Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
!"#$%&'()%)*'%$+,"&'%)*'-"./01+&'1)'!"#$%#&'(%)*+,+)-%.#%'/,)
*+,0/#(#(-%)'#232456'728'9/0:./91#;&'<)*'!/#:1#&'9)'
13=>6=?@A68'6'BC3D6'76'E64=6@2F'DGFH2=A=AE6)'I)'27)'#AG'72'J642A>G8'
<6FHC3&'KLLM)'NA3HG4OE2P'2F8'Q5==H8RRSSS)D>G4G3TC6PA=U)DGFV)'
"D233G'2F8'WWW'R'WWW'R'XYKK)!
1) Condições de Fatores
Em "A Vantagem Competitiva das Nações",
Michael Porter (1990) inicia apresentando as
conclusões de um estudo realizado durante
quatro anos em dez nações comercialmente Os fatores clássicos de produção, mão-de-obra,
líderes, onde fica claro que a competitividade de terra, recursos naturais, capital e infra-estrutural,
uma nação depende muito mais da capacidade não são mais considerados importantes na
de seus setores industriais para inovar e criação de vantagem competitiva para uma
modernizar, respondendo a pressões e desafios nação. Hoje considera-se a especialização da
da concorrência, do que ajuda de taxas de juros, mão-de-obra e uma sólida base científica muito
taxas cambiais e economias de escala. mais importante. Além disso, conta também a
taxa que estes fatores são criados e
modernizados.
Adicionalmente, diferenças de valores, culturas,
estruturas econômicas, instituições e histórias
também contribuem para a vantagem competitiva
de uma nação. As inovações, sejam elas graduais Ao contrário do que se pensa, a abundância de
ou radicais, tecnológicas ou organizacionais, determinado fator, como mão-de-obra barata, não
trazem vantagem competitiva na medida em que se torna uma vantagem, pois acaba por
acomodar a nação e não lhe dá impulso para a preferências dos cidadãos de um país e, assim,
melhoria da produtividade. Segundo Porter, a se tornar eficazes.
escassez de um fator é a alavanca para a reação
que vai levar a nação a um patamar superior às
concorrentes. Porter argumenta, adicionalmente, que a
motivação individual para o trabalho e para
expandir habilidades também é importante para a
O autor alerta, porém, que para transformar uma vantagem competitiva.
desvantagem em vantagem é preciso que
existam circunstâncias favoráveis em outro ponto A rivalidade doméstica forte, ao contrário, do que
do diamante, isto é, demanda real, rivais ativos, se diz, cria condições para as empresas
metas focalizadas, etc. crescerem rapidamente e inovarem
constantemente. A eliminação da concorrência
2) Condições de Demanda interna, criando uma só empresa para competir
internacionalmente, tem se mostrado danosa e
Mais importante do que a demanda internacional, ineficaz. As empresas que competem no mercado
é a demanda doméstica que cria vantagem local se tornam altamente competitivas no
competitiva numa nação. Porter afirma que, mercado global.
quanto mais exigentes e sofisticados forem os
compradores locais, tanto mais rapidamente a
nação cresce e se antecipa às rivais. Além disso, O autor argumenta que os aglomerados de
eles podem antecipar as necessidades de outros indústrias torna-as competitivas pelo apoio mútuo
países criando "alertas" das tendências do e pela rivalidade agressiva, pois promove a
mercado internacional. A disseminação de criação de subprodutos, o exercício da barganha
valores e gostos preferenciais de uma nação de poder e a diversificação. O papel do governo,
através da mídia, treinamento de estrangeiros, neste contexto, deve ser o de catalisador e de
influência política e atividades de seus cidadãos desafiador, a fim de encorajar, ou até forçar, as
no exterior auxiliam no processo de criação de empresas a tomar atitudes drásticas, muitas
mercados consumidores, para os quais as vezes indesejadas, mas que irão deslocá-las a
empresas desta nação estão preparadas para níveis superiores de desempenho.
competir com vantagem.
Porter finaliza discutindo o que significa Esta é a pior situação, pois torna a subsidiária
competitividade nacional e conclui que ela é incompetente em agir e reagir no mercado. É
determinada pela produtividade e pela taxa de preciso elevar a competência para manter-se ou
crescimento da produtividade. Ele acrescenta que crescer neste mercado estratégico. De acordo
nenhuma nação pode ser competitiva em todos com os autores, a gerência corporativa enfrenta
os setores da economia. três tipos de grandes desafios em relação às
subsidiárias:
O artigo "Use Suas Subsidiárias para o Alcance • estabelecer a direção estratégica (missão
Global", de Christopher Bartlett e Sumantra e objetivos);
Ghostal (1986), trata da necessidade que as • construir uma organização diferenciada
empresas tem de ouvir os clientes e perceber as (papéis, distribuição de tarefas,
tendências dos mercados de forma global. Os legitimidade e poder);
autores realizaram um estudo em nove empresas • dirigir o processo para controlar os papéis
de três segmento do mercado nos EUA, Japão e e a responsabilidade;
Europa e em mais uma dúzia de empresas
secundárias de diversos segmentos. Contatou-se
que a maioria das multinacionais trata suas filiais,
É de suma importância para uma empresa
mesmo em países em desenvolvimento, da
internacional a sensibilidade para reconhecer
mesma forma que trata a matriz. Isso é chamado
fontes potenciais de vantagem competitiva em
de "modelo Nações Unidas para gerência
qualquer uma de suas unidades e utilizá-las
multinacional". Outra constatação foi a "síndrome
adequadamente de forma global.
da hierarquia de matriz". Neste caso, os gerentes
da matriz pretendem coordenar decisões-chave,
controlar recursos globais e obrigar as
subsidiárias a agirem como implementadoras e O artigo seguinte, "Globalização dos Mercados"
adaptadoras da estratégia da matriz. de Theodore Levitt (1983), trata da mudança mais
significativa dos últimos tempos, qual seja, a
globalização e a transformação de empresas
multinacionais em empresas globais. O processo
Os autores montaram uma tabela que relaciona a
de transformação e unificação de gostos e
competência das organizações locais com a
preferências por produtos globais tem se
importância estratégica do ambiente local. Os
intensificado e obrigado as empresas a
quatro papéis para as subsidiárias nacionais são:
padronizar produtos, modos de fabricação e
formas de negociação e comercialização.
1. Líder estratégico - tem competência e está num
local de importância estratégica. Deve tornar-se
Segundo Levitt, as empresas tendem a ter
um centro de competência para dirigir a estratégia
produtos diferenciados para mercados locais,
da empresa na região;
porém buscam a economia de escala explorando
a demanda homogeneizada de produtos similares Estratégia corporativa ou a estratégia de
pelo mundo inteiro. Isso pode ser feito com a empresas com múltiplos negócios exigem
oferta de produtos mundiais a preços reduzidos, compreensão maior dos termos que realmente
redirecionando o consumidor de produtos locais agregam valor do que as estratégias empresarias.
para estes produtos, e também através da Isto tem sido causa de alguns fracassos nos
propaganda e promoções especiais. processos de diversificação no passado.
Uma estratégia puramente deliberada bloqueia a Gerentes que se interessam por alterações
aprendizagem, uma vez que a estratégia já está rápidas de rumo necessitam ter em mente a
formulada; uma estratégia emergente favorece a teoria quântica da mudança estratégica. Alguns
aprendizagem. As pessoas tomam ações, uma de padrões novos devem ser mantidos sob controle
cada vez, e respondem a ela, de maneira que, até que a organização esteja pronta para uma
eventualmente, alguns padrões se formem. revolução estratégica, ou pelo menos, para um
período de divergência. As organizações devem
compreender o passado se pretendem gerenciar
Estratégias eficazes podem surgir nos locais mais o futuro.
estranhos e se desenvolverem através dos meios
mais inesperados. Não há nenhuma forma ideal
de se formular uma estratégia. 1.6 O Controle das Corporações