Você está na página 1de 11

ISSN 1984-7203

C O L E Ç Ã O E S T U D O S C A R I O C A S

Novas estimativas do IBGE para a


população do Rio de Janeiro
Nº 20080101
Janeiro - 2008

Fernando Cavallieri, Fabrício Leal de Oliveira - IPP/Prefeitura da Cidade do


Rio de Janeiro

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO


Secretaria Municipal de Urbanismo
Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos
EXPEDIENTE

A Coleção Estudos Cariocas é uma publicação virtual de estudos e pesquisas sobre o Município do Rio de
Janeiro, abrigada no portal de informações do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos da Secretaria
Municipal de urbanismo da Prefeitura do Rio de Janeiro (IPP) : www.armazemdedados.rio.rj.gov.br.
Seu objetivo é divulgar a produção de técnicos da Prefeitura sobre temas relacionados à cidade do Rio de
Janeiro e à sua população. Está também aberta a colaboradores externos, desde que seus textos sejam
aprovados pelo Conselho Editorial.
Periodicidade:
A publicação não tem uma periodicidade determinada, pois depende da produção de textos por parte dos
técnicos do IPP, de outros órgãos e de colaboradores.

Submissão dos artigos:


Os artigos são submetidos ao Conselho Editorial, formado por profissionais do Município do Rio de Janeiro, que
analisará a pertinência de sua publicação.
Conselho Editorial:
Ana Paula Mendes de Miranda, Fabrício Leal de Oliveira, Fernando Cavallieri e Paula Serrano.

Coordenação Técnica:
Cristina Siqueira e Renato Fialho Jr.

Apoio:
Iamar Coutinho

CARIOCA – Da, ou pertencente ou relativo à cidade do Rio de Janeiro; do tupi, “casa do branco”. (Novo
Dicionário Eletrônico Aurélio, versão 5.0)
NOVAS ESTIMATIVAS DO IBGE PARA A POPULAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

Fernando Cavallieri1, Fabrício Leal de Oliveira - IPP/Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

As novas informações da Contagem da População realizada em 2007 levaram o


IBGE a rever suas estimativas para a população do Município do Rio de Janeiro –
agora estimada em 6.093.472 moradores para abril de 2007 -, o que representou uma
redução em relação à estimativa anterior do IBGE, que previa, para um ano antes,
6.136.652 moradores.
Este texto (i) apresenta sinteticamente os métodos utilizados pelo IBGE para
estimação da população de unidades da federação e municípios, (ii) compara as
estimativas atuais realizadas pelo IBGE com estimativas anteriores realizadas em 2006
e em 2004 e (iii) apresenta considerações sobre a necessidade de incorporação de
variáveis territoriais para a realização de estimativas populacionais.

O método

Até o ano de 2006, o IBGE adotou um método para projetar as populações das
Unidades da Federação baseado “na projeção da tendência da participação do
crescimento das partes (Unidades da Federação) em relação ao crescimento total [do
Brasil] observado entre dois censos consecutivos e (...) em uma projeção da população
do total do país”. Para o cálculo das estimativas populacionais para todos os anos,
desde 2001, foram consideradas as tendências de crescimento relativo observadas
entre 1991 e 2000 e projeções elaboradas pelo método das componentes
demográficas (IBGE, 2007a: 2), que permite estimar a população a partir da interação
entre as projeções dos níveis e padrões da fecundidade, mortalidade e migração.
Em 2007, as estimativas populacionais do IBGE passaram por uma revisão em
função da realização da Contagem da População2 de 5.4143 municípios com até 170
mil habitantes - segundo as estimativas de julho de 2005 - e mais 21 municípios em
estados onde apenas um ou dois municípios possuíam população estimada acima do
patamar definido.
Segundo o IBGE, a realização anual da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) e os registros de nascidos vivos e de óbitos “permitem monitorar os
resultados da projeção atual” para as componentes fecundidade e mortalidade e
sinalizam para a necessidade de revisão das projeções populacionais (IBGE, 2007a:
6). Com relação à componente migração, a utilização da PNAD não “constitui um
caminho seguro” (IBGE:11), embora forneça insumos para o “perfil socioeconômico e
demográfico do Migrante” (IBGE, 2007a: 11).

1
Fernando Cavallieri é diretor e Fabrício Leal de Oliveira é assessor da Diretoria de Informações Geográficas do
Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Este texto se beneficiou
do debate realizado no âmbito do Instituto Pereira Passos e contou com a contribuição de Naomi Akasaka na
elaboração dos mapas temáticos.
2
A Contagem da População teve como data de referência a noite de 31 de março para 1 de abril de 2007.
3
Incluído o distrito de Fernando de Noronha, subordinado ao Estado de Pernambuco.

JAN - 2008 1
Para a elaboração das projeções populacionais das 13 Unidades da Federação
não totalmente cobertas pela Contagem de 2007 (12 Estados4 e o Distrito Federal), foi
adotado o método das componentes demográficas, tendo como insumos básicos
indicadores sócio-demográficos baseados nos resultados das PNADs (IBGE, 2007a: 6).
As novas estimativas para as Unidades da Federação, os resultados da Contagem e as
tendências observadas no período inter-censitário (1991-2000) foram as referências
para a realização das estimativas para os 128 municípios não contados5.
Segundo o IBGE, o
“método de tendência de crescimento demográfico adotado para estimar os efetivos
populacionais dos 128 municípios tem como princípio fundamental a subdivisão de
uma área maior cuja estimativa já se conhece a partir da projeção elaborada pelo
método das componentes demográficas, em n áreas menores, de tal forma que seja
assegurada ao final das estimativas das áreas menores a reprodução da estimativa,
previamente conhecida, da área maior através da soma das estimativas das áreas
menores” (IBGE 2007a:12, appud Madeira e Simões, 1972)

Como um dos principais objetivos da Contagem foi a atualização das estimativas


populacionais para subsidiar a repartição do Fundo de Participação dos Municípios –
FPM pelo Tribunal de Contas da União, mesmo os municípios contados incluíram nos
dados divulgados um componente relativo à estimativa da população residente em
domicílios fechados. Segundo o IBGE, os domicílios fechados “correspondem a 0,9%
do total dos domicílios ocupados nos municípios abrangidos pela Contagem” (IBGE,
2007b: 3)6.

Comparação entre as estimativas para o Rio de Janeiro

No caso do Município do Rio de Janeiro, como mostra a tabela abaixo, a


estimativa para 2007 foi menor do que a apontada pelo IBGE para o ano anterior. Esta
diminuição aproxima as estimativas atuais com as estimativas elaboradas em 2004 no
âmbito do convênio entre a Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências
Estatísticas (SCIENCE) do IBGE e o Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passo
(IPP) da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro7, que sempre foram mais baixas do
que as estimativas oficiais enviadas para o TCU.

4
Além do Estado do Rio de Janeiro, não foram inteiramente contadas as populações dos seguintes Estados: Pará,
Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e
Goiás.
5
A Contagem abrangeu cerca de 59% do total da população brasileira projetada. Os outros 129 (128 municípios e o
Distrito Federal), embora correspondam a apenas 2 % dos municípios do país, representam 41% da população
brasileira.
6
Segundo o IBGE, “nas divulgações de resultados de Censos Demográficos, os totais da população para cada um
dos municípios brasileiros foram sempre divulgados considerando os domicílios ocupados (...). As informações sobre
o número de domicílios fechados, vagos e de uso ocasional (...) contribuem indiretamente para os procedimentos de
avaliação de estimativas municipais de população” (IBGE, 2007b: 1).
7
O estudo, de autoria de Ana Amélia Camarano, Solange Kanso, Kaizô Iwakami Beltrão e Sonoe Sugahara, está
disponível no sítio http://www.armazemdedados.rio.rj.gov.br.

JAN - 2008 2
Estimativas populacionais para o Município do Rio de Janeiro, segundo diferentes fontes
Fontes 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
IBGE (1) 5.897.485 5.937.253 5.974.081 6.051.399 6.094.183 6.136.652 6.093.472 (3)
SCIENCE/
IBGE/IPP(2) 5.865.191 5.872.481 5.879.770 5.887.060 5.894.349 5.909.592 5.924.834
Diferença
IBGE – IPP 32.294 64.772 94.311 164.339 199.834 227.060 177.542
Elaboração: IPP/DIG
(1) Estimativa anual do IBGE considerada pelo Tribunal de Contas da União para cálculo da participação do FPM.
(2) Convênio entre IPP e IBGE/SCIENCE, pelo método das componentes demográficas, 1ª hipótese
(3 ) Estimativa para abril de 2007 com base na Contagem da População de 2007

Taxas de crescimento

As estimativas para o Estado do Rio de Janeiro resultaram em uma taxa média


geométrica anual de crescimento populacional para o período atual (2000-2007) menor
do que a antes prevista para o período 2000-2006. Todos os municípios fluminenses
não contados também tiveram suas taxas de crescimento revistas para baixo, apesar
de terem sido registrados muitos casos de municípios contados onde o aumento
populacional foi muito maior do que o estimado para 2006, como é o caso da maioria
dos municípios mais beneficiados pelos royalties do Petróleo, como veremos mais
adiante.
O IBGE aponta que Estado, Região Metropolitana e Município do Rio de Janeiro
estão diminuindo o ritmo de crescimento para patamares inferiores aos observados na
década de 1980, destacando-se a inversão das expectativas para o Município e o
Estado do Rio de Janeiro (previsão de pequeno aumento das taxas em 2006 e de
queda expressiva em 2007).

Taxas geométricas anuais de crescimento populacional: Estado, Região


Metropolitana e Município do Rio de Janeiro
Taxas estimadas
Unidades Taxas observadas Estimativa 2006 Estimativa 2007(1)
geográficas 1980/1991 1991/2000 2000/2006 2000/2007
MRJ 0,67% 0,74% 0,78% 0,59%
RMRJ 1,01% 1,12% 1,14% 0,84%
ERJ 1,15% 1,30% 1,31% 1,02%
(1) População ajustada para julho de 2007 para permitir a comparação com a estimativa relativa
ao período 2000/2006.

Proporção do Município sobre Estado e Região Metropolitana

Entre 2000 e 2007, as estimativas apontam que as proporções da população do


Município do Rio de Janeiro sobre as populações do Estado e da Região Metropolitana
praticamente não mudaram, permanecendo em torno de 40% e 55%, respectivamente.
Isso se explica por que também houve uma revisão para baixo das populações do
estado e da região metropolitana.

JAN - 2008 3
População recenseada (2000) e estimada (2007): Estado, Região Metropolitana e
Município do Rio de Janeiro
Unidades Geográficas Proporções do MRJ sobre:
Ano
ERJ RMRJ MRJ ERJ RMRJ

2007(1) 15.406.488 11.333.124 6.093.472 40% 54%


2000 14.391.282 10.710.515 5.857.904 41% 55%
(1) População estimada para abril de 2007.

Considerações territoriais sobre as estimativas populacionais

Para a realização das suas estimativas populacionais, o IBGE considera apenas


as componentes demográficas e a tendência passada e não incorpora nenhum sinal de
mudança observado (como, por exemplo, a implantação de uma usina siderúrgica, a
descoberta de uma jazida de ouro etc) no presente ou enunciado para o futuro. De fato,
não poderia ser diferente, uma vez que o IBGE, por uma atribuição constitucional, deve
enviar anualmente suas estimativas para o Tribunal de Contas da União (TCU) para
subsidiar a repartição dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e
não tem como levar em conta todas as dinâmicas e eventos ocorridos em todos os
municípios brasileiros.
As estimativas, portanto, devem ser vistas com reserva, especialmente quando
há sinais em contrário resultantes da análise dos registros administrativos e de outras
fontes de informações, como, por exemplo, as relações entre os condicionantes
territoriais e a dinâmica econômica e populacional8. Estudo recente elaborado pela
DIG/IPP (Oliveira, 2007)9 sobre o Município Rio de Janeiro, indicava que as estimativas
populacionais com base apenas nos fatores demográficos não são confiáveis para
unidades sub-municipais (regiões administrativas, bairros, etc), devendo
necessariamente incorporar outras fontes de informação com indicações sobre a
distribuição territorial de vetores de crescimento populacional, como investimentos
públicos, lançamentos imobiliários, entre muitos outros. Estudo em andamento
realizado pela Fundação Seade em cooperação com a Prefeitura do Município de São
Paulo aponta na mesma direção10, assim como os trabalhos de Paulo Januzzi (2002,
2006) e outros especialistas em demografia.
A recente divulgação da Contagem da População e das estimativas para os
municípios não contados traz novos argumentos para a relativização das estimativas
populacionais que não incorporam condicionantes territoriais.

8
Nas estimativas para pequenas áreas, Januzzi (2006), por exemplo, aponta para a necessidade da elaboração de
cenários prospectivos que incorporem o conhecimento das áreas de economia regional e planejamento urbano.
9
O estudo “Condicionantes territoriais para a elaboração de estimativas populacionais para unidades sub-
municipais: considerações a partir do caso do Rio de Janeiro” foi apresentado no 12o Encontro da ANIPES
(Associação Nacional das Instituições de Planejamento, Pesquisa e Estatística) em novembro de 2007.
10
O marco inicial deste processo foi a realização, em dezembro de 2007, do Seminário “Tendências recentes e
perspectivas futuras do crescimento populacional do Município de São Paulo”, com a participação de especialistas e
técnicos municipais.

JAN - 2008 4
A expressão territorial de dinâmicas regionais e econômicas e as estimativas
populacionais

As taxas de crescimento do Estado do Rio de Janeiro não se distribuem no


território de forma aleatória e sim de acordo com dinâmicas regionais e microrregionais
onde é relevante a variável acessibilidade/vizinhança. Como mostra a Figura 1, em um
quadro geral de crescimento relativamente baixo (taxas inferiores a 2% a.a.), as taxas
negativas se concentram nos municípios a noroeste e centro-norte do estado e as
taxas mais altas no litoral leste e sul, excluídos os municípios metropolitanos centrais e
Parati.
Quando são comparadas as taxas de crescimento estimadas pelo IBGE em
2006 com as taxas verificadas a partir dos resultados da Contagem da População em
2007 (Figura 2), verifica-se que as diferenças entre as taxas têm também uma
expressão territorial importante. 10 entre os 12 municípios da Região Serrana incluídos
na Contagem de 200711, por exemplo, cresceram menos do que se esperava em 2006
(Figura 2), quando o IBGE elaborou suas estimativas para o TCU. Nos municípios
litorâneos (especialmente no litoral leste e norte) aconteceu o inverso, com poucas
exceções.

FIGURA 1 - Taxas médias geométricas anuais


de crescimento populacional (período 2000 a 2007)
dos municípios do Estado do Rio de Janeiro.
Varre-Sai
-
Porc iún cula

Natividade

Bom Jesus do Itabapoana


Itaperuna
Laje do Muriaé

São J osé de U bá
Mirac ema
Italva São F rancisco de Itabapoana

Cam buci Cardos o M oreira


Santo Antônio d e Pádua
São Fidélis
Aperib é
Itaocara Camp os dos Go yta caz es
São João d a Barra

CantagaloSão Sebastião do Alto


Carm o
Santa Maria Madalena
Sapu caia Mac uco
Com endador Le vy Gasparian Duas BarrasCordeiro
Sum idouro Quis samã
Três R ios Trajano de M orais
Conceição de M acabu
Rio das Flores
São José do Val e do Rio Preto
Paraíba do Sul Carapebus
Bom Jardim
Valenç a Are al

Tere sópolis Maca é


Nov a Friburgo
Res ende Quatis Paty do Alferes
Vassouras Petrópol is
Itatiaia Por to Real Barra do Piraí R io das Ostras
Engenheiro Paulo de Frontin
Volta Redonda Casimiro de Abreu
Miguel Pereira Cac hoeiras de Mac acu
Pinheir al Mendes
Bar ra Man sa Silva Jardim
Guapim irim
Piraí Parac ambi Magé
J ap eri
Queima do s
Duque de C axias
N ova Iguaçu
Belford Ro xo
Cabo F rio
Legenda:
Seropédica Itaboraí Rio B oni to Araruam a
Rio Claro Mes quitaSão João de M eriti Tanguá Arm ação dos Búzi os
São Pedro da Aldeia
Itaguaí
Niló pol is São Gonçalo Iguaba Grande <0%
Saquarem a
M angaratiba N iterói Maricá Arraial do C abo
Angra dos Reis R io de Janeiro
0% - 2%
M angaratiba
2% - 4%
Parati Angra dos Reis
4% - 6%
>10%

1:2.000.000
Fontes: Dados: IBGE (Censo 2000 e Contagem da População 2007).
50 25 0 50 100 Kilometers
Mapa: CIDE.
Cálculos: IPP/DIG.

11
Dentre os municípios da Região Serrana - Bom Jardim, Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Nova
Friburgo, Petrópolis, Santa Maria Madalena, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, Sumidouro,
Teresópolis e Trajano de Morais -, apenas Nova Friburgo e Petrópolis não foram incluídos na Contagem de 2007.

JAN - 2008 5
-
FIGURA 2 - Diferença (%) entre as taxas médias geométricas
anuais de crescimento populacional estimadas para 2000-2006 e
as taxas para 2000-2007 resultantes da contagem da população
(municípios estimados e contados) - Municípios do Varre-Sai

Estado do Rio de Janeiro. Porciúncula

Natividade

Bom Jesus do Itabapoana


Itaperuna
Laje do Muriaé

São José de Ubá


Miracema Italva São Francisco de Itabapoana
Cambuci
Cardoso Moreira
Santo Antônio de Pádua
São Fidélis
Aperibé
Itaocara Campos dos Goytacazes
São João da Barra
CantagaloSão Sebastião do Alto
Carmo
Santa Maria Madalena
Macuco
Comendador Levy G asparianSapucaia Duas BarrasCordeiro
Sumidouro Quissamã
Trajano de Morais
Rio das Flores Três Rios
São José do Vale do Rio Preto Bom Jardim Conceição de Macabu
Paraíba do Sul Carapebus Legenda:
Valença Areal
Teresópolis Nova Friburgo Macaé
Resende Q uatis VassourasPaty do Alferes
<-200%
Petrópolis
Itatiaia Porto Real Barra do Piraí
Engenheiro Paulo de Frontin
Casimiro de AbreuRio das Ostras -20 0% - -100 %
Barra MansaVolta Redonda
Pinheiral Mendes Miguel Pereira Cachoeiras de Macacu
Guapimirim Silva Jardim -10 0% - -50%
Piraí Paracambi Magé
Japeri Duque de Caxias Cabo Frio
Nova Iguaçu Itaboraí
SeropédicaQueimadosBelford Roxo Rio Bonito Araruama Armação dos Búzios -50 % - -25%
Rio Claro Mesquita Tanguá São Pedro da Aldeia
Nilópolis São Gonçalo Iguaba Grande
Itaguaí -25 % - -24%
Saquarema
Mangaratiba Niterói Maricá Arraial do Cabo
Angra dos Reis Rio de Janeiro
-24 % - 0%
Mangaratiba
Angra dos Reis
0% - 5 0%
Parati
50% - 100%

>10 0%

Fonte: Dados: IBGE (Censo 2000, Estimativas TCU do IBGE 2006 e


Contagem da População 2007 - ajustada para julho de 2007). 1:2.000.000
Mapa: CIDE. 50 25 0 50 100 Kilometers
Cálculos: IPP/DIG.

No caso de Maricá e Itaguaí, o aumento das taxas de crescimento populacional


expressa a continuidade ao processo de expansão periférica da urbanização da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro que, nas décadas anteriores, foi responsável pelas
altas taxas de crescimento das regiões de Itaipu e Barra da Tijuca (década de 80) e
Recreio dos Bandeirantes (década de 90) nos municípios de Niterói e Rio de Janeiro.
Já no caso dos municípios litorâneos do leste e norte Fluminense, além da relação de
proximidade, pode ser analisada também a relação entre crescimento populacional e
dinâmica econômica, pois ali se concentram os nove maiores beneficiários de royalties
do Petróleo no Estado12 (ver Figuras 3 e 4). Segundo as informações da Contagem da
População, esses municípios – com exceção de Campos dos Goitacazes, que não foi
contado, e de São João da Barra – tiveram crescimento populacional entre 2000 e
2007 muito acima do estimado em 200613.
Nenhuma dessas dimensões (intra-metropolitana, regional, econômica),
contudo, foi considerada na estimação para 2007 das populações dos municípios não
contados no Estado do Rio de Janeiro. O ajuste feito pelo IBGE resultou (Figura 2) na
mesma correção (cerca de –25%) nas taxas estimadas para o período 2000-2006, seja
o município localizado em uma região dinâmica inundada pelos recursos dos royalties
do Petróleo (caso de Campos), seja ele localizado em uma região onde a dinâmica
populacional foi muito inferior à estimada em 2006 (casos de Nova Friburgo e

12
Os municípios com maior participação nos royalties e participações especiais em função da extração e produção
de petróleo e gás natural - segundo a combinação maior arrecadação absoluta e maior arrecadação per capita –
são: Campos dos Goitacazes, Macaé, Quissamã, Carapebus, Cabo Frio, Armação dos Búzios, Rio das Ostras,
Casimiro de Abreu e São João da Barra (Info-royalties, UCAM-Campos, 2007).
13
Rio das Ostras – a maior taxa de crescimento do estado - cresce impulsionada pelos recursos dos royalties do
petróleo e pela proximidade com Macaé, cujo processo de valorização fundiária em função da atração de
executivos, técnicos e profissionais ligados às atividades de extração, produção e comercialização de petróleo e gás
natural impulsionou uma dinâmica imobiliária que se expandiu para os municípios vizinhos.

JAN - 2008 6
Petrópolis). Volta Redonda e Barra Mansa – em um quadro intermediário14 – e todos os
municípios metropolitanos não contados – inclusive o Rio de Janeiro - sofreram,
também, exatamente a mesma correção.

FIGURA 3 - Royalties e participações especiais (petróleo


e gás natural): total (R$) dos valores recebidos pelos
municípios do Estado do Rio de Janeiro de 2000 a
2007 (valores corrigidos pelo IGP-DI de dezembro 2007).Porciúncula
Varr e-Sai
-
Natividade

Bom Jesus do Itabapoana


Itaperuna
Laje do Muriaé

São José de Ubá


Miracema Italva São Franc isco de Itabapoana
Cambuci
Cardoso Moreira
Santo Antônio de Pádua
Aperibé São Fidélis
Itaocara
São João da Barra
Campos dos G oytacazes
Cantagalo
Carmo São Sebastião do Alto
Santa Maria Madalena
Macuco
Comendador Levy G as parian Sapucaia Duas BarrasCordeiro Conceição de Macabu
São José do Vale do Rio Preto Quissamã
Sumidouro Trajano de Morais
Rio das F lores Três Rios
Paraíba do Sul Bom Jardim Carapebus
Valença Areal
Teresópolis Nova Fr iburgo Macaé
Paty do Alferes
Resende
Q uatis
Barra do P iraí
Vassouras
Petrópolis Rio das O stras
Legenda:
Itatiaia Porto Real
Barra MansaVolta Redonda Miguel Pereira Casimiro de Abreu
Cac hoeiras de Macacu 0
Pinheiral Mendes
Guapimirim Silva Jardim
Piraí Paracam bi Duque de CaxiasMagé
JaperiNova Iguaçu Cabo Frio 0 - 5.0 00.000
SeropédicaQ ueimados Itaboraí Rio BonitoAraruama Armação dos Búzios
Rio Claro Mesquita São Pedro da Aldeia
Nilópolis São Gonçalo
Tanguá
Iguaba Grande
5.0 00.000 - 20.000.000
Itaguaí
Saquarema
Angra dos Reis Mangaratiba Rio de Janeiro Niterói Maricá Ar raial do Cabo 20.000.000 - 50.000 .00 0
Mangaratiba 50.000.000 - 100 .00 0.0 00
Angra dos Reis
Parati 100.000.000 - 50 0.0 00.000
500.000.000 - 1.000 .00 0.0 00
>1 .000 .00 0.0 00
Fonte: Dados: InfoRoyalties (Boletim PR&R, UcamCidades - Campos, 2007). 1:2.000.000
Mapa: CIDE.
Cálculos: IPP/DIG. 50 25 0 50 100 Kilometers

14
Nos municípios da Região do Médio Paraíba - Barra do Piraí, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis,
Resende, Rio Claro, Rio das Flores e Valença, além de Barra Mansa e Volta Redonda, não incluídos na Contagem -,
não houve uma diferença importante entre os municípios subestimados ou superestimados na comparação das
estimativas para 2006 com os resultados da Contagem de 2007.

JAN - 2008 7
FIGURA 4 - Royalties e participações especiais (petróleo
e gás natural): média anual dos valores (R$) per capita
recebidos no período de 2000 a 2007 pelos municípios
do Estado do Rio de Janeiro (valores corrigidos pelo Porciúncula
Varre-Sai
-
IGP-DI de dezembro 2007). Natividade

Bom Jes us do Itabapoana


Itaperuna
Laje do M uriaé

São Jos é de Ubá


Miracema Italva São Francisco de Itabapoana
Cambuci
Cardoso Moreira
Santo Antônio de Pádua
Aperibé São Fidélis
Itaocara
São João da Barra
Cam pos dos Goytacazes
Cantagalo
Carmo São Sebastião do Alto
Santa Maria Madalena
Macuco
Comendador Levy G asparian Sapucaia Duas BarrasCordeiro Conceição de Macabu
São José do Vale do Rio P reto Quissamã
Sumidouro Trajano de Morais
Rio das Flores Três Rios
Paraíba do Sul Bom Jardim Carapebus
Valença Areal
Paty do Alferes
Ter esópolis Nova Friburgo Macaé Legenda:
Quatis Vassouras
Resende Petrópolis
Itatiaia Porto Real Barra do Piraí Rio das O stras
Casimiro de Abreu 0
Barra MansaVolta Redonda Miguel Pereira Cachoeiras de Macacu
Pinheiral Mendes
Piraí Paracambi Duque de CaxiasMagé
Guapimirim Silva Jardim 0 - 50
JaperiNov a Iguaçu Cabo F rio
SeropédicaQueimados Itaboraí Rio Bonito Arar uama Armação dos Búzios 50 - 100
Rio Claro Mesquita Tanguá São Pedro da Aldeia
Nilópolis São Gonçalo Iguaba Grande
Itaguaí
Saquarema 100 - 300
Angra dos Reis Mangar atiba Rio de Janeiro Niterói Maricá Arraial do Cabo
300 - 500
Mangaratiba
Angra dos Reis 500 - 1000
Parati
1000 - 5000
>5000

Fonte: Da dos: IBGE (Contagem da População 2007) e 1:2.000.000


InfoRoy alties (Boletim PR&R, Ucam Cidades - Campos, 2007).
Mapa: CIDE. 50 25 0 50 100 Kilometers
Cálcu los: IPP/DIG.

No caso do Município do Rio de Janeiro, como a maioria dos municípios


metropolitanos não foi incluída na Contagem, não temos o benefício de Campos,
Friburgo ou Petrópolis, que ao menos receberam alguma sinalização da dinâmica
regional. Além da diminuição das taxas de fecundidade – sinalização da Contagem
para todos os municípios brasileiros -, permanecemos no escuro, o que exigirá um
esforço maior para a produção de referências para a elaboração de políticas públicas e
para a definição de prioridades de investimento.

JAN - 2008 8
Bibliografia

BELTRÃO, K. I., CAMARANO, A. A., KANSO, S. e SUGAHARA, S. Tendências


Demográficas do Município do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IPP/PCRJ, 2004.
IBGE. Metodologia das estimativas das populações de 128 municípios e Distrito
Federal para 2007. Rio de Janeiro: IBGE, outubro 2007. (2007a).
______. Metodologia de estimação do número de moradores em domicílios fechados.
Rio de Janeiro: IBGE, outubro de 2007. (2007b).
______. Aspectos da Contagem da População 2007. Rio de Janeiro: IBGE, outubro de
2007. (2007c).
JANNUZZI, P.M. Projeções populacionais para pequenas áreas: método e aplicações.
Rio de Janeiro: ENCE/IBGE (Textos para discussão No 22), 2006.
______. Crescimento Urbano, Saldos Migratórios e Atratividade Residencial dos
Distritos da Cidade de São Paulo: 1980-2000. Trabalho apresentado no XIII Encontro
da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, realizado em Ouro Preto, Minas
Gerais, Brasil de 4 a 8 de novembro de 2002.
OLIVEIRA, F.L. Condicionantes territoriais para a elaboração de estimativas
populacionais para unidades submunicipais: considerações a partir do caso do
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: DIG/IPP/PCRJ, 2007. Relatório técnico. Mimeo.
UNIVERSIDADE Cândido Mendes, Campos, RJ. Boletim Petróleo, Royalties e Região,
Info Royalties. http://inforoyalties.ucam-campos.br/index.php Campos:
UcamCidades, novembro de 2007.

JAN - 2008 9

Você também pode gostar