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Está prevista na lei 7960/89, sendo uma prisão que estabelece prazo de duração. Trata-se de uma
prisão cautelar que só pode ser decretada na fase de investigação (pré-processual), ou seja, do inquérito
policial (não ocorre na fase processual - depois de ofertada a denúncia).
Haverá prisão temporária quando houver dúvida sobre a identidade do agente e quando for
imprescindível para as Investigações. Não poderá ser decretada em qualquer crime, mas somente nos
crimes descritos no inciso 3 do art. 1º. Tem por objeto assegurar a efetividade das Investigações, no
procedimento de inquérito policial.
A prisão temporária só pode ser decretada quando houver a necessidade, assim qualificação e pela
atuação do investigado que pode prejudicar ou até mesmo sumir com as provas do inquérito. Assim, a
prisão temporária só será decretada na fase de investigação, pré-processual.
Obs.: Inquérito policial é o procedimento de investigação administrativo presidido pelo delegado de Polícia,
de cunho inquisitorial, que tem por objetivo a colheita de indícios de autoria e de materialidade, sendo
preparatório da ação penal para que o promotor, após esta análise, ofertar a denúncia, ou para que o
particular oferecer a queixa-crime.
Esta modalidade de prisão é representada pelo delegado, seja civil ou federal. Desse modo, o
Ministério Público deverá ser ouvido em parecer sobre a legitimidade ou não da representação feita pela
autoridade policial, pois o MP além de ser, pelo Art. 129 do CPP, o autor da ação penal, o destinatário da
investigação conforme decisões do STF, ele também exerce no processo criminal a função de custos legis.
Assim, Juiz decidirá sobre o cabimento ou não da prisão temporária. A prisão também poderá ser
decretada mediante requerimento do Ministério Público. (art. 5º)
Obs.: A prisão preventiva pode ser decretada tanto na fase pré-processual como na fase processual. No
entanto, necessita de maior fundamentação do que a prisão temporária. Em tese, a prisão preventiva não
tem prazo duração, mas há de se respeitar a duração razoável do processo, que varia de acordo com a
complexidade do processo (na fase processual, leva-se em consideração o prazo de 90 à 100 dias). Na
instrução criminal, sem qualquer resultado ou qualquer decisão, pode-se pleitear o relaxamento de prisão,
em razão do excesso de prazo.
A prisão temporária possui o prazo de cinco dias, prorrogável por mais 5 dias, se se tratar de crimes
comuns. Assim, se houver necessidade, o delegado representa novamente para manutenção da prisão
temporária com parecer do MP. Também existe outro prazo, previsto na L.8072/90, em caso de crimes
hediondos, que é o de 30 dias prorrogável por mais 30 dias em caso de extrema e comprovada
necessidade . (Remissão: art. 2º da L.7960/89 c/c art. 2º § 4º da L.8072/90)
Os presos temporários devem ser separados dos demais detentos. Assim, os presos segregados
cautelarmente devem ficar em cadeia pública –art. 3º (conforme a lei de execução penal, é o
estabelecimento destinatário de preso cautelar - preso com trânsito em julgado irá para penitenciária).
Sentença de pronúncia (art. 413, CPP)
Refere-se ao procedimento do tribunal de júri, que trata dos crimes dolosos contra a vida (previstos
do art.74 do CPP). É uma decisão interlocutória mista, pois não põe fim ao processo, mas sim a uma etapa.
Ofertada a denúncia, haverá uma instrução criminal. Ao final, haverá uma decisão de pronúncia, que
é prolatada pelo juiz, o qual atesta indícios de materialidade e autoria no crime doloso contra vida, uma
vez que o sistema do júri é bifásico, sendo a primeira fase feita mediante ao juiz. Assim, após a pronúncia,
a segunda fase ocorre quando o réu vai a júri popular.
Obs.: Situação análoga a do art. 366 do CPC (“Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das
provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312”), em que o juiz
analisa se é necessária a decretação ou não da prisão. Não há efeito automático da prisão, em razão da
ausência do réu para citação.
Após a primeira fase, haverá resposta a acusação, oitiva de testemunhas, interrogatório... Quem
analisará a culpa será o conselho de sentença, formado por 7 jurados.
O §1º determina que o juiz, no momento da sentença, irá decidir se decreta/mantém a prisão ou concede o
direito do réu recorrer em liberdade, uma vez que ele pode ter sido absolvido. Assim, quanto a prisão em
decorrência da decisão não transitada em julgado, significa que, no momento da decisão, o juiz verificará a
decretação/manutenção ou não da prisão.
Desse modo, da decisão, não há efeito automático da prisão, ainda que seja decisão condenatória, uma vez que
a posição do STJ é a de que, caso o réu tenha passado todo o processo em liberdade, não se justifica a decretação da
prisão ainda que haja sentença condenatória (efeito suspensivo), pois caberá recurso para acusação no TJ ou TRF,
exceto que haja um fato concreto que justifique o decreto prisional.
A liberdade é a regra do direito penal e processual brasileiro. Assim, a prisão é medida de exceção, sob
pena de se violar o princípio da inocência, respeitando assim os direitos, garantias e o Estado democrático
de direito (posição do STF).
Prisão em flagrante e delito
Essa prisão trabalha com a ideia que o sujeito é preso no momento em que realiza a conduta. O art. 301
prevê que qualquer pessoa do povo e as autoridades policiais e seus agentes poderão prender quem quer
que se encontre em flagrante e delito.
• Conceito de Flagrante e delito: Presença no momento em que o indivíduo realiza a conduta proibida,
culpável.
Qualquer pessoa do povo terá a faculdade, enquanto os agentes públicos e autoridades policiais possuem
o poder-dever de efetuar a prisão em flagrante e delito.
• Finalidade: Essa modalidade cautelar de prisão tem, por fim, o impedimento à consumação do delito,
resguardando o bem jurídico tutelado.