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FUSÕES E AQUISIÇÕES:
UMA TENDÊNCIA DO MERCADO NO SÉCULO XXI
FUSÕES E AQUISIÇÕES:
UMA TENDÊNCIA DO MERCADO NO SÉCULO XXI
As fusões e aquisições tem se mostrado uma tendência do mercado global desde a dé-
cada de 1990. A globalização da economia pela adoção de políticas externas mais propí-
cias a transações internacionais, aliada aos avanços tecnológicos, principalmente em co-
municação e transporte, abrem fronteiras, possibilitando uma nova economia interligada.
Tal cenário permite um maior fluxo de pessoas, dinheiro, bens, serviços e informações.
Este ambiente incentiva a união de empresas na forma de fusões e aquisições, com o obje-
tivo de atingir um mercado mais abrangente, reduzir custos operacionais, entre outros.
1 Introdução ............................................................................................................5
1.1 Objetivo ...........................................................................................................................5
1.2 Metodologia de Pesquisa ................................................................................................5
2 Fusões e Aquisições: Definições .......................................................................6
3 A década de 1990 como início da tendência de fusões e aquisições .............9
4 A Tendência das Fusões e aquisições no Brasil ............................................12
4.1 A aprovação da Operação no Brasil..............................................................................13
4.2 O Cenário Brasileiro em 2010 .......................................................................................14
Conclusão ................................................................................................................16
Glossário..................................................................................................................18
FUSÕES E AQUISIÇÕES: UMA TENDÊNCIA NO MERCADO DO SÉCULO XXI 5
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivo
O mundo tem assistido, nas últimas décadas, um crescente movimento de fusões e aquisi-
ções de empresas que estão criando cada vez empresas mais fortes e com atuação mais distri-
buída geograficamente, revelando uma crescente tendência de concentração e centralização de
capital em um mercado cada vez mais globalizado.
Esta tendência começou a ser observada com maior freqüência na década de 1990 em
contraste com as décadas anteriores, quando a estratégia usual das corporações para a con-
quista de novos mercados era a de instalação de novas filiais e de novas plantas.
De acordo com Schermerhorn (2007), as nações estão se tornando cada vez mais interde-
pendentes. Os avanços tecnológicos, principalmente em comunicação e transporte, somados à
desregulamentação dos mercados, abrem fronteiras, possibilitando uma nova economia inter-
ligada, global, de incerteza, permitindo um maior fluxo de pessoas, dinheiro, bens, serviços e
informações.
Na maior parte dos acordos, a justificativa declarada é a busca de sinergias, pois a união
de duas grandes empresas é suposto que propicie mais eficiência em tecnologia, operações,
redução de custos e economias com o ganho de escala, além das vantagens inerentes à aflora-
ção do market share.
Podemos, assim, definir como um dos principais fatores que motivam as companhias, a
racionalização da produção, ou seja, produzir mais e melhor a um custo menor, eliminando a
duplicidade de atividades e redundâncias operacionais.
Além disso, as empresas buscam o acesso a novos mercados consumidores e/ou o reforço
da posição competitiva no setor de atuação. Em alguns casos, o objetivo também é assumir
posição dominante ou até mesmo monopolista num determinado mercado, o que pode, em
tese, trazer mais prejuízos que benefícios aos consumidores. (Revista VEJA, Maio de 2010)
“O fator determinante do sucesso de uma F&A1, isto é, que esta resulte em ganhos
tanto para acionistas adquirentes como para acionistas-alvo, são os motivos subja-
centes a cada combinação, que vão desde a maximização da riqueza dos acionistas,
ganhos sinérgicos, diversificação de investimentos, até a maximização da utilidade
gerencial. Dessa forma, emerge daí a dificuldade de traçar uma teoria geral que ex-
plique essas atividades como um todo, uma vez que cada processo é permeado por
razões intrínsecas das diretorias envolvidas.” (CAMARGOS, BARBOSA, 2003)
Em seu artigo, CAMARGOS (2003) conclui, ainda, que: “…as F&As ocorrem visando
tanto à maximização da riqueza de acionistas como à maximização da utilidade gerencial; que
pode existir ou não sinergismo nessas operações, dependendo dos motivos subjacentes…”
De acordo com MIRANDA (2000): “(a) fusão é a junção de duas ou mais empresas em
uma única firma; (b) aquisição é uma compra de participação acionária de uma dada empresa
já existente, sem que isso implique necessariamente seu controle por meio da propriedade to-
tal das ações nem desaparecimento de sua personalidade jurídica”. (MIRANDA, MARTINS,
2000)
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F&A: Fusões e Aquisições
b) Fusão: Operação societária por meio da qual duas ou mais sociedades comerciais
juntam seus patrimônios a fim de formarem uma nova sociedade comercial, conse-
qüentemente deixando de existir individualmente.
Na prática, as operações de fusão normalmente se dão por meio da troca de ações. Em li-
nhas gerais, as ações das empresas A e B são substituídas pelas ações da nova empresa C, cri-
ada a partir da fusão das empresas A e B. A proporção dessa troca é calculada a partir do va-
lor das empresas A e B em relação a C, e assim os proprietários ou sócios das empresas A e B
recebem ativos da empresa C proporcionalmente.
“Em 1997, as 40 maiores fusões nos Estados Unidos somaram US$ 398 bilhões,
com destaque para aquelas entre o Citicorp e o Travelers (US$ 72,5 bilhões), World
Com e MCI (US$ 41,9 bilhões), National Bank e Barnett (US$ 14,9 bilhões) e First
Union e Core States (US$ 17,1 bilhões).” (MIRANDA, 2000)
nha. O crescimento médio do período na soma geral, incluindo operações domésticas e cross
border, foi de 13% ao ano. O crescimento acumulado do período chegou a 134%.”
O estudo da KPMG (2001) divide a década de 90 em três períodos marcados por fatos
importantes ocorridos na economia brasileira:
a) Primeiro – de 1990 até 1993: foi marcado pela abertura da economia. Pulverização,
privatização, concentração e verticalização do mercado caracterizaram esses anos.
Registraram-se grandes fusões e aquisições em setores considerados básicos, como
produtos químicos e petroquímicos (22 negócios) e metalurgia e siderurgia (24).
b) Segundo - de 1994 até 1997: teve como marcos o Plano Real e a presença expressiva
de negócios nos segmentos financeiro (107 transações nos quatro anos), eletroeletrô-
nico (53) e autopeças (42). Globalização, concentração e socorro a bancos em difi-
culdades foram a tônica do período. O ano de 1997 foi marcadopelo boom das fusões
e aquisições no Brasil, com o recorde de 372 negócios realizados.
c) Terceiro - de 1998 a 2000: foram destaques os setores mais avançados, como tele-
comunicações (104 transações) e tecnologia da informação (93). Conduzidos pelo
próprio desenvolvimento, os setores publicitário e editorial ingressaram no ranking,
somando 59 transações nos últimos três anos. O último período da década foi
marcado também por globalização, privatizações, novas tecnologias e Internet.
O ano de 2000 foi marcado pelo crescimento de 14% nas operações de fusões e aquisi-
ções, totalizando 353 negócios contra 309 no ano anterior. Sessenta e cinco por cento das
transações tiveram a participação de capital estrangeiro. O setor de tecnologia da informação
liderou o ranking, com 57 transações.
O processo de fusões e aquisições verificado nos anos 90 tem um caráter distinto do ob-
servado nas décadas precedentes em função da sua intensidade, da magnitude dos valores e
dos setores envolvidos. Enquanto em 1999 essas operações atingiram o equivalente a 25% do
PIB norte-americano, nos anos 70 o percentual não chegava a 5%.
Nos anos 90, tais processos se concentravam nos setores intensivos em informação, co-
municação e serviços financeiros, enquanto nos anos 70 se realizavam, principalmente, entre
empresas dos setores automotivo, de química básica e de petróleo [TFSD (2000)].
Grande parte do investimento estrangeiro, neste caso, entra no país em operações finan-
ceiras de aquisições de participação acionária em empresas brasileiras e fusões de empresas
estrangeiras com empresas brasileiras.
Este novo cenário econômico brasileiro possibilitou, de acordo com Kimura e Suen
(1997), que as organizações modernas buscassem o ingresso em novos mercados, visando ob-
ter economias de escala na produção e maior participação em mercados promissores, denomi-
nados “emergentes”.
Este novo cenário econômico veio a sofrer um processo de transformação a partir dos a-
nos de 1990 quando foi promovida a desestatização de empresas no país, processo que abriu o
mercado para agentes privados, criando um ambiente mais competitivo.
Segundo Guarita (2002), a década de 1990 representou para o Brasil o início de uma no-
va era econômica, em que uma economia fechada e sem competitividade torna-se aberta e
globalizada.
A negociação de uma operação de fusão ou aquisição ocorre entre as duas partes geral-
mente de forma confidencial para que os interesses econômicos-financeiros dos envolvidos
não sejam prejudicados.
Desta forma, de acordo com a Revista Veja (2010) “A rejeição completa acontece quando
a fusão ou aquisição implicam uma participação muito elevada da empresa resultante no mer-
cado, inviabilizando a concorrência. Uma vez reprovada, a decisão é irreversível e não cabe
contestação. No entanto, entre as operações realizadas no Brasil, são raros os casos de rejei-
ção. O mais comum é que, em vez de mandar reverter a transação, o Cade imponha restrições
ao negócio, impondo a venda de alguns ativos, marcas, etc. Neste caso, o entendimento é que
a transação pode trazer benefícios à economia desde que feitos alguns ajustes.”
A legislação brasileira que rege as fusões e aquisições é similar à dos demais países, com
algumas pequenas diferenças.
O bom desempenho foi puxado pelas operações do setor de alimentação, que representa-
ram 11% das transações. No total, foram 236 operações e fusões e aquisições registradas entre
janeiro e abril deste ano, um volume 39% superior ao registrado em igual período de 2009,
quando ocorreram 170 transações.
Um fator destacado pelo secretário para justificar este movimento é que o mercado brasi-
leiro tem sido muito assediado por empresas estrangeiras, interessadas em boas perspectivas
de negócios no País, o que estimula aquisições. Na análise de Silveira, o mercado internacio-
nal como um todo tem experimentado um movimento mais intenso de concentração de mer-
cado nos últimos anos, entre empresas de diversos setores, e o Brasil também reflete o que
ocorre no cenário internacional.
O Ministério do Planejamento divulga em seu website que “O Brasil também não conta
mais com a maciça presença de estrangeiros na liderança das transações. ‘Grande parte dos
negócios são domésticos, de empresas brasileiras comprando estrangeiras ou brasileiras.’”
(Ministério do Planejamento, maio 2010)
CONCLUSÃO
Desde então, o Brasil tem sido o palco de grandes fusões e aquisições, uma vez que os
investidores tem se voltado para mercados chamados emergentes, com grandes perspectivas
de retornos aos seus investimentos. Esta tendência tem se mostrado uma tendência forte e que
segundo os especialistas será mantida nos próximos anos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KPMG, Fusões & Aquisições no Brasil Análise dos anos 90, Índice de Comunicação, 2001
PIRES, José Claudio Linhares, DORES, Adely Branquinho das, FUSÕES E AQUISIÇÕES
NO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES: CARACTERÍSTICAS E ENFOQUE RE-
GULATÓRIO, Rio de Janeiro, outubro - 2000
ROCHA, José Antonio Meira da. Modelo de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Mo-
delo de documento digital do programa OpenOffice 2.0 disponível em
<http://www.meiradarocha.jor.br/uploads/1021/196/modelo_de_projeto_de_TCC-2006-06-
12a.sxw>. Acesso em: 12 jun. 2006.
GLOSSÁRIO
Fusão: Operação societária por meio da qual duas ou mais sociedades comerciais juntam
seus patrimônios a fim de formarem uma nova sociedade comercial, conseqüentemente dei-
xando de existir individualmente.
Market Share: Participação no mercado e designa a fatia de mercado detida por uma or-
ganização. Sua medida quantifica em porcentagem a quantidade do mercado dominado por
uma empresa.
Monopólio: (do grego monos, um + polein, vender) é como se denomina uma situação de
concorrência imperfeita, em que uma empresa detém o mercado de um determinado produto
ou serviço, impondo preços e condições aos que comercializam.
Truste: É a expressão utilizada para designar as empresas ou grupos que, sob uma mes-
ma orientação, mas sem perder a autonomia, se reúnem com o objetivo de dominar o mercado
e suprimir a livre concorrência e também sao grandes grupos ou empresas que controlam to-
das as etapas da produção, desde a retirada de matéria-prima da natureza até a distribuição das
mercadorias.
Cross border: Diz-se da operação financeira que ocorre entre empresas que não estão si-
tuadas no mesmo país.