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CURSO DE INICIAÇÃO

PROFISSIONAL – Unidade 1
FICHA TÉCNICA

Ministério do Meio Ambiente - MMA


Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis
Raquel Breda dos Santos - Diretora do Departamento de Produção e Consumo
Sustentáveis
Rivaldo Pinheiro Neto - Gerente de Projeto

Apoio
Gustavo de Oliveira – Analista Ambiental

Departamento de Educação Ambiental

Renata Rozendo Maranhão – Diretora do Departamento de Educação Ambiental


Nadja Janke – Gerente de Projeto

Apoio

Ana Luisa Teixeira de Campos – Analista Ambiental

Equipe de desenvolvimento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Conselho Regional

Antônio Ricardo Alvarez Alban

Diretoria Regional Bahia

Leone Peter Correia da Silva Andrade

Departamento Regional Bahia

Área de Meio Ambiente

Edisiene de Souza Correia

Núcleo de Inovação e Tecnologias


Educacionais

Ricardo Santos Lima


Coordenação Técnica do Projeto

Arilma Oliveira do Carmo Tavares

Coordenação Educacional

Marcelle Rose da Silva Minho

Coordenação de Produção

André Luiz Lima da Costa

Autores

Alexsandro dos Santos Reis


Ana Karina da Silva Torres
Arilma Oliveira do Carmo Tavares
Edisiene de Souza Correia
Flávia Bezerra Amorim
José Rafael Nascimento Lopes
Kátia Goés Macedo de Oliveira
Marina Lordelo Carneiro
Michelle Cruz Costa Calhau
Patrícia Bahia da Silva
Thiago Henrique Carvalho do Nascimento

Revisão Técnica

Alexsandro dos Santos Reis


Arilma Oliveira do Carmo Tavares
Flávia Bezerra Amorim
Geovana Cardoso Fagundes Rocha
Marina Lordelo Carneiro
Patrícia Bahia da Silva
Rosana Uildes Ferreira Benicio da Silva
Vanessa de Souza Lemos

Revisão Pedagógica

Geovana Cardoso Fagundes Rocha


Vanessa de Souza Lemos
Rosana Uildes Ferreira Benicio da Silva

Projeto gráfico e diagramação

Fábio Ramon Rego da Silva

Revisão

Lídia Chagas de Santana


Equipe de Ilustradores:

Alex Romano
Antônio Ivo
Daniel Soares
Fábio Ramon
Leonardo Silveira
Ricardo Barreto
Vinicius Vidal

Este curso foi desenvolvido a partir do Acordo de Cooperação de Pequena Escala,


SSFA/BRA-002/2013, celebrado no âmbito do Projeto n° 61-P7 (Brazil Project):
"Produção e Consumo Sustentáveis" entre o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento
Regional da Bahia – SENAI/DR/BA para o Ministério do Meio Ambiente – MMA.

Departamento de Produção e Consumo Sustentável


Ariel Cecílio Garces Pares

Coordenação-Geral
Rivaldo Pinheiro Neto

Equipe do MMA
Gustavo de Oliveira
Vana Tercia Silva de Freitas
Alan Ainer Boccato Franco
Adeilton Santos Moura
Anísia Batista Oliveira de Abreu
CONCEITOS INICIAIS

A palavra meio ambiente pode ser conceituada de diferentes formas. De acordo com a
Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio
Ambiente define meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas”. (BRASIL, 1981). Este conceito pode ser ampliado quando
tomamos como base a Resolução CONAMA nº 306/2002 que inseriu, no conceito de
meio ambiente, outros elementos:

“o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,


química, biológica, social, cultural e urbanística que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas”. (BRASIL, 2002).

Essas interações incluem o ser humano, bem como os demais elementos da natureza.
Dessa forma, podemos concluir que o conceito de meio ambiente é amplo. Diferente de
meio ambiente, o termo natureza tem um sentido mais restrito e refere-se ao conjunto
dos seres vivos e os fenômenos de ocorrência natural, ou seja, sem a intervenção do
homem ou de elementos artificiais. Agora que já sabemos a diferença entre meio ambiente
e natureza, veremos alguns temas que estão relacionados a esses como: ecologia e
recursos naturais.

A palavra ecologia é originada por dois termos de origem grega Oikós (casa) e logos
(estudo). Trata-se da ciência que estuda as interações entre os seres vivos e o ambiente
onde vivem que é conhecido como ecossistema.

Oikós + Logos = ECOLOGIA

O ecossistema é a unidade de estudo da ecologia na qual os seres vivos interagem entre


si e com o meio natural, pela reciclagem de matéria através dos ciclos biogeoquímicos1 e
é composto por elementos abióticos2 e bióticos3, e estes se relacionam e interagem, visto
que compostos como o oxigênio e a água, por exemplo, estão em constante fluxo com os
seres vivos (BRAGA et al,. 2005).

Os recursos naturais podem ser classificados em dois tipos: os recursos renováveis e os


não renováveis. Os recursos renováveis são aqueles que após utilização, ficam
disponíveis após um tempo, em virtude dos ciclos naturais. Um exemplo de recurso

1 Ciclos biogeoquímicos: É o movimento natural de elementos químicos no ecossistema entre os seres vivos e o meio
ambiente.
2 Abióticos: Matéria inorgânica ou sem vida.
3 Bióticos: Elementos com vida.
natural é a água, que retorna a natureza, por meio do seu ciclo hidrológico4. Já os recursos
não renováveis são aqueles que, após uso, não podem ser reciclados, e existem em uma
quantidade limitada no meio ambiente. Um exemplo de recurso não renovável é o
petróleo. Veremos na figura abaixo, exemplos de recursos naturais renováveis e não
renováveis.

Recursos Naturais

Renováveis Não renováveis

Carvão, Gás Natural,


Ar, Água, Sol e
Petróleo, Ferro,
Biomassa
Cobre, dentre outros.

Você sabia?

O alumínio é um metal, recurso natural, que possui uma gama de aplicações, podendo ser
utilizado em navios, automóveis, aviões, embalagens e tintas, entre outras. Isso demonstra
a importância dos recursos naturais no nosso cotidiano.

Para finalizarmos, veremos a diferença entre os termos conservação e preservação que


muitas vezes são confundidos como sinônimos, porém representam relações distintas
entre o homem e a natureza. Enquanto, a conservação permite a utilização do espaço
natural aliadas à práticas sustentáveis (desde que sejam adotadas medidas para reduzir os
impactos ambientais), a preservação não permite o uso do espaço natural pelo ser humano.

Saiba mais

Amplie seus horizontes e busque em sites especializados em meio ambiente para aprender
um pouco mais sobre a diferença entre conservação e preservação. Um exemplo é o site
Rede Ambiente.

4
Ciclo hidrológico: É o fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a
atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade e à rotação terrestre.
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO E MEIO AMBIENTE

Após a revolução industrial, durante muito tempo, utilizou-se a natureza a favor do


crescimento e desenvolvimento econômico das nações, essa era a meta: crescer e se
desenvolver. Mas você sabe a diferença entre os conceitos de crescimento e
desenvolvimento econômico?

O crescimento econômico é visualizado com o aumento da produção de uma nação, em


determinado período de tempo. Não devemos esquecer que o crescimento e o
desenvolvimento econômico do nosso país estão diretamente ligados à nossa história,
nossa origem e à história do mundo (VIEIRA et al,. 2007).

E desenvolvimento? O que significa? Segundo Rebouças (s.p. ou 20--), o


desenvolvimento é considerado um processo que requer estudos, planejamento e ações
constantes e pode apresentar modificações e novas direções em virtude de algumas
variáveis (políticas, ambientais, mercadológica, etc.). Dessa forma, o desenvolvimento
econômico, significa o melhoramento dos serviços, estruturas e economia de uma região
e resulta em melhor qualidade de vida para as pessoas.

De modo geral, crescimento econômico está relacionado à produção de um lugar, de uma


região ou de um país e o desenvolvimento econômico está ligado à qualidade de vida de
uma população, medido por meio de indicadores5 como saúde, educação, pobreza, renda,
etc.

Você Sabia!
Existem indicadores de desempenho ambiental que já são mundialmente utilizados, tais
como a Pegada Ecológica, Pegada de Carbono, Pegada Hídrica e muito mais. Estes
indicadores serão estudados em breve nos próximos capítulos!

Mas será que existe algum indicador que associe valores econômicos com valores
ambientais?

Uma proposta metodológica inovadora desenvolvida pela ONU e utilizada por alguns
países do mundo como Indonésia e Namíbia, associa a riqueza produzida pelas nações
(capital físico), o capital natural6 e o capital humano7. Denominada de SEEA - Sistema
Integrado de Contabilidade Econômica e Ambiental, essa metodologia proporciona a
inclusão das variáveis ambientais no cálculo do produto interno bruto (PIB) e busca
acompanhar o desempenho econômico e ambiental de um país (MEIO, 2014).

5 Indicadores: são instrumentos utilizados para monitorar e avaliar projetos, programas e políticas

6Capital natural: representa a soma de todos os benefícios que os ecossistemas equilibrados fornecem ao homem, assim como: água potável, alimento e madeira, como também
os valores espiritual e cultural que os ambientes naturais representam para as comunidades. (STRUMPF, 2013).
7 Capital humano: conjunto de investimentos destinados à formação educacional e profissional de determinada população.(ESCÓSSIA,2010)
E quando falamos em desenvolvimento socioeconômico?

Neste momento destacamos a importância de promover o equilíbrio tanto nos aspectos


econômicos, quanto nos aspectos sociais.

No contexto social, é pertinente a preocupação com a qualificação da população para o


trabalho (capital humano) e o investimento nas redes de parceria (Estado, iniciativa
privada e sociedade civil organizada), através do fortalecimento de organizações sociais
que priorizem o alcance de objetivos coletivos, o chamado capital social8.

O desenvolvimento socioeconômico significa, portanto, melhorias na distribuição de


renda, na geração de empregos, na qualidade de vida das pessoas e proteção ambiental,
potencializa os capitais humano e social, de uma nação, ou seja, condição primária para
o desenvolvimento local.

Pensando em proporcionar maior integração econômica e social, acompanhar o


desenvolvimento das nações e propor soluções para possíveis problemas, o mundo se
dividiu econômico e politicamente em grupos, chamados de blocos ou associações de
países que se reúnem periodicamente para discutir regras, criar metas e fortalecer o
desenvolvimento socioeconômico de suas nações. Paralelamente aos encontros dos
grupos/blocos de países, muitos eventos globais são realizados para discutir formas de
melhor distribuição de renda, diminuição dos problemas sociais e equilíbrio ambiental.

Uma dessas importantes reuniões envolveu 189 países e resultou em um documento,


produzido, defendido e aprovado, denominado Declaração do Milênio, documento criado
em 2000, quando se avaliou os maiores problemas que afetam o mundo, ficando definidos
8 objetivos (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM) com prazo até 2015 para
que esses objetivos fossem atingidos (ALMEIDA, 2007).

Você Sabia?
No Brasil, surgiu um movimento nacional chamado Nós Podemos – 8 Jeitos de Mudar
o Mundo, de iniciativa de empresas, governos e organizações sociais para o cumprimento
dos ODMs.
Um segundo documento denominado Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ou
conhecidos como “ODS”, elaborado em 2013, liderado pelo Pacto Global das Nações
Unidas, onde novas metas foram estabelecidas para serem alcançadas até 2030 com vistas
a promover o crescimento econômico e desenvolvimento social sustentável que proteja o
meio ambiente e beneficie a todos.

Saiba Mais
Para conhecer as metas estabelecidas no documento ODS acesse o site do Pacto Global.
(www.pactoglobal.org.br)

8Capital Expressa à capacidade de uma sociedade estabelecer redes de cooperação para produção de bens coletivos e dessa forma promover desenvolvimento
social:
econômico e social (JOHANNPERTER, 2012).
Diante dessa discussão, chegamos à conclusão que crescer e desenvolver são primordiais
para nossa sobrevivência, no entanto, as nações se desenvolveram socioeconomicamente,
mas isso acarretou em problemas como poluição e escassez dos recursos naturais, que são
imprescindíveis para a sobrevivência do ser humano e de todo ecossistema. É preciso
assim, repensar o modelo de desenvolvimento que queremos, e, urgentemente,
desenvolver estratégias que assegurem o bem estar de todos.
EVENTOS GLOBAIS PARA PROTEÇÃO AMBIENTAL
A partir da publicação do livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson, em 1962, que
relata os efeitos danosos para o meio ambiente do uso de pesticidas9, como o DDT10,
diversos autores começaram a questionar o impacto de alguns produtos no meio ambiente
e isto possibilitou o desenvolvimento de vários eventos relacionados à temática
ambiental.
Dessa forma, em 1972, foi realizada em Estocolmo, na Suécia, a Conferência Mundial
sobre o Homem e o Meio Ambiente, também conhecida como Conferência de
Estocolmo, considerada o primeiro grande evento organizado que visou alertar sobre os
impactos decorrentes da ação humana no meio ambiente, contou com a participação e
debates entre vários países e organismos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Este evento foi marcado pela forte discussão entre os países desenvolvidos que defendiam
a ideia de crescimento zero e os países em desenvolvimento que, assolados com
problemas como fome e miséria, buscavam o desenvolvimento econômico rápido. No
entanto, constatou-se que os problemas ambientais eram devidos, sobretudo, ao modelo
de desenvolvimento industrial adotado pelos países desenvolvidos que estava relacionado
com a exploração excessiva dos recursos naturais.

Esses debates foram possíveis, especialmente, devido à publicação do documento Os


Limites do Crescimento do Clube de Roma11 divulgado pouco antes da Conferência de
Estocolmo, que abordava as consequências do crescimento econômico. Pode-se dizer
que, como avanço geral, a Conferência de Estocolmo (i) possibilitou a inclusão do tema
ambiental na agenda dos participantes; (ii) incentivou a criação de órgãos nacionais
voltados à questão de meio ambiente; e, (iii) consolidou as organizações não-
governamentais (LAGO, 2006; PITHON, 2013).

Saiba mais
Busque na internet a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
Humano e fique por dentro dos seus 26 princípios.

9 Pesticidas: Também conhecido como agrotóxicos são substâncias que têm como objetivo impedir, destruir, repelir
qualquer praga. É lançado, por exemplo, em plantações para combater insetos, ervas daninhas, etc.
10 DDT (diclorodifeniltricloroetano): Pesticida que foi muito utilizado durante a Segunda Guerra Mundial, como forma

de proteção contra pragas na agricultura.


11 Clube de Roma: Organização não governamental (ONG) surgida em 1968, cujo objetivo é debater assuntos como a

relação entre o meio ambiente e o crescimento econômico. Isso foi fundamental para realização de eventos para
proteção do meio ambiente que aconteceram em várias partes do mundo.
Mais adiante, em 1992, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento, Rio 92, Cúpula da Terra ou Eco 92, na cidade do Rio
de Janeiro - Brasil. Na Rio 92 houve uma avaliação dos avanços mundiais desde a
Conferência de Estocolmo, em 1972, até aquele momento. Outro ponto importante foi a
aceitação do conceito de desenvolvimento sustentável divulgado em 1987 por meio do
Relatório de Brundtland. Isso resultou na elaboração de diversos documentos ou acordos:

 Agenda 21: A Agenda 21 Global é um documento com 40 capítulos que


contempla as diretrizes para elaboração pelos países participantes de suas
Agendas 21 (nacionais, regionais e locais). As Agendas devem abordar questões
relativas à pobreza até mudanças nos padrões de consumo e proteção ao meio
ambiente.
 Convenção sobre Diversidade Biológica: É um tratado assinado por 156 países,
cujo objetivo é a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos
naturais.

 Convenção sobre Mudanças Climáticas: É um acordo firmado por vários


países, com objetivo de reduzir a concentração de gases de efeito de estufa na
atmosfera a níveis que reduza interferência no clima.
 Declaração de Florestas: Primeiro documento relativo ao tema florestas de
forma universal, cujo objetivo é a conservação e manejo, e o uso sustentável de
todos os tipos de florestas.
 Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: Conta com 27
princípios e visa buscar ações para o desenvolvimento sustentável, mediante a
cooperação entre os Estados, a sociedade e os indivíduos, trabalhando pela criação
de acordos que priorizem os interesses de todos.

Saiba mais
Para enriquecer seu conhecimento e entender melhor a Conferência Rio 92, assista no site
da ONU Brasil, o documentário “A Cúpula da Terra - Conferência da ONU sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (1992)”.

Outro evento importante foi a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável ou


Rio + 10 - após dez anos da realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (ou Rio 92) - no ano de 2002, em Johanesburgo, África do
Sul, que contou com mais de 150 países, grandes empresas, associações setoriais,
organizações não governamentais, cujo objetivo foi avaliar os avanços ocorridos durante
a Rio 92, principalmente em relação às propostas da Agenda 21 que era aliar o
crescimento econômico à preservação ambiental.

Como pontos importantes deste evento destacam-se (i) um aumento do conhecimento


científico; (ii) o fortalecimento das leis destinadas a proteção do meio ambiente na
maioria dos países; e, (iii) o aumento da informação e participação da sociedade refletindo
no cumprimento de muitos compromissos assumidos pelos governos na Rio 92. Além
disso, foi proposto um conjunto de programas com objetivo de dar aplicabilidade ao
conceito de Produção e Consumo Sustentáveis (PCS) conhecido como Processo de
Marrakesh.

Posteriormente, foi realizado novamente no Rio de Janeiro - Brasil, em junho de 2012,


outra grande conferência Mundial, a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio + 20, reunindo representantes
dos 193 Estados e a sociedade civil constituindo-se numa segunda fase da Cúpula da
Terra. Ao final deste evento foram propostas ações para as próximas duas décadas e
gerado o documento chamado “O Futuro Que Queremos”, com 53 páginas, que destaca
aspectos sociais e ressalta a importância do esforço de todos para o combate à pobreza, à
proteção das florestas, dos oceanos e da biodiversidade, entre outros temas.

Além das conferências destacadas anteriormente é importante mencionar que um dos


desdobramentos da Rio 92 foi o desenvolvimento da Conferência das Partes (COPs) sobre
“Mudanças Climáticas” que teve sua primeira edição no ano de 1995, em Berlim, na
Alemanha, focada na redução da emissão dos gases causadores do efeito estufa12.

A partir dessas discussões pôde-se criar o Protocolo de Kyoto na terceira Conferência das
Partes (COP-3), em 1997, na cidade de Kyoto, no Japão, que estabelecia as metas de
redução de emissão de gases de efeito estufa, como o gás carbônico (CO2). No entanto,
dentre os principais emissores de gases de efeito estufa, somente os Estados Unidos não
ratificaram13 o Protocolo, alegando que isto influenciaria na economia do país.

SAIBA MAIS!
Para entender um pouco mais sobre a Conferências das Partes sobre Mudanças Climáticas
(COPs) acesse o site do Planalto do Governo “A história das conferências da ONU sobre
mudanças climáticas”.

12 Efeito estufa: Gases oriundos da queima de combustíveis fósseis, da decomposição dos resíduos sólidos, dentre outras
fontes. Responsáveis pela intensificação do efeito estufa, influenciando no aumento da temperatura média do planeta.
13 Ratificar: confirmar, aprovar.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Os eventos globais de proteção ao meio ambiente tiveram papel importante para a


discussão de modelos de desenvolvimento, e, em especial, para a difusão do conceito de
Desenvolvimento Sustentável. Assim, após a Conferência de Estocolmo, e, a partir de
estudos presididos pela ministra da Noruega Gro Haalen Brundtland, em 1987, foi
divulgado o Relatório de Brundtland, também conhecido como Relatório Nosso Futuro
Comum, que trouxe a definição do termo desenvolvimento sustentável como: “aquele
que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras
gerações satisfazerem as suas próprias necessidades”.

Essa definição foi ampliada a partir de outros eventos globais, como a Conferência de
Johanesburgo (Rio+10) ou Cúpula de Johanesburgo, passando a ser definida como aquele
desenvolvimento que “procura a melhoria da qualidade de vida de todos os habitantes do
mundo sem aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade da Terra”.

Durante muito tempo a questão do desenvolvimento concentrou-se no crescimento


econômico, no entanto, este modelo baseado na acumulação de bens provou ser
insustentável ambientalmente. Dessa forma, após a disseminação do conceito de
desenvolvimento sustentável, as questões ambientais passaram a ser mais compreendidas
e este assunto foi amplamente discutido e revisado. Para Mikhailova, (2004) o
desenvolvimento sustentável é aquele que, no qual, estão presentes os três pilares
representados na imagem a seguir.

Fonte: SENAI, 2012.


Assim, cada vértice da pirâmide representa um elemento importante para uma sociedade
se desenvolver economicamente, ao mesmo tempo em que reduz o uso excessivo dos
recursos naturais. Essas áreas chaves ou dimensões são detalhadas a seguir:

a) Sustentabilidade econômica: É preciso haver crescimento assegurando um


desenvolvimento econômico mais igualitário entre as nações, e que isso seja
alinhado com a redução dos impactos no meio ambiente.
b) Sustentabilidade ambiental: É importante que os países adotem modelos de
desenvolvimento econômico que visem reduzir o consumo dos recursos naturais,
pois estes devem ser assegurados às futuras gerações.
c) Sustentabilidade social: Que seja assegurada à sociedade uma melhor
distribuição de renda, melhor qualidade de vida e maior participação social.
Existem ainda autores que citam outras dimensões como a sustentabilidade política que
é um instrumento necessário para as coisas acontecerem, visto que um governo
democrático14 é essencial para o estabelecimento do desenvolvimento sustentável, além
da sustentabilidade cultural que prioriza o respeito à formação cultural das
comunidades e sua relação com os ecossistemas locais (SACHS, 2004).

Saiba mais
Para saber mais sobre Desenvolvimento Sustentável consulte o artigo Sustentabilidade:
evolução e conceitos teóricos e os problemas da mensuração prática da autora Irina
Mikhailova e entenda um pouco mais sobre desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento sustentável é um processo de transformação da sociedade e que
requer mudanças nos padrões de produção e consumo. Muitas vezes, o uso desse termo
não reflete na prática seu significado, pois, para isso, é preciso romper paradigmas15 e
interesses particulares de organizações que acreditam que desta maneira colocariam em
risco seu padrão de desenvolvimento (CARMO, 2008).
Em outras palavras, para ocorrer o desenvolvimento sustentável é necessário a inclusão
de diversos aspectos e o empenho de atores sociais (governo, sociedade civil, população,
empresas) para que o mesmo se estabeleça. É um processo contínuo e requer mudanças
no padrão de desenvolvimento e de comportamento do homem em relação aos elementos
da natureza, ou seja, é importante repensar nossos padrões de produção e consumo.

14 Democrático: Do grego demo = povo e cracia = governo, ou seja, governo do povo. Um sistema democrático é
aquele em que as pessoas de um país podem participar da vida política. Dentro de uma democracia, as pessoas possuem
liberdade de expressão e manifestações de suas opiniões.
15 Paradigmas: que pode ser utilizado como padrão, modelo, exemplo.
Essa relação de produção e consumo é responsável pelo uso dos recursos da natureza,
com intuito de satisfazer nossas necessidades, além dos impactos ambientais associados
ao desenvolvimento dessas atividades e constitui um entrave ao desenvolvimento
sustentável. Logo, tanto as indústrias quanto o cidadão são atores importantes para
redução dos impactos no meio ambiente, e, para isso, deve-se ter o empenho de todos,
alinhando teoria e prática.
Portanto, quando nos referimos a desenvolvimento sustentável é primordial analisarmos
um indicador de sustentabilidade ambiental, que é Pegada Ecológica, que indica, por
meio de valores numéricos, o quanto o nosso padrão de produção e consumo está
demandando da natureza no que se refere ao uso de área bioprodutiva16. Cada unidade de
consumo é convertida em área bioprodutiva e posteriormente comparada com a
biocapacidade17 do planeta. Se estivermos consumindo mais área bioprodutiva do que o
planeta tem a oferecer, significa que estamos na contramão do desenvolvimento
sustentável.
Vale ressaltar que o poder aquisitivo de cada país tem uma relação direta com a sua
pegada ecológica. Um estudo realizado pela WWF (2012) apontou que em geral, os países
mais ricos possuem os maiores valores de pegada ecológica, conforme podemos observar
na tabela a seguir.
Colocação País Pegada Ecológica
(gha/pessoa)
1º Catar 11,68
3º Emirados Árabes Unidos 8,44
4º Dinamarca 8,25
5º Estados Unidos da América 7,19
56º Brasil 2,93
131º Índia 0,87
Fonte: WWF (2012)

O estudo realizado pela WWF (2012) informa que em 2008, a biocapacidade mundial era
de 1,8 gh18/pessoa. Se compararmos este valor com os dados da tabela chegamos a
conclusão de que a maior parte das nações estão adotando um padrão de produção e

16Área bioprodutiva: refere-se a uma área que possa produzir algo, a exemplo de área para agricultura.
17 Biocapacidade: quantidade de área bioprodutiva que o planeta possui.
18 GH: significa global hectare, uma conversão da unidade hectare realizada pelo método da Pegada Ecológica
consumo insustentável. Ou seja, é como se tivéssemos uma empresa e tivéssemos mais
despesas do que lucro.

Saiba mais

Para entender um pouco mais sobre este assunto leia a Cartilha “Pegada Ecológica: qual
é a sua?” dos autores Fabiano Scarpa e Ana Paula Soares.

O desenvolvimento sustentável busca garantir que tenhamos sempre a bioprodutividade


do nosso planeta disponível com intuito de alcançarmos qualidade de vida em equilíbrio
com os aspectos econômicos, sociais e ambientais que são fundamentais para qualquer
cidadão, empresa ou governo. Precisamos buscar o equilíbrio entre produção e consumo
a fim de alcançar o desenvolvimento sustentável.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Estudaremos algumas leis ambientais brasileiras que ajudaram na estruturação do nosso


Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Para tanto, é importante compreender
a importância da questão ambiental ser contemplada na Constituição Federal, assim como
o pioneirismo da Política Nacional de Meio Ambiente e a relevância da Política Nacional
de Resíduos Sólidos. Vamos lá?!

Fique Alerta!
A Conferência de Estocolmo foi bem discutida no capítulo sobre Eventos Globais para
Proteção do Meio Ambiente. Qualquer dúvida retorne a este conteúdo para uma revisão!

Foi na década de 1980 que surgiram as primeiras políticas ambientais nacionais que
apresentavam, de forma mais clara, planejamentos, programas e projetos, o que
representou um grande salto para a questão ambiental brasileira. As propostas de defesa
do meio ambiente marcaram a segunda metade do século XX no Brasil, com o chamado
“crescimento sustentável”.

Com a repercussão da Conferência de Estocolmo ocorrida em 1972, ampliaram-se as


discussões sobre a temática ambiental no Brasil, repercutindo em dois importantes
instrumentos legais que nortearam toda a política ambiental nacional: a Constituição
Federal, de 1988 e a Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (CF/88)

O mais importante instrumento, do ponto de vista hierárquico, foi a Constituição Federal


de 1988, a primeira constituição brasileira a dedicar um capítulo inteiro à temática
ambiental, sendo considerada por muitos juristas do país, como uma constituição verde
(ARAÚJO, 2000; MILARÉ, 2007) e a mais avançada do planeta sob o ponto de vista
ambiental.

Os Arts. 170 e 225, da CF/88

O Artigo 170, através de uma emenda constitucional estabelecida em 2003, adicionou à


lista de princípios de ordem econômica, a defesa do meio ambiente, no inciso VI. Observe
o texto legal a seguir:

“... Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho


humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado


conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos
de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)...”
(BRASIL, 1988)
O Art. 225 CF/88

“... Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. ...”
(BRASIL, 1988)

Saiba Mais!
Para uma consulta mais aprofundada, vale a pena analisar o capítulo da Constituição na
sua íntegra.

POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (PNMA) – Lei n° 6938/81

A Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA foi criada antes da CF/88, apesar de ser
hierarquicamente inferior. Este fato ocorreu devido aos desdobramentos da Conferência
de Estocolmo, ocorrida em 1972, que motivou a criação de uma política voltada para a
realidade ambiental brasileira, que estivesse de acordo com os dispostos nos acordos
internacionais. A PNMA surgiu antes da reformulação do texto constitucional, e,
podemos afirmar que este fato contribuiu para a elaboração do posterior artigo 225 de
forma mais segura e abrangente. Veremos a seguir, alguns dispositivos desta lei.

 Objetivos da PNMA

A PNMA tem o objetivo principal de tornar efetivo o direito de todos ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, ou seja, da qualidade ambiental propícia à vida das presentes
e das futuras gerações. É nesta política que se inicia o controle ambiental das atividades
empresariais públicas ou privadas, com foco na obrigação de recuperar e/ou indenizar os
danos causados ao meio ambiente.
 O SISNAMA
O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) foi criado em 1981 com o objetivo
de integrar as diferentes esferas legislativas do país, a união, os estados e os municípios.
Desta forma, construiu uma estrutura que fosse capaz de organizar as decisões e
fiscalizações no âmbito ambiental. O SISNAMA está dividido em seis grupos: órgão
superior, órgão consultivo e deliberativo19, órgão central, órgãos executores, órgãos
seccionais e órgãos locais. Observe cada um deles, conforme disposto na lei (BRASIL,
1981):
Órgão superior: o Conselho de Governo;
Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA);

19 Deliberativo: que delibera, toma decisões.


Órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (ou
Ministério do Meio Ambiente);
Órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade –
ICMBio;
Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais;
Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais.

Saiba Mais!
Para ler o texto da PNMA, acesse o portal do Planalto que apresenta a Lei, na íntegra.

Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei n° 12.305/2010

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) articula-se com a Política Nacional de


Educação Ambiental e com a Política Nacional de Saneamento Básico, e tem como
objetivo principal estabelecer as “diretrizes relativas à gestão integrada20 e ao
gerenciamento21 de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos
geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis” (BRASIL,
2010).

20Gestão Integrada: Conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar
as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento
sustentável (BRASIL, 2010).

21 Gerenciamento: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de
gerenciamento de resíduos sólidos (BRASIL, 2010).
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA

Vimos no capítulo anterior a legislação que trata das questões ambientais, porque as
organizações devem estar preparadas para atender as obrigações legais, que também são
denominadas de requisitos legais. Mas de que maneira as empresas devem se preparar
para isso e ainda melhorar seu desempenho ambiental.

Um instrumento que pode auxiliar nessa preparação e, ainda, ir além do caminho da


sustentabilidade é a adoção do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Para Nascimento
(2008) o SGA pode ser compreendido como um conjunto de procedimentos para
administrar uma empresa, de forma a obter melhor eficiência em relação ao uso dos
recursos, com menor impacto ao meio ambiente, mantendo assim, a Política
Ambiental22da instituição.

Para auxiliar as organizações a adotarem os procedimentos para melhorar seu


desempenho ambiental, a organização não-governamental ISO (Organização
Internacional para Padronização), sediada na Suíça, publicou, em 1986, a Norma
Internacional denominada ISO14001, que foi revisada em 2004. No Brasil a norma foi
traduzida pela – Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e publicada como o
nome de NBR ISO 14001:2004. Esta norma especifica os requisitos para implementação
do SGA.

A seguir explicaremos os requisitos da Norma ISO 14001:2004.

Etapas do SGA

1. Política Ambiental

A alta administração deve definir os princípios, os objetivos e metas da empresa em


relação ao seu desempenho ambiental, declarar que provê uma estrutura para a ação (ISO
14001:2004).

2. Planejamento

A série ISO 14001:2004 recomenda que a organização formule o planejamento das ações,
estabelecendo um plano para cumprir sua Política Ambiental. Este plano deve incluir os
seguintes tópicos: aspectos e impactos ambientais, requisitos legais e outros requisitos,
objetivos e metas; e programas de gestão ambiental.

22
Política Ambiental: Intenções e princípios gerais de uma organização em relação ao seu desempenho
ambiental, conforme formalmente expresso pela alta administração.
3. Implementação e Operação

Nessa fase já estamos com a política ambiental da empresa definida e com os programas
ambientais elaborados, como um passo a passo para a implementação e operação de forma
a obter melhorias no desempenho ambiental da organização.

4. Verificação

Para garantir o atendimento aos objetivos e as metas da política ambiental e a operação


adequada do SGA, os procedimentos e processos da empresa devem ser monitorados
regularmente. Esta é a etapa da verificação, que irá identificar as não conformidades23 e
executar as ações corretivas24 para mitigar (reduzir) os impactos e as ações preventivas
para evitar a ocorrência de falhas através de auditorias. As auditorias internas deverão ser
realizadas regularmente, em intervalos planejados, de forma a manter a qualidade do
SGA.

Você sabia?

Com o parecer positivo da auditoria externa25 o certificado é emitido com validade de três
anos, e, após esse prazo a empresa passará por uma auditoria de recertificação, que
avaliará como a empresa tem implementado o SGA durante esse período.

5. Análise pela Administração

Após a auditoria, a administração avalia as oportunidades de melhoria e necessidades de


adequação do SGA, mantendo todos os registros do processo para as próximas auditorias.
Independente das auditorias internas e externas é importante que a organização defina
uma periodicidade para realizar análise crítica do SGA.

Saiba mais

Leia a norma ABNT ISO 14001:2004 e aprofunde seus conhecimentos em cada etapa do
sistema de gestão ambiental.

Vimos neste capítulo como uma empresa pode tornar os seus processos mais eficientes,
com vistas à preservação ambiental. A ISO 14001:2004 é uma norma que vem auxiliar a
alta administração da empresa e padronizar a implantação de um Sistema de Gestão
Ambiental, que seja possível identificar o que não está ocorrendo como planejado e,
assim, melhorar continuamente para a garantia da proteção ambiental.

23 Não conformidades: Não atendimento de um requisito


24 Ações corretivas: Ação para eliminar a causa de uma não-conformidade
25 Auditoria externa: tem como principal objetivo atender as necessidades de terceiros no que diz respeito as
informações colhidas durante uma atividade decorrer da atividade. É realizada por profissionais especializados que
não possuem vínculos empregatícios com a empresa, a fim de expressar um parecer imparcial sobre o segmento
auditado.
PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEIS

De acordo com o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis - PPCS


(BRASIL, 2011) tanto a produção quanto o consumo são indispensáveis para satisfazer
as necessidades humanas. Dessa forma, a produção e o consumo tornaram-se um
problema, pois, com o crescimento populacional e as diversas mudanças no modo de vida
das pessoas, aumentou-se a capacidade de retirar maiores quantidades de matéria-prima,
possibilitando a produção de milhares de compostos químicos sintéticos, perigosos à
saúde humana e resistentes aos processos naturais de degradação (BRASIL, 2011).

O Plano articula as principais políticas ambientais e de desenvolvimento do País e que


deve ser apropriado pela sociedade em geral. O PPCS contempla uma série de ações com
enfoque participativo e de comunicação. Vamos conhecê-lo?

Conceitos iniciais

Para entender melhor do que trata o Processo de Marrakesh e o Plano de Ação para
Produção e Consumo Sustentáveis – PPCS, vamos compreender primeiro os seus dois
conceitos fundamentais:

Produção Sustentável é a “incorporação, ao longo de todo o ciclo de vida26 de bens e


serviços, das melhores alternativas possíveis para minimizar custos ambientais e sociais.
Acredita-se que esta abordagem preventiva melhore a competitividade das empresas e
reduza o risco para a saúde humana e ao meio ambiente. Vista numa perspectiva
planetária, a produção sustentável deve incorporar a noção de limites na oferta de recursos
naturais e na capacidade do meio ambiente para absorver os impactos da ação humana”
(Ministério do Meio Ambiente, 2011, p.13).

Consumo Sustentável é “o uso de bens e serviços que atendam às necessidades básicas,


proporcionando uma melhor qualidade de vida, enquanto minimizam o uso dos recursos
naturais e materiais tóxicos, a geração de resíduos e a emissão de poluentes durante todo
ciclo de vida do produto ou do serviço, de modo que não se coloque em risco as
necessidades das futuras gerações” (Ministério do Meio Ambiente, 2011, p.13).

É dentro desta ótica de produção e consumo sustentáveis que está estruturado o


documento que baseia o nosso curso, o Plano de Ação para Produção e Consumo
Sustentáveis (PPCS). Dessa forma, entenderemos a aplicação desses conceitos dentro dos
mais diversos temas estudados nos próximos capítulos deste curso.

26
Ciclo de vida: todo o processo da vida de um produto ou serviço, desde o projeto, extração de recursos,
concepção, até o descarte, reuso ou reaproveitamento.
Processo de Marrakesh

O Processo de Marrakesh recebeu este nome porque as decisões foram tomadas a partir
de uma reunião na cidade de Marrakesh localizada em Marrocos, na África. Coordenado
pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo Departamento
de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA), o processo de
Marrakesh tinha o objetivo central de solicitar e incentivar que todos os países
participantes do processo, desenvolvam um Plano de Ação, o qual será compartilhado
com os demais países, em nível regional e mundial, contando com a participação de
agências de desenvolvimento, sociedade civil e das organizações privadas (Ministério do
Meio Ambiente, 2014).

Pode-se observar que o Processo Marrakesh criou uma estrutura para reunir as iniciativas
de diferentes regiões do mundo que inclui: a realização de reuniões regionais (para
delineamento de prioridades e estratégias), mesas-redondas27 (para ampliar as discussões)
e reuniões internacionais (para o delineamento28 efetivo das recomendações feitas nas
consultas) (PORTILHO E RUSSO, 2008).

Veremos a seguir como é atuação do Brasil no campo do Plano de Ação para Produção e
consumo Sustentáveis.

Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) no Brasil

O Brasil aderiu formalmente ao Processo de Marrakesh em 2007, comprometendo-se a


elaborar seu Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), que foi
finalizado e disponibilizado publicamente, em 2011, no site do Ministério do Meio
Ambiente (MMA). Esta iniciativa do MMA cumpre um dos requisitos assinados no
Processo de Marrakesh, concebendo e difundindo o Plano de Ação para a almejada
mudança nos padrões de produção e consumo no Brasil.

O 1º Ciclo PPCS contempla ações para o período de 2011-2014, o que compreende o


primeiro ciclo da sua implementação. Está estruturado em dois volumes, o primeiro
subdivide-se em introdução, missão, princípios e objetivos, estruturação, as propostas
para sua estratégia, as prioridades e respectivos objetivos. Na segunda parte do Plano,
encontram-se cinco anexos agrupados como “Subsídios à elaboração do Plano de Ação
para Produção e Consumo Sustentáveis” (Ministério do Meio Ambiente, 2011) com
diversas informações complementares que auxiliam na compreensão do Plano, sua lógica
e o que se espera obter.

27 Mesas-redondas: espaços abertos de discussão norteados por moderadores, com foco em um tema de discussão.
28 Delineamento: traços gerais, descrição breve e sucinta.
Para o 1º Ciclo PPCS brasileiro foram escolhidas seis linhas prioritárias de atuação29,
essas linhas são:

1. Educação para o Consumo Responsável;


2. Compras Públicas Sustentáveis;
3. Agenda Ambiental na Administração Pública;
4. Aumento da Reciclagem;
5. Varejo Sustentável;
6. Construções Sustentáveis.

De acordo com o documento, a escolha das linhas é estratégica para o alcance das metas,
pois, promovem um rápido avanço em direção às práticas mais sustentáveis de produção
e consumo (Ministério do Meio Ambiente, 2011). Não significa que outras práticas não
possam ser contempladas, inclusive por conta das divisões que estas linhas apresentam e
da revisão do documento após 2014.

 Princípios norteadores

O 1º PPCS está orientado por 8 princípios norteadores. São eles:

- Princípio do Desenvolvimento Sustentável


- Princípio da Responsabilidade Compartilhada
- Princípio da Liderança Governamental por meio do exemplo
- Princípio da Precaução
- Princípio da Prevenção
- Princípio da Participação da Sociedade Civil
- Princípio da Cooperação
- Princípio da Educação Ambiental

Estes princípios garantem a transversalidade30 do Plano e estão em harmonia com


Políticas Ambientais e acordos internacionais que o Brasil faz parte.

Saiba mais
O Governo Federal disponibilizou um site de consulta ao PPCS e seus desdobramentos.
Acesse: http://www.consumosustentavel.gov.br/

29
Linhas Prioritárias de Ação: De acordo com Teixeira (2011), ao selecionar tais prioridades, busca-se
privilegiar ações convergentes com os objetivos centrais do Plano, com responsabilidades e recursos
definidos, considerando também o momento atual e a capacidade de implementação dos diversos atores
envolvidos.
30
Transversalidade: Caráter ou qualidade transversal.
Muitos desafios são encontrados na mudança cultural e comportamental de uma
sociedade, por isso este primeiro ciclo do PPCS tem um papel de extrema relevância
social, ao conceber a disseminação deste plano e reunir o maior número possível de
documentos, casos e abordagens complementares. Mas, ainda assim, a aceitação é um
processo individual, tornando uma verdade o clichê31 “cada um faz a sua parte”.

31
Clichê: ideia, expressão repetida.
ÉTICA E CIDADANIA

O termo ética surgiu com os filósofos na Grécia Antiga, mais precisamente por Sócrates,
conhecido como o “pai da ética”. Segundo o dicionário de língua portuguesa Caldas
Aulete (2008), por sua vez, a ética aborda as questões ligadas aos valores morais, e estes,
por sua vez, se refletem diretamente na conduta dos cidadãos, estabelecendo um bom
comportamento.

A ética é, portanto, uma área da filosofia que reflete e analisa o comportamento do


indivíduo, mediante suas ações, ou seja, seus valores, hábitos e costumes. A ética também
se estabelece na relação do ser humano com o meio ambiente (animais, plantas e seres
vivos). Somente em meados de 1970 é que passou a ser conhecida a relação da ética com
o meio ambiente - ética ambiental, baseada no direito humano à natureza saudável e à
qualidade ambiental, condições básicas para a qualidade de vida humana.

Segundo Rolston (2007), a ética ambiental parte das preocupações humanas com a
qualidade ambiental, ou seja, consiste em teoria e prática sobre preocupação apropriada
com valores e deveres em relação ao mundo natural.

É importante percebermos que para estarmos saudáveis, precisamos de ambientes


saudáveis, sendo necessária uma relação saudável e equilibrada entre os dois. É
importante ressaltar que os temas relacionados à ética precisam ser revistos e atualizadas
e que o homem passa por constantes mudanças que o levam a refletir e agir em direção
ao bem comum.

Mas como vivemos em comunidade é inevitável que existam conflitos, sendo necessário
que a sociedade reconheça, valorize e coloque em prática os princípios éticos. Para Boff
(2009), há quatro princípios que regem a ética e que asseguram um meio ambiente
saudável.

- O Cuidado - Essencial para uma relação saudável com o meio em que vivemos.

- O Respeito - Condição básica para uma boa convivência.

- A Responsabilidade Ilimitada - Somos responsáveis por nossos atos, pois nossas ações
provocam reações em toda a sociedade.

- A Solidariedade - Essencial para existência humana, faz da cooperação o alicerce das


sociedades, sem ela não seriamos capazes de existir.

Nesse contexto, a ética é importante para nos proporcionar um ambiente socialmente


justo, com garantia de direitos, com equilíbrio entre a conduta individual e o bem estar
coletivo, para que a vida seja agradável, segura, integral e saudável. O comportamento
ético, que seja com os seres humanos ou com o meio ambiente, nos faz julgar criticamente
esse cenário e nos convida a tomar atitudes de mudança.

Cidadania

Devemos lembrar que a ética nos faz refletir que somos parte importante de um sistema,
nos faz tomar consciência que, vivendo em sociedade, temos deveres e direitos, e isso
tudo, nada mais é do que cidadania.

Saiba Mais

Para saber sobre os capítulos referentes aos direitos e deveres da Constituição Brasileira
visite os sites: Portal do Planalto e Portal Brasil.

Enquanto a cidadania é um processo contínuo da coletividade em busca do bem estar


comum, o cidadão32 é parte importante nesse processo, este é o indivíduo que está
presente em uma sociedade, que participa e colabora para a construção da cidadania
(COELHO, 2011).

Como cidadãos, devemos ter consciência de nossas responsabilidades, devemos nos sentir
responsáveis por tudo à nossa volta, pensar e agir de forma coletiva, em consonância a
nossos valores, princípios e normas, respeitando a vida e dignidade, para assegurar o bem
estar social.

Você Sabia
Existem duas importantes leis brasileiras: O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
e o Estatuto do Idoso. Essas leis tratam dos direitos e deveres dos idosos das crianças e
dos adolescentes.
Ao relacionarmos a cidadania com o direito à qualidade de vida e bem estar social, nos
faz questionar porque permitimos ou até contribuímos para que haja a destruição do meio
ambiente?

O Brasil, por exemplo, é um país rico em biodiversidade, visto que possuímos muitos
rios, dispomos juntos com a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, da maior reserva de águas
subterrâneas do mundo (o Aquífero Guarani), favorecido pelo clima, com sol o ano inteiro
em grande parte do país, rico em formações geológicas como dunas e chapadões, e mesmo
assim, passamos agora por racionamento de água, de luz, sofremos constantemente com
apagão, secas prolongadas, fome, ou seja, mesmo com tanta riqueza vivemos em
desequilíbrio ambiental.

32
Cidadão: é aquela pessoa que participa, colabora e argumenta sobre as bases do direito. Em outras
palavras, é aquele que exerce seus direitos e deveres.
Essa crise ecológica é resultante do modelo de desenvolvimento insustentável focado em
consumo, com uma produção acelerada que busca alimentar o consumo desenfreado da
população (VIOLA, et. al., 2002). Lutar por um ambiente equilibrado e socialmente justo
é função de todos os seres humanos, surgindo daí um termo denominado cidadania
planetária.

O Conceito de cidadania planetária expressa a inserção da ética no cotidiano dos seres


humanos, possibilitando a tomada de decisões consciente, individuais ou coletivas, a
serem praticadas com responsabilidade local e global, tendo como foco principal o
respeito à vida, ampliando o sentimento de pertencimento, e respeito, à humanidade e a
um planeta único (LOUREIRO, 2003).

A cidadania planetária estimula o agir local e o pensar global, nos torna solidários uns
com os outros e com o nosso meio e faz refletir os direitos humanos, propondo ações que
integrem educação, ética, cidadania e meio ambiente.
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