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Resenha: O Terceiro Mundo

O pós Segunda Guerra, bem como seu processos particulares revolucionários e descolonização
trouxeram grandes modificações no mapa político mundial. Hobsbawm aponta o crescimento
demográfico como elemento importante nesse contexto, e a preocupação de tal crescimento
entre países pobres é também marcante no período.

A queda da mortalidade, bem como o avanço da medicina possibilitou tal situação, em paralelo
as altas taxas de natalidade. Segundo o autor, em tal âmbito a distância entre ricos e pobres se
alarga.

No mundo da segunda metade do século XX, sistemas vindos de revoluções sociais tenderam a
revolução soviética, mas a maioria se guiava para republicas parlamentares. Porém, Hobsbawm
destaca Estados sob domínio militar estabelecidos na década de 80, o que unia os Estados do
Terceiro Mundo, apontando que houveram poucos casos de um Estado sem um período militar
nos pós II Guerra. Aqui ganha destaque a Índia, que se manteve civil.

Como aponta o autor, foi no pós-Guerra que a atuação de militares na política dos Estados se
tornou mais evidente, tendo em vista a grande quantidade de governos não estabilizados ou
mesmo legitimados.

Apontando como o estúpido, o regime militar grego fora o único, entre europeus, apoiado pelos
EUA, segundo o autor, e define que o Terceiro Mundo era propício para essa forma de
intervenção, uma vez que sentiam a necessidade de estabilidade e eficiência.

O Estado controlado o desenvolvimento não fora imediatamente aceito no Terceiro mundo,


conforme aponta Hobsbawm. Grande parte da África vivia de forma estável sem um Estado.
Entre islâmicos e asiáticos, a população evitava a noção de desenvolvimento econômico.

O que se pontua no Terceiro Mundo é um antagonismo entre litoral e interior, sendo o último
governado pelo primeiro. E a atuação nos governos, nesse contexto, demandava escolaridade.
Consequentemente se impulsiona o reconhecimento da educação superior.

Outro elemento de destacado pelo autor é a reforma agrária, tendo ocorrido diversos processos
por todo o mundo no pós-Guerra. Para Hobsbawm, a reforma agrária tinha um caráter não
econômico, mas servira para demonstrar a eficiência da agricultura camponesa.

Hobsbawm aponta que foi consequente os estados surgidos pós Segunda Guerra se
percebessem dentro de um Terceiro Mundo. O autor, no entanto, salienta que embora a
bipolaridade entre as superpotências mantivesse estável as relações inter-Estados, não era
controladora de todos, havendo conflitos sem ligação direta com a Guerra Fria.

A América Latina foi, segundo ele, uma parcela do Terceiro Mundo que se distanciou dos atritos
internacionais pós Revolução Cubana, mas que reconhecidamente estavam ao lado dos Estados
Unidos.

Hobsbawm argumenta que é no ápice do conceito, que o Terceiro Mundo começa a ruim, dada
a diversidade de países a habitar tal conjunto, mesmo ficando cada vez mais nítida a diferença
entre pobres e ricos. O termo gera questionamentos pelo surgir do desenvolvimento
econômico, com Estados supermilionários, e que por meio da industrialização chegavam ao
patamar de Primeiro Mundo, mas se mantendo pobres.
Na década de 1970, Hobsbawm destaca uma nova divisão internacional de trabalho,
consequente do amplo processo de industrialização, configurando assim uma globalização
econômica. E essa mesma globalização impulsionou os movimentos, comerciais turísticos e
migratórios.

Todo esse processo que Hobsbawm salienta foi também causador da modernização do Terceiro
Mundo, impactando instituições tradicionais e fundamentalistas. Entretanto, mesmo os países
maios pobres já se viam rodeados de elementos modernos, em uma realidade cada vez mais
urbanizada, proliferando tais elementos para o interior.

As mudanças rurais e as transformações na agricultura entre 1960 e 1970 são nítidas, segundo
Hobsbawm no caso colombiano, com o conflito da produção agrária tradicional e a produção de
coca.

O autor então aponta para a presença de uma transformação nas sociedades do Terceiro
Mundo. Porém, também argumenta uma dificuldade em prever as consequências políticas de
tais transformações, ressaltando o caráter instável desse espaço no pós Segunda Guerra.

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