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tráfico de drogas?
Hipótese:
“Introdução”
Dados do Infopen, divulgados no início de dezembro de 2017, mostram que o país passou a
Rússia e atingiu, no ano de 2016, o terceiro lugar no mundo em número de pessoas presas.
Mais de 30% de presas provisórias (dados 2014/2015, infopen mulheres). Taxa nacional
(homens e mulheres): 40%, dados de 2016. 293 mil presos provisórios.
“(...)para as ocorrências envolvendo droga, 91% das prisões são efetuadas como resultado da
‘entrada franqueada’, ou seja, sem autorização judicial, dos policiais nas residências das pessoas
presas, com a justificativa de que o tráfico seria um crime permanente. (...)Entretanto, em 48%
dos casos investigados, a pessoas presa não estava em pose da droga sobre a qual se lhe
imputou a responsabilidade” (Implantação da audiências, Depen, 2016)
Nas audiências de custódia, as prisões feitas por suposto cometimento do crime de tráfico de
drogas geram a menor quantidade de solturas. Em São Paulo, a taxa de liberação é de menos de
30%, não obstante os presos terem sido pegos com pequenas quantidades de drogas, ao menos
em 93% dos casos sem arma, e em 34%dos casos sem estar na posse de qualquer quantia de
dinheiro, a maioria não apresentando antecedentes criminais (RJC, 2013).
Incluir dados extraídos de reportagens sobre o efeito da audiência de custódia nos crimes
relacionados ao tráfico de drogas cometidos por mulheres.
STF, 2015, ADI 5240 e ADPF 347: decisões favoráveis à implementação da audiência de custódia
no Brasil. A última estabeleceu o prazo de 90 dias para que todos os estados começassem a
efetivar as audiências. Logo em seguida, o CNJ publicou a Resolução 213 (12/2015), dispondo
sobre a aplicação das audiências de custodia em todo o país.
Nesse contexto, a audiência de custódia surge como instrumento cuja finalidade, entre outras,
é a de contenção do Estado de Polícia, isto é, de limitar o poder punitivo. A audiência de custódia
tem previsão normativa na Convenção Americana de Direitos Humanos (também denominada
de Pacto de São José da Costa Rica):
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença
de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem
o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem
prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a
garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo.
No mesmo sentido, assegura o art. 9.3, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos.
(...)a audiência de custódia refere-se ao direito de todo cidadão/ã preso/a ser conduzido, sem
demora, à presença de um juiz afim de que o magistrado analise a legalidade assim como a
necessidade da prisão além de verificar eventuais maus tratos ao preso havidos até ali, podendo
determinar a imediata apuração de qualquer abuso que venha a tomar conhecimento. No que
diz respeito ao controle da legalidade da prisão, poderá o juiz no momento da audiência de
custódia: (1) relaxar a prisão em flagrante ilegal; (2) decretar a prisão preventiva ou outra
medida cautelar alternativa à prisão; (3) manter solta a pessoa suspeita da prática de
determinado delito, se verificar ausentes os pressupostos de cautelaridade previstos no art. 312
do CPP.
Na justificativa:
Por representar uma diminuta parcela da população carcerária, as mulheres foram durante
muito tempo negligenciadas em estudos acadêmicos relacionados ao tema. Tal cenário, no
entanto, vem se modificando nos últimos anos, diante do explosivo aumento no número de
mulheres presas por crimes relacionados ao tráfico de drogas. (Mostrar dados). Somente na
Universidade Federal da Paraíba foram apresentados X dissertações/teses
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/12/08/numero-de-mulheres-
presas-dispara-e-20-estados-ja-tem-presidios-femininos-superlotados.htm
Nos objetivos/problema:
- Avaliar os impactos das audiências de custódia para as mulheres acusadas de tráfico de drogas
em João Pessoa;
- Identificar os eventuais obstáculos e desafios que devem ser superados para a execução
eficiente e regular das audiências de custódia para a população aqui investigada
Aprofundar a análise acerca dos efeitos que as políticas de recrudescimento das
legislações penais da América Latina vêm apresentando em relação às mulheres;
Dentre essas novas perspectivas que emergiram ao longo dos últimos anos,
merece destaque o feminismo negro ao colocar em evidência as particularidades
discriminatórias sofridas pelas mulheres negras, que não se sentiam representadas
pelo feminismo ocidental, branco e de classe média.
(...)a feminização da pobreza aliada aos papéis de gênero favorece o ingresso das
mulheres no tráfico de drogas. O aumento de lares monoparentais chefiados por
mulheres, juntamente com o contexto de desigualdade social e falta de
oportunidades que afetam a maior parte da população latinoamericana criam o
cenário ideal para o fomento do tráfico de drogas como uma alternativa laboral
informal e ilícita para esta população.