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VOCÊ SABIA QUE CIGARROS SÃO RADIOATIVOS?


mdsaude.com/2016/03/cigarros-sao-radioativos.html

O cigarro comum é um produto composto


inicialmente por cerca de 600 substâncias
diferentes. Digo inicialmente, porque, ao
ser aceso, o processo de combustão gera
uma quantidade imensa de novas
substâncias, fazendo com que um simples
cigarro e sua fumaça contenham mais de
7000 substâncias químicas diferentes.
Destas, 400 são sabidamente tóxicas e, pelo
menos, 70 são reconhecidamente
carcinogênicas, isto é, capazes de provocar

câncer.

Dentre as centenas de substâncias nocivas do cigarro, podemos citar a acetona (usada como
solvente de esmaltes, tintas e vernizes), amoníaco (utilizado em produtos de limpeza e fertilizantes),
arsênio (presente em venenos de rato, inseticidas e herbicidas) e o monóxido de carbono (gás
tóxico que sai dos escapamentos dos carros).

Apesar das informações acima já serem suficientes para afirmar que o cigarro é um produto
extremamente tóxico e perigoso, por incrível que pareça, a realidade é ainda pior. Além de todas
essas substâncias químicas tóxicas, o cigarro também contém substâncias altamente radioativas,
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como o polônio-210 e o chumbo-210.

Mas se você está surpreso por nunca ter ouvido falar que cigarros são produtos que emitem
radiação ionizante, saiba que essa informação já é conhecida pela comunidade científica desde a
década de 1960. Aliás, há pelo menos 50 anos que a indústria do tabaco tem conhecimento da
presença de elementos radioativos em seus cigarro e nada faz para removê-los. Pelo contrário, toda
as pesquisas sobre o assunto patrocinadas pela própria indústria foram escondidas do público nas
últimas décadas.

Neste artigo vamos explicar em detalhes que tipo de radiação o cigarro produz, qual é a sua
quantidade e quais são os seus riscos para os fumantes e para as pessoas à sua volta.

Se você quiser saber mais sobre os danos que o cigarro pode provocar à sua saúde, leia também:
DOENÇAS DO CIGARRO – Como Parar de Fumar.

Onde podemos encontrar radiações ionizantes e não-ionizantes


Antes de falarmos especificamente sobre a radiação dos cigarros, faz-se necessário esclarecer
conceitos básicos sobre o termo radiação. Entender essa parte do texto é importante para que
você, mais à frente, consiga ter a dimensão do quão grave é a radiação que um fumante é exposto
ao longo de décadas de fumo.

A maioria das pessoas quando ouve falar de radiação pensa imediatamente em materiais
radioativos produzidos por usinas nucleares ou bombas atômicas. Mas ser exposto à radiação é
algo extremamente comum, muito mais do que você imagina. Radiação é qualquer propagação de
energia de um ponto ao outro. Por exemplo, as ondas eletromagnéticas dos rádios, das emissoras
de TV, dos telefones celulares, dos aparelhos de micro-ondas e a própria luz são formas de
radiação. Essas radiações, porém, são inofensivas, pois fazem parte do grupo de radiações não-
ionizantes.

Considera-se uma radiação ionizante aquela que tem energia suficiente para arrancar elétrons dos
átomos, ou seja, que são capazes de ionizar átomos. No nosso organismo, a ionização de átomos
pelas radiações ionizantes provoca lesões do DNA, dos cromossomos e das proteínas celulares.
Quando a exposição é alta e aguda, ele costuma ser letal, como foram os casos do acidente
radiológico em Goiânia com Césio-137 e do acidente nuclear de Chernobyl, ambos na década de
1980. Mas a exposição à radiação ionizante é perigosa mesmo em doses baixas, caso ela seja
frequente, pois está associada a um maior risco de formação de cânceres.

O interessante nessa história é que a radiação ionizante não tem origem apenas em materiais
radioativos produzidos pelo homem, há radiação ionizante de origem natural no ar que respiramos,
na comida que comemos, nas paredes dos edifícios e no solo que pisamos.

Há também radiação de origem cósmica, que atinge nosso planeta, mas que felizmente é filtrada
em boa parte pela nossa atmosfera e pelo campo magnético terrestre.  A quantidade de radiação
ionizante que recebemos em elevadas altitudes é maior do que a quantidade que recebemos
quando estamos a nível do mar. Durante uma viagem de avião, por exemplo, recebemos mais
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radiação do que o habitual.

Logicamente, a quantidade total de radiação ionizante nessas fontes citadas acima é mínima, não
sendo suficiente para causar danos à nossa saúde. Portanto, chamamos de radiação de fundo a
quantidade de radiação ionizante que o nosso ambiente emite de forma natural, boa parte dela
pela presença do elemento químico radônio no ar.

Veja na tabela abaixo a quantidade de radiação ionizante que algumas fontes naturais e artificias
emitem. A unidade para medir a radiação utilizada abaixo é o milisievert (mSv):

Radiação ionizante natural de fundo que uma pessoa é exposta ao longo de 1 ano inteiro ao
nível do mar → 2 a 3 mSv (dependendo do local).
Radiação ionizante presente em uma banana (devido à radiação produzida pelo potássio) →
0,0001 mSv.
Radiação ionizante presente em 100 gramas de castanha do Pará (alimento mais radioativo
conhecido, rico em potássio e rádio) → 0,01 mSv.
Radiação ionizante de uma única radiografia de dente → 0,005 mSv.
Radiação ionizante de uma única radiografia do braço → 0,01 mSv.
Radiação ionizante de uma única radiografia de tórax → 0,02 mSv.
Radiação ionizante emitida ao longo de um ano por uma casa construída por pedra, tijolo ou
concreto → 0,07 mSv.
Radiação ionizante que uma pessoa é exposta em uma viagem transatlântica de avião → 0,08
mSv.
Dose anual média de radiação que um trabalhador de usina nuclear recebe → 0,18 mSv.
Radiação ionizante de uma única tomografia computadorizada de crânio → 2 mSv.
Radiação ionizante que uma pessoa atualmente recebe se ficar durante 1 hora na usina
nuclear de Chernobyl → 6 mSv.
Radiação ionizante de uma única tomografia computadorizada de abdômen → 8 mSv.
Dose média de radiação ionizante recebida pela tripulação de voos transatlânticos ao longo
de 1 ano → 9 mSv.
Dose máxima anual de radiação ionizante permitida por lei para uma pessoa que trabalha
com exposição à radiação → 20 mSv.
Dose anual de radiação ionizante claramente associada ao surgimento de cânceres → 100
mSv.
Dose de radiação ionizante recebida em curto intervalo de tempo capaz de provocar
alterações imediatas nas células do sangue → 100 mSv.
Dose de radiação ionizante recebida em curto intervalo de tempo capaz de provocar
sintomas de intoxicação por radioatividade → 400 mSv.
Dose de radiação ionizante recebida em curto intervalo de tempo que é potencialmente fatal
→ 4000 mSv.
Dose média de radiação ionizante recebida pelos trabalhadores de Chernobyl que morreram
no primeiro mês após o acidente → 6000 mSv.
Dose de radiação ionizante recebida em curto intervalo de tempo que é fatal, mesmo com
pronto atendimento médico → 8000 mSv.
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Quantidade de radiação recebida por um fumante


Agora que já temos uma noção básica dos perigos da radiação ionizante e das doses de radiação
de várias fontes naturais e artificiais, podemos focar nosso artigo na radioatividade do cigarro.

Os cigarros são radioativos porque contêm polônio-210 e chumbo-210. Esses elementos penetram
nas lavouras de tabaco por causa do tipo de fertilizante habitualmente utilizado para o seu cultivo.
Uma vez que a folha de tabaco absorva elementos radioativos, não há como retirá-los.

Estudos científicos publicados nos últimos 50 anos mostram que uma pessoa que fuma diariamente
um maço e meio de cigarros ao longo de um ano recebe cerca de 4,6 mSv de radiação causada
pela presença de polônio-210 e chumbo-210 . Essa quantidade de radiação, que é cerca de 50 a
100% maior que a radiação natural de fundo, não parece, à primeira vista, algo muito grave. O
problema, porém, é a forma como esses elementos radioativos se acumulam no pulmão. Nos
fumantes, o alcatrão presente no cigarro tende a se depositar nas áreas de bifurcação dos
brônquios, absorvendo consigo quantidades relevantes de polônio e chumbo radioativos.

Esse acúmulo de material radioativo nos brônquios expõe o pulmão do fumante a níveis elevados
de radiação. Um pessoa que fuma cerca de 30 cigarros por dia (1 maço e meio) chega a receber ao
longo do ano uma radiação de 80 a 160 mSv em determinados pontos do pulmão. Reparem na
gravidade dessa dose de radiação. Se usarmos a estimativa mais baixa de radiação (80 mSv por
ano), ainda assim o consumo diário de 1,5 maço de cigarros por ano equivale a:

Radiação cumulativa equivalente a 4000 radiografias de tórax.


444 vezes mais radiação anual que um trabalhador de uma usina nuclear recebe.
40 vezes mais que a radiação natural de fundo.
4 vezes a dose anual máxima permitida para pessoas que trabalham com radiação.

Fumantes são radioativos?


Se nós dizemos que há acúmulo de material radioativo no pulmão de fumantes, é natural que você
imediatamente questione se o seu amigo ou familiar fumante que está ao seu lado é uma potencial
fonte de radiação. A resposta é sim e não.

A resposta é sim, se vocês morarem juntos e você for um fumante passivo. Cerca de 75% do
polônio-210 presente na fumaça do cigarro não é absorvida pelo próprio fumante e acaba se
espalhando pelo ar, podendo ser inalada por não-fumantes ao seu redor. A quantidade total de
polônio-210 absorvida por fumantes passivos é desconhecida, mas ao longo de anos de exposição
é provável que ela seja relevante.

Por outro lado, a resposta é não, caso o seu contato com o fumante se dê somente quando ele não
está fumando. Apesar de haver material radioativo depositado nos pulmões do fumante, a radiação
emitida pelo Po-210 é do tipo alfa, que tem baixa capacidade de penetrar os tecidos. Isso significa,
portanto, que a ação radioativa do Po-210 fica restrita a pequenas regiões dos pulmões, apenas
onde há depósito de material radioativo. Você pode até abraçar o seu amigo fumante, que
nenhuma radiação extra irá lhe atingir.
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