que aquela parte do Pensamento da Criação é
criar a criatura e dar para a criatura. Bem o único tipo de criatura que
ele pode realmente criar é alguma coisa dentro de si próprio.
Então ele faz a decisão que ele irá receber uma parte da Luz, vamos
dizer 20% da Luz, sob a condição que ele somente o faça para
realizar o Pensamento da Criação, este desejo do Criador de criar a
criatura e enche-la de prazer. Então ela irá recebê-lo com a intenção
de que para sua recepção ela complete este Pensamento. E este é o
único modo no qual a recepção pode ser dar. Mas dar é uma
intenção. Não importa qual é o ato; é uma intenção. Então esta está
realmente em similaridade de forma com esta Fase 0(Keter) até certo
grau.
Estes 80% de Ohr Hassadim (Luz de Retorno) ainda é prazer, ainda é
Luz vindo para dentro dele, mas ela não presta atenção a isso aqui.
Esta fase, no Sefirot é chamada Zeir Anpin, é ela realmente consiste
em vários Sefirot: de Hesed, Gevura, Tifferet, Netzach, Hod e Yesod.
Ela é uma fase mista que permite a recepção a fim de doar.

Nesta simulação do ato de doação que Behina Gimel faz, um novo


discernimento nasce. Ela sente aqui uma outra qualidade da Luz por
causa da sua ação e esta qualidade é realmente o Pensamento do
Criador em si. Ela chega ao entendimento que não é somente dar, e
também não só receber uma certa porção a fim de completar o
desejo do Criador em dar a ela, mas que o Pensamento da Criação é
preencher a criatura completamente com prazeres ilimitados e ela
então realiza que ela deve aceitar esta Luz a fim de completar o
Pensamento da Criação. Ela deve aceitar a Luz completa.

Então aqui, a Luz entra e enche o vaso por completo. Esta é Behina
Dalet, 4, mas esta é muito diferente da Behina Aleph. Mesmo que ela
parece a mesma, alguma coisa muito diferente ocorreu aqui porque
[Tony aponto para o desenho] em Behina Shoresh, Aleph, Bet e
Gimel, todas estas ações não foram ações independentes. Estas eram
todas feitas pelo Criador. A Força da Luz, a resposta e o desejo criado
em cada uma destas, eram ações feitas pelo Criador. Em Behina
Dalet alguma coisa totalmente nova acontece. Este é um desejo
independente de ser e fazer precisamente o que o Criador colocou lá.
Aqui, na intenção de receber toda esta Luz, existe a possibilidade da
equivalência de forma com o próprio Pensamento da Criação em si.

Neste ponto, tudo muda para a criatura. Ocorre uma restrição, uma
mudança na natureza do desejo que acontece aqui. Ao invés de
receber, como ela fez, a Luz Direta e tentando alcançar isso para si
própria, ela agora sente, por causa do ultimo discernimento que ela
teve, ela sente a estatura do Criador. E agora ela não quer mais a
parte que faz a criação, a Luz Direta, o que ela quer é a mente do
Criador, a parte pensante da criação. Ela quer chegar à equivalência
de forma com o Criador, o que é de fato, a intenção do Criador em
primeiro lugar. Então aqui nós temos o começo de tudo o mais na
criação. Nós temos uma criatura independente.

Por isso, esta quarta fase do Sefirot é chamada “Malchut”. Malchut


vem da palavra “Rei” ou “Reino”. Significa que tudo é regulado aqui
pelo desejo. Agora aqui, esta nova intenção de não receber para si
própria, porque ela sente a estatura do Criador, ela se sente
envergonhada da maneira de recepção, e isso é chamado uma
restrição – a Primeira Tzimtzum – e de agora em diante ela busca o
Pensamento atrás da criação, e não as ações da criação.

Assim aqui nós temos este Malchut, o começo da criação. E este


vaso, este numero quatro Behina, é chamado “Olam Ein Sof”, ou
seja, “Mundo Sem Fim”, e todos os Mundos e almas estendem-se
daqui.

Toda parte da criação usa exatamente esta forma. Este processo,


este macro-padrão, é também as quatro letras do nome de Deus.
Vocês viram isso. Existe a ponta do Yod, Yod, Key e Vav, e o baixo
Hey — o HaVaYaH. Quando vemos este nome, ele representa estas
séries de forças.

Todos os nomes e palavras em Cabala são como formulas em física.


Eles falam sobre os relacionamentos da Luz no Kli. Assim, aqui você
vê que os Cabalistas nos deram um mapa do Alto para baixo – de
como chegamos a existência. Mas não é somente isso. Também
descreve os estados que a pessoa deve alcançar em sua ascensão.
Ele nos dá propósito, nos dá a raiz, nos dá lugares ao longo do
caminho. E é o que a criatura faz quando faz a restrição. Começa a
construir um sistema de mundos para que atingir o Pensamento da
Criação, mas como um desejo independente e torna-se igual ao
Criador.
Esta é uma citação do Rav Laitman: “O Homem inclui tudo dentro de
si. Se o homem faz as correções, isso significa que a criação inteira
se aproxima do Criador. Entretanto, o homem tem que corrigir
apenas ele mesmo. O homem que se eleva, traz consigo todos os
mundos. É por isso que é dito que todos os mundos foram criados
para o homem”.

Una-se a nós na próxima vez onde iremos aprender sobre a


ferramenta primaria para o atingimento – a construção da tela, o
sensor que nos permite sentir o Pensamento do Criador e atingir
equivalência de forma com Ele.
Vejo vocês lá.

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