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A importância do etanol na atenuação natural monitorada

ARTIGO TÉCNICO

IMPORTÂNCIA DO ETANOL NA ATENUAÇÃO NATURAL DE ÁGUAS


SUBTERRÂNEAS IMPACTADAS POR GASOLINA

IMPORTANCE OF ETHANOL ON NATURAL ATTENUATION OF GROUNDWATER


IMPACTED BY GASOHOL
CRISTINA CARDOSO NUNES
Engenheira Química pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Doutora em Engenharia Ambiental pela
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

HENRY XAVIER CORSEUIL


PhD em Engenharia Ambiental pela Universidade de Michigan. Professor Adjunto do Departamento de Engenharia
Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina – Laboratório de Remediação de Águas
Subterrâneas (REMAS/UFSC)

Código ABES: 136/06 Recebido: 19/10/06 Aceito: 05/06/07

RESUMO ABSTRACT
Nesse estudo, foram avaliados os resultados de um experimen- In this study, results of 6.5 years of a controlled release experiment
to de derramamento controlado de gasolina brasileira em água with Brazilian gasoline in groundwater were evaluated. Ethanol
subterrânea durante 6,5 anos de monitoramento. A exaustão exhaustion after 32 months and the significant dissolved BTEX
do etanol, aos 32 meses de monitoramento, e a significativa mass reduction of more than 90% after 79 months, associated
redução de mais de 90% da massa máxima dos compostos with the electron acceptors use and their metabolic byproducts
BTEX dissolvidos no meio, aos 79 meses, associadas ao uso accumulation, demonstrated the efficiency of monitored natural
dos receptores de elétrons e acúmulo de seus subprodutos attenuation for groundwater contamination without immediate
metabólicos, demonstraram a eficácia da atenuação natural risk to receptors. Moreover, ethanol degradation provided a natural
monitorada para contaminações de águas subterrâneas sem biobarrier formation that increased BTEX biodegradation rate
riscos imediatos a receptores críticos. Constatou-se ainda que a and prevented the BTEX plume expansion.
biodegradação do etanol permitiu a formação de uma biobar-
reira natural que, após a sua completa degradação, acelerou
a taxa de biodegradação dos BTEX e impediu o avanço da
pluma destes contaminantes.

PALAVRAS-CHAVE: Atenuação natural monitorada, biode- KEYWORDS: Monitored natural attenuation, anaerobic
gradação anaeróbia, gasolina, etanol, interpolação biodegradation, gasohol, ethanol, groundwater, interpolation.

INTRODUÇÃO Próalcool. Na época, o principal obje- sua qualidade. A contaminação de


tivo foi conter gastos com a importação águas subterrâneas por vazamentos de
A utilização de fontes de energia do petróleo, onerada com o aumento petróleo é uma das possíveis ameaças de
renovável é hoje meta ambiental de do preço do barril devido à crise oca- sua qualidade devido à alta toxicidade
diversos países. A resolução energética sionada pela OPEP(Organização dos dos hidrocarbonetos monoaromáticos
americana de 2005 prevê o uso de 28 Países Exportadores de Petróleo). Desta (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xile-
milhões de m3 por ano de etanol ou forma, graças a impasses econômicos no nos – BTEX). No Brasil, os padrões de
biodiesel até 2012 (Schnoor, 2006). século passado, hoje o Brasil dispõe de potabilidade estão previstos na portaria
No Brasil, a gasolina comercial pos- uma tecnologia para a produção e uso federal 518 (25.03.2004) do Ministério
sui uma mistura de etanol entre 20 a do etanol em motores automotivos, da Saúde, onde a concentração máxima
25% volume/volume, dependendo da contribuindo de forma pioneira para a permitida para o benzeno, tolueno,
disponibilidade de álcool no mercado, qualidade ambiental do ar atmosférico. etilbenzeno e xilenos são de 5µg.L-1,
estando hoje vigente a portaria no. 51, Contudo, além da preocupação mun- 170µg.L-1, 200µg.L-1 e 300µg.L-1, res-
de 22 de fevereiro de 2006, que fixa dial com a qualidade do ar, a preserva- pectivamente.
o percentual obrigatório de adição de ção das águas subterrâneas tornou-se Para a remediação de solos e águas
álcool etílico anidro combustível à também uma questão estratégica para subterrâneas impactadas com hidrocar-
gasolina em vinte por cento (Brasil, a política ambiental de todas as nações bonetos de petróleo são utilizadas diver-
2006). O grande impulso na utilização do mundo, dado seu importante papel sas tecnologias que podem ser classifi-
do etanol como combustível no Brasil como fonte de abastecimento e as di- cadas em tecnologias ativas e passivas.
foi dado em 1975, com a criação do versas fontes poluidoras que degradam Dentre as tecnologias ativas podem ser

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citadas a biorremediação acelerada in A biodegradação do etanol e dos (como indicadores da atenuação natu-
situ, aspersão de ar e bioventilação. A hidrocarbonetos de petróleo pode ral) do que aqueles baseados no cálculo
atenuação natural monitorada é con- ser considerada como uma reação de da massa total (Nyer et al, 1998). Por
siderada uma estratégia de remediação oxidação-redução realizada pela ação isso, esse trabalho buscou metodologias
passiva, isto é, sem a intervenção do microbiana, onde os substratos (etanol que evitassem as incertezas do cálculo
homem (Corseuil et al, 1996). Esta e compostos BTEX) funcionam como das variáveis hidrodinâmicas e fossem
tecnologia está baseada na atenuação doadores de elétrons (Chapelle, 2001). baseadas no cálculo da massa total dos
natural (redução de massa, concentra- Na biodegradação aeróbia, o oxigênio contaminantes na área monitorada.
ção e mobilidade dos contaminantes na dissolvido é o receptor de elétrons e, na Assim, optou-se pela interpolação de
água subterrânea ao longo do tempo e degradação anaeróbia, os receptores de dados para estimativa da massa dis-
distância do local de derramamento) elétrons são o nitrato (NO3-), o sulfato solvida total dos doadores (compostos
devido a processos físico-químicos e (SO4-2), o manganês (IV), o íon ferro BTEX e etanol), receptores de elétrons
biológicos naturais. Os processos que (III) e o dióxido de carbono (CO2). (oxigênio dissolvido) e seus subprodu-
afetam a taxa de migração dos conta- Assim o interesse desse trabalho é de- tos metabólicos (acetato, íon ferro (II) e
minantes são a advecção, a dispersão monstrar a possibilidade de utilização metano) na área monitorada. Além dis-
e a sorção. A biodegradação é o mais da atenuação natural monitorada como so, a análise da biodegradação, através
importante processo de transforma- estratégia para a remediação de áreas do uso dos receptores de elétrons e acú-
ção, causando a redução de massa dos impactadas com gasolina brasileira. mulo de seus subprodutos metabólicos,
contaminantes no meio impactado. Essa demonstração é caracterizada a apresenta-se como ferramenta técnica
Dentre as vantagens da atenuação partir da redução de massa dos doa- importante dada à oscilação das variá-
natural monitorada podem ser citadas dores de elétrons (compostos BTEX e veis hidrodinâmicas, isto é, o efeito do
a redução dos custos totais em relação etanol) como conseqüência do uso de transporte advectivo e dispersivo sobre
às tecnologias de remediação ativa e receptores de elétrons (oxigênio dissol- os contaminantes, dificultando muitas
a transformação dos contaminantes a vido) e o acúmulo de seus subprodutos vezes a determinação da diminuição de
compostos inócuos à saúde humana. metabólicos (acetato, íon ferro (II) e suas massas e a sua conseqüente atenu-
O seu uso não é aconselhado em locais metano) no meio, o que comprovaria ação. Deste modo, através de um mo-
onde ela resultaria na migração dos que a atenuação dos contaminantes é nitoramento intensivo de longo prazo
contaminantes até locais críticos (poços causada por mecanismos biológicos de em um experimento de derramamento
de abastecimento de água, rios, etc). É transformação. controlado de gasolina e etanol, este
importante destacar a relevância do cus- A quantificação de contaminantes trabalho tem como objetivo investigar
to da remediação de áreas impactadas e de compostos químicos envolvidos a real interferência do etanol e demons-
para países em desenvolvimento, onde na biodegradação em áreas impacta- trar a eficiência da atenuação natural
as demandas sociais e de infra-estrutura das é necessária para a avaliação dos monitorada como estratégia adequada
são muito altas e a questão ambiental é riscos potenciais nos diversos usos da para derramamentos de gasolina onde
freqüentemente relegada a um segundo água subterrânea contaminada e do não há riscos para receptores.
plano por ausência de alocação de recur- processo de biodegradação. Dentre
sos para este fim. Assim, a atenuação na- os métodos utilizados para obtenção METODOLOGIA
tural monitorada deve ser avaliada como de estimativas dos contaminantes
uma estratégia adequada, dentro de seus em áreas atingidas encontram-se: (1) Esse estudo foi realizado a partir
limites de aplicação, para recuperação de soluções analíticas e numéricas de de um derramamento controlado de
áreas impactadas com hidrocarbonetos equações para a determinação do fluxo gasolina num aqüífero localizado no
de petróleo. Além disso, a constituição da água subterrânea, do transporte dos campo experimental da Ressacada
da gasolina brasileira misturada com contaminantes e coeficientes de bio- (Florianópolis - SC). Em dezem-
etanol acarreta conseqüências ambientais degradação e (2) interpoladores para bro de 1998, após o conhecimento
para a biodegradação como a preferência a obtenção de estimativas de massa e detalhado da hidrogeologia da área
dos microorganismos pelo etanol em distribuição espacial. Como exemplos (condutividade hidráulica, direção de
relação aos hidrocarbonetos de petróleo da primeira abordagem podem ser cita- fluxo, velocidade de migração da água
(Corseuil et al, 1998; 2004; Powers dos: o método de Buscheck e Alcantar, subterrânea, etc.) e instalação de 45
et al, 2001). Essas conseqüências repre- o método da correção pelo traçador e poços de monitoramento multiníveis
sentam um efeito negativo do etanol o método baseado no fluxo de massa (profundidades variando entre 1 e 5
sobre a biodegradação dos compostos dos contaminantes (Wiedemeier et al, metros) foram liberados, ao nível do
BTEX, isto é, a presença do etanol no 1999). Já no segundo grupo, encontra- lençol freático (profundidade de 1
meio impede a biodegradação dos com- se o uso de métodos geoestatísticos e metro na data do derramamento), 100
postos BTEX. Assim, tendo em vista as outros interpoladores determinísticos litros de gasolina comercial brasileira,
características particulares do combus- (Cooper e Istock, 1988; Kitanidis et no local denominado fonte na Figura
tível brasileiro, da mesma forma que o al, 1996; Reed et al, 2004; Sturaro 1, contendo 24% de etanol e 1 kg do
Brasil criou tecnologias de produção e et al, 2000). Tanto a dependência do traçador brometo de potássio. Durante
uso do etanol nos motores automotivos, cálculo das variáveis hidrodinâmicas mais de seis anos de monitoramento em
é fundamental que sejam desenvolvidas (por exemplo, velocidade do fluxo da quatorze campanhas de coleta foram
tecnologias nacionais de remediação água subterrânea) está sujeita a diversas analisados os seguintes parâmetros:
adequadas à especificidade dos nossos incertezas, como os métodos baseados benzeno, tolueno, etilbenzeno, xilenos
combustíveis. em concentrações são menos efetivos totais, etanol, brometo, alcalinidade,

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A importância do etanol na atenuação natural monitorada

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pH, potencial de oxidação e redução, P27

Largura da área experimental (metros)


oxigênio dissolvido, íon ferro (II), ni- 15 P22
P26
trato, sulfato, sulfeto, acetato e metano. P17
P21
A quantificação do metano foi realizada P7A
P12
P16 P25
P7
na fase líquida, sendo sua concentração 10 P11
P11B P20
P6B P24
de saturação em água (a 25oC) igual P6
P6A
P10B
P15
P19
a 22 mg.L-1 (Yalkowsky e He, 2003). P1
P5A
P5B
P10
P14 P23
Fonte P5
Os compostos BTEX, etanol e metano P9
P9B P18
P4B
foram analisados em um cromatógrafo 5 P2 P4
P4A
P8B
P13
P8
gasoso (HP modelo 5890 – série II), P3A P3B
P3
equipado com detector de ionização em P8C
P8BC
P3AC P3BC
chama (FID). Os ânions brometo (Br-), 0
P3C
nitrato (NO3-), sulfato (SO4-), fosfato 0 5 10 15 20 25 30
(PO4-3) e acetato (CH3COO-) foram
Distância dos poços da fonte (metros)
analisados por cromatografia líquida
(Dionex modelo DX -120), equipado Figura 1 - Mapa da área experimental com os poços de monitoramento
com detector de condutividade iônica e e limites da área interpolada
coluna AS4A-SC. O método emprega-
do foi o 4110B (AMERICAN PUBLIC curvatura) (Loose et al, 1998; Reed et uma análise bidimensional e a soma das
HEALT ASSOCIATION, 1992). al, 2004). A escolha do melhor método massas obtidas para a área interpolada.
As análises do íon ferro (II) e sulfeto foi baseada no erro médio quadrático Assim, as densidades volumétricas das
foram conduzidas em espectrofotôme- (RMSE). Para o cálculo da interpola- concentrações (µg.L-1 ou mg.L-1) foram
tro HACH – DR/4000, seguindo o ção foi definida uma área de interesse, convertidas em densidades por área do
método 3500-Fe D (método 1,10 fe- a qual está representada na Figura 1, aqüífero (mg.m-2 ou g.m-2) através da
nantrolina) para o ferro (II) e o método sendo que os poços extremos foram multiplicação pela espessura da plu-
4500-S2-D (método colorimétrico azul escolhidos como limites da área expe- ma e porosidade do meio (Cooper e
de metileno) para o sulfeto (American rimental. A fim de escolher o método Istock, 1988). A porosidade efetiva do
Public Healt Association, 1992). O mé- com o menor erro, foi calculado o erro solo saturado foi quantificada em 20%
todo titulométrico foi utilizado na deter- médio quadrático (RMSE) para os (Fernandes, 2002). Quanto à espessura
minação da alcalinidade – Método 2320B parâmetros analisados nos cinco níveis das plumas, foram utilizadas as seguin-
(American Public Healt Association, de profundidade monitorados (n=1, tes espessuras para os cinco níveis: 0,70
1992). O oxigênio dissolvido, poten- n=2, n=2,5; n=3,5 e n=4,5) ao longo de (nível um); 0,75 (nível dois); 0,75 (nível
cial redox e o pH na água subterrânea quatorze coletas. Quanto à estimativa 2,5); um (nível três e meio) e um (nível
foram medidos em campo, através de de erro (RMSE), com exceção dos com- quatro e meio) metro (Schneider et al,
um analisador de água Micropurge® postos BTEX, os demais parâmetros 2005). A massa foi calculada através da
Flow Cell, modelo FC4000 (Fernandes, apresentaram erros baixos para os três integração apresentada na equação (1),
2002). As análises das amostras da água métodos analisados (mínima curvatu- utilizando-se o programa Surfer 8.0.
subterrânea, coletadas nas profundida- ra, regressão polinomial e inverso da Foi considerada uma superfície definida
des de 1,0; 2,0; 2,5; 3,5 e 4,5 metros distância ponderada), destacando-se a por uma região retangular estendendo-
antes do derramamento, apresentaram mínima curvatura como método mais se de xmin a xmax e ymin e ymax.:
os seguintes resultados: temperatura adequado (Nunes, 2006). A mínima x max y max

entre 17 – 24oC, pH entre 5,0 – 5,3, curvatura representou um percentual Massa =   f ( x , y ) dxdy
xmin y
min (1)
potencial de oxidação-redução entre superior a 90% de todas as coletas e
onde x e y são as coordenadas geográ-
+32 – +169 mV, oxigênio dissolvi- níveis analisados com o menor erro
ficas e f(x,y) é a função utilizada para
do entre 5 – 8 mg.L-1, nitrato entre percentual para as variáveis analisadas.
a interpolação. O programa Surfer 8.0
0,05 – 0,137mg.L -1 , sulfato en- Em relação à magnitude dos erros dos
realiza uma aproximação para obter as
tre 0,3 – 4,3 mg.L -1, sulfeto entre compostos BTEX, comparando-se os
integrais unidimensionais através de
0,006 a 0,014mg L-1, ferro (II) entre erros obtidos para essas variáveis com
algoritmos para integração numérica,
0 – 1 , 6 4 m g . L - 1 , f o s f a t o e n t re outros trabalhos que utilizaram inter-
dos quais foi escolhido o algoritmo
0,05 – 0,54mg.L-1, metano igual a poladores (Reed et al, 2004; Carvalho e
de Simpson, conforme Loose et al,
0,01 mg.L -1 e alcalinidade entre Assad, 2002), verificou-se que mesmos
(1998).
4 - 30 mg.L-1. os maiores erros obtidos se encontra-
No experimento da Ressacada
vam na sua grande maioria dentro dos
foi utilizado o traçador brometo para
RESULTADOS E limites obtidos para dados de campo.
o acompanhamento dos processos de
DISCUSSÃO Deste modo, a mínima curvatura apre-
migração, transporte advectivo e disper-
sentou-se como o método com o menor
sivo, no meio monitorado. O composto
Para se quantificar a massa dos erro de interpolação para a maioria dos
escolhido é conservativo, não estando,
contaminantes, receptores de elétrons parâmetros analisados.
portanto, submetido ao processo de
e seus subprodutos metabólicos foram Tendo sido escolhido, numa pri-
biodegradação. Desta forma, para
comparados três métodos de interpo- meira etapa, o melhor método de inter-
calcular o erro total do método (erro
lação (regressão polinomial, inverso polação para cada variável, os dados de
da interpolação, erro do algoritmo de
da distância ponderada e mínima campo foram tratados a fim de permitir
Simpson e erros analíticos), realizou-se

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uma comparação entre a massa total de
brometo adicionada no meio e a massa 14000 700
máxima obtida pela interpolação. A Etanol
razão percentual da massa obtida do 12000 Brometo 600

BTEX e Brometo (g)


traçador pela massa total adicionada BTEX
representou o erro global do método. 10000 500
Sabendo-se que foi utilizado 1 kg de

Etanol (g)
brometo de potássio e que esse compos- 8000 400
to é conservativo e solúvel em água, a
massa máxima possível de íon brometo
6000 300
dissolvida em água era de 670 gramas.
Pela evolução do comportamento do
traçador na área experimental (Figura 4000 200
2), a partir da variação de massa, consta-
tou-se que aos 32 meses o brometo atin- 2000 100
giu o seu pico (631 gramas). Esse pico
correspondeu aproximadamente a 94 % 0 0
da massa do íon brometo adicionado no 0 10 20 30 40 50 60 70 80
meio, sendo, portanto, o erro total do
Tempo (meses)
método aproximadamente 6%.
O mesmo procedimento referente Figura 2 - Massas interpoladas de brometo, BTEX e etanol
à recuperação da massa realizado para o
brometo foi efetuado para os compostos monoaromáticos ainda continuava transferência de fases (volatilização,
BTEX e etanol. A massa total de etanol na última coleta realizada 6,6 anos por exemplo). Estas transformações
e de compostos BTEX presentes na após o derramamento. É importante biológicas podem ser demonstradas pela
fonte, ou seja, na gasolina inicialmente destacar que não houve saída de massa análise da variação de massa dos recep-
liberada no aqüífero, era de 19 kg e de de etanol e de compostos BTEX do tores de elétrons e seus subprodutos
7,03 kg, respectivamente (Schneider meio monitorado durante o período do na área experimental. As variações de
et al, 2005). Utilizando-se a correção experimento, conforme avaliação das massa dos receptores de elétrons e seus
pelo traçador (94%), a massa máxima plumas de contaminação realizada por subprodutos metabólicos estão repre-
do etanol obtida pelo método de inter- Nunes (2006) por meio da krigagem sentadas ao longo do tempo na Figura
polação foi de 12,8 kg (67% da massa indicativa. Na Figura 2 pode-se veri- 3. Observa-se uma rápida diminuição
total presente na fonte) aos 16 meses. ficar também a rápida diminuição da da massa de oxigênio no meio, nos
Assim, a diferença entre a massa total massa dos compostos BTEX dissolvidos primeiros 5 meses, que foi ocasionada
de etanol presente na gasolina (19 kg) e na água subterrânea com o desapare- principalmente pela degradação do
a massa máxima interpolada (12,8 kg) cimento do etanol ocorrido 32 meses etanol. Assim, a disponibilidade de oxi-
de etanol se deveu principalmente à após o derramamento, o que indica a gênio dissolvido após 5 meses ocorreu
biodegradação (Figura 2). Quanto aos preferencial degradação do etanol em principalmente por difusão nas bordas
compostos BTEX, a massa máxima relação aos BTEX. Enquanto o etanol externas da pluma nas regiões de menor
interpolada foi 0,60 kg (8,6% da massa estava presente na água subterrânea, a concentração de etanol e BTEX. Já para
total disponível na fonte) e ocorreu aos massa dos compostos BTEX distribuída os processos anaeróbios, a ferro-redução
32 meses (Figura 2). Para os compostos na água subterrânea aumentava porque e a metanogênese foram os principais
BTEX, dada a hidrofobicidade desses o processo de transferência de massa da mecanismos de degradação do etanol
compostos, não foi efetuada correção a fonte para a água subterrânea dos hi- e dos compostos BTEX. As concentra-
partir do traçador. A grande diferença drocarbonetos foi preponderante sobre ções de metano superiores à saturação
entre a massa total de BTEX presente o processo de transformação biológica. foram incluídas no cálculo da massa
inicialmente na gasolina e a máxima Considerando-se a massa dissolvida de Em um derramamento de gasolina
massa real de BTEX interpolada na BTEX aos 32 meses (0,60 kg) e a massa com etanol, quando o produto entra
água subterrânea pode ser atribuída remanescente no meio aos 6,6 anos em contato com a água subterrânea, o
ao lento processo de dissolução dos (0,042 kg), verifica-se uma redução etanol tende a particionar rapidamente
hidrocarbonetos monoaromáticos. A superior a 90% da massa dissolvida dos para a água subterrânea (Corseuil et al,
partir dos 32 meses, a massa do íon contaminantes BTEX, o que demonstra 2004). Desta forma, ao contrário do
brometo começou a se reduzir na área a importância da atenuação natural para que acontece em um derramamento de
experimental (Figura 2) porque a pluma a remediação de águas subterrâneas derivados de petróleo sem a presença de
de brometo já estava saindo da área de impactadas com derramamentos de etanol, uma grande massa de substrato
monitoramento (Nunes, 2006). gasolina. é transferida para a água subterrânea,
Em relação à atenuação natural Para se avaliar a eficácia da ate- ocasionando uma grande demanda
dos substratos etanol e BTEX, consta- nuação natural é importante que se bioquímica de oxigênio. Assim, a rá-
tou-se que a massa de etanol desapare- demonstre que a diminuição da massa pida exaustão do oxigênio dissolvido,
ceu totalmente 32 meses após o derra- dos contaminantes orgânicos ocorreu 5 meses após o derramamento, tornou
mamento e que o processo de atenuação principalmente por transformações anaeróbia a região próxima à fonte, di-
natural da massa dos hidrocarbonetos biológicas e não por mecanismos de ficultando ainda mais a biodegradação

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A importância do etanol na atenuação natural monitorada

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dos compostos BTEX. Após 16 meses,
3500
a massa de etanol na água subterrânea
era aproximadamente 67% da massa
inicialmente presente na fonte. Entre 16 3000

e 32 meses, o etanol foi biodegradado


pelos mecanismos da ferro-redução e 2500
da metanogênese. A alta produção de

massa (gramas)
íon ferro (II), acetato e metano até 32
2000
meses corresponderam à biodegradação
do etanol, já que a biodegradação dos
compostos BTEX só foi predominante 1500
após a degradação do etanol (Figuras
2 e 3). A partir de 32 meses não foi 1000
possível observar o acúmulo desses
produtos no meio devido à menor
produção dos subprodutos metabólicos 500

em presença de concentrações muitos


menores dos compostos BTEX na água 0
subterrânea. 0 10 20 30 40 50 60 70 80
A variação de massa dos contami- tempo (meses)
nantes no meio monitorado é função da
relação entre a taxa de transferência de Oxigênio dissolvido íon Ferro (II) Acetato Metano
massa da fonte para a água subterrânea
e a taxa de biodegradação dos conta-
minantes. O aumento da massa dos Figura 3 - Massas interpoladas de oxigênio dissolvido e dos
contaminantes no meio monitorado subprodutos metabólicos Íon ferro (II), acetato e metano
está diretamente relacionado com a
expansão da pluma dissolvida que tende meio monitorado, e para os compostos e a disponibilidade de nutrientes são
a encolher somente quando a taxa de BTEX, o período onde a taxa de trans- otimizadas, no ambiente subsuperficial
biodegradação for superior à taxa de ferência de massa dos aromáticos ainda natural, baixas populações microbianas
transferência de massa dos contami- foi superior à taxa de biodegradação. A estão presentes inicialmente e as condi-
nantes. A Figura 4 apresenta esquema- última fase (C) apresentou o período ções nutricionais ótimas nem sempre
ticamente a relação temporal das massas onde o etanol havia se exaurido no são encontradas. Em derramamentos
interpoladas dos doadores, receptores meio e a biodegradação predominou de misturas de gasolina com etanol, a
de elétrons e seus subprodutos meta- na redução de massa dos compostos disponibilidade de fontes de carbono
bólicos, considerando-se que o etanol BTEX. A Figura 4b indica a existência na água subterrânea é completamente
é o substrato preferencial dos microor- de 4 fases geoquímicas distintas do pro- diferente dos casos onde não existe a
ganismos, e que a biodegradação dos cesso de biodegradação dos substratos adição do etanol aos combustíveis. No
compostos BTEX só foi significativa BTEX/etanol na água subterrânea. A fase experimento da Ressacada as máximas
após o esgotamento do etanol. Como (1) representou o período onde ocorreu massas de etanol e BTEX quantificadas na
no experimento da Ressacada as condi- a predominância da respiração aeróbia, área foram, respectivamente, de 12,8 kg
ções iniciais do aqüífero não revelaram a sendo o seu início imediato e a sua du- e 0,6 kg. No entanto, uma significativa
possibilidade significativa da utilização ração de aproximadamente 5 meses. A diminuição de massa do etanol na área
de nitrato e de sulfato como receptores fase (2), ocorrida entre 5 e 16 meses, experimental só foi observada a partir
de elétrons (Fernandes, 2002), eles foi caracterizada pela predominância da dos 16 meses, coincidindo com o início
não foram considerados na degradação ferro-redução. A fase (3) ocorreu entre da fase metanogênica (Figura 4b). A
anaeróbia nesse trabalho. Na Figura 4 16 e 32 meses e representou o período redução da massa do etanol somente
a parte superior (a) apresenta a variação da concomitância da ferro-redução e da após o início da metanogênese ocorreu
de massa dos substratos BTEX/etanol metanogênese. Na fase (4), entre 32 e porque o tempo necessário para o início
e a inferior (b), a massa dos receptores 79 meses, a metanogênese foi o pro- da biodegradação de compostos facil-
e seus subprodutos metabólicos ao cesso predominante da biodegradação mente biodegradáveis como o etanol na
longo do tempo. A variação de massa dos compostos BTEX. Neste período, água subterrânea, depende da presença
dissolvida de BTEX/etanol pode ser di- a diminuição da massa de metano na de uma população inicial crítica de
vidida em três fases. A primeira fase (A) área ocorreu devido ao esgotamento microorganismos (Corseuil e Weber,
correspondeu ao período onde a taxa de do etanol, à menor produção desse 1994). Desta forma, a imediata redução
transferência de massa da fonte para a composto resultante da biodegradação de massa dos compostos BTEX após o
água subterrânea dos contaminantes foi dos compostos BTEX e também pela desaparecimento do etanol (redução
maior do que a taxa de biodegradação. sua saída do meio monitorado (Nunes, em 93% da massa dissolvida no meio)
A segunda fase (B) representa, para 2006). pode ser atribuída a grande massa de
o etanol, o período onde sua taxa de Ao contrário de tratamentos microorganismos desenvolvida com a
biodegradação foi maior do que a de convencionais em reatores, onde a biodegradação do etanol que intensifi-
transferência de massa da fonte para o quantidade inicial de microorganismos cou a taxa de biodegradação anaeróbia

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Nunes, C. C. & Corseuil, H. X.

ARTIGO TÉCNICO
dos hidrocarbonetos monoaromáticos
na água subterrânea (Figura 2). A
grande massa de microorganismos
constituiu-se em uma zona bioreativa,
isto é, uma região onde a comunidade
microbiana é suficientemente ativa para
metabolizar os substratos disponíveis.
(Yocubal et al, 2003). Assim, pode-
se dizer que inicialmente a presença
do etanol interfere negativamente na
biodegradação dos compostos BTEX,
porém, após a sua completa degradação,
o etanol tem um papel positivo no pro-
cesso de atenuação natural dos BTEX
acelerando a taxa de degradação destes
compostos e impedindo o avanço das
plumas de contaminantes.

CONCLUSÕES
Este estudo avaliou a eficácia da
atenuação natural monitorada por meio
de um derramamento controlado de
gasolina com etanol em subsuperfície
realizado no campo experimental da
Ressacada (Florianópolis - SC). A con-
centração dos substratos (compostos
BTEX e etanol), dos receptores de elé-
trons e de seus subprodutos metabólicos
foi monitorada ao longo de seis anos e
meio em 45 poços de monitoramento
multiníveis e a quantificação da massa
foi realizada através da interpolação
dos dados de campo pelo método da
mínima curvatura. Constatou-se que
somente após a exaustão do etanol,
ocorrida 32 meses após o derrama-
mento, foi iniciada a redução de massa
dos BTEX, o que demonstra o efeito
negativo do etanol na degradação dos Figura 4 - Modelo esquemático da variação dos receptores de elétrons e
contaminantes aromáticos mais tóxicos. seus subprodutos metabólicos e biodegradação da mistura gasolina/etanol
No entanto, após seis anos e meio de
monitoramento, a massa remanescente do etanol envolveu as três primeiras sua preferencial degradação e pela
de compostos BTEX dissolvida na água fases, a biodegradação dos compostos grande demanda de receptores de elé-
subterrânea correspondeu a apenas 7% BTEX ocorreu preponderantemente trons o que impede a degradação dos
da massa máxima dissolvida durante por processos metanogênicos. Desta contaminantes BTEX. No entanto, o
todo o experimento. Esta massa conti- forma, a exaustão do etanol, aos 32 efeito positivo da biodegradação do
nua ainda a diminuir estando localizada meses, e a redução significativa de massa etanol é a formação de uma biobar-
próxima a fonte derramada e sem riscos dos compostos BTEX, aos 79 meses de reira reativa natural. Esta biobarreira,
de migrar para pontos receptores críti- monitoramento, associadas à utilização gerada pela degradação de uma massa
cos afastados. do oxigênio dissolvido e ao acúmulo dos de aproximadamente 13 kg de etanol,
Em relação ao uso dos receptores subprodutos metabólicos, demonstram após a degradação do etanol, permitiu
de elétrons e seus subprodutos meta- a eficácia da atenuação natural moni- um aumento da taxa de degradação
bólicos na biodegradação da mistura torada como estratégia de remediação dos compostos BTEX dissolvidos na
BTEX/etanol foram identificadas para casos de derramamentos de gaso- água subterrânea e impediu o avanço
4 fases distintas: predominância da lina com etanol onde não haja riscos das plumas de contaminação. Assim,
respiração aeróbia (0-5 meses), pre- para receptores. este estudo evidencia a necessidade de
dominância da ferro-redução (5-16 Deve-se ressaltar ainda a impor- termos no país tecnologias adequadas à
meses), concomitância da ferro-redu- tância do etanol em águas subterrâneas especificidade dos nossos combustíveis e
ção e metanogênese (16-32 meses) e impactadas por gasolina contendo dos cuidados que têm que ser tomados
predominância da metanogênese após etanol em sua mistura. Inicialmente, na importação de tecnologias de reme-
32 meses. Enquanto a biodegradação o etanol tem um efeito negativo pela diação que não considerem o papel do

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A importância do etanol na atenuação natural monitorada

ARTIGO TÉCNICO
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deve ser dada, tanto pelos órgãos de Science and Technology, v. 31, n. 1, p. 79–123,
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Paulo. CENTRO NACIONAL DE PESQUI- NYER, E.P., MAYFIELD, P., HUGHES, J. Brasil
SA TECNOLOGICA EM INFORMÁTICA Beyond the AFCEE protocol for natural attenuation. Tel.: (48) 3331-7569
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Eng. sanit. ambient. 265 Vol.12 - Nº 3 - jul/set 2007, 259-265

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