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 JOGO TEATRAL

E
IMPROVISAÇÃO

Nesse material vamos falar um pouco mais


sobre essas práticas tão importantes no
trabalho da palhaçaria
O SHOW VAI COMEÇAR
Sejam bem-vindos. O show já vai começar.
Estamos naquele momento que antecede
qualquer apresentação teatral, o instante antes
do encontro. Os segundos onde mora aquela
expectativa para saber o que virá daqui pra
frente.

Então, gostaria de dar dois avisos que são de


extrema importância para o trabalho que será
apresentado a seguir. Peço atenção para as
definições de jogo teatral e improvisação.

Os textos a seguir fazem parte do Trabalho de


Conclusão de Curso, em Artes Cênicas de Rafael
de Barros - apresentado na Universidade
Estadual de Londrina em 2011.
E aqui tiveram uma livre adaptação para a
configuração de um e-book
JOGO TEATRAL

A palavra jogo, segundo Patrice Pavis: “pode ser aplicada à arte


do ator, à própria atividade teatral, a certas práticas educacionais
coletivas (jogo dramático) e até mesmo como denominação de um tipo de
peça medieval” (1999, p.219). A ênfase acontecerá no jogo que se aplica
na atividade teatral, na arte do ator.

Existe a possibilidade de restringir seu significado ainda mais.


Desse modo Viola Spolin apresenta o jogo como uma “atividade limitada
por regras e acordo grupal; seguem par e passo com a experiência
teatral; um conjunto de regras que mantém os jogadores jogando.”(2000,
p. 342)

Para compreender o jogo, podemos dicotomizá-lo, para assim


conhecermos quais são seus componentes. Para que o jogo aconteça,
até agora, necessitamos de jogadores dispostos a jogar e algumas
regras que delimitem esse jogo. Porém no caso do jogo teatral,
necessitamos do público, de alguém que veja, presencie esse jogo. O
jogo teatral necessita de alguém que o assista, já que de acordo com
Grotowski “o teatro (...) só não pode existir sem o relacionamento ator-
espectador, de comunhão perceptiva, direta, viva.” (1976, p.5).

O jogo teatral poderá acontecer a partir de agora. Tem-se jogador,


jogo e público. Então, nesse momento, acontece o jogo teatral. Dentro
dessa possibilidade temos o jogo dramático. Com uma pequena
diferenciação entre essa ramificação do jogo teatral

Spolin sugere que o processo de atuação no teatro deve ser


baseado na participação em jogos. Por meio do envolvimento criado pela
relação de jogo, o participante desenvolve liberdade pessoal dentro do
limite de regras estabelecidas e cria técnicas e habilidades pessoais
necessárias para o jogo. À medida que interioriza essas habilidades e
essa liberdade ou espontaneidade, ele se transforma em um jogador
criativo. (KOUDELA, 1998, p. 43)
JOGO TEATRAL
A partir dessa diferenciação entre jogo teatral e jogo dramático
nota-se que o jogo dramático está um pouco além do foco de pesquisa
proposto. Para que isso fique mais nítido, Spolin nos dá exemplos de
como o jogo dramático está inserido em nossas vidas, separando-o assim
da realidade teatral.

Como o adulto, a criança gasta muitas horas do dia fazendo jogo


dramático subjetivo. Ao passo que a versão adulta consiste usualmente
em contar estórias, devaneios, tecer considerações, identificar-se com as
personagens da TV etc..., a criança tem, além destes, o faz-de-conta
onde dramatiza personagens e fatos de sua experiência, desde cowboys
até pais e professores. Ao separar o jogo dramático da realidade teatral
e, num segundo momento, fundindo o jogo com a realidade do teatro, o
jovem ator aprende a diferença entre fingimento (ilusão) e realidade, no
reino de seu próprio mundo. Contudo, essa separação não está implícita
no jogo dramático. O jogo dramático e o mundo real freqüentemente são
confusos para o jovem e – ai de nós – para muitos adultos também
(SPOLIN, 2000, 253)

O jogo dramático, por outro lado, pode ser transformado em jogo


teatral, com trabalho e dedicação. “O processo de jogos teatrais visa
efetivar a passagem do jogo dramático para a realidade objetiva do
palco. Este não constitui uma extensão da vida, mas tem sua própria
realidade.” (KOUDELA, 1998, p. 44).

O jogador fará suas ações em alguns limites e lógicas do jogo


vigente. Alguém se torna envolvido no jogo a partir do momento que está
envolvido com suas regras e dentro dele, por vezes somente ali, aquelas
regras são válidas. “O sistema de jogos teatrais se fundamenta no jogo
regrado.” (KOUDELA,1998,p. 48). Para que o jogo aconteça é necessário
ter conhecimento de suas regras e possibilidades. É praticamente
impossível que consigamos jogar algum jogo sem que haja mínimas
regras que limitem e garantam sua evolução.
JOGO para
As regras são fundamentais TEATRAL
que o jogo aconteça. Dentro
dessas regras fica implícita a delimitação do local de jogo. No evento
teatral, sabemos que estamos assistindo a um jogo teatral e não a um
jogo dramático, como foi explicado anteriormente. Dessa forma, esse
jogo só acontecerá dentro de determinado evento teatral, deixando de ter
compromisso com qualquer ligação com a realidade fora dele. Nota-se
então uma nova diferença desses dois termos. (KOUDELA,1998,p. 44)

A partir do momento que o público comparece ao jogo passamos a


ter uma regra não declarada, mas totalmente consciente por parte do
jogador e do publico: sua participação no jogo. O público, a partir do
momento que está assistindo ao jogo, é um participante, um jogador.
Mesmo quando se diz que o público não participou, temos uma força de
expressão equivocada, a única forma de um público não participar é
quando não está presente durante a apresentação teatral. Nesse caso a
expressão é usada para quando o público esta apático, pouco ativo
durante a apresentação.

Ele (público) não fica excluído do jogo. Pois, seja encaminhando-


se para a cena ou recusando-se a participar desta, ele demonstra algum
tipo de reação, que se torna objetiva e significativa, ao tomar uma ou
outra posição. Os homens da cena moderna desejam que o espectador
tome parte no ato teatral, como o conjunto do grupo nos primórdios da
arte dramática tomava parte na cerimônia religiosa. (CHACRA, 1983, p.
92)

O encontro entre público e ator traz a efemeridade do teatro.


Nunca serão dois jogos iguais, mesmo que tivermos a mesma
apresentação. “Podemos então definir o teatro como `o que ocorre entre
o espectador e o ator”. Todas as outras coisas são suplementares –
talvez necessárias, mas ainda assim suplementares.” (GROTOWSKI,
1972, p. 18)
JOGO TEATRAL
Somente nesse momento acontece o frescor de cada momento ser único
e vivido tanto pelos jogadores quanto pelo público. O contato entre dois
atores em cena, mesmo tendo as mesmas ações a serem realizadas,
sempre será diferente. Nunca haverá um contato igual entre os atores e
dessa maneira desencadeará um contato diferente com o público.

A falta de saber por parte da platéia gera no ator um sangue novo, uma
disposição, energia e presteza que emanam da simples presença do
espectador. Embora preparados para jogarem, os artistas só saberão o
resultado do jogo, jogando diante dos espectadores. (CHACRA, 1983, p.
18)

O ator é um jogador, afirma Viola Spolin. Tomo a liberdade de citar um


discurso de Jerzy Grotowski sobre a disponibilidade e a possibilidade do
ator manter vivo o jogo com seu parceiro de cena, com o público e assim
ser um jogador consciente de sua função no jogo.

[...] Dessa forma, durante a representação, quando a partitura –o texto e


a ação são claramente definidos – já está fixada, deve-se sempre entrar
em contato com os companheiros. O companheiro, se é um bom ator,
sempre segue a mesma partitura de ações. Nada é deixado ao acaso,
nenhum detalhe é modificado. Mas há mudanças de última hora deste
jogo de partituras, toda vez que ele representa levemente diferente, e
vocês devem observá-lo intimamente, ouvir e observá-lo intimamente
respondendo as suas ações imediatas. Todo dia ele diz “bom dia”, com a
mesma entoação, exatamente como seu vizinho diz sempre “bom dia” a
vocês. Um dia, ele está de bom humor, outro cansado, outro com pressa.
Sempre diz “bom dia”, mas com uma pequena diferença de cada vez.
Tem-se de perceber isso, não com a mente, mas ver e
ouvir. (GROTOWSKI, 1972, p. 173)
Na verdade, vocês sempre dão JOGO TEATRAL
a mesma resposta: “bom dia”, mas se
tiverem realmente ouvido, perceberão que será um pouco diferente cada
dia. A ação e a entoação são as mesmas, mas o contato é tão rápido que
é impossível analisá-lo racionalmente. Isto modifica todas as relações, e
é também o segredo da harmonia entre os homens. Quando um homem
diz bom dia, e outro responde, há automaticamente uma harmonia vocal
entre os dois. No palco, muitas vezes detectamos uma desarmonia,
porque os atores não escutam seus companheiros. O problema não é
ouvir e perguntar, é o tipo de entonação, e sim apenas escutar e
responder. (GROTOWSKI, 1972, p. 173)

Agradeço a atenção de todos e todas. Este foi o


jogo teatral. Espero que tenhamos esclarecido
suas possibilidades de realização e introduzido
de forma devida seus elementos básicos. O jogo
estará conosco durante todo o trabalho. Vamos
em frente, jogando. Agora teremos o último aviso
de extrema importância para a realização do
show. As definições de

Improvisação
Teatral
IMPROVISAÇÃO

A improvisação na definição apresentada por Pavis é: “Técnica de


ator que interpreta algo imprevisto, não preparado antecipadamente e
inventado no calor da ação.” (PAVIS, 1999, p. 205) Aqui ressaltarei
alguns pontos dessa afirmação para evitar possíveis equívocos.
O ator, quando improvisa, está dentro de uma técnica que adquiriu
durante os ensaios, treinamentos e laboratórios. Logo se prepara para o
imprevisto. Aqui está um paradoxo. Como alguém é capaz de se preparar
para algo inesperado?

O caráter fundamental da improvisação é a espontaneidade, e esta


é o alimento e a base da arte do ator: arte da flexibilidade, do imprevisto
e das surpresas, mas também é a arte do controle e da adaptação. Ao
mesmo tempo em que deve ser espontâneo, deve ser controlado.
(CHACRA, 1983, p. 70)

Imprevistos que acontecem, e o trabalho do ator pode buscar uma


preparação para que quando algum acontecimento inesperado ocorrer
seja possível continuar com a apresentação. Então, o ator, respondendo
ao inesperado, irá improvisar a partir daquele acontecimento, dentro das
regras e possibilidades, que cercam seu jogo.

A tensão desempenha no jogo um papel fundamental. Ela significa


incerteza, acaso. A solução do problema implica no esforço dos
jogadores para chegar até o desenlace e a improvisação espontânea de
ações, para vencer o imprevisto. Esta concentração de atenção gera
energia e estabelece a relação direta com os acontecimentos e com o
parceiro. (KOUDELA, 1998, p. 48)

A improvisação e o jogo são dois elementos que caminham juntos.


Dentro do jogo existe improvisação e dentro da improvisação existe o
jogo. Spolin define improvisação como: “Jogar um jogo; um momento nas
vidas das pessoas sem que seja necessário um enredo ou estória para a
comunicação; entrar no jogo traz para pessoas de qualquer tipo a
oportunidade de aprender teatro” (2000, p. 341)
O acontecimento extremo é quando o inesperado é tão explícito
JOGO TEATRAL
que fica claro para o ator e também para o público que aquilo não estava
programado. Teatro é comunicação, e quando se comunica que
aconteceu algo imprevisto, mesmo que não seja por meio da fala, o
público perceberá. Nesse momento, por vezes, ator e público se unem.
Entram em uma batalha para além do teatro, estão juntos para remontar
a estrutura do jogo.

Se algum imprevisto acontece. Sendo o responsável direto pelo


levantamento da obra teatral, o ator procura no próprio imprevisto surgido
em cena, sugestões para buscar, agarrar, retomar a forma que se perde.
O público, por sua vez, passa a colaborar na manutenção do imprevisto.
Por alguns segundos a relação de cumplicidade torna-se tão estreita que
aqueles que captam o ato teatral, quando notam o obstáculo cênico,
normalmente são generosos para com os artistas. Às vezes ocorrem
aplausos em cena aberta, quando a retomada da estrutura é feita pelos
atores através do improviso. Esta manifestação do público é um indício
de que a improvisação abre caminho para uma maior participação da
platéia. (CHACRA, 1983, p. 21)

Aqui foi apresentada a improvisação em seu primeiro momento: quando


algum imprevisto acontece durante a encenação. No entanto, temos
outros caminhos para a utilização da improvisação. Quando existe a
consciência que haverá um momento que será improvisado.
Primeiramente entraremos nesse espaço para o improviso no laboratório
de trabalho do ator, a pesquisa. Quando é dado um determinado estímulo
para o ator, e ele improvisa dentro desse tema.

A esse processo podemos chamar de improvisação, como algo


inesperado ou inacabado, que vai surgindo no decorrer da criação
artística, aquilo que se manifesta durante os ensaios para se chegar à
criação acabada. Quando deparamos com o resultado final, o processo
não aparece e o improviso deixa então, aparentemente, de existir, pois
ficou submerso. A forma artística é o controle consciente deste processo
espontâneo. (CHACRA, 1983, p. 14)
Temos aqui uma proposta de criação através da improvisação.
JOGO TEATRAL
Que usa a improvisação na construção de sua estrutura. Noto que
mesmo quando a improvisação não é declarada no trabalho do ator, ela
existe. Mesmo que haja tudo escrito em um texto dramático e que a
montagem pretenda ser fiel ao texto escrito, o ator irá improvisar a partir
das informações que conseguiu absorver desse texto, a partir da
interação com outros atores e eventualmente em interação com o diretor.

Os atores precisam aprender a fabricar o próprio teatro. De que serve o


exercício da improvisação? Para tecer e impostar um texto com palavras,
gestos e situações imediatas. Mas, principalmente, para retirar dos atores
a falsa e perigosa idéia de que o teatro não é nada além do que literatura
posta em cena, recitada, cenografada, em vez de simplesmente lida. (FO,
1999, p. 323)

Mesmo que pareça que suas marcações estão rigidamente limitadas o


ator é sempre um jogador-improvisador, que joga com os acontecimentos
do momento. “É do conhecimento de todos que o teatro nasce da
improvisação, do ponto de vista de qualquer termo teatral nela contido.
Porém, não se separa da improvisação.” (CHACRA, 1983, p.40)

Improvisação e teatro são duas palavras que caminham juntas, às vezes


omitidas, mas sempre estiveram interligadas e dependentes.
Passo para o terceiro momento. Quando, dentro da estrutura já fechada
de um espetáculo teatral, existem lacunas que deixam a possibilidade de
uma improvisação. Uma lacuna para o inesperado. “A improvisação de
uma situação no palco tem uma organização própria, como no jogo.”
(KOUDELA, 1998, p. 44)

Cria-se espaço para que o inesperado aconteça. Para que a


apresentação seja única, como todo evento teatral. Aqui reside outro
paradoxo. Como podemos ter espetáculos que deixam lacunas
propositais para improvisar sendo que todo evento teatral tem embutido
em si o caráter improvisacional?
Como já vimos, todo evento teatral tem espaço para a improvisação. Os
JOGOtrabalham
que têm esse elemento declarado TEATRAL abertos para esses
acontecimentos. Criam possibilidades para que essa improvisação seja
declaradamente aberta ao público.

A improvisação teatral é fundada na espontaneidade, como fenômeno


psicológico e estético. É o fator que faz parecerem novos, frescos e
flexíveis todos os fenômenos psíquicos e teatrais, dentro de um universo
em que tem lugar a mudança e a novidade. É exatamente esse aspecto
que confere à improvisação o seu caráter de momentaneidade – hic et
nunc – no qual se assentará todo e qualquer ato teatral. (CHACRA, 1983,
p. 45)

A base do teatro já é improvisada; o encontro. O encontro entre ator e


público é improvisado. O ator não sabe quem estará na platéia. Como foi
o dia de cada pessoa. Se elas estão totalmente dispostas a estarem ali.
Se é a melhor opção que fizeram para aquele momento de sua vida. Se
foram até lá obrigados. O momento do encontro. A troca de energias. O
ator entra e se encontra com o público naquele momento. Será somente
aquele momento. Nunca o mesmo. Neste contexto de improviso, o ator
tem seu espetáculo a cumprir. Sua partitura corporal.

O ator, como o músico, necessita de uma partitura. A partitura do músico


consiste em notas. O teatro é um encontro. “Dar e tomar”. Olhe para
outras pessoas, confronte-as consigo, com as suas próprias experiências
e pensamento, e forneça uma réplica. Nestes encontros humanos
relativamente íntimos, há sempre este elemento de “dar e tomar”. O
processo é repetido, mas sempre hic et nunc: o que quer dizer, nunca é
bem o mesmo. (GROTOWSKI, 1976, p. 167)

Tivemos aqui a apresentação das possibilidades de improvisação dentro


dessa pesquisa. A improvisação acontecerá tanto nos processos de
trabalho, que seria o início do processo teatral, quanto durante a
apresentação. No momento da junção com o público. A improvisação
estará durante todo o processo teatral.
Podemos concluir que da junção da tríade básica (ator, texto e publico)
JOGO TEATRAL
surge a forma teatral. A tríade constitui também o fenômeno teatral, que
traz como elemento fundamental a improvisação, responsável pela
vitalidade da arte no palco. Provocando reações inesperadas e
resultando num produto final imprevisto. (CHACRA, 1983, p. 20)

Quando Sandra Chacra se refere ao texto diz sobre tudo o que o ator tem
a cumprir dentro do espetáculo: como partitura corporal,o próprio texto,
ações. A improvisação dará mais força, dessa forma, para um dos
maiores triunfos do teatro: a arte do encontro, a efemeridade. Uma das
maiores diferenças do teatro para as outras artes representativas dá-se
nesse encontro. Onde somente ali e somente por aquelas pessoas é
vivida tal experiência.

Não estamos interessados em nenhuma determinada platéia. O teatro


deve reconhecer suas próprias limitações. Se não pode ser mais rico que
o cinema, então assuma sua pobreza. Existe apenas um elemento que o
cinema e a televisão não podem tirar do teatro: a proximidade do
organismo vivo. (GROTOWSKI, 1976, p. 26-27)

Todo evento teatral está envolvido pela improvisação. A possibilidade de


seu uso consciente pode auxiliar no trabalho do ator. Assim, jogo e
improvisação estão ligados e são de extrema importância para que o
teatro aconteça. Estes dois termos estarão entremeando todo o
desenrolar deste trabalho.

Têm-se ainda os espetáculos que incitarão a participação ativa do


público. Em espetáculos de palhaços é muito comum presenciar esse
fato. O palhaço joga com o público e muitas vezes vem a incitar
determinadas ações para que seja possível jogar o jogo proposto dentro
do espetáculo. O palhaço, na maioria das vezes, já conta com a
participação do público. Improvisa dentro dessa possibilidade. Jogando
diretamente com as respostas do público.
JOGO TEATRAL
Dessa forma, há mais uma possibilidade da improvisação teatral, em que
seu sentido é compreendido de dois modos: “o primeiro é através da
improvisação artística, cuja tarefa fica exclusivamente nas mãos dos
atores; o segundo, é quando é executada por não-artistas, como na
improvisação coletiva, na qual o público participa diretamente do
espetáculo” (CHACRA, 1983, p. 96)

Esta foi a improvisação teatral. Com a adição do jogo e falando dos dois
juntos e propositadamente expostos começamos a ter mais proximidade
com o mundo da comicidade e já que o palhaço colocou a ponta do nariz
para fora da cortina vamos em frente para apresentar a estrela da noite.
Todos de pé para receber o Palhaço.

CONTINUA NO PRÓXIMO MÊS

TEMA DOS PRÓXIMOS E-BOOKS:

PALHAÇOS E PALHAÇAS DE RUA

PALHAÇO - JOGADOR DO RISO


Acredito que a prática e a reflexão teórica,
caminham lado a lado. E assim acredito, porque
assim é a minha história. 

REPERTÓRIO

EXERCITO
CONTRA 
NADA
El General

Um palhaço entra em apuros quando se dá conta que é a


hora do show. O jogo e os imprevistos são partes essenciais
dessa nova aventura, onde o impossível se fará possível e o
possível se fará ver. Até que dentro de sua fantasia, se depara
com uma vida que finda e então mergulha na imaginação e na
possibilidade de transformar-se no que quiser. Quem vem é El
General, um soldado perdido, talvez dos tempos de Philip
Astley, quando esse capitão transformou seu exército em circo.

BRASIL - ESPANHA - GRÉCIA - ARGENTINA - PERU


Chorinho de uma roda só

O carregador está sem dinheiro e com o estômago vazio, perdido no


espaço e no tempo, busca sair dessas dificuldades criando um
espetáculo. Porém, a carroça velha não ajuda, quebra e perde uma roda,
transformando-se em um monociclo. O que parecia o fim da linha,
transforma-se em uma nova possibilidade e em um grande desafio:
apresentar um show em uma roda só.

Entre saltos e giros, o palhaço agora tenta equilibrar-se em seu novo


monociclo ao mesmo tempo em que toca “Brasileirinho” – música ícone
do chorinho, gênero que nasceu nas ruas do país – no banjo cavaco, que
está atrás da cabeça. Se conseguir tal façanha, essa é a primeira vez
que se ouve falar do número na história do circo.
EXÉRCITO CONTRA
JOGO TEATRAL

NADA

É uma iniciativa que, desde 2011, enxerga nas artes


performáticas diversas maneiras de gerar momentos de
felicidade e alegria.

Trabalhamos com: ARTE DE RUA - PALHAÇARIA


CONTAÇÕES DE HISTÓRIAS - MÚSICA
CIRCO - TEATRO

Também oferecemos workshops e cursos com maior


carga horária para empresas,escolas, festivais de arte,
grupos de teatro, palhaços e palhaças, clowns e
entusiastas que se interessem por esse trabalho.
Prêmios
JOGO TEATRAL

2014 – PROMIC - Lei de Incentivo a Cultura de


Londrina – PR
Direção e atuação: Rafael de Barros Projeto: “Exercito
Contra Nada avança por Londrina” circulação do
espetáculo El General dezoito apresentações pela
cidade.

2016 – ProAC – Programa de Ação Cultural


São Paulo
Criação e Circulação de Número Circense
Direção e atuação: Rafael de Barros Projeto: Chorinho
de uma roda só. Criação de número solo com o
palhaço Tramp, cavaquinho e monociclo.
Esse número circulou por 8 estações de trem da CPTM
- por toda a Grande São Paulo.

Qualquer dúvida ou sugestão entre em contato


conosco pelas redes:

facebook.com/exercitocontranada
contato@exercitocontranada.com.br
www.exercitocontranada.com.br
Referências Bibliográficas
JOGO TEATRAL

CHACRA, Sandra. Natureza da Improvisação Teatral.


São Paulo: Perspectiva, 1991.

FO, Dario. Manual mínimo do ator. São Paulo: Editora


Senac, 1999.

GROTOWSKI, Jerzy. Em busca de um Teatro Pobre.


Trad. Aldomar Conrado. São Paulo: Civilização
Brasileira, 1987

KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos teatrais / São Paulo :


Perspectiva, 1998.

SPOLIN, Viola. Improvisação para o Teatro. São Paulo,


Ed. Perspectiva. 1998

__________¬_. O jogo teatral no livro do diretor. São


Paulo: Perspectiva, 2008

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