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PERFURAÇÃO

A perfuração de um poço de petróleo é realizada através de uma sonda. Na perfuração


rotativa, as rochas são perfuradas pela ação da rotação e pesos aplicados a uma brova na
extremidade da coluna de perfuração. Os fragmentos das rochas são continuamente
removidos por um fluido de perfuração ou lama. O fluido é injetado por bombas para o
interior de coluna através da cabeça de injeção (swivel) e retorna à superfície pelo espaço
anular formado pelas paredes do poço e pela coluna. Ao atingir determinada
profundidade, a coluna de perfuração é retirada do poço, e uma coluna de revestimento
de aço, de diâmetro inferior ao da broca, é descido no poço. O anular entre os tubos de
revestimento e as paredes do poço é cimentado, permitindo o avanço da perfuração com
segurança. Após a cimentação, a coluna é novamente descida no poço, com uma nova
broca de diâmetro menor do que a do revestimento para prosseguimento da perfuração.

Equipamentos da sonda de perfuração

Sistema de sustentação de cargas: constituído do mastro ou torre, da subestrutura e


fundação. A torre ou o mastro é uma estrutura de aço com mais de 45 metros de altura,
de modo a promover espaço vertical livre acima da plataforma para permitir execução de
manobras (retirada e substituição da broca). A subestrutura é constituída de vigas
montadas sobre a fundação ou base da sonda, de modo a criar espaço de trabalho sob a
plataforma.

Sistema de movimentação de cargas: guincho, bloco de coroamento, catarina, cabo de


perfuração, gancho e elevador.

Sistema de rotação: nas sondas convencionais, a coluna de perfuração é girada pela mesa
rotativa localizada na plataforma da sonda. A rotação é transmitida ao kelly, tubo de
parede externa diagonal, que fica enroscado no topo da coluna de perfuração. O
equipamento que separa os elementos rotativos dos estacionários é a cabeça de injeção
(swivel). Alternativamente à rotação convencional, a perfuração com motor conectado no
topo da coluna (top drive) elimina o uso da mesa rotativa e do kelly. Existe ainda a
possibilidade de se perfurar com um motor de fundo, colocado logo acima da broca,
técnica largamente empregada na perfuração de poços direcionais (não verticais).

Sistema de circulação: numa circulação normal, o fluido de perfuração é bombeado


através da coluna de perfuração até a broca, retornando pelo espaço anular até a
superfície, trazendo consigo cascalhos cortados pela broca. Na superfície, o fluido ;e
tratado e condicionado, passando por separação de sólidos, desareiador , dessiltador e
desgaseificador.

Sistema de segurança: O sistema de segurança é constituído por Equipamentos de


Segurança de Cabeça do Poço e equipamentos complementares que permitem fechamento
e controle do poço. O mais importante é o Blowout Preventer (BOP), que é um conjunto
de válvulas que permite o fechamento do poço. São acionados sempre que houver
ocorrência de um kick (fluxo indesejável para dentro do poço). Estes preventores
permitem o fechamento do espaço anular, podendo ser preventores anulares ou de
gavetas.

Sistema de monitoração: manômetros, indicador de peso sobre a broca, indicador de


torque, tacômetro (velocidade da mesa rotativa e da bomba de lama), etc. O registrador
mais importante é o que mostra a taxa de penetração da broca.

COLUNAS DE PERFURAÇÃO

Comandos (Drill Collars – DC): elementos tubulares com função de fornecer peso sobre
a broca e prover rigidez à coluna.

Tubos pesados (Heavy Weight Drill Pipes): sua principal função é promover uma
transição de rigidez entre os comandos e os tubos de perfuração, diminuindo a
possibilidade de falha por fadiga.

Tubos de perfuração (Drill Pipes – DP)

BROCAS

FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

Os fluidos de perfuração possuem basicamente as seguintes funções: limpar o fundo do


poço dos cascalhos gerados pela broca e transportá-los até a superfície; exercer pressão
hidrostática sobre a formação, de modo a evitar kicks e estabilizar as paredes do poço;
resfriar e lubrificar a coluna de perfuração e a broca.

Propriedades

Densidade: os limites de variação de densidade dos fluidos são definidos pela pressão de
poros (limite mínimo) e pela pressão de fraturas, valor de pressão para o qual a rocha se
rompe, (limite máximo) das formações. Para aumentar a densidade dos fluidos, adiciona-
se geralmente a baritina, BaSO4, e para reduzir a densidade, dilui-se com água ou óleo
diesel.

Forças géis: a força gel inicial mede a resistência inicial para colocar o fluido em fluxo.
A força gel final mede a resistência do fluido para reiniciar o fluxo após o repouso.

Parâmetros de filtração: a capacidade do fluido de perfuração em formar uma camada de


partículas sólidas úmidas, denominada de reboco, sobre as rochas permeáveis expostas
pela broca, é de fundamental importância para o sucesso da perfuração e da completação.
Para formar o reboco, deve haver influxo da fase líquida do fluido do poço para a
formação (filtração). O fluido deve ter fração de partículas com dimensões adequadas à
obstrução dos poros, de forma que somente a fase líquida do fluido, o filtrado, invade a
rocha.

Teor de sólidos

pH : deve ser mantido alcalino baixo (7 a 10) para evitar corrosão de equipamentos e
dispersão das formações argilosas.

Salinidade: os resultados de salinidade são utilizados para identificar o teor salino da água
de preparo do fluido, controlar a salinidade dos fluidos inibidos com sal, identificar
influxos de água salgada e perfuração de uma rocha ou domo de sal.

Classificação

FLUIDOS À BASE DE ÁGUA

A principal função da água é prover meios de dispersão para os materiais coloidais. Estes,
principalmente argilas e polímeros, controlam a viscosidade, limite de escoamento, forças
géis e filtrado. Os sólidos dispersos no meio aquoso são ativos ou inertes. Os sólidos
ativos são materiais argilosos, cuja função principal é viscosificar o fluido.

Os fluidos não inibidos são empregados na perfuração das camadas rochosas superficiais,
praticamente inertes ao contato com água doce. Os fluidos inibidos são programados para
perfurar rochas de elevado grau de atividade na presença de água doce. Os inibidores
físicos, eletrólitos e polímeros, são adsorvidos sobre a superfície das rochas e impedem o
contato direto com a água. Outros produtos como a cal, cloretos de potássio, de sódio e
de cálcio, conferem uma inibição química porque reduzem a atividade química da água e
reagem com a rocha, podendo alterar sua composição. Um exemplo típico é a perfuração
de uma rocha salina, que tem elevado grau de solubilidade em água doce. Esta
solubilidade é reduzida quando se emprega um fluido salgado saturado com NaCl como
dispersante. Os fluidos à base de água com baixo teor de sólidos e os emulsionados com
óleo são programados para situações especiais. Os primeiros são usados para aumentar a
taxa de penetração da broca, e os segundos tem o objetivo de reduzir a densidade do
sistema, para evitar que ocorram perdas de circulação em zonas de baixa pressão de poros
ou baixa pressão de fratura.

FLUIDOS À BASE DE ÓLEO

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