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Dessa maneira, é possível identificar que a concepção de Constituição de Konrad Hesse melhor representa
a Constituição Brasileira de 1988. Essa Constituição, também conhecida como “Constituição cidadã”, tem essência
programática, pois, apesar de haver certa desarmonia entre o seu texto e a realidade política e social, ela estabelece
metas de cumprimento, buscando, portanto, a conformação da realidade social e política à norma. Trata-se das
questões constitucionais como problemas jurídicos. A Constituição tem força normativa mesmo que não corresponda
à realidade, e fundamenta todo o restante do ordenamento jurídico.
Conclusão
É observável que ambos os autores abordam as noções de uma constituiçãojurídica e de uma constituição real. La
Salle defende que a constituiçãojurídica só existe se reflete a realidade, caso contrário se torna uma mera folha de
papel. Por outro lado, Hesse acredita em um condicionamento da realidade à constituição jurídica, aliando o ser ao
dever ser. O que se torna claro é que não se pode entender a Constituição como um mero conjunto estático de leis, há
que levar em conta os impulsos políticos, sociais e econômicas que atuam sobre esse conjunto de leis, bem como as
consequências, também políticas, sociais e econômicas, que ele imprime sobre a realidade.
Referências
LA SALLE, Ferdinand. A essência da Constituição. 6ª edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2001.
HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Tradução: Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Editora Sérgio
Antônio Fabris:1991.